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FORMAS FARMACÊUTICAS As formas farmacêuticas foram desenvolvidas para facilitar a administração de medicamentos a pacientes de faixas etárias diferentes ou em condições especiais para permitir seu melhor aproveitamento. Uma forma farmacêutica é o estado físico no qual se apresenta um medicamento, pois cada medicamento precisa de um princípio ativo + excipiente/veículo. ➢ A forma farmacêutica permitem uma administração de doses exatas, de forma eficiente e segura, protege o fármaco da desintegração ou perda de atividade, mascara sabor/odor e facilita a administração. As diferentes formas proporcionam efeito sistêmico (resulta da entrada do fármaco na circulação sistêmica e do transporte para o sítio celular. Pode ser administrado diretamente na circulação OU absorvido até chegar nela) ou local (aplicação direta do medicamento no local desejado). Além disso, proporcionam diferentes: velocidades de absorção, tempos para início de ação, concentração máxima do fármaco no sangue e duração da ação do fármaco. Então, para escolher uma forma farmacêutica deve-se levar em consideração qual é o efeito desejado, sendo que isso está totalmente atrelado à via de administração. FORMAS SÓLIDAS Comprimidos: são sólidos, preparados por compressão ou moldagem, contém substâncias ativas com ou sem diluentes (materiais de enchimento usados para preparar os comprimidos com o tamanho e a dureza apropriada), desintegrantes (permite a ruptura ou a desagregação dos componentes - melhora absorção), materiais de revestimento (para passar pelo estômago sem ser digerido e ser absorvido só no intestino, por exemplo), corantes e outros adjuvantes. Vias de aplicação oral ou sublingual. Comprimidos com revestimento entérico: têm características de liberação retardada. São desenvolvidos para passarem intactos através do estômago e alcançarem o intestino. Via oral. Comprimidos com liberação prolongada: desenvolvidos para liberar o fármaco de modo predeterminado, durante um período de tempo prolongado, quando se requer ação duradoura. Há presença de substâncias moduladoras de liberação. VO. São importantes e necessários porque muitos fármacos de liberação imediata possuem uma ação que não é duradoura, o que requer a administração de múltiplas doses diárias para a obtenção do efeito terapêutico, requerendo disciplina do paciente. Comprimidos efervescentes: preparados por compactação de sais efervescentes granulados que liberam dióxido de carbono quando entram em contato com a água. Esse gás favorece a desintegração do fármaco. VO. Drágeas: são revestidas por uma camada de açúcar, hidrossolúvel e se dissolve rapidamente após a ingestão. O drageamento protege o fármaco do meio e fornece uma barreira contra gosto e odor desagradáveis. VO. Cápsulas: a substância ativa e os adjuvantes são encerrados em um invólucro duro ou mole, geralmente de gelatina, que sao rapidamentes desmanchadas no trato gastrointestinal. VO. Pastilhas: são comprimidos bucais ou sublinguais destinados a serem dissolvidos na cavidade bucal para ser absorvido na mucosa oral. Isso ocorre pois o fármaco seria destruído pelo suco gástrico e/ou fracamente absorvido pelo trato gastrointestinal. Vias: bucal, sublingual. Pellets: São comprimidos implantáveis subcutâneos que são lentamente dissolvidos no sítio de implantação. Via subcutânea. Isso faz com que a ação do fármaco seja mais prolongada, ele vai se dissolvendo e sendo absorvido aos poucos. Adesivos: destinados à aplicação na pele, produzindo um efeito sistêmico pela difusão do princípio ativo através da mesma, que libera lentamente o medicamento. Via: cutânea. Supositórios: possuem vários pesos e formas, são destinados a serem introduzidos em um orifício (reto, vagina, uretra), onde amolecem, fundem/dissolvem e liberam o fármaco. Via retal. As cápsulas e os comprimidos apresentam muitas vantagens em relação às formas farmacêuticas líquidas. Eles são muito mais facilmente transportáveis, identificáveis e deglutidos com facilidade. Além disso, transportar comprimidos e cápsulas é muito mais fácil que fazer o transporte de formas farmacêuticas líquidas a uma dose equivalente. Para a administração também não há a necessidade de colheres e a quantidade administrada é muito mais exata. As formas sólidas também apresentam um prazo de validade maior, pois são mais estáveis. FORMAS SEMI-SÓLIDAS Cremes: contém um ou mais agentes medicinais dissolvidos, têm grande quantidade de água na formulação, sendo então de absorção rápida. Via cutânea. Os cremes são considerados como tendo um maior apelo estético, devido ao seu caráter não-graxo, capacidade de evanescer após a aplicação e de absorver várias secreções das lesões cutâneas. Obs: em solução aquosa, os fármacos são absorvidos mais rapidamente do que aqueles administrados em solução oleosa, suspensão ou forma sólida, porque se misturam mais prontamente à fase aquosa no local da absorção. Pomadas: destinadas a aplicação na pele ou membranas mucosas, podendo conter substâncias medicamentosas ou não. É geralmente inserida numa base oleosa. Vias: cutânea, mucosas. Géis: consistem em dispersões de pequenas ou grandes moléculas em veículo aquoso com consistência de gel. Também utilizados para reduzir a oleosidade da pele. VC FORMAS FLUIDAS Soluções aquosas e estéreis: contém uma ou mais substâncias dissolvidas em um solvente miscível (homogêneo). São colírios e medicamentos injetáveis. Não devem conter nenhum tipo de substância estranha e nem estarem turvas. VO, VR, intravenosa, intramuscular, subcutânea, intradérmica, mucosas… Suspensões: preparações onde o fármaco encontra-se finamente dividido em um veículo adequado e geralmente aquoso. São úteis para administração de uma grande quantidade de fármaco em estado sólido. VO, intramuscular, subcutânea… Podem ser vantajosas em relação às soluções, pois alguns fármacos apresentam maior estabilidade química quando em suspensão. Além disso, fármacos não dissolvidos em suspensão podem ter seu gosto mascarado, o que não acontece quando dissolvido em uma solução. Xaropes: preparações aquosas concentradas de açúcar ou um substituto, com ou sem adição de fármacos. VO. São usadas principalmente para substâncias com sabor muito desagradável e também para pacientes que têm dificuldade de ingerir comprimidos (crianças e idosos). Elixires: soluções constituídas de veículo hidroalcoólico edulcorado, mais fluidos que a água. VO. Aerossóis: formas pressurizadas que, quando acionadas, emitem uma fina dispersão de materiais líquidos e/ou sólidos contendo uma ou mais substâncias ativa em meio gasoso. Via inalatória. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS Está totalmente associada com a absorção do fármaco. Importante diferenciar as administrações enterais (vias digestivas - oral e retal) e parenterais (vias injetáveis). Há também as vias tópicas (sublingual, mucosas…) VIA ORAL: Há a facilidade para aplicação pelos proprietários, é método mais comum, seguro (mais fácil de reverter em caso de sobredosagem), econômico. Tem desvantagens a absorção ilimitada de algumas drogas, irritação à mucosa gastrintestinal, destruição das drogas por enzimas, irregularidades na absorção, há necessidade de cooperação do paciente (precisa estar alerta etc)... muitas influências. Esta via depende do fluxo sangüíneo, estado físico da droga (se tem cápsula, por ex), motilidade GI (em excesso pode diminuir a absorção do fármaco) e alimentos (ex. tetraciclinas interagem com o cálcio inativando a droga), drogas ácidas ou básicas. Via oral em ruminantes: pode ser complicado em uma absorção sistêmica, pois há muita diluição do fármaco devido a passagem dele pelos compartimentos, além do período de latência maior (período entre a administração do fármaco e fazer efeito) causado pelos processos digestivos (ruminação, regurgitação...sãolentos), pode ocorrer inativação (pela diferença de pH) e pKa no interior do rúmen. Em bezerros é diferente, pois até o fechamento da goteira esofágica, ele comporta-se como um monogástrico (vai direto pro omaso). Via oral (V.O) e Efeito de Primeira Passagem: é também chamada de eliminação pré sistêmica - EPS, onde o fármaco pega o sistema digestório e pode pegar um atalho pelo sistema porta, chega direto no fígado e é eliminado. Ou seja, parte do fármaco da via oral pode ser inativado antes mesmo de chegar na circulação sistêmica, por isso a dose V.O. de alguns fármacos acaba sendo maior que a dose injetável. ➢ Termo usado para o metabolismo hepático de uma droga que foi absorvida pelo intestino e levada ao fígado pela circ portal. Este efeito ocorre principalmente quando uma droga é administrada por V.O Via sublingual: alguns livros defendem que esta via é enteral, pois a boca faz parte do sistema digestório. Porém, o tipo de absorção na via sublingual ocorre de maneira diferente, não tem efeito sistêmico, não deve ser deglutido e etc. A absorção se dá pela mucosa e cai na circulação sistêmica rapidamente por estar muito próxima à veia cava. Funciona apenas para fármacos que possuem dose pequena. Raro na vet. Via retal: comum em pacientes inconscientes, com emese, colite ulcerativa, convulsões e enema. Sofre menor EPS, parte vai à veia cava inferior e parte à veia porta (50% comparado com a v.o), porém a absorção ocorre de forma irregular. São utilizados supositórios. Via intra ruminal: é uma administração direta no rúmen, através de fístula na fossa paralombar esquerda. Mais utilizada para administrar vermífugos. INJEÇÃO PARENTERAL: essencial para a droga ser liberada na sua forma ativa em seu sítio de ação (drogas que não permitem via oral). A disponibilidade geralmente é mais rápida, extensiva e previsível. A dose efetiva é administrada com mais acurácia e pode ser usada em pacientes de emergência, inconscientes ou vomitando. Porém, exige manutenção de assepsia constante e técnica, além de causar dor na injeção. São utilizadas agulhas (comprimento e calibre varia para adequar-se a situação - ex: 30 x 7, sendo 30 o comprimento e 7 a largura da agulha), seringas (1-20mL) e medicamentos esterilizados seguindo técnicas padronizadas. Via intravenosa: absorção depende da concentração e solubilidade em água. Em geral, tem efeito imediato (superdosagem relativa - considera-se que 100% do medicamento foi absorvido), aceita drogas irritantes, permite infusões contínuas para que possa ser diluído ou dosado continuamente, exige habilidade (normalmente deve ser injetada lentamente), não permite drogas hemolíticas ou oleosas (pode formar trombos), porém há exceção para emulsões, como propofol. Há risco de embolias. Via intramuscular: depende do fluxo sanguíneo da musculatura (alguns grupamentos musculares são melhores), aceita algumas drogas irritantes, suspensões e soluções oleosas (usadas com cautela), exige técnica, provoca dor muscular, muito utilizada devido a sua absorção rápida. O músculo escolhido deve ser bem desenvolvido, ter facilidade de acesso, não possuir vasos de grande calibre, não ter nervos superficiais em seu trajeto. Via subcutânea: bastante utilizada na veterinária, não permite drogas irritantes, pode causar lesões. Sua absorção não é tão boa, pois depende dos vasos sanguíneos existentes no espaço subcutâneo (absorção irregular). Pode ser usada em suspensões e pellets (vias de depósito). Deve-se usar uma certa angulação para aplicar e uma agulha menor, enquanto numa intramuscular uma maior. Via intra-raquidiana/intratecal: é utilizada para anestesia regional, tratamento de meningite e contraste radiográfico. Existem 2 tipos: subaracnoidea (limitada pela aracnoide e pia máter) e epidural (entre a dura máter e parede do canal raquidiano). Via intraperitoneal: utilizada bastante em laboratório, inclusive em animais pequenos é preferível à intravenosa. O peritônio tem pequenos vasos, os capilares do mesentério e estes fornecem absorção. Além disso, permite grandes volumes, mas dependendo pode possuir riscos de peritonite e aderência. Via intra-óssea (intramedular): usada em algumas regiões dos ossos longos, mais utilizada com soluções para fluidoterapia pela sua velocidade (ótima) e pode causar osteomielite e abcessos. Via intra-arterial: usada principalmente para fins diagnósticos, Usada pra contrastes, agentes radioisótopos e agentes antineoplásicos. Tende a reduzir efeitos sistêmicos. No dia a dia mais usada para coletar sangue. Via intracardíaca: usada em casos de emergência e eutanásia no animal anestesiado ou comatoso. Via intrapleural: pode ser utilizada em alguns casos de toracocenteses, casos de eutanásia. Via intra-articular: em tratamentos de artrites e artroses, principalmente em equinos. Tem efeito localizado. Via das mucosas: orofaringeana, conjuntival, nasofaringeana, vaginal, uretral… Tem absorção rápida e local (ex: efedrina como descongestionante nasal) ou sistêmica (ocitocina p induzir contrações uterinas e secreção de leite). - Via conjuntival: depende da integridade da córnea para ter um efeito local. O uso tópico geralmente atinge pálpebras, superfície ocular e segmento anterior. - Via pulmonar: os alvéolos dão grande superfície de absorção para gases, drogas voláteis e aerossóis, mas há maior dificuldade de regular a dose (ambiente hospitalar usa controladamente, como anestésicos). É uma via para drogas de abuso (cocaína), pode promover algumas reações alérgicas dependendo do medicamento e é usada pra inalação de broncodilatadores. A inalação tem um rápido início de ação devido ao rápido acesso a circulação (devido a grande superfície, finas membranas separam os alvéolos da circulação e alto fluxo sanguíneo). Usada para substâncias menores, pois as maiores ficam retidas. Via cutânea: via tópica na pele íntegra, absorção proporcional à área da pele íntegra e à lipossolubilidade (lipossolúveis passam mais facilmente). - Vias exclusivas de uso na veterinária: Pour on e spot on (como antipulgas no pescoço). Via intradérmica: para testes alérgicos, usada para pequenos volumes. Via transdérmica: usada para reposição hormonal com implantes. Via intramamária: bem utilizada para tratamento local, como em infecções (ex: mastite). Beneficia-se do confinamento de íons, pois um teto inflamado terá um pH acidificado e os fármacos com pH básico agem localmente, não havendo absorção sistêmica. Vias oftálmicas: existe uma barreira hemato-ocular onde é reduzida em inflamação. Pode ser feita subconjuntival, intracameral, retrobulbar...
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