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FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL

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Fontes do direito internacional público
Os Tratados
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OS TRATADOS
Tratado significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica. Convenção de Viena, art. 2º, § 1º, a.
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No Brasil, a Convenção de Viena foi ratificada, tendo sido aprovada pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo 496, de 17/07/2009.
OS TRATADOS
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Importante:
a)Tem que existir a convergência de vontades dos atores;
b) O conteúdo é estabelecido pelos próprios Estados ou organizações internacionais;
c) Devem obedecer aos procedimentos e exigências formais estabelecidos na prática internacional;
d) Não podem violar as normas do jus cogens, os princípios gerais do Direito e do Direito Internacional
OS TRATADOS
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Importante:
f) Podem adotar várias denominações (convenção, acordo, pacto, protocolo);
g)Tem por finalidade gerar efeitos jurídicos, seja criando, modificando ou extinguindo direitos e obrigações. Possibilitam sanções por seu descumprimento;
h) Aufere maior legitimidade e torna o Direito das Gentes mais democrático e representativo dos anseios da sociedade internacional.
OS TRATADOS
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TERMINOLOGIA: ESPÉCIES DE TRATADOS
TRATADO: aplicável a compromissos de caráter mais solene e de maior importância política;
DECLARAÇÃO: cria princípios gerais, mas não gera compromissos para os sujeitos de direito internacional. Ex: Declaração do Rio de Janeiro sobre Florestas.
ATO: é um tratado que cria regras de direito, sem produzir efeitos jurídicos obrigatórios;
CARTA: pode ser um tratado solene, que cria uma Organização Internacional. 
OS TRATADOS
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OS TRATADOS
e) ESTATUTO: também define tratados que cria Organizações Internacionais, estabelecem suas normas gerais, critérios de funcionamento, similar aos estatutos que criam as pessoas jurídicas de direito interno. Ex: Estatuto da Corte Internacional de Justiça.
f) ACORDO: mais comum para tratados de cunho econômico, financeiro, comercial ou cultural. Ex: Acordos constitutivos da Organização Mundial do Comércio, Acordos de Renegociação da Dívida Externa com o Fundo Monetário Internacional;
g) CONCORDATA: tratados de cunho religioso, entre Estado ou mesmo entre Estado e a Santa Sé;
h) COMPROMISSO: tratado pelo qual os sujeitos de direito internacional se submetem a um foro arbitral;
i) CONVÊNIO: Tratado em matéria cultural ou de transporte;
j) CONTRATO: tratado entre Estados.
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OS TRATADOS
1) CONVENÇÃO: tem caráter mais amplo, cria normas gerais. As Convenções são reguladas por tratados mais específicos e refletem um primeiro passo no processo de negociação. 
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OS TRATADOS
2) PROTOCOLO: é um tratado que regula outro mais geral ou que altera determinado ponto de um tratado anterior. Apenas pode ratificar o protocolo quem ratificou o tratado mais genérico. Ex: Protocolo de Cartagena sobre o Comércio de Organismos Vivos Modificados.
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OS TRATADOS
3) TROCA DE NOTAS: São tratados de natureza administrativa que cuidam de procedimentos burocráticos adotados entre os dois Estados, normalmente inseridos
Gentlemen’s agreement ou arrangements (francês): acordos selados entre chefes de Estado ou entre outras pessoas que ocupam cargos importantes no governo do Estado 
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CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS:
Número de partes:
Bilaterais: celebrados por duas partes
Multilaterais: três ou mais partes
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CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS
2) Procedimento de conclusão
(mais ou menos etapas de elaboração, maior ou menor complexidade no processo de apuração)
 a) forma solene: é a mais comum, há várias etapas de verificação da vontade do Estado.
b) Forma simplificada: menos etapas de expressão do consentimento; requerem normalmente apenas a participação do Poder Executivo em seu processo de conclusão;h
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CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS
3) Execução
Transitórios: executados ou de efeitos limitados – criam situações que perduram no tempo, cuja realização é imediata;
Permanentes: executórios ou de efeitos sucessivos – são aqueles cuja execução se consuma durante o período em que estão em vigor. Ex: Tratados de Direitos Humanos
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CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS
4)Natureza das normas
Tratados-contrato: a exemplo contratual, criam prestações, concessões e contrapartidas e, geralmente, tentam conciliar os interesses entre as partes
Tratados-lei: estabelecem normas gerais de Direito Internacional
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CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS
5) Efeitos
Efeitos restritos às partes signatárias: são a regra no Direito das Gentes;
Geram consequências jurídicas a entes que não participaram de seu processo de conclusão: Ex – Carta das Nações Unidas
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CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS
6) Possibilidade de adesão
Abertos: permitem a adesão posterior de Estados que não participaram de sua conclusão. Ex: tratados do Mercosul
Fechados: não permitem adesão posterior. Ex: ACTA
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Marco Inicial: Congresso de Viena, 1815
Ato dos soberanos – Instituto da ratificação
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CONDIÇÕES DE VALIDADE 
A) Capacidade das partes;
B) Habilitação de seus agentes
C) Objeto lícito e possível
D) Consentimento regular 
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CONDIÇÕES DE VALIDADE 
A) Capacidade das partes;
	Podem concluir tratados apenas os Estados e as organizações internacionais e outros sujeitos de Direito Internacional.
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ESTADOS
- O ente soberano dotado de um território, de um povo e de um poder soberano e que é sujeito de Direito Internacional;
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ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
A Convenção de Viena reconhece a capacidade contratual autônoma dos organismos dotados de personalidade jurídica de Direito Internacional.
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Acordos externos de interesse dos Estados-Membros, do Distrito Federal e dos Municípios
Compete à União Federal “manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais” e, portanto, concluir o acordo que atenda a seu pleito. (art. 21, I, CR)
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CONDIÇÕES DE VALIDADE 
B) Habilitação dos agentes
 O agente encarregado de representar o Estado deve possuir o poder de celebrar tratados;
1) O Chefe de Estado, o Chefe de Governo e o Ministro das Relações Exteriores, para todos os atos relativos à conclusão de um tratado;
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CONDIÇÕES DE VALIDADE 
B) Habilitação dos agentes
2) Os Chefes de missão diplomática (Embaixadores), para a adoção do texto de um tratado entre o Estado acreditante e o Estado junto ao qual estão acreditados;
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CONDIÇÕES DE VALIDADE 
B) Habilitação dos agentes
 3) Os Chefes de missões permanentes junto a organismos internacionais para a adoção do texto de um tratado entre o Estado que representa essa organização;
4) Os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ou organização internacional ou um de seus órgãos, para a doção do texto de um tratado em tal conferência, organização ou órgão;
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OBS: Outras pessoas poderão celebrar tratados em nome do Estado, desde que sejam investidas de poderes para tal, feita por meio de Carta de Plenos Poderes, firmada pelo Presidente da República e referendada pelo Ministro das Relações Exteriores;
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A carta de plenos poderes é o documento pelo qual o Estado ou Organização Internacional concede poderes de representação ao chefe da missão diplomática para uma determinada negociação.
Em geral, a carta é assinada pelo Ministro de Estado das Relações Exteriores
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A Convenção de Viena estabelece três regras, dispondo o seguinte:
Os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros de Relações Exteriores estão dispensados da apresentação dos plenos poderes para todos os atos relativos à CONCLUSÃO de um tratado;
Os Chefes de Missão Diplomática (os embaixadores ou os encarregados
de negócios) estão dispensados da apresentação dos plenos poderes apenas para a adoção do texto de um tratado (subentendendo-se também as negociações anteriores)
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A Convenção de Viena estabelece três regras, dispondo o seguinte:
c) Os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ou organização internacional ou em um de seus órgãos, para a adoção do texto de um tratado em tal conferência, organização ou órgão;
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OBS: O Presidente da República, na prática brasileira atual, quando expede uma CARTA DE PLENOS PODERES, já faz saber ao governo estrangeiro ou à organização internacional sede da celebração do tratado, que aquele seu plenipotenciário, que ali está na condição de representante do governo brasileiro, terá plenos poderes para adotar e assinar o tratado internacional em questão, condicionada a sua validade ao posterior referendum do Congresso Nacional e à ratificação do próprio Presidente da República;
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CONDIÇÕES DE VALIDADE 
C) Objeto lícito e possível
Não podem violar normas do jus cogens;
Não devem se chocar com regras universais;
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CONDIÇÕES DE VALIDADE 
D) Consentimento regular
 - Os tratados não serão válidos sem o consentimento dos signatários;
- Vícios: erro, dolo, coação, corrupção do representante do Estado
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Erro
O erro deve atingir a essência do assunto que o ato internacional pretende regular;.
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Dolo
Informação distorcida por manobra que induza outro signatário.
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Coação
Emprego da força, de ameaças e imposições contra os negociadores.
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PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS TRATADOS
O Acordo não será válido se não forem regularmente cumpridas as etapas necessárias para a sua preparação e só gerará efeitos para o Estado ou para a organização internacional que participar de todas essas fases.
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PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS TRATADOS
NEGOCIAÇÃO:
 As partes discutem e estabelecem os termos do ato internacional. Pode levar anos.
As negociações são geralmente feitas por funcionários que tenham plenos poderes para representar o Estado.
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As negociações preliminares
Tratados bilaterais: envio de nota diplomática; (a negociação dos tratados bilaterais é usualmente estabelecida entre a chancelaria e a missão diplomática acreditada no país e, na falta de representação diplomática, é normalmente enviada a uma delegação ou missão especial ad hoc incumbida de negociar)
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As negociações preliminares
Tratados multilaterais: tem normalmente lugar no seio de uma organização internacional ou em uma conferência internacional ad hoc (especialmente convocada para a discussão e elaboração de um ou mais tratados)
As negociações – na organização internacional ou na sede da conferência internacional ad hoc respectiva – terão início com base num texto de tratado previamente preparado, em forma de projeto, que servirá de base às conversações, nada impedindo que o texto final do tratado aprovado em nada se assemelhe ao texto do projeto utilizado como termo a quo das discussões;
Paradiplomacia: é o exercício da diplomacia por órgãos a priori, não competentes, dando origem a acordos internacionais. 
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PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS TRATADOS
b) ASSINATURA:
 Os negociadores encerram as negociações e expressam sua concordância com o teor do ato internacional.
Efeitos: expressão da concordância, adoção e autenticação do texto e o encaminhamento para ratificação.
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A adoção chancela a redação definitiva do tratado internacional, nada mais;
SÃO DUAS AS REGRAS PARA A ADOÇÃO DO TEXTO CONVENCIONAL, QUAIS SEJAM:
Tal adoção efetua-se pelo consentimento de todos os Estados que participam da sua elaboração, ou;
Quando a adoção tiver lugar em uma conferência internacional, efetua-se pela maioria de dois terços dos Estados presentes e votantes, salvo se esses Estados, pela mesma maioria decidirem aplicar uma regra diversa;
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Autenticação:
Tem caráter meramente protocolar; 
Art. 10. Autenticação do texto. O texto de um tratado é considerado autêntico e definitivno:
Mediante o processo previsto no texto ou acordado pelos Estados que participam da sua elaboração;
Na ausência de tal processo, pela assinatura, assinatura ad referendum ou rubrica, pelos representantes desses Estados, do texto do tratado ou da Ata Final da Conferência que incorporar o referido texto.
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PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS TRATADOS
c) RATIFICAÇÃO:
É a aceitação definitiva do acordo.
No Brasil, a ratificação é ato privativo do Presidente da República, competente para ‘manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos’ e para celebrar tratados a referendo do C. Nacional.
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PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS TRATADOS
c) RATIFICAÇÃO:
	No Brasil, a ratificação é ato privativo do Presidente da República, competente para ‘manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos’ e para celebrar tratados a referendo do C. Nacional.
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PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS TRATADOS
c) RATIFICAÇÃO:
	
A ratificação permite resguardar um ente estatal contra mudanças na ordem internacional que possam tornar desinteressante um acordo para o Estado.
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PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS TRATADOS
c) RATIFICAÇÃO: (Participação do Presidente da República e do Congresso Nacional)
	
Possibilidade 1
Se o Congresso não autoriza a ratificação
Presidente não pode ratificar
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PROCESSO DE ELABORAÇÃO DOS TRATADOS
c) RATIFICAÇÃO: (Participação do Presidente da República e do Congresso Nacional)
	
Possibilidade 2
Se o Congresso autoriza a ratificação
Presidente pode ou não ratificar
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ENTRADA EM VIGOR NO ÂMBITO INTERNACIONAL
A ratificação é em geral necessária para que o compromisso vincule o Estado.
Tratados bilaterais: a entrada vai depender de que ambas as partes ratifiquem o ato e troquem informações a respeito entre si, por meio da notificação da ratificação e a troca dos instrumentos de ratificação
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ENTRADA EM VIGOR NO ÂMBITO INTERNACIONAL
NOTIFICAÇÃO DA RATIFICAÇÃO
Quando as duas partes houverem notificado as respectivas ratificações uma à outra, o ato internacional fica pronto para entrar em vigor. 
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ENTRADA EM VIGOR NO ÂMBITO INTERNACIONAL
2) TROCA DOS INSTRUMENTOS DE RATIFICAÇÃO
Os representantes dos dois signatários intercambiam os documentos que comprovam as ratificações.
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ENTRADA EM VIGOR NO ÂMBITO INTERNACIONAL
Para os tratados multilaterais, tem-se a figura do depositário, que é um Estado ou organização internacional que receberá e guardará os instrumentos de ratificação.
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ENTRADA EM VIGOR DE UM TRATADO MULTILATERAL PARA O BRASIL
Registro e Publicidade:
	Todo tratado concluído por qualquer um de seus Estados-membros deverá ser registrado e publicado pelo Secretariado-Geral da Organização.
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ENTRADA EM VIGOR DE UM TRATADO MULTILATERAL PARA O BRASIL
O registro contribui para a consolidação das normas de Direito Internacional
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EFEITOS DOS TRATADOS SOBRE AS PARTES E SOBRE TERCEIROS
Alguns efeitos:
Irretroatividade;
Princípio da boa-fé ;
Normas do tratado não de aplicam a terceiros, salvo, em geral, com o consentimento deste
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Aplicabilidade do tratado no universo jurídico
Vigência:
1. contemporânea
2. diferida
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1. Caracteriza-se quando o ato entra em vigor tão logo seja manifestado o consentimento definitivo das duas partes, nos atos bilaterais, ou de um mínimo de signatários, nos multilaterais. (contemporânea)
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2. Configura-se quando os textos dos tratados estipulam um prazo para sua entrada em vigor após a expressão final da vontade dos signatários. (diferida)
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INTERPRETAÇÃO DOS TRATADOS
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INTERPRETAÇÃO DOS TRATADOS
Principal critério: boa-fé
Orientação pelo sentido comum atribuível aos termos do acordo em seu
contexto e à luz do objetivo que foi buscado pelos signatários;
Pode levar em conta outros tratados e demais regras do Direito Internacional, a prática dos signatários, circunstâncias de conclusão do acordo, trabalhos preparatórios.
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OBS: Todas as versões autênticas do ato, ,ainda que em língua diversa da dos Estados envolvidos, tem fé e são iguais entre si.
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ADESÃO
A adesão pode envolver negociações;
Assinatura de um instrumento de adesão
ratificação

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