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26 - Analgésicos Opióides

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FARMACOLOGIA 
FERNANDO SALA MARIN 
26. ANALGÉSICOS OPIÓIDES (HIPNOANALGÉSICOS) 
 
A dor acontece quando há estimulação direta dos nociceptores. Este estímulo chega ao córtex através da via 
ascendente no corno dorsal da medula espinhal. 
Na via descendente, mais especificamente na área periaquedutal, ocorre liberação de NOR e 5-HT, que 
agem indiretamente na via ascendente, bloqueando a transmissão dolorosa, com isso, impedindo a nocicepção 
de dor. 
*Como indivíduos com depressão possuem baixos níveis de NOR e 5HT, sentem muitas dores, pois este bloqueio 
não ocorre. 
 
→ DOR NOCICEPTIVA: causada por estimulação, transmissão por fibras intactas. Causas: lesão tecidual 
(inflamação, infecção, câncer). Tratamento: analgésicos opióides. 
→ DOR NEUROPÁTICA: danos na estrutura neural. Ex.: fibromialgia (tratamento: antidepressivos e 
anticonvulsivantes). 
 
Peptídeos opióides endógenos: - Encefalina; 
- Endorfina; 
- Dinorfina. 
 São 3 famílias de peptídeos opióides endógenos. A endorfina é liberada durante o exercício físico, a 
liberação no sistema límbico causa sensação de bem estar! 
 
Receptores opióides: - µ(mu) → mais potente para analgesia e depressão respiratória; 
---- k(kappa)k(kappa)k(kappa)k(kappa) 
---- ᵟ(delta) 
Estão presentes tanto no SNC quanto na periferia (o intestino grosso possui grande quantidade de receptores 
µ). Todos possuem o mesmo mecanismo de ação, a diferença consiste na potência dos efeitos. 
 
Mecanismo de ação: o receptor opióide é acoplado a uma Proteína G inibitória, que inibe a Adenilato ciclase, 
diminuindo AMPc intracelular, e com isso: - Abrem-se os canais de K+ (efluxo); 
 - Bloqueia a entrada de Ca2+. 
A célula se torna hiperpolarizada, diminuindo assim a liberação de neurotransmissores, com isso o 
estímulo doloroso não chega ao córtex, portanto exerce o efeito analgésico. 
 
↓ liberação de NT → ↓ sinapses → ↓ transmissão dolorosa ao SNC → ↓ consciência da dor. 
*As drogas com afinidade para receptor µ possuem alta potência analgésica e depressora respiratória. 
 
Propriedades farmacológicas dos analgésicos opióides: 
-SNC: analgesia, euforia(receptores no sistema límbico), sedação(sonolência – efeito central), depressão 
respiratória(inibe os centros respiratórios no tronco encefálico – principal efeito adverso), supressão da tosse 
(efeito no centro da tosse, no bulbo – CODEÍNA prescrita como antitussígeno), miose (excitação dos nervos 
parassimpáticos que inervam a pupila), náuseas e vômitos (estimulação da zona de gatilho para êmese). 
Efeitos periféricos: 
- TGI: estômago: ↓ secreção HCl, ↓ motilidade gástrica; intestino grosso: ↓ ondas propulsoras, constipação – 
associar a um emoliente fecal, como o Agarol; 
- Trato genitourinário: aumenta o tônus do esfíncter uretral → retenção urinária; 
- Aumenta a liberação de histamina: prurido, vasodilatação e broncoconstrição; 
- Sistema cardiovascular: vasodilatação → ↓ resistência periférica → ↓ PA; 
 
Usos: - ANALGESIA de dor crônica e intensa (principal uso); 
- Tosse crônica: efeito central antitussígeno; 
- Em diarreias (apenas crônicas); 
- Anestesia em associação com Anestésico Geral, permitindo reduzir sua dose. 
FARMACOLOGIA 
FERNANDO SALA MARIN 
 
Efeitos adversos: - Centrais: depressão respiratória, náuseas, vômitos, sedação; 
- Periféricos: prurido, retenção urinária, constipação. 
 
AGONISTAS OPIÓIDES: 
 
A) NATURAIS: extraídos do suco leitoso da papoula; MORFINA e CODEÍNA 
 
1) MORFINA: analgésico. 
- Uso oral e EV; 
- Alta afinidade por receptores µ (tarja preta), portanto são potentes analgésicos e depressores respiratórios; 
- Sofre intenso metabolismo de primeira passagem; 
- Causa liberação de histamina (cautela ao utilizar em pacientes com DPOC, asma ou outros problemas 
respiratórios). 
 
 
2) CODEÍNA: antitussígeno. 
- Fraca afinidade por receptores µ; 
- Ao ser metabolizada gera morfina e, devido a isso, sua potência analgésica é moderada (ao invés de baixa!). 
- Componente de xaropes para tosse crônica. 
 
 
B) SINTÉTICOS: 
 
3) TRAMADOL 
- Fraca afinidade por receptores µ, porém com potência analgésica moderada por bloquear a recaptura de NOR e 5-
HT, que na área periaquedutal, bloqueiará a transmissão do estímulo doloroso; 
- Quando necessário, inicia-se o tratamento com opióides de potência moderada a exemplo do Tramadol ou até 
mesmo da Codeína, reservando a Morfina para quando estes não forem suficientes. 
 
 
4) MEPERIDINA (DOLANTINA) 
- Possui alta afinidade por receptores µ, porém não é recomendada para dores crônicas, pois produz um metabólito 
tóxico: a NORMOPERIDINA. Pode ser utilizado por até 48h com segurança, à partir deste período o metabólito pode 
causar: confusão mental, tremores e convulsões. 
- É associada aos BZDs em procedimentos como colonoscopia, endoscopia. 
- Libera histamina (cautela em pacientes com DPOC e asmáticos). 
 
*LOPERAMIDA (Imosec®): antidiarreico da família da MEPERIDINA, não atravessa a barreira hematoencefálica, só 
possui os efeitos periféricos, como o intestino é rico em receptores µ, é utilizado em diarreias de causas não 
infecciosas ou de intoxicação para diminuir as ondas propulsoras. 
 
 
5) METADONA 
- Alta afinidade por receptores µ; 
- Potência comparada a MORFINA somada a vantagem de não liberar histamina, podendo ser prescrita para 
asmáticos. Não pode esquecer que também causa depressão respiratória. 
- Por ter meia vida plasmática longa, pode ser administrada menos vezes ao dia e é utilizada no tratamento de 
síndrome de abstinência de opióides. 
 
 
6) FENANTIL e derivados: 
- Analgésico de início e término de ação rápidos (início em 5’); 
- Possui relativa estabilidade cardiovascular, não libera histamina. 
FARMACOLOGIA 
FERNANDO SALA MARIN 
- A FENTANILA é 100x e a SULFENTANILA 1000x mais potentes que a morfina (intensa analgesia e depressão 
respiratória). É escolha para associação com anestésicos, pois os pacientes já encontram-se intubados, não 
havendo risco de morte devido a depressão respiratória) e indução de coma (devido ao seu efeito central de 
sedação). 
- Vem substituindo a DOLANTINA nos procedimentos de endo e colonoscopia em doses muito baixas, pois não 
induzem a liberação de histamina e não produz metabólitos tóxicos. 
 
Precauções gerais dos opióides: - Hipersensibilidade (em edema de glote, administrar ADR); 
- Asma brônquica aguda (libera histamina + causa depressão respiratória); 
- Grávidas (atravessa placenta → bebê com sintomas de abstinência); 
- Recém nacidos/Idosos e pessoas com doenças hepáticas: efeito 
cumulativo, pois estes fármacos possuem metabolização hepática. 
 
Interações: nunca associar com BARBITÚRICOS, ÁLCOOL, ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS e INIBIDORES DA 
MAO → pois causarão intensa depressão respiratória, podendo levar a morte. 
 
Tolerância e dependência: com o tempo perde a eficácia, necessitando doses maiores ou troca por um fármaco 
mais potente, por isso deve-se iniciar o tratamento com os de potência moderada e em doses baixas. 
Causa dependência e deve ser retirado gradativamente (diminuindo 10% da dose a cada 2 dias) para evitar 
sintomas de síndrome de abstinência. Estes sintomas iniciarão de 8-12h após a retirada, com pico nas 36-72h e 
duram por 5-10 dias e são sintomas contrários aos efeitos da droga: rinorréia, lacrimejamento, bocejos, calafrios, 
piloereção, hiperventilação, hipertermia, midríase, vômitos, diarreia, ansiedade. 
 
 
� Tratamento para abstinência: METADONA. 
Vantagens: - uso oral; 
- meia vida longa (administração por menos vezes ao dia); 
- menor variação nas concentrações plasmáticas; 
- não libera histamina. 
Duração do tratamento: - Curto: 30 dias quando o uso é terapêutico; 
- Longo: 30 a 60 dias quando o uso é terapêutico; 
- De manutenção: 6 a 24 meses para uso ilícito de opióides. 
 
 
� ANTAGONISTASOPIÓIDES: - NALOXONA; 
- NALTREXONA. 
Uso EV no tratamento de intoxicações com opióides; a tríade característica dessa intoxicação é: coma, miose 
e depressão respiratória. 
Realizar ventilação mecânica + administração de Naloxona, iniciando em doses baixas, aumentando 
gradativamente para não precipitar sintomas de abstinência.

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