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13 - Drogas que alteram a motilidade uterina

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FARMACOLOGIA 
FERNANDO SALA MARIN 
13. DROGAS QUE ALTERAM A MOTILIDADE UTERINA 
 
� UTEROLÍTICOS (ou TOCOLÍTICOS, diminuem a atividade uterina – relaxamento) 
� OCITÓCITOS (aumentam a atividade uterina – contração) 
 
Parto – interação de ação hormonal + atividade neuronal + contração da musculatura lisa. 
2 fases hormonais: (1) No 2º trimestre a musculatura uterina está mais excitável pelo aumento de 
receptores, que vão aumentando até o fim da gestação (ativação). (2) No momento do parto há uma ação hormonal 
através da liberação de ocitocina, com isso ocorrem contrações uterinas coordenadas. O efeito ocitócito, ou seja, de 
contração uterina, ocorre após a liberação de ocitocina pela neurohipófise, após esta ter recebido um estimulo 
hipotalâmico (estimulação). 
 Exige a interação: dilatação do canal cervical (“amadurecido”) + contração da musculatura lisa uterina. 
 
Ação da ocitocina: estimula receptores de ocitocina no endométrio, causando contração. 
 
� DROGAS QUE CAUSAM CONTRAÇÃO UTERINA – OCITÓCITOS 
- São utilizados para: interrupção da gravidez (aborto), amadurecimento do útero, indução ou aumento do trabalho de 
parto e em atonia uterina pós-parto (risco de hemorragias). 
 
1) OCITOCINA SINTÉTICA (Syntocinon® - Pitocin®) 
Mecanismo de ação: estimula receptores de ocitocina no endométrio, que são acoplados à proteína G, causando 
contração uterina. Essa droga imita a ação da ocitocina fisiológica. 
*Outra ação importante da ocitocina é nas glândulas mamárias. Às vezes, a sucção do recém-nascido não é 
suficiente para sugar o leite, a sucção estimula a liberação de ocitocina. Esse hormônio causa contração das células 
mioepiteliais que envolvem os alvéolos, ejetando o leite. 
 
INDICAÇÃO: é droga de escolha na indução do parto a termo. Também pode ser utilizada na prevenção e 
tratamento da hemorragia uterina pós-parto. 
FARMACOCINÉTICA: para indução do parto, deve-se realizar administração endovenosa, tendo meia vida de 1 a 6 
minutos e de efeito imediato, porém, é efetivo somente no fim da gestação, quando o útero já está responsivo. 
REAÇÕES ADVERSAS: ruptura uterina (em doses altas), náuseas, vômitos e arritmia cardíaca. Altas doses também 
pode estimular receptores de vasopressina, causando hiponatremia, hipotensão aguda breve e intoxicação hídrica. 
*Spray nasal, que vai causar ejeção do leite em mais ou menos 30 minutos. 
 
2) PROSTAGLANDINAS 
- DINOPROSTONA (Prostin E2®) 
- CARBOPROST PROMETAMINA 
- MISOPROSTOL (Cytotec®) 
Mecanismo de ação: ligam-se a receptores específicos acoplados a proteína G. 
 
- Estimulam as contrações em qualquer estágio gestacional. O Misoprostol é a droga mais utilizada nos hospitais 
para causar contração uterina. No entanto, esse fármaco foi criado para tratar úlceras gástricas. 
INDICAÇÃO: - Aborto (durante a 12ª a 20ª semana de gestação, combinação com mifepristona), o Misoprostol 
consegue fazer a expulsão quase total do feto, dispensando a curetagem na maioria dos casos (75% dos casos não 
necessitam de intervenção cirúrgica); 
 - Induzir e acelerar o trabalho de parto; 
 - Esvaziamento uterino (feto morto retido); 
 - Amadurecimento da cérvice. Leva algumas horas, se necessário usar ocitocina para induzir o parto, 
deve-se esperar 6 horas, evitando assim, hiperestimulação uterina (múltiplas e prolongadas contrações) que 
causariam dor na mãe e sofrimento ao feto. 
ADMINISTRAÇÃO: oral e vaginal (Misoprostol) ou endovenosa. 
EFEITOS COLATERAIS: Náuseas, vômito, diarreia, sangramento excessivo, diminuição da pressão arterial (devido 
ao sangramento excessivo). 
FARMACOLOGIA 
FERNANDO SALA MARIN 
 
3) ALCALÓIDES DO ERGOT 
- ERGONOVINA 
- METIL-ERGONOVINA (Methergin®) 
- ERGOTAMINA 
Mecanismo de ação: interagem com receptores α1 adrenérgicos, causando contração da musculatura lisa vascular. 
*São produtos do fungo Claviceps purpura. Causam intensas contrações tônicas miometriais. 
 
- ERGONOVINA → Possui meia vida de 0,5-2 horas, absorção e distribuição rápida e completa por via oral e é 
menos tóxica que a ergotamina. 
- São utilizados no tratamento ou prevenção de hemorragias pós-parto, por possuírem meia vida superior a da 
ocitocina. Geralmente no hospital trata-se com ocitocina e continua o tratamento na residência com a Ergonovina via 
oral. Quando administrada por via intramuscular ou endovenosa causam hipertensão transitória. Possui início de 
ação de 5 a 15 minutos, com duração da ação de até 3 horas. Deve ser administrada por no máximo 3 dias, pois por 
ser excretada no leite, podendo causar a síndrome do esporão de centeio no recém nascido, que leva a uma 
vasoconstrição periférica no bebê. 
CONTRA INDICAÇÕES: doenças cardiovasculares (angina, infarto do miocárdio, ataque isquêmico transitório), AVC, 
hepáticas ou renais. Causa hipertensão. 
 
*MODULADORES DOS RECEPTORES DE PROGESTERONA: MIFEPRISTONA,possui ação antiprogestina. 
Administrada via oral, utilizada em associação com o Misoprostol para finalizar gravidez precocemente (aborto). 
Também pode ser utilizada para o amadurecimento cervical e como ocitócito. Possui poucos efeitos colaterais. 
 
 
� DROGAS QUE CAUSAM RELAXAMENTO UTERINO - UTEROLÍTICOS 
- São utilizados para prevenir o parto prematuro, antes da 37ª semana; prolongar a vida do feto, tornando possível a 
administração de corticóides para provocar a maturação pulmonar do feto; facilitação da manipulação intra-uterina 
em procedimentos médicos; reversão da hiperestimulação farmacológica do útero e alívio da dismenorreia (cólicas 
menstruais). 
 
1) AGONISTAS β₂₂₂₂-ADRENÉRGICOS 
- RITODRINA 
- TERBUTALINA (é uma droga seletiva) 
* A terbutalina é classificada como droga broncodilatadora, mas também há receptores β₂-adrenérgicos em grande quantidade no 
músculo uterino. Com isso essa droga causa relaxamento da musculatura uterina. 
 
INDICAÇÃO: prevenir o trabalho de parto prematuro, tornando possível promover a maturação pulmonar, 
aumentando a sobrevida do recém-nascido. Tratamento da exacerbação da contratilidade uterina ao longo da 
gestação. 
EFEITOS COLATERAIS: palpitações, taquicardia, tremores, esses efeitos ocorrem porque a droga perde a 
seletividade pelos receptores β₂ e passam a estimular também receptores β₁ no coração. Hiperglicemia e 
hipocalemia (por estimular a glicogenólise e o K
+
 ser carreado junto com a glicose para as células). No feto: 
taquicardia, hiperinsulinemia (causada pela hiperglicemia) e hipoglicemia (pois não tem muita reserva de glicose). 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: oral, subcutânea e endovenosa. 
 
2) AINES, CORTISCOSTERÓIDES 
Mecanismo de ação: inibem a produção de prostaglandinas. 
- Retardam o nascimento em até 48 horas, também podem ser utilizados no tratamento da disminorréia 
(Indometacina – cápsulas ou supositório retal, porém, causa constrição do ducto arterial do feto e pode levar à 
toxicidade renal fetal). 
 
3) SULFATO DE MAGNÉSIO: Administrado via endovenosa, compete com o Ca2+ nas células musculares do 
miométrio, prevenindo o parto. Possui poucos efeitos colaterais em baixas taxas de infusão, porém, em altas 
FARMACOLOGIA 
FERNANDO SALA MARIN 
doses causa fraqueza muscular, perda dos reflexos profundos dos tendões, depressão respiratória e 
cardíaca. 
 
4) ANTAGONISTA DO RECEPTOR DE OCITOCINA 
- ATOSIBANA 
Mecanismo de ação: Impede a ocitocina de ligar-se ao seu receptor, impedindo assim a contração uterina. 
*Tem a eficácia comparada a eficácia dos agonistas β₂-adrenérgicos, apresentando menos efeitos colaterais. 
INDICAÇÃO: Diminuição do trabalho de parto prematuro. 
 
5) BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO 
- NIFEDIPINA 
- Eficácia não comprovada, possuem ação mais duradoura que os agonistas beta-2 e, por não serem específicos, 
possuem muitos efeitos colaterais. 
 
6) PROGESTERONA:supositório vaginal, intramuscular ou cápsula de administração oral ou vaginal. 
 
7) DROGAS ANTICOLINÉRGICAS 
- PAPAVERINA, HIOSCINA: ação antiespasmódica, analgésica e sedativa. 
- PIPERODOLATA: antiespasmódico. 
ADMINISTRAÇÃO: oral, retal, intramuscular e endovenosa. 
 
8) ETANOL: não atua diretamente no útero, impede a liberação de ocitocina pela hipófise. Não é mais utilizado, 
pois necessitava administração de 7,5ml/Kg, necessitando volumes muito altos, com efeitos colaterais como 
náuseas, vômito, cefaleia, aumento da diurese e agitação.

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