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Manipulação de Medicamentos para uso Veterinário Introdução Atualmente, com a expansão das lojas “pet shop” e clínicas veterinárias, a demanda por medicamentos e cosméticos de uso veterinário vem aumentando para as farmácias de manipulação, e a compreensão desses produtos se torna necessária para uma correta manipulação e dispensação. Ao optar pela manipulação, o veterinário passa a ter medicamentos que até então eram disponíveis somente na linha humana, além de trocar informações com os profissionais farmacêuticos. Introdução O farmacêutico então se torna um grande aliado do médico veterinário no auxilio das prescrições adequadas e veículos apropriados que melhor se adequem as necessidades do paciente (animal), seu proprietário e do médico veterinário. Introdução A escolha da forma farmacêutica para veiculação dos fármacos depende, principalmente, das propriedades físicas destas substâncias, anteriormente descritas. Outros parâmetros a serem avaliados são a quantidade de fármaco (grande ou pequena) no medicamento, o gosto do fármaco (ácido, doce, amargo ou salgado), a ação pretendida (local ou sistêmica), a espécie animal que fará uso do produto final e a possibilidade de administração pelo próprio proprietário. As formas farmacêuticas são classificadas em sólidas, líquidas, semissólidas, sólido-plásticas e gasosas. Introdução Além de permitir a administração pela via adequada, a escolha de uma forma farmacêutica acertada contribui para facilitar a adesão do animal ao tratamento (compliance) e, consequentemente, para o sucesso da farmacoterapia. A prática de triturar e/ou misturar os medicamentos nos alimentos tem como principal limitação a ingestão de somente parte da dose prescrita e, muitas vezes, o animal não permite que o proprietário administre o medicamento diretamente na boca. O sabor, o cheiro, a textura e até mesmo o formato da preparação exercerão influência para a tomada do medicamento e de toda a dose necessária. Comprimidos e tabletes com formatos variáveis (osso, cenoura, peixe) encontram- se disponíveis comercialmente ou podem ser manipulados. Introdução Formulações orais sólidas, semissólidas e líquidas contêm flavorizantes diversos, conforme a preferência da espécie: Cachorros aceitam flavorizantes de carne, frango, queijo cheddar, fígado, morango e manteiga de amendoim. Gatos gostam de atum, franco, carne e manteiga de amendoim. Cavalos preferem maça, mel, caramelo e cereja. Pássaros aceitam uva, tutti-frutti e laranja. Outros excipientes que tornam as formulações palatáveis para os animais são sacarose, lactose, amido, xarope de milho, entre outros. FF Sólidas Pós, comprimidos, cápsulas e tabletes. Os pós podem ser pulverizados sobre a comida a ser ingerida. Os bolos e os biscoitos são formas sólidas consideradas alternativas, administradas quando os animais rejeitam as formas sólidas convencionais. Gatos: medicamentos preparados na forma de biscoitos flavorizados com sabor peixe. Cães: aceitam bem os comprimidos pequenos, colocados diretamente no fundo da cavidade bucal. Aves: tendência dos medicamentos sólidos ficarem armazenados no papo, juntamente com os alimentos. Neste caso, as formas sólidas podem ser dispersas em água para garantir que toda a dose administrada seja ingerida. Todas as formas farmacêuticas sólidas são administradas pela via oral, sendo que os comprimidos podem ser de uso intravaginal e os pós podem ser atomizados pela via pulmonar. FF Líquidas Soluções (aquosas ou oleosas) e as suspensões. Administradas pela maioria das vias de administração: oral, tópica, oftálmica, nasal, otótica, intravenosa (exceto soluções oleosas e suspensões), subcutânea, intramamária, intramuscular ou intrarruminal, com ou sem o auxílio de dispositivos dosadores como as seringas, pistolas, cânulas, garrafas e aspersores. Soluções são também utilizadas para banhos de imersão e em sistemas de aspersão. FF Líquidas Quando o animal é destinado à alimentação, prefere-se uma via de administração diferente da intramuscular, para evitar a presença de resíduos de fármacos ou danos nos músculos, principalmente se o tratamento é de longa duração e/ou as doses são elevadas. A via de escolha para substituir a intramuscular é a subcutânea. Em ambas formam- se depósitos dos fármacos após administração e, respostas inflamatórias a longo prazo podem ocorrer. Também é comum o uso de soluções pela via pulmonar: • As gotículas líquidas são atomizadas por aerossolização ou nebulização e alcançam diretamente as vias aéreas superiores. • Fármacos sólidos, insolúveis em água, podem ser incorporados em suspensões para administração pela via oral ou intramamária. • Vitaminas lipossolúveis podem ser adicionadas aos óleos vegetais para a preparação de soluções oleosas orais FF Semi-sólidas Emulsões, géis, pastas, e pomadas. Unguentos veterinários: pomadas aplicadas com o auxílio de fricção e massagens. Preferencialmente de uso tópico, visando ação local ou sistêmica vantagem = evita que os fármacos sofram os efeitos da eliminação pré-sistêmica, reduzindo a dose administrada e suprimindo a possibilidade de ocorrência de efeitos adversos. A integridade da pele, a extensão do local de aplicação, bem como a presença de promotores de penetração nas formulações, influencia no sucesso do tratamento. Desvantagem: os medicamentos podem ser retirados por lambedura (em pequenos animais) ou por ação da chuva (em grandes animais e rebanhos). FF Semi-sólidas Para evitar a lambedura (além do uso de colares, coletes, bandagens ou focinheiras) adicionar componentes amargos nos produtos em casos de tratamentos por longos períodos, uma vez que a maioria dos animais não tolera este sabor e não irão lamber o local da aplicação. FF Semi-sólidas Géis transdérmicos são úteis para a administração de fármacos de ação sistêmica em animais de estimação com dificuldade de deglutição, em decorrência do pequeno volume da cavidade oral. Preparações semi-sólidas podem ser administradas por outras vias: • As pastas orais, por exemplo, podem ser úteis para administrar fármacos em equinos: cavalos aceitam pastas flavorizadas com maçã, aplicadas com seringa na cavidade oral. • Vitaminas lipossolúveis podem ser incorporadas em emulsões tanto de uso oral como intramuscular. FF sólido-plásticas / moldadas Supositórios de uso retal e vaginal. A via intravaginal apresenta a facilidade de aplicação e remoção da forma farmacêutica, sendo a via de escolha para a administração de hormônios e outros poucos fármacos que precisam apresentar características específicas como rápida absorção, baixa dose, solubilidade mínima nos fluidos vaginais e não serem irritantes para a mucosa vaginal, o que restringe as possibilidades. Após inserção, é desejável que o implante sofra expansão e permaneça retido. Materiais como poliuretano, polipropileno, silicone, borracha e metais, são empregados na fabricação destes dispositivos. FF Gasosas Administração de fármacos pela via pulmonar, comum para o tratamento de infecções das vias aéreas superiores e em processos que requerem anestesia e sedação.
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