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Sistemas, Organização e Métodos Constantemente as empresas estão enfrentando desafios em função das diversas mudanças que vêm acontecendo no chamado ambiente externo, que é aquele ambiente que de alguma maneira interfere no caminhar da empresa. Ao mesmo tempo em que a empresa passa por mudanças no ambiente externo, ela também enfrenta desafios internos em função de novos produtos, processos, novas tecnologias em implantação etc. À medida que ela enfrenta um desafio, seja ele externo ou interno, um novo desafio surge. Para que a empresa consiga superar tantos desafios é necessário que ela mude, melhore e aperfeiçoe constantemente suas tarefas e operações sempre reciclando o seu modelo de negócio. Para obter sucesso no combate aos desafios externos, a empresa precisa, primeiramente, resolver seus desafios internos, A adaptabilidade e a flexibilidade organizacionais constituem os únicos meios capazes de garantir a renovação e a revitalização das organizações e das empresas. A SO&M trata da definição e do arranjo das principais características de todos os processos nas organizações. Sistemas – aludem tanto à organização ou à empresa como uma entidade integrada, como também às suas partes relevantes, isto é, às suas áreas (diretorias), aos seus departamentos e às suas divisões (gerências), ou aos seus processos de trabalho. Organização – refere-se à estruturação da empresa, à definição das suas áreas internas de atividade (departamentalização), à atuação de linha (órgãos diretamente relacionados com os objetivos organizacionais) e de staff (órgãos de assessoria e apoio interno aos órgãos de linha), canais internos de informação, grau de centralização/descentralização do processo decisório etc. A palavra de organização significa o ato de organizar, estruturar. Métodos – remetem à maneira como as atividades ou as tarefas são realizadas e executadas. Constituem o melhor caminho para que as atividades ou tarefas alcancem os objetivos e os resultados para os quais foram criadas. Os métodos definem o modo de fazer as coisas da melhor maneira possível, no sentido de economizar esforços, tempo e recursos buscando a melhoria da qualidade e da produtividade do trabalho. Figura: A interação entre sistemas, organização e métodos. Fonte: Chiavenato, 2010. O que é SO&M A finalidade da SO&M é estruturar, organizar, arranjar, integrar e coordenar as atividades a serem realizadas pela organização ou pela empresa. Constitui o meio pela qual se coloca ordem e arranjo dentro da empresa a fim de facilitar o trabalho dos órgãos e pessoas envolvidos. Figura: SO&M e as áreas funcionais. Fonte: Adaptado Chiavenato, 2010. Objetivos da SO&M Os principais objetivos da SO&M são: 1. Organizar e reorganizar a atividade organizacional; 2. Metodizar e racionalizar a atividade organizacional; 3. Melhorar continuamente o trabalho organizacional; 4. Criar condições para utilizar adequadamente e otimizar o uso dos recursos da organização; 5. Promover a integração das atividades que compõem o trabalho organizacional; 6. Aumentar a eficiência e a eficácia organizacional e, consequentemente, aumentar a qualidade e a produtividade do trabalho; 7. Identificar os indicadores de desempenho da organização e de suas unidades e alavancar resultados. SO&M Integração e interação entre as áreas funcionais da empresa Produção Finanças Recursos Humanos Marketing Figura: O objetivo da SO&M. Fonte: Adaptado Chiavenato, 2010. Evolução da SO&M A SO&M tem pouco mais de cem anos e suas origens são embasadas nas ideias dos pioneiros da administração moderna, que formularam as seguintes teorias administrativas: Administração científica: provocou o aparecimento da administração moderna. Taylor, seu principal estudioso, contribuiu para o aparecimento da velha O&M com a racionalização do trabalho e os princípios da administração científica, a saber: Princípio do planejamento; Princípio do preparo; Princípio do controle; Princípio da exceção. Atividades da empresa Marketing RH Finanças Produção SO&M Eficiência e eficácia Melhores resultados Mas além desses princípios básicos, Taylor também descreveu outros princípios chamados de secundários: Estudo dos tempos e movimentos; Seção científica do trabalhador; Padrão de produção; Plano de incentivo salarial; Supervisão funcional; Condições ambientais de trabalho. Ao enfatizar a tarefa e o método do trabalho, Taylor elevou a O&M à posição de ferramenta indispensável para o sucesso das empresas. Abordagem clássica: Fayol foi quem iniciou essa teoria. Ele se preocupou com as funções da empresa, com a divisão do trabalho e especialização, com as bases de departamentalização e com os princípios gerais da administração. Concebeu a administração como um processo de prever, organizar, comandar, coordenar e controlar enfatizando o controle e a organização. Ele elaborou quatorze princípios: Divisão do trabalho; Autoridade; Disciplina; Unidade de comando; Unidade de direção; Subordinação dos interesses individuais aos gerais; Remuneração; Centralização; Cadeia escalar; Ordem; Equidade; Estabilidade ou permanência pessoal; Iniciativa; Espírito de equipe. Quando Fayol enfatizou a estrutura organizacional, ele elevou a O&M à condição de ferramenta para a organização das empresas da época. Abordagem neoclássica: reafirmava os postulados clássicos com uma nova roupagem, enfatizando os princípios gerais de administração e os objetivos e resultados a alcançar. Essa abordagem analisou os tipos de organizações e a departamentalização. A abordagem clássica focava a organização, a administração científica focava o método. Abordagem humanística: esta teoria procurou desvendar o fator humano e a organização informal por meio das seguintes conclusões: O trabalho é uma atividade grupal e o nível de produtividade das pessoas é influenciado pelas normas do grupo e não apenas pelos incentivos salariais da organização; O operário reage como membro de um grupo, integrando-se aos colegas, não mais isoladamente; A tarefa da administração é formar chefes capazes de compreender e comunicar, sendo persuasivos, simpáticos e democráticos; O ser humano é motivado pela necessidade de estar junto com outras pessoas, de ser reconhecida pelos outros e receber adequada comunicação; Além da organização formal oficialmente estabelecida existe também a organização informal que é composta pelos grupos sociais constituídos espontaneamente. A Teoria das Relações Humanas trouxe à tona as necessidades humanas básicas, bem como os grupos sociais informais criados a partir dos relacionamentos sociais entre as pessoas. Abordagem burocrática: trabalhos a respeito da burocracia como forma de organização que existiu desde épocas imemoriais e que predominou em boa parte do século passado. Seu principal estudioso foi Max Weber que descreveu as características do modelo burocrático como a melhor forma de estrutura organizacional até então encontrada pelas empresas. As principais dimensões burocráticas eram: Divisão do trabalho; Hierarquia de autoridade; Regulamentação; Comunicações formalizadas; Impessoalidade; Competência profissional. A burocracia proporciona uma maneira racional e lógica de organizar pessoas e atividades para alcançar objetivos específicos. Porém, alguns autores mencionam as disfunções e anomalias da burocracia que levam à ineficiência: Internalização das regras e apego aos regulamentos por parte das pessoas; Excesso de formalismo e papelório; Resistência às mudanças devido ao caráter conservador da organização; Despersonalização do relacionamento entre as pessoas; Categorização, a hierarquia como base do processo decisório; Superconformidade às rotinas e aos procedimentos; Exibição de sinais de autoridade pela hierarquia para demonstrar poder; Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público. Abordagem estruturalista: movimento que permitiu integrar os conceitos das várias abordagens anteriormente enumeradas em um todo consistente, antecipando-se à abordagem sistêmica, demonstrando a interdependência das organizações com a sociedade. Abordagem comportamental: proporcionou novas proposições sobre a motivação humana e sobre os estilos de gestão e sistemas de administração, mostrando a organização como um sistema social cooperativo caracterizado por um processo decisório que envolve todas as pessoas. Abordagem sistêmica: as organizações são vistas como sistemas sociais abertos e em intensa interação com seu meio ambiente, do qual recebem insumos que são processados e transformados em produtos e serviços que são retornados ao ambiente. Nessa abordagem as empresas passam a ser visualizadas como: O modelo burocrático teve forte influência na velha O&M, tornando-a uma disciplina basicamente burocratizante ao buscar a divisão do trabalho, racionalidade e formalidade na empresa. Totalidade – as organizações devem ser visualizadas globalmente; Propósito – toda organização tem um propósito ou um objetivo a alcançar. Abordagem contingencial: como o ambiente é dinâmico e mutável, as empresas precisam se adaptar e se ajustar às demandas ambientais que são continuamente modeladas e remodeladas em função das mudanças ambientais e para isso coexistem dois fenômenos nas organizações, a saber: Diferenciação – na medida em que cada organização se defronta com vários ambientes específicos, ela tende a sofrer uma divisão interna do trabalho; Integração – é o oposto da diferenciação, refere-se ao processo gerado por pressões internas da organização no sentido de alcançar unidade de esforços e coordenação entre os vários subsistemas. A abordagem contingencial mostrou a existência de dois formatos organizacionais antagônicos entre si: organizações mecanísticas e organizações orgânicas. Sendo que as organizações mecanísticas são caracterizadas por uma estrutura organizacional rígida, inflexível, conservadora e fortemente controlada, com elevada centralização e forte departamentalização. As organizações orgânicas são altamente flexíveis e adaptáveis, capazes de mudar tão rapidamente quanto a situação exija. Mecanísticas Orgânicas Burocrática, permanente, definitiva e rígida Flexível, mutável, adaptativa e transitória Ênfase na hierarquia e na cadeia de comando Ênfase no conhecimento e na consulta Amplitude de controle estreita Amplitude de controle ampla Cargos definitivos e ocupantes especialistas Cargos mutáveis e ocupantes polivalentes Comunicações formais e sempre verticais Comunicações horizontais e cruzadas Departamentalização rígida Equipes cruzadas na hierarquia Forte centralização Forte descentralização Decisões centralizadas na cúpula Decisões descentralizadas ad hoc Regras e regulamentos formalizados Confiabilidade nas comunicações informais Atividade humana isolada Atividade humana social e em equipe Características típicas da burocracia Características típicas das relações humanas Ideal para ambientes estáveis e permanentes Ideal para ambientes instáveis e dinâmicos Quadro: Organizações mecanísticas X organizações orgânicas. Fonte: Adaptado Chiavenato, 2010. Abordagem complexa: tudo é dinâmico e mutável e existe uma infinidade de atores que atuam simultaneamente definindo estratégias, operações, oferecendo produtos e serviços ao mercado e provocando um poderoso dinamismo que conduz à mudança, transformação e imprevisibilidade. Teoria do caos: salienta que tudo na natureza muda e evolui continuamente. Teoria da complexidade: trata de sistemas altamente complexos como as organizações, os mercados, as condições climáticas, a competição etc., aceita o indeterminismo e a incerteza. Abordagem da Administração Contribuição à SO&M Administração Científica Método de trabalho, racionalização do trabalho, estudo de tempos de movimentos, princípios da administração. Teoria Clássica Processos administrativos (planejar, organizar, dirigir e controlar), princípios gerais da administração. Teoria Neoclássica Redefinição do processo administrativo e dos princípios da administração, tipos de organização, departamentalização. Humanística Organização informal, grupos sociais, dinâmica de grupo, motivação, liderança. Burocrática Características do modelo burocrático e disfunções da burocracia. Estruturalista Múltipla abordagem: análise intraorganizacional e ambiental. Comportamental Comportamento organizacional, motivação, estilos de gestão, padrões de liderança, incentivos, teoria da decisão. Sistêmica Conceito de sistemas e características de sistemas. Contingencial Relativismo na administração, análise ambiental, tecnologia. Complexa Teoria do caos da complexidade, competitividade, responsabilidade social, sustentabilidade. Quadro: Influência das abordagens administrativas sobre a SO&M. Fonte: Adaptado Chiavenato, 2010. Consultoria de SO&M Considerada uma função de staff e não de linha. Caracteriza-se pela forma de atuação e relacionamento com todas as áreas da empresa envolvendo aconselhamento, recomendação e assessoria. A consultoria é realizada por especialistas como consultores e analistas de SO&M, e o papel desses especialistas apresenta características bem distintas. Analista de SO&M O analista de SO&M trabalha no sentido de colher dados e informações por meio da observação, da entrevista e dos questionários. Observação Entrevista Questionários Acompanhando o trabalho das pessoas ou o fluxo das atividades para obter dados e informações a respeito. Fazendo perguntas visando obter respostas que proporcionem dados e informações a respeito do trabalho ou do fluxo das atividades. Redigindo perguntas por escrito para serem respondidas no sentido de proporcionar dados e informações. Quadro: Formas de colheita de informações. Fonte: Adaptado Chiavenato, 2010. Consultor de SO&M O consultor possui uma visão mais abrangente e atua dentro de vários papéis: Papel de diagnóstico; Papel de soluções; Papel de melhoria e desenvolvimento; Papel de agregar valor. Analista de SO&M Consultor de SO&M Abordagem analítica Ênfase em detalhes Busca de dados e informações Abordagem sistêmica Ênfase em interações Busca de soluções Foco estreito e específico Entradas e insumos Análise de problemas e restrições Levantamento da situação Localização de dificuldades Foco abrangente e global Saídas e resultados Recomendaçãode medidas Mudança da situação Apresentação de soluções Quadro: Analista x Consultor de SO&M. Fonte: Adaptado Chiavenato, 2010. A velha O&M e a nova SO&M A SO&M é completamente diferente da O&M. Organização e métodos (O&M) Sistemas, organização e métodos (SO&M) Estrutura a empresa no sentido de formatar órgãos e definir suas funções Ênfase na divisão do trabalho organizacional Ênfase na especialização dos órgãos Foco nos órgãos e nas partes Abordagem cartesiana e detalhista Buscar o definitivo e o impositivo Estrutura a empresa no sentido de integrar e articular as várias atividades no negócio Ênfase na integração do trabalho organizacional Ênfase nos resultados da empresa Foco nas redes de relacionamentos Abordagem sistêmica e holística Buscar o provisório e o participativo Quadro: Diferenças entre a velha O&M e SO&M. Fonte: Adaptado Chiavenato, 2010. Processo de SO&M Sistematizar, organizar e metodizar requer um processo, que na medida em que se desenvolve, vai abrindo novas oportunidades e reduzindo a incerteza inerente à pesquisa de algo que pode ser melhorado e incrementado. São etapas do processo: Ter uma visão ampla e generalizada da situação; Escolher, dentre os problemas existentes, os de maior prioridade; Definir corretamente o objeto de estudo; Promover a pesquisa preliminar; Fazer um plano de trabalho com uma estimativa de duração do estudo; Executar o plano de trabalho e identificar os principais problemas e necessidades; Formular alternativas para corrigir ou melhorar a situação analisada; Implantar a solução escolhida; Acompanhar e reavaliar a situação analisada. O sucesso da SO&M Condições de apoio e suporte para a SO&M ser bem sucedida: Começar por cima; Estabelecer metas abrangentes e objetivos claros; Angariar suporte e apoio; Quebrar as regras vigentes; Fazer constantemente um levantamento da situação atual; Referências: BALLESTERO-ALVAREZ, Maria Esmeralda. Manual de organizações, sistemas e métodos. São Paulo: Atlas, 2011. CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a sistemas, organização e método: SO&M. Barueri: Manole, 2010. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas, organização & métodos: uma abordagem gerencial. São Paulo: Atlas, 2009. Organizações, Sistemas e Métodos Sistemas Toda organização pode ser entendida como um sistema. Um sistema social e aberto. Social porque é constituída por pessoas que interagem ente si para alcançar objetivos organizacionais de maneira excepcional. As pessoas constituem a inteligência da empresa e ela não sobrevive sem essas pessoas. É também um sistema aberto porque interage continuamente com o ambiente ao seu redor, ou seja, com outras empresas e com o mercado, sofrendo influência deste. A empresa apresenta um fluxo constante de influências e interações com o seu ambiente. A área de SO&M está interessada em analisar e oferecer consultoria à empresa por meio de uma abordagem sistêmica e holística focando nos sistemas, para melhor entender o porquê da existência de alguns fenômenos organizacionais e sistêmicos como a sinergia. Conceito de Sistema A palavra sistema está intimamente associada à ideia de totalidade, globalidade, síntese e integração. Ela permite perceber o todo e suas partes constituintes de maneira incrivelmente fácil. Porém, o conceito de sistema é complexo, dadas as suas características e os fenômenos que nele ocorrem. Sistema é um conjunto de partes integradas que têm a finalidade comum de alcançar determinado objetivo. Constitui uma rede de interações entre as partes a fim de alcançar objetivos específicos. O sistema possui algumas características, a saber: Conjunto de partes – todo sistema apresenta alguns elementos como partes, entidades, componentes ou órgãos e essas partes são denominadas subsistemas; Partes integradas – os elementos que compõem o sistema se inter-relacionam e se interagem. Existe uma relação de reciprocidade entre as partes que constituem o sistema; Propósito comum de alcançar determinado objetivo – todo sistema existe para alcançar um ou mais objetivos e suas partes integrantes devem ajustar-se entre si para possibilitar o alcance do objetivo global do sistema. Finalidade dos Sistemas Todo sistema existe para alcançar objetivos. Um objetivo é uma situação desejada, um resultado a alcançar. Um sistema é considerado eficaz quando alcança adequadamente os objetivos para os quais foi criado. A eficácia está ligada aos fins, aos resultados, aos objetivos alcançados. Componentes dos Sistemas O sistema é constituído de partes relacionadas entre si. As partes são subsistemas que, por sua vez, são constituídos de outras partes relacionadas entre si e assim por diante. Pode-se estudar cada sistema com seus subsistemas integrantes e fazendo parte de um sistema maior. Os componentes básicos do sistema estão os relacionados a seguir: Entradas ou insumos (inputs) – é tudo aquilo que ingressa no sistema para fazê-lo funcionar. O sistema precisa de insumos, na forma de recursos, energia ou informação para o seu funcionamento, ele não é autossuficiente; Operação ou processamento – o sistema processa ou converte suas entradas através dos seus subsistemas. Cada subsistema se encarrega de um insumo que lhe é peculiar. Nas empresas, os recursos são tratados pela área financeira, marketing, produção, RH etc.; Saídas ou resultados (outputs) – todo sistema coloca, no meio ambiente externo, as saídas ou os resultados de suas operações. As entradas são processadas e convertidas em resultados e são exportadas ao meio ambiente na forma de produtos ou serviços prestados, em se tratando de empresas; Retroalimentação (feedback) – reentrada ou retorno ao sistema por parte de suas saídas ou resultados que passam a influenciar o seu funcionamento, pois as informações voltam ao sistema para realimentá-lo, alterar ou controlar o seu funcionamento em decorrência de seus resultados. Existem dois tipos de retroação: 1. Retroação positiva: a ação estimuladora da saída atua sobre a entrada do sistema no sentido de aumentá-la ou incentivá-la; 2. Retroação negativa: a ação inibidora da saída atua sobre a entrada do sistema no sentindo de diminui-la e inibir o sinal de entrada. O sistema utiliza tanto a retroação positiva como a negativa para manter seu padrão de funcionamento e garantir seu equilíbrio. Nos sistemas abertos, a retroação – seja positiva ou negativa – produz a homeostasia. A partir desses componentes, pode-se avaliar o funcionamento de um sistema. Figura: O sistema e seus componentes. Fonte: CHIAVENATO, 2010, p. 43. A eficiência é o quociente de saída sobre a entrada, é a quantidade de saída por unidade de entrada. Já a eficácia é a relação entre a saída e o objeto de sistema, isto é, quanto mais o resultado contribuir para o alcance do objetivo, mais eficaz será o sistema. A eficácia busca melhorar o funcionamento interno do sistema em termos de produtividade e rendimento, enquanto a eficácia visa à adequação externa aos objetivos em termos de resultados do sistema. Eficiência Eficácia Ênfase nos meios; Fazer corretamente as coisas; Resolver problemas; Economizar recursos; Reduzir custos; Cumprir tarefas e obrigações; Treinar os subordinados; Fazer manutenção de máquinas; Presença nos templos; Rezar; Jogar futebol com arte. Ênfase nos fins; Fazer as coisas que devem ser feitas; Alcançar metas e objetivos; Otimizar a utilização de recursos; Agregar valor; Obter resultados; Proporcionar eficácia aos subordinados; Máquinas em bom funcionamento; Prática de valores religiosos; Ganhar o céu; Ganhar a partida. Quadro: Eficiência e eficácia de um sistema. Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2010, p. 43. Tipos de Sistemas Há várias maneiras de se classificar os sistemas e as classificações levam em conta sua constituição e seu relacionamento com o meio ambiente. Classificação quanto à sua constituição: Físicos ou concretos (hardware) – são os sistemas compostos de elementos palpáveis e concretos como máquinas, equipamentos, instalações, edifícios, matérias-primas. São constituídos de matérias ou energia; Conceituais ou abstratos (software) – são os sistemas compostos de aspectos não palpáveis e abstratos, como filosofias, políticas, diretrizes, programas, procedimentos, regras e regulamentos. São compostos de ideias. As empresas são sistemas constituídos de subsistemas físicos e conceituais: elas necessitam de máquinas, equipamentos e instalações, mas precisam também de filosofias, diretrizes, programas, regras e regulamentos para funcionar adequadamente. Quanto ao relacionamento com o meio ambiente, os sistemas podem ser classificados em: Fechados ou mecânicos – são os sistemas cujas entradas e saídas para o meio ambiente externo são poucas e conhecidas. São sistemas mecânicos que com determinada entrada produzem determinada saída; Abertos ou orgânicos – são os sistemas que têm uma infinidade de entradas e saídas para o meio ambiente externo que nem sempre são conhecidas. Mantém intenso intercâmbio com o ambiente e com isso precisam, na medida em que este muda, adaptarem-se. São os sistemas vivos e orgânicos e dotados de elevada flexibilidade e adaptabilidade. Nas empresas existem sistemas mecânicos, como máquinas, equipamentos, instalações etc. e sistemas orgânicos como as pessoas, principalmente. A empresa é um sistema orgânico vivo e aberto. Os sistemas apresentam características próprias como: 1. Suprassistemas, sistemas e subsistemas – todo sistema faz parte de um sistema maior e é constituído por subsistemas; 2. Homeostase – boa parte dos sistemas abertos apresentam homeostasia ou homeostase, que é a característica de manter o meio interno estável apesar das flutuações do ambiente externo. E, para isso, utiliza retroação negativa ou positiva para manter seu equilíbrio; 3. Totalidade ou globalidade – todo sistema funciona como um totalidade envolvendo todas as suas partes em um comportamento integrado para proporcionar alcance do objetivo desejado. A visão sistêmica ou visão holística mostra que o todo apresenta características específicas de suas partes constituintes. A visão do todo permite conhecer suas partes componentes e o inter- relacionamento entre elas. IIINNNTTTEEERRREEESSSSSSAAANNNTTTEEE Fenômenos Sistêmicos Um fenômeno sistêmico que ocorre normalmente é que as características de um sistema podem ser completamente diferentes das características das partes que o compõem. A abordagem sistêmica é fundamental para entender as organizações e as empresas de hoje. Os sistemas aberto apresentam fenômenos sistêmicos como: Sinergia – na medida em que as partes estão interligadas e amarradas, o sistema alcança o seu estado sólido e firme graças às suas comunicações internas. Quando as partes estão perfeitamente interligadas, o que ocorre em cada uma delas influencia as demais e cada parte ajuda a outra: o resultado do sistema torna-se maior do que a soma dos resultados de suas partes; Entropia – é um processo pelo qual todas as formas organizadas tendem à exaustão, à desorganização, à desintegração e, no fim, à morte; Negentropia – é o mesmo que entropia negativa. Para sobreviver, os sistemas abertos precisam se mover para deter o processo entrópico e reabastecerem-se de energia a fim de garantirem indefinidamente suas estruturas organizacionais. Ambiente é tudo aquilo que envolve externamente um sistema. É o suprassistema no qual o sistema está inserido. Os sistemas têm fronteiras e limites com relação aos seus ambientes para definir o que é e o que não é o sistema. Enquanto nos sistemas fechados essas fronteiras ou limites são rígidos e impermeáveis, nos sistemas abertos elas se caracterizam por uma enorme fluidez e permeabilidade, impedindo saber exatamente o que é e o que não é o sistema. É o que está acontecendo com as fronteiras dos países: o mundo globalizado dos negócios está rompendo as tradicionais fronteiras de nacionalidade e de idiomas, que constituíam antigamente os limites estabelecidos. A Importância da Informação Vivemos na Era da Informação que é caracterizada por uma quantidade expressiva de informações disponíveis a respeito dos mais diversos assuntos. No passado o administrador passava a maior parte do seu tempo em busca de informações sobre o que estava acontecendo ao seu redor, mas hoje, o mundo dos negócios oferece uma ampla variedade de informação, o que faz com que o administrador de hoje tenha de escolher e selecionar cuidadosamente a informação que mais lhe interessa e lhe seja útil. A informação pode ser definida como um conjunto de dados com um determinado significado. Dessa forma, alguns conceitos são importantes a discutir: 1. Dado – significa fato. Os dados são fatos que constituem a matéria-prima básica da informação. Mas não são a informação. Os dados são representados por símbolos, como letras, números, quantidade, códigos, cores, sinais etc.; 2. Informação – é conhecimento relevante produzido como resultado de um conjunto de dados ou de processamento de dados. Ocorre quando os dados são analisados e processados e passam a ganhar um significado. A informação é constituída por um conjunto de dados que contém algum significado ou que reduz a incerteza a respeito de alguma coisa. A aritmética sistêmica é estranha, pois a soma de 2+2+2 pode ser maior que 6 quando ocorre sinergia no sistema ou pode ser menor do que 6 quando existe entropia. A área de SO&M busca aumentar a sinergia da empresa e reduzir ao máximo a entropia no seu sistema. O conceito de informação é importante na compreensão de um sistema, já que as partes ou os componentes dos sistemas são interligados entre si como uma rede de informação. Quando essa rede funciona bem, em estado sólido, o sistema tende à sinergia. Mas se a rede é precária, o sistema tende à entropia por falta de comunicação entre suas partes integrantes. Quanto maior o volume de informação que se tem a respeito de um sistema, maior o conhecimento a seu respeito, maior o grau de certeza sobre a sua natureza e seu comportamento. Todo sistema garante seu estado firme através de canais de informação entre suas partes constituintes. Toda informação precisa ser comunicada, transmitida e recebida para que ela produza efeitos. Comunicação significa tornar comum uma informação. Comunicação é a informação transmitida por uma pessoa e recebida e interpretada por outra pessoa. A comunicação é um processo que na maioria das vezes envolve cinco elementos: 1. Fonte ou emitente – é a pessoa, órgão ou entidade que pretende enviar ou comunicar uma mensagem ou informação; 2. Transmissor – é o equipamento que a fonte utiliza para poder transmitir a mensagem de um lugar para outro.O transmissor codifica a mensagem através de meios capazes de transportá- la; 3. Canal – é o meio ambiente situado entre o transmissor e o receptor; 4. Receptor – é o equipamento que recebe a mensagem transmitida pelo transmissor. O receptor decodifica a mensagem enviada para que o destino possa compreendê-la; 5. Destino ou destinatário – é a pessoa, órgão ou entidade que deve receber a mensagem enviada pela fonte. A informação não pode ser guardada a sete chaves, a menos que seja estritamente confidencial. Figura: O sistema de comunicação. Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2010, p. 54. O processo de comunicação recebe uma variedade de influências externas ou internas que prejudicam ou perturbam sua eficiência e eficácia. A comunicação só ocorre quando o destino recebe e compreende o significado da mensagem enviada pela fonte. Barreiras à Comunicação Barreiras são restrições, impedimentos, dificuldades que emperram o processo de comunicação, fazendo com que parte da mensagem não consiga percorrer todo o processo e chegar incólume ao destino. Se o destinatário não compreendeu a mensagem é porque não houve comunicação. Fonte Transmissor Canal Receptor Destino Ruído Retroação Figura: Barreiras à comunicação. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 55. Como mencionado, a comunicação pode sofrer barreiras. Os tipos mais comuns de barreiras à comunicação são: humanas, físicas e semânticas. Figura: Tipos de barreiras à comunicação. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 59. Análise de Sistemas Analisar um sistema é o primeiro passo para conhecê-lo adequadamente em sua totalidade. A análise de sistema é o processo de conhecer o sistema, suas partes constituintes, os relacionamentos entre elas, as funções de cada uma das partes e sua importância relativa para o alcance dos objetivos do sistema. Para obter informação a respeito de um sistema, o analista de sistema pode realizar várias técnicas de coleta e registro de informações. Existem três técnicas de coleta e registro de informações que são consideradas as principais, a saber: 1. Entrevista – é a técnica de coletar e registrar informações por meio de perguntas verbais feitas pelo analista de sistema, que anota as respostas da pessoa que já conhece o sistema. O analista de sistema é o entrevistador e o entrevistado é a pessoa que conhece o sistema ou trabalha nele. Trata-se de uma conversa planejada, na qual o analista orienta o entrevistado para obter as informações que deseja. Com essa técnica você consegue se aprofundar no assunto ou sistema, porém é demorada, pois é feita pessoalmente com cada entrevistado; 2. Questionário – é a técnica de coletar e registrar informações por meio de perguntas feitas por escrito em um questionário e cujas respostas deverão ser feitas também por escrito no próprio questionário. O analista prepara o questionário e distribui para todas as pessoas que conhecem o sistema ou trabalham nele. A vantagem do questionário reside no tempo e esforço do analista, ele pode distribui-lo para várias pessoas ao mesmo tempo e a coleta de informações é mais rápida que na entrevista; 3. Observação pessoal – é a técnica de coletar e registrar informações por meio da observação visual do analista que acompanha e verifica a pessoa que trabalha no sistema. À medida que ele observa, faz anotações e registra o que lhe interessa a respeito do sistema. Após a obtenção das informações, o analista deve adotar os seguintes procedimentos para processá-las: 1. Selecionar as informações desejadas, as que possuem relevância para o conhecimento do sistema; 2. Classificar e arranjar as informações relativas a cada parte do sistema; 3. Com as informações selecionadas, descrever detalhadamente cada parte do sistema; 4. Fazer uma descrição resumida do sistema como um todo; 5. Avaliar a contribuição de cada uma das partes para o alcance do objetivo do sistema; 6. Avaliar como as partes podem interagir entre si para maximizar resultados e alcançar sinergia. A análise de sistemas permite ao profissional de SO&M alguns fatores importantes, a saber: Conhecer o cenário no qual deverá trabalhar; Avaliar a situação; Fazer o diagnóstico; Definir o problema a ser resolvido; Buscar as alternativas de solução; Escolher a mais adequada à situação; Oferecer condições à sua implementação. Referências: CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a sistemas, organização e métodos: SO&M. São Paulo: Manole, 2010. 1 Organizações, Sistemas e Métodos Estruturas Organizacionais Conceito A palavra estrutura significa a disposição ou ordem das partes que compõem um sistema, seja ele um ser vivo, organização ou empresa, máquina, sociedade, edifício, livro etc. Disposição dos órgãos ou cargos que compõem uma empresa. Toda organização precisa se assentar sobre uma estrutura organizacional que lhe proporcione integração de suas partes constituintes. As empresas são constituídas por pessoas e recursos agrupados em órgãos. A estrutura organizacional é a composição dos diversos órgãos da empresa. É a maneira como a empresa agrupa e reúne órgãos e pessoas em diferentes escalões hierárquicos (níveis de autoridade) e em diferentes áreas de atividade (departamento). A estrutura organizacional pode ser vista sobre dois ângulos: vertical e horizontal. Vertical: estão os diferentes níveis de autoridade ou escalões hierárquicos, no nível mais elevado, a diretoria, depois a gerencia, a chefia, a supervisão e os diversos funcionários; Horizontal: estão as diferentes áreas de atividades da área técnica, mercadológica, financeira e a de gestão de pessoas. Quanto maior a empresa, tanto maior o número de níveis hierárquicos e tanto o maior número de departamentos. Quanto menor a empresa, tanto menor os desdobramentos verticais e horizontais até o ponto em que a empresa seja tão pequena que apenas uma pessoa possa dar conta de todo o recado, como é o caso de empresas individuais. 2 Níveis Hierárquicos Toda empresa tem vários níveis hierárquicos, desde o presidente até o encarregado que comanda os operários. Cada nível hierárquico tem autoridade sobre o nível abaixo e presta responsabilidade perante o nível acima formando uma cadeia, a cadeia escalar. Na Era Industrial, as empresas acumularam muitos níveis hierárquicos e tornaram suas estruturas organizacionais muito altas. Na Era da Informação, a reengenharia organizacional provocou um movimento de enxugamento (downsizing), redução de níveis organizacionais para aproximar a base da cúpula da organização. Desenho Organizacional Representa a maneira como a organização está organizada. O desenho é apresentado através de organogramas. Organograma é o gráfico que representa a organização de uma empresa, ou seja, sua estrutura organizacional. Trata-se de um gráfico estatístico, corresponde a uma radiografia da empresa e mostra o seu esqueleto e sua constituição interna, mas não mostra o seu funcionamento e a sua dinâmica. Figura: Os terminais de comunicação dos órgãos ou cargos. Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2010, p. 111. Diretor Gerente A Gerente B Gerente C Supervisor A Supervisor B Supervisor C Terminais de responsabilidade Terminais de autoridade 3 Existem três tipos de organograma: clássico,radial e circular. Organograma clássico – organograma composto de retângulos que representam os cargos ou órgãos que são ligados entre si por linhas que representam as relações de comunicação entre eles. Quando as linhas são horizontais, elas representam relações laterais de autoridade (do superior ao subordinado) ou relações de responsabilidade (do subordinado ao superior). O que não está ligado por linha nenhuma não tem relação direta entre si. As linhas mostram como fica o relacionamento direto ou indireto entre os cargos e órgãos. O organograma clássico é o mais utilizado de todos os organogramas. Figura: Organograma Tradicional Fonte: <http://www.oficinadanet.com.br/artigo/1554/tipos_de_organograma>. Os novos desenhos organizacionais estão rompendo barreiras da organização tradicional. O cargo mais elevado da empresa não tem o terminal de cima por não se reportar a nenhum superior, 4 enquanto o cargo mais baixo da organização não tem o terminal de baixo por não possuir nenhum subordinado. Organograma radial – também denominado organograma setorial, é elaborado através de círculos concêntricos, cada qual representando um nível hierárquico. A autoridade máxima se localiza no centro do organograma, diminuindo o nível hierárquico à medida que se aproxima da periferia. 5 Organograma circular – elaborado em círculos concêntricos que representam os diversos níveis hierárquicos traçados em linhas pontilhadas ou tracejadas. As linhas cheias representam os canais de comunicação existentes entre os órgãos ou cargos. À medida que se aproximam do centro, os níveis hierárquicos são gradativamente mais elevados. No centro do organograma fica o órgão de cúpula da organização. A escolha do tipo de organograma depende da finalidade e do tipo de apresentação que se pretende. 6 Vantagens do Organograma 1. Permite uma visualização rápida e integrada do desenho organizacional; 2. Retrata a composição de todos os órgãos ou cargos da organização; 3. Apresenta o relacionamento direto e indireto entre os órgãos e cargos; 4. Mostra os níveis de autoridade e responsabilidade dentro da organização; 5. Retrata os níveis hierárquicos e as áreas da organização; 6. Constitui a apresentação mais simples do desenho organizacional. Desvantagens do Organograma 1. É estático: permite uma fotografia do desenho organizacional, não apresenta as mudanças passadas ou futuras da organização; 2. Não indica os melhores relacionamentos diretos e indiretos entre órgãos e cargos; 3. Apresenta apenas posições, não indica a distribuição do poder; 4. É apenas formal, não indica as relações informais dentro da organização; 5. Está se tornando rapidamente obsoleto e ultrapassado em função das rápidas e profundas mudanças organizacionais que estão ocorrendo. Tipos de Estruturas Organizacionais Existem três tipos básicos de estruturas organizacionais: linear, funcional e linha-staff. 1. Estrutura Linear É o tipo de estrutura organizacional mais antigo e simples. A autoridade linear decorre da aplicação do principio da unidade de comando, que estabelece que cada superior tem autoridade única, exclusiva e absoluta sobre os seus subordinados e que não a reparte com ninguém. Cada subordinado tem um e apenas um chefe. Toda vez que se refere à autoridade linear, a intenção é de dizer autoridade única, exclusiva, total e não compartilhada. 7 As principais características da estrutura linear são: 1. Autoridade linear ou única: decorrente da aplicação do principio da unidade de comando, segundo o qual o superior tem autoridade única, absoluta e exclusiva sobre seus subordinados; 2. Linhas formais de comunicação: as únicas linhas de comunicação entre os ocupantes de cargos são aquelas estabelecidas previamente pelo organograma; 3. Centralização das decisões: todas as decisões são centralizadas na cúpula da organização, ou seja, na diretoria da empresa; 4. Aspecto piramidal: em decorrência da centralização da autoridade no topo da organização, a estrutura linear apresenta uma forma de pirâmide. À medida que se sobre na escala hierárquica, diminui o número de órgãos ou de cargos em cada nível. Vantagens da estrutura linear: 1. Definição clara da autoridade e responsabilidade em cada posição; 2. Estrutura simples e de fácil compreensão. Desvantagens da estrutura linear: 1. Apresentação muito superficial em função de sua simplicidade; 2. Excessiva centralização das comunicações em cada chefe. Em decorrência, cada chefe tende a tornar-se generalista e sem condições de especializar-se em coisa alguma; 3. A autoridade linear baseada exclusivamente no comando pode tornar-se autocrática, pois reforça a chefia e o comando. 4. Por seguirem estritamente a cadeia escalar da hierarquia, as comunicações tornam-se indiretas, demoradas, sujeitas a intermediações e a distorções; 5. Como as linhas de comunicação são estritamente formais, à medida que a organização cresce, esse tipo de estrutura congestiona as comunicações, principalmente no topo da organização devido à centralização das decisões e autoridade; 6. A própria estrutura tende a amarrar o crescimento da empresa, por isso da sua indicação apenas para empresas de pequeno porte; 8 7. Trata-se de uma estrutura que privilegia o conservantismo e a manutenção do status quo e impede a mudança e a inovação. Estrutura Funcional Trata-se de uma estrutura oposta à estrutura linear, pois a estrutura funcional baseia-se na autoridade do especialista que tem o conhecimento técnico, mas não o comando e a decisão. Funciona o principio da especialização, no qual cada chefe se dedica a um especialista e cada pessoa pode subordinar-se simultaneamente a vários chefes, dentro da especialidade de cada um. Características da estrutura funcional: 1. Autoridade funcional e dividida: cada pessoa se reporta, ao mesmo tempo, a vários chefes, tendo cada um deles uma determinada especialidade; 2. Linhas diretas de comunicação: cada pessoa se reporta diretamente ao chefe especialista de cada área, sem passa por intermediários; 3. Descentralização das decisões: com isso, as decisões, em vez de serem tomadas apenas na cúpula, passam a ser tomadas pelos diferentes chefes, cada qual em sua especialidade, ocorrendo uma descentralização do processo de tomada de decisões. Vantagens da estrutura funcional: 1. Especialização das chefias: fazendo com que cada chefe trabalhe dentro da sua exclusiva especialidade; 2. Comunicações diretas: rápidas e sem intermediação entre as pessoas e os diferentes especialistas; 3. Descentralização das decisões: que passam a ser tomadas no local e na hora, sem demora e por quem está envolvido diretamente na ação. 9 Desvantagens da estrutura funcional: 1. Como a autoridade funcional é divida e compartilhada entre vários chefes, o subordinado passa a receber ordens diferentes e muitas vezes contraditórias, acarretando confusão no trabalho; 2. Cada chefe, restrito a sua especialidade, tende a pensar exclusivamente dentro do seu ponto de vista, tentando impô-lo aos subordinados e a lutar por ele, contra os demais chefes acarretando conflito à organização; 3. A cúpula da organização tende a ficar por fora do que está acontecendo na empresa devido à descentralização, perdendo a possibilidade de coordenar e dirigir o trabalho; 4. Trata-se de uma estrutura que privilegia o conservantismo e a manutenção do status quo e impede a mudança e a inovação.Figura: Diferenças entre organização linear e organização funcional. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 119. 10 Estrutura Linha-staff É um tipo de estrutura mais complexo, pois reúne característica da estrutura linear e da estrutura funcional. Nela coexistem órgãos de linha e órgãos de staff. Os órgãos de produção e de vendas constituem os órgãos de linha e os demais constituem o de staff. Diferenças entre autoridade de linha e de staff: 1. A autoridade de linha (linear) é uma autoridade hierárquica baseada na hierarquia da autoridade, total e absoluta. É a autoridade de comando, decisão e ação, que transmite ordens aos subordinados e espera a sua obediência. 2. A autoridade de staff (funcional) é uma autoridade de especialista, baseada na especialidade e no conhecimento técnico, parcial e relativa. Essa autoridade é compartilhada com outros especialistas de outras áreas. Transmite aconselhamento e nem sempre espera o seu atendimento. Figura: As diferenças entre autoridade de linha, assessoria e funcional. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 122 11 A estrutura de linha-staff é uma combinação da estrutura linear com a estrutura funcional, coexistindo nela a hierarquia e a especialização. Figura: Diferenças entre estruturas linear, funcional e linha-staff. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 124 Estrutura Matricial Constitui uma solução encontrada pelas empresas para atender à crescente necessidade de mudança e inovação. Constitui a combinação de departamentalização por funções e por produto em uma mesma matriz. Essa estrutura apresenta a vantagem de permitir que a empresa se especialize nos produtos que produz sem deixar de lado a departamentalização funcional. Assim essa estrutura apresenta de um lado as funções básicas da empresa e de outro a especialização nos seus diversos produtos. 12 Figura: Exemplo de organização matricial: funções produtos. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 128. Vantagens da estrutura matricial: 1. Enfatiza tanto as funções da empresa como os produtos por ela produzidos; 2. Permite integrar mais intimamente as decisões relacionadas com as funções com as decisões relacionadas com os produtos e vice-versa; 13 3. Proporciona um ambiente de trabalho que privilegia as funções e os produtos simultaneamente; 4. A integração funções com produtos facilita a inovação dentro da empresa. As principais desvantagens são: 1. Provoca duplicidade de autoridade e joga por terra o principio da unidade de comando; 2. Constitui uma espécie de remenda na velha estrutura tradicional e funcional para torná-la menos rígida e inflexível e mais adaptável às mudanças externas que ocorrem no mundo dos negócios. Referências: CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a sistemas, organização e métodos: SO&M. São Paulo: Manole, 2010. Qual a melhor estrutura organizacional? Tudo depende: estratégia, negócios, clientes, mercado etc. ORGANIZAÇÕES, SISTEMA E MÉTODOS Hierarquia Em toda organização formal existe uma hierarquia que divide a organização em camadas ou níveis de autoridade. À medida em que se sobe na escala hierárquica, aumenta-se gradativamente o volume de autoridade. Toda organização requer uma hierarquia para definir a participação no processo decisório, quem toma decisões e quem deve executá-las. A distribuição da autoridade e da responsabilidade pela empresa deve ser feita com muita clareza e definição. No passado essa autoridade fazia parte da divisão do trabalho que delimitava os deveres e atribuições de cada pessoa ou órgão no contexto organizacional. Hoje a preocupação é localizar a sintonia fina capaz de permitir a definição de responsabilidade sem perder a percepção do todo. Conceito e Importância da Autoridade A autoridade decorre da posição hierárquica que cada pessoa tem no organograma da empresa. A importância da autoridade decorre da necessidade de se garantir que as coisas sejam feitas conforme o que foi planejado e organizado. A autoridade se distingue por três características: 1. A autoridade é alocada em posições da organização e não em pessoas. A pessoa tem autoridade devido à posição que ocupa. 2. A autoridade é aceita pelos subordinados. Os subordinados aceitam a autoridade dos superiores porque acreditam que eles têm o direito legítimo, transmitido pela organização de dar ordens e esperar o seu cumprimento. 3. A autoridade flui para baixa por meio da hierarquia verticalizada. As posições do topo têm mais autoridade que as posições da base. Origem da Autoridade A autoridade tem origem na família, no regime patriarcal, no qual o patriarca (na maioria das vezes o pai) assume a autoridade dentro da família. Max Weber fez um estudo sobre a autoridade e verificou a existência de três tipos de sociedade nas quais a autoridade assume características distintas. 1. Sociedade tradicional: predominam as características tradicionais e patriarcais, os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque essa sempre foi a maneira pela qual as coisas foram feitas. 2. Sociedade carismática: predominam características místicas, arbitrárias e personalísticas como nos partidos políticos, os subordinados aceitam as ordens do superior como justificadas por causa da influência da personalidade e liderança do superior com o qual se identificam. 3. Sociedade legal, racional ou burocrática: predominam normas impessoais como leis, contratos, regulamentos e uma racionalidade na escolha dos meios e dos fins. Predomina a autoridade legal (decorrente da lei), racional (decorrente da opção da eleição) ou burocrática (porque ocorre na burocracia), os subordinados aceitam as ordens do superior como justificadas, pois concordam com as normas que regem a sociedade. Delegação de Autoridade É a transferência de autoridade e responsabilidade para o subordinado, de modo que ele participe da tomada de decisões na sua área de responsabilidade. A delegação de autoridade envolve também a responsabilidade que é atribuída ao delegado. Este passa a responder ao delegador pelos resultados da atribuição delegada. Mesmo nas sociedades modernas, ainda predominam as características legais, racionais e burocráticas. Técnicas de Delegação de Autoridade 1. Delegar a tarefa inteira: o gerente deve delegar a tarefa inteira a uma pessoa ao invés de subdividi-la entre várias pessoas. 2. Delegar à pessoa certa: conciliar o talento da pessoa com a tarefa para que a delegação seja eficaz e avaliar os subordinados que são independentes nas decisões e que querem assumir responsabilidades. 3. Delegar responsabilidade e autoridade: designar apenas as tarefas não constitui uma delegação completa. A pessoa deve ter responsabilidade para realizar a tarefa e a autoridade para desempenhá-la da maneira que julgar melhor. 4. Proporcionar informação adequada: a delegação deve incluir informação sobre o que, porque, quando, onde, quem e como. O subordinado deve compreender a tarefa e os resultados esperados. 5. Manter retroação: retroação significa linhas abertas de comunicação com o subordinado para responder questões e proporcionar orientação, mas sem exercer controle. 6. Avaliar e recompensar o desempenho: deve avaliar os resultados alcançados e não apenas os métodos. Quando os resultados não alcançam as expectativas, o gerente deve mostrar os erros e consequências. Quando alcançam ou ultrapassam as expectativas, o gerente deve recompensar o trabalho bem-feito com orgulho, recompensasfinanceiras e delegação de novas atividades. Delegar não significa perda de autoridade, nem do controle, aliás contribui para a maneira mais eficiente de se exercer autoridade e controle, pois o subordinado deve comportar-se e decidir conforme o que foi planejado. Tipos de Autoridade 1. Autoridade linear: é a autoridade de chefia e de comando. Baseia-se no principio da unidade de comando ou de supervisão única. Cada subordinado recebe ordens de um só chefe e cada chefe tem autoridade total sobre seus subordinados. Trata-se de uma autoridade de ação, de execução, de decisão e fundamenta-se na hierarquia. 2. Autoridade funcional: também denominada autoridade de staff, é a autoridade de especialista. Baseia-se no princípio da especialização. A autoridade funcional é uma autoridade de assessoria, consultoria, de recomendação, de prestação de serviços especializados de staff. Amplitude Administrativa Também chamada de amplitude de controle ou amplitude de comando, significa o número de subordinados que o administrador pode dirigir. É uma decorrência do princípio da distribuição de autoridade e responsabilidade. Quando existem muitos subordinados, a amplitude de comando é grande e ampla. Uma amplitude média determina a configuração geral de sua estrutura organizacional. Uma amplitude média larga com poucos níveis hierárquicos produz uma estrutura organizacional achatada e dispersada horizontalmente. Figura: Exemplo de organização alongada e de organização achatada. Fonte: Chiavenato, 2010, p.158. Centralização e Descentralização A centralização ocorre quando a autoridade de tomar decisões está totalmente concentrada na cúpula da empresa. Na medida em que a empresa cresce, um só diretor não pode concentrar todas as decisões, fazendo com que as pessoas esperem, antes de agirem, aguardando decisões do chefe. As principais vantagens da centralização costumam ser: 1. A centralização assegura o poder absoluto e controle sobre o que se passa na organização. 2. As decisões são tomadas por administradores que possuem uma visão global da empresa. 3. Os tomadores de decisão no topo estão mais bem preparados que os que estão nos níveis mais baixos da organização. 4. A centralização proporciona uniformidade das decisões, uma vez que elas são tomadas no topo da organização. 5. As decisões são mais consistentes com os objetivos globais da empresa. 6. A centralização elimina esforços duplicados de vários tomadores de decisão e reduz os custos operacionais. E as desvantagens da centralização são: 1. A centralização impede que os níveis mais baixos compartilhem do processo decisório da empresa. 2. Ao centrar todas as decisões na cúpula da organização, esta se torna congestionada e nem sempre tem condições de decidir sobre tudo o que está ocorrendo na empresa. 3. A centralização provoca demoras no processo decisório: a cúpula precisa de tempo para tornar todas as decisões possíveis. 4. A centralização faz que a cúpula tenha de tomar decisões sobre assuntos que desconhece e com problemas que estão distantes dela. 5. As linhas de comunicação da cadeia escalar provocam demoras e maior custo operacional. 6. A centralização reforça a manutenção do status quo e que impede a inovação por não permitir a participação das bases. A descentralização ocorre quando a autoridade é delegada aos níveis hierárquicos inferiores. As decisões passam a ser tomadas pelos níveis de gerência, ou de chefia, ou de supervisão, no próprio local e no momento oportuno. As decisões descentralizadas devem ser tomadas de acordo com políticas e diretrizes, com regras e regulamentos previamente estabelecidos pela empresa. Significa relativa autonomia e independência para tomar decisões. As principais vantagens da descentralização são: 1. Permite a participação de todos os níveis hierárquicos da empresa no processo decisório. Isso proporciona elevada motivação e senso de propriedade nas pessoas. 2. A descentralização permite decisões locais mais adequadas e que a cúpula não teria condições de tomar à distância. 3. A descentralização permite decisões mais rápidas e que não precisam esperar pela aprovação da cúpula. 4. A descentralização favorece a criatividade e inovação dentro da organização e impulsiona a mudança. A total descentralização ocorre quando nenhuma supervisão ou controle direto é feito ao tornar-se uma decisão. Figura: Centralização versus descentralização. Fonte: Chiavenato, 2010, p.161. Embora se fale tanto na descentralização, a mesma apresenta algumas desvantagens, a saber: 1. A descentralização requer forte aprovação da cúpula da empresa para oferecer a liberdade e autonomia necessárias às decisões da base. 2. Requer que as pessoas tomadoras de decisão tenham competência para isso, treinamento e aprendizado, conhecimento e habilidades. 3. A descentralização impõe canais de comunicação fluidos e dinâmicos capazes de interligar estreitamente órgãos e pessoas. A descentralização depende de quatro fatores: 1. Complexidade dos problemas organizacionais: a descentralização permite a utilização de todos os cérebros e músculos da organização e não apenas dos que estão na cúpula. 2. Delegação de autoridade: a descentralização parece ser a resposta correta quando todas as pessoas contribuem para o sucesso da empresa. 3. Mudança e incerteza: quanto maior a necessidade de imaginação, criatividade, mudança e inovação, tanto maior será a necessidade de descentralização. 4. Estabilidade/instabilidade: em épocas de certeza e previsibilidade a descentralização é preferida, já em situações de risco, crise, costuma ser centralizada enquanto dura a instabilidade. Processos Empresariais Um processo é um conjunto de atividades estruturado destinado a resultar em um produto especificado para um determinado cliente ou mercado. Eles caminham pelas áreas funcionais, passando pelas suas fronteiras e indo em direção aos seus objetivos, que geralmente se concentram no cliente e na própria organização. A estrutura do processo não é hierárquica e nem vertical como ocorre com a estrutura organizacional. Constitui uma visão dinâmica da maneira pela qual a organização produz valor. Cada processo tem entradas (inputs) e saídas (outputs). Denominação De: Processo Para: Desenvolvimento de produtos Do conceito de produto ao protótipo do produto Fabricação Do processo de suprimento à expedição Vendas Do prospecto ao pedido de venda Atendimento de pedidos Do pedido de compra ao pagamento do cliente Atendimento ao cliente Da consulta à resolução do problema Figura: Denominação dada a alguns processos. Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2010, p. 168 O aspecto mais importante para a adoção da abordagem de processo é a satisfação do cliente, seja ele interno ou externo à organização. Os processos constituem a estrutura básica pela qual a empresa faz o seu trabalho para produzir o valor e entregar para o seu cliente. Reengenharia de Processos Também denominada de apenas reengenharia, pretende reduzir a enorme distância entre a velocidade das mudanças ambientais e o andar vagaroso das organizações. Reengenharia significa uma nova engenharia da estrutura organizacional, significa fazer um desenho organizacional totalmente novo e diferente. A base da reengenharia está nos processos empresariais que devem fundamentar o formato organização. A reengenharia é o projeto de processos de trabalhoe a implementação de novos projetos ou o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais visando alcançar melhoria no desempenho de custos, qualidade, atendimento e velocidade. Figura: Reengenharia. Fonte: Elaborada pela autora baseado em Chiavenato, 2010. Processos Básicos da Organização 1. Desenvolvimento do produto/serviço. 2. Atendimento ao cliente. 3. Fabricação e manufatura/operações. 4. Logística. 5. Gerenciamento de pedidos. 6. Gestão de pessoas. 7. Planejamento e alocação de recursos. 8. Monitoração do desempenho organizacional. Reengenharia Fundamental Radial Drástica Processos Consequências da Reengenharia de Processos a. Os departamentos tendem a desaparecer e a ceder lugar para equipes focadas nos processo e nos clientes. b. A estrutura organizacional hierarquizada alta e alongada passa a ser achatada, nivelada e horizontalizada. c. As atividades também mudam: tarefas simples, rotineiras e individuais passam para equipes multifuncionais com trabalhos multivariados e ênfase nas habilidades e competências pessoais das pessoas. d. Os papéis das pessoas deixam de ser moldados por regras e regulamentos internos pela autonomia, liberada e responsabilidade. e. O desenvolvimento das pessoas deixa de lado o treinamento específico para ser uma educação integral com ênfase nas habilidades e competências pessoais das pessoas. f. As medidas de avaliação do desempenho humano deixam de se encontrar na atividade passada e passam a avaliar os resultados alcançados, a contribuição efetiva e o valor criado à organização e ao cliente. g. Os valores sociais antes protetores e visando à subordinação das pessoas às suas chefias, agora passam a ser produtivos e visando à orientação das pessoas para o cliente, seja ele interno ou externo. h. Os gerentes antes controladores passam a ser líderes e impulsionadores. i. Os gerentes deixam de serem supervisores com habilidade técnicas e se tornam orientadores e educadores com habilidades interpessoais. Em geral as principais etapas da reengenharia de processos são: 1. Escolha do processo a ser reengendrado. 2. Definição do proprietário do processo pela alta direção. 3. Escolha da equipe de reengenharia pelo proprietário do processo. 4. Atividade conjunta da equipe de reengenharia. 5. Compreensão de modo integral e abrangente do processo, definição de seus limites, entradas, saídas, gargalos, restrições etc. 6. Invenção de um novo e diferente e processo. 7. Implementação do novo processo. 8. Acompanhamento dos resultados alcançados. Cadeia de Valor A cadeia de valor descreve a integração das atividades organizacionais e se baseia nos diferenciais competitivos da empresa. Descreve o ciclo mapeando como um produto se movimenta desde a etapa da matéria-prima até o consumidor final, pro meio de nove atividades estrategicamente relevantes e criadoras de valor que consistem em cinco atividades primárias e de quatro atividades de apoio. A gestão de processos visa a melhorar a cadeia de valor para aumentar a criação de valor. Figura: A cadeia de valor segundo Porter. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 178. As atividades primárias representam a seguinte sequência: 1. Trazer materiais para dentro da organização. 2. Convertê-los em produtos finais. 3. Expedir os produtos finais. 4. Comercializá-los. 5. Prestar-lhes assistência técnica. As quatro atividades de apoio são realizadas em determinados departamentos específicos. Porém, outros departamentos podem também realizar algumas atividades de apoio como, por exemplo, suprimentos de materiais e contratação de pessoal. As quatro principais atividades de apoio são: 1. Suprimentos. 2. Desenvolvimento tecnológico. 3. Gestão de recursos humanos. 4. Infraestrutura da organização . Cada empresa deve examinar seus custos e seu desempenho em cada atividade da cadeia de valor e compará-los com os custos e desempenhos de seus concorrentes, pois ela terá uma vantagem competitiva à medida que consiga desempenhar certas atividades melhor ou mais barato que seus concorrentes. Referências: CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a sistemas, organização e métodos: SO&M. São Paulo: Manole, 2010. 1 ORGANIZAÇÕES, SISTEMA E MÉTODOS Metodologia é uma competência necessária para quem se dedica à OS&M. A palavra método tem muitos significados, mas quase todos se referem à maneira de fazer as coisas, executar trabalhos, desempenhar funções ou de fazer acontecer. Conceito de Método Significa o meio pelo qual as coisas são feitas. O método detalha como o trabalho deve ser executado, qual é a melhor maneira possível. A escolha de um método visa à máxima eficiência e eficácia na realização de um trabalho. René Descartes foi o primeiro a introduzir o conceito de método. O método cartesiano pode ser resumido em quatro princípios, a saber: 1. Dúvida sistemática ou evidência: consiste em não aceitar como verdadeira coisa alguma, enquanto não souber com evidência e de maneira clara e distinta aquilo que é realmente verdade. 2. Análise ou decomposição: consiste em dividir e decompor cada dificuldade ou problema em quantas partes forem possíveis e necessárias à sua melhor adequação e solução e em resolver cada uma separadamente. 3. Síntese ou composição: consiste em conduzir ordenadamente os nossos pensamentos e o nosso raciocínio, começando pelos objetivos e assuntos mais fáceis e simples de se conhecer, para passarmos gradualmente aos mais difíceis. 4. Enumeração ou verificação: consiste em fazer em tudo recontagens, verificações e revisões tão gerais que se fique seguro de nada haver omitido ou deixado de lado. 2 Funções Básicas do Método A finalidade principal do método é encontrar a melhor maneira de se trabalhar. O método é essencial para que o trabalho das empresas seja desenvolvido da melhor maneira possível. Para que isso seja alcançado, o método tem as funções básicas a seguir: 1. Eliminar todo desperdício de esforço humano e de tempo na realização de um trabalho; 2. Melhorar a eficiência das pessoas e, consequentemente, o seu desempenho e o seu rendimento em termos de produtividade; 3. Distribuir uniformemente o trabalho, para que não haja períodos de excesso ou falta de trabalho, nem pontos de estrangulamento, gargalos ou restrições; 4. Estabelecer normas detalhadas sobre como executar o trabalho para facilitar o treinamento das pessoas; 5. Eliminar congestionamentos, gargalos e restrições, bem como reduzir custos e agregar valor ao trabalho, à empresa e ao cliente, sem omitir a satisfação da pessoa que o executa. Fases do Processo de Organização e Reorganização O processo de planejar e organizar o trabalho começa com a definição do método para executá-lo. Acontece que as coisas mudam e o trabalho sofre transformações. Com o passar do tempo o trabalho precisa ser novamente planejado e organizado para adequar-se às mudanças ocorridas, ou seja, precisa ser reorganizado. As principais fases do processo de organizar e reorganizar são: O método constitui a maneira mais simples e imediata de conduzir a empresa no caminho da eficiência. 3 1. Identificação do problema: definição da dificuldade encontrada. Essa fase procura determinar as causas e efeitos do problema ou da dificuldade encontrada; 2. Análise da situação: decomposiçãoe descrição de cada um dos componentes da situação e como eles estão agrupados entre si. Desdobrar o problema nas suas equações principais, para analisar cada uma delas separadamente; 3. Alternativas de solução para o problema: verificação das diversas maneiras de resolver o problema ou dificuldade. Essa fase se preocupa em indicar as possíveis soluções de mudar a situação encontrada; 4. Escolha da solução mais adequada para o problema: é a seleção da alternativa mais indicada para a solução do problema; 5. Implantação da solução: essa fase trata da execução da alternativa escolhida, ou seja, introduzi-la no trabalho. 6. Verificação do resultado: após a implantação, essa é a avaliação da nova situação para saber se o problema ou dificuldade foi removido com a implantação da solução. Muitas vezes a solução é adequada, mas a sua implantação não foi bem realizada e o problema ou dificuldade permanece. Essa fase procura acompanhar os resultados para verificar se o processo de organização ou reorganização foi bem feito e bem conduzido e resolveu o problema. Figura: Fases do processo de organização e reorganização. Fonte: Chiavenato, 2010, p.195. 4 Técnicas de Definição do Método As técnicas para definir o método de trabalho são muito variadas. Em geral, utilizam gráficos que facilitam a visualização e localização de possíveis problemas ou disfunções. Entre os gráficos estão o cronograma e o fluxuograma. Cronograma São gráficos de dupla entrada que relacionam as atividades a serem executadas (linhas horizontais) com o tempo disponível para sua execução (colunas verticais). Quadro: Cronograma de lançamento de um novo produto. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 196 5 Gráfico de Gantt É um tipo de cronograma bastante simples em que a única diferença em relação ao cronograma tradicional é que cada coluna é dividida em quatro subcolunas para representar cada semana de um mês. Quadro: Esquema básico do gráfico de Gantt. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 196. PERT O Program Evaluation Review Technique (PERT) ou técnica de avalição e revisão de programas é um modelo de planejamento operacional utilizado em atividades de produção e projetos de pesquisa e desenvolvimento. O modelo básico de PERT é um sistema lógico baseado em cinco elementos, a saber: 1. A rede básica; 2. Alocação de recursos; 3. Considerações de tempo e de custo; 4. A rede de caminhos; 5. O caminho crítico. 6 O PERT é um modelo operacional que permite um esquema de controle e avaliação de projetos. Com ele pode-se avaliar o progresso feito em comparação com padrões de tempo predeterminados. Embora o PERT não possa impedir erros, atrasos, mudanças ou eventos imprevistos, ele proporciona indicações quanto à ações corretivas imediatas. Figura: Gráfico de PERT sobre construção de uma casa. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 197. Fluxogramas São gráficos que representam o fluxo ou a sequência de atividades ou de rotinas. Tem a vantagem de representar a sequência do processo envolvido, as unidades envolvidas e os responsáveis pela execução. Assim, permite a visualização das atividades centrais e das atividades desnecessárias e verificar se a distribuição do trabalho está balanceada. Existem três tipos de fluxogramas: vertical, horizontal e de blocos. 7 Fluxograma Vertical Recebe também o nome de análise do processo. É impresso em formulário padronizado e pode ser preenchido com facilidade e rapidez. Baseia-se nos símbolos ou convenções universais. Quadro: Símbolos do fluxograma vertical utilizando a convenção universal. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 199-200. É formado por um gráfico onde existem colunas verticais e linhas horizontais. Nas colunas verticais estão os símbolos ou convenções, os funcionários envolvidos na rotina, o espaço percorrido para a execução e o tempo despendido. 8 Quadro: Exemplo de fluxograma vertical. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 200. O fluxograma vertical enfatiza a sequência da rotina e é extremamente útil para a montagem de uma rotina ou procedimento, para ajudar no treinamento do pessoal e para racionalizar o trabalho. Fluxograma Horizontal Neste fluxograma ao invés da sequência se deslocar verticalmente, ela o faz horizontalmente. Ele utiliza os mesmos símbolos e convenções do fluxograma vertical. 9 Quadro: Fluxograma horizontal de uma rotina de compra e recebimento de material. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 201. O fluxograma horizontal enfatiza as pessoas ou órgãos que participam de uma determinada rotina ou procedimento. Fluxograma de Blocos É um fluxograma que representa a rotina por meio de uma sequência de blocos, cada qual com um significado e encadeados entre si. Utiliza um simbologia muito mais rica e variada que os fluxogramas horizontal e vertical e não se restringe à linhas e colunas preestabelecidas no gráfico. 10 Figura: Fluxograma de blocos. Fonte: Chiavenato, 2010, p. 203. Elaboração de Fluxos e Rotinas de Trabalho Consiste em organizar e metodizar o trabalho. Rotina de trabalho é uma sequência de atividades ou tarefas desenvolvidas de maneira reiterada para a realização de um trabalho. Você sabe quais são os passos para lidar com a rotina? 11 O primeiro passo para lidar com as rotinas é a análise do trabalho ou a tradicional descrição e análise de cargos que se traduz em: 1. Descrever e analisar o que a pessoa (ocupante do cargo) faz diariamente, semanalmente, mensalmente e anualmente; 2. Descrever e analisar como a pessoa executa tais atividades, o fluxo ou sequência do seu trabalho; 3. Descrever e analisar os meios a partir dos quais a pessoa executa suas atividades (máquinas, equipamentos, terminais de computador, ferramentas etc.); 4. Descrever e analisar as habilidades, conhecimentos e competências necessárias para a pessoa executar suas atividades; 5. Identificar os requisitos mentais, físicos, as responsabilidades envolvidas e o ambiente físico imediato que circunda o trabalho. O segundo passo consiste em localizar meios para simplificar e racionalizar o trabalho, eliminar duplicações e gargalos, juntar atividades dispersas, melhorar o fluxo, reduzir custos e esforços desnecessários. E o terceiro passo consiste em implantar e implementar atividades devidamente racionalizadas por meio de treinamento e adequação das pessoas envolvidas. A elaboração ou reelaboração de rotinas de trabalho pode ser feita por meio de simulação, em um fluxograma, sendo que a simulação trata de uma representação hipotética de alguma coisa real, permitindo visualizar várias alternativas possíveis de solução e de melhoria dos fluxos de trabalho na empresa. Referências: CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a sistemas, organização e métodos: SO&M. São Paulo: Manole, 2010. ORGANIZAÇÕES, SISTEMAS E MÉTODOS Sabe-se que cada empresa ao longo da sua existência adota e acumula uma variedade de regras e regulamentos, normas de serviços, instruções, ordens e atos oficiais que com o passar do tempo são substituídos, alterados etc. Às vezes o volume de textos é tão grande que as pessoas que trabalham nas empresas não conseguem localizá-los e consultá-los ficando em dúvida sobre como proceder em determinados assuntos e como executar seu trabalho de acordo com as exigências da empresa. Diante desse cenário, surge a necessidade de manuais e normas
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