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Introdução ao Direito II - UNIPÊ

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UNIPÊ – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
Prof: Leopoldo Viana
IED – INTRODUÇÃO AO DIREITO II
João Pessoa 
Paraíba –PB – Brasil 
2012
INDICE
UNIDADE I
LEI – CONCEITO	5
DIVISÃO	5
Quanto às fontes:	6
Quanto ao sentido	6
Quanto ao conteúdo	6
Quanto à abrangência	6
LEIS DE ORDEM PÚBLICA OU ORDEM COGENTE	6
LEIS NO SENTIDO TÉCNICO – JURÍDICO	6
NATUREZA IMPERATIVA	6
PROCESSO LEGISLATIVO	7
INÍCIO DA VIGÊNCIA – EXCEÇÕES	7
A VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA NO ESPAÇO	7
EMENDAS À CONSTITUIÇÃO	8
LEIS COMPLEMENTARES	8
LEIS ORDINÁRIAS	9
Diferença Entre Lei Complementar E Lei Ordinária	9
LEIS DELEGADAS	9
MEDIDAS PROVISÓRIAS	9
DECRETOS LEGISLATIVOS	11
RESOLUÇÕES	11
OBRIGATORIEDADE E APLICAÇÃO DA LEI	11
Origem	11
Distinção	11
HIERARQUIA E CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS	11
Hierarquia Das Leis.	11
Constitucionalidade Das Leis	11
Requisitos Formais	12
Requisitos Materiais ou Substanciais	12
Espécies de Controle de Constitucionalidade	12
UNIDADE II
EFICÁCIA DA LEI NO TEMPO	13
REVOGAÇÃO DA LEI	13
IRRETROATIVIDADE DA LEI	14
AS TEORIAS	14
ULTRATIVIDADE DA LEI ANTERIOR	14
RETROATIVIDADE EM MATÉRIA PENAL	15
RECEPÇÃO DA LEI	15
PRINCÍPIOS REGULADORES	15
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO	16
Conceito	16
Objeto	16
Natureza De Suas Normas 	16
Princípio Regulador  	16
Doutrina Da Extraterritorialidade E Estatuto Pessoal	16
Direitos Assegurados No Brasil	17
Lex Domicilii	17
Materialização	17
Restrições Legais    	17
UNIDADE III
SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO	18
Início Da Personalidade Natural 	18
Fim Da Personalidade 	18
Nome	18
Capacidade	18
Relações De Paternidade, Maternidade E Filiação.	18
"Lex Loci Celebrationis" E Casamento	19
Impedimentos	19
Domicílios Comuns Ou Diferentes – Invalidade	20
UNIDADE IV:
HERMENÊUTICA, INTERPRETAÇÃO DA LEI E A INTEGRAÇÃO DA NORMA JURÍDICA.
A INTERPRETAÇÃO JURÍDICA (HERMENÊUTICA)	21
Interpretação Jurídica	21
Hermenêutica	21
"In Claris Cessat Interpretatio"	21
"Mens Legis" Ou "Mens Legislatoris" 	21
Métodos De Interpretação	21
Espécies De Interpretação	22
AS LACUNAS DA NORMA JURÍDICA E OS MEIOS DE INTEGRAÇÃO	22
A Completude Do Sistema Jurídico	22
Os Meios De Integração	23
Analogia 	23
Costume Jurídico	24
Princípios Gerais Do Direito	25
Equidade	25
Doutrina	26
Jurisprudência	26
UNIDADE V:
EXPERIÊNCIA JURÍDICA E DIREITO OBJETIVO
ESTRUTURAS SOCIAIS E MODELOS JURÍDICOS	27
Estruturas sociais  	27
Modelos jurídicos  	27
Espécies de Modelos Jurídicos	27
O DIREITO OBJETIVO E O ESTADO	28
Direito Objetivo	28
O direito positivo 	28
ORDENAMENTO JURÍDICO	28
VALIDADE	28
UNIDADE VI
NEGÓCIO JURÍDICO E ATOS JURÍDICOS	28
Conceitos	28
Ato Jurídico	28
Fato Jurídico	28
Negócio Jurídico	28
Plano De Existência	29
Plano De Validade	29
Plano De Eficácia	29
Atos Jurídicos Ilícitos São Indenizáveis	29
Erro	30
Dolo	30
Coação	30
Estado de Perigo	30
Lesão	30
Fraude contra credores	30
Simulação	30
Atos Nulos, Anuláveis e Inexistentes.	31
Unidade VII
RELAÇÃO JURÍDICA	32
Noção	32
Elementos	32
Um Sujeito ativo	32
Um Sujeito passivo	32
Um Vínculo de atributividade, e	32
Objeto.	32
Unidade VIII
SUJEITO DE DIREITO E PERSONALIDADE JURÍDICA	33
CAPACIDADE CIVIL	34
PESSOA JURÍDICA	34
PJ de direito público externo	34
PJ direito Público Interno	34
PJ de direito privado	34
Início da Personalidade Jurídica 	35
Término ou Extinção da Personalidade Jurídica 	35
A Quase Pessoa Jurídica	35
	
Unidade IX
SITUAÇÕES SUBJETIVAS E DIREITO SUBJETIVO	35
Noção de Direito Subjetivo	35
Direito e Vontade	36
Direito e Interesse	36
A teoria Eclética	37
A Solução de Del Vecchio	37
Direito Subjetivo Como Norma e Como Fato	37
Os Direitos Subjetivos Públicos na Constituição Federal 	38
Direito Subjetivo Privado	38
Direitos Subjetivos Públicos	39
Unidade X
DIVISÃO DO DIREITO	40
Direito Público e Direito Privado	40
Direito Interno e Internacional	41
Direito Constitucional	41
Direito Administrativo	42
Direito Processual	42
Direito Penal	44
Direito Internacional Público	47
Direito Internacional Privado	47
Direito Trabalho	48
Direito Financeiro e Direito Tributário	50
Unidade XI
DIVISÃO DO DIREITO (II)	50
Direito Civil	50
Princípios basilares	52
Casamento, Família E Propriedade	53
Casamento	53
Família	54
Propriedade	54
Direito Comercial	56
Outro Ramos	57
OS DIREITOS “NOVOS”	57
Direito Ambiental	57
Direito da Infância e Juventude	58
Direito do Consumidor	60
Direitos básicos do consumidor	61
ANEXO -1	62
ART.5º da Constituição Federal	
ANEXO -2	75
Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINDB)
ANEXO -3	82
LOMAN – Lei Complementar 35 de 14 de março de 1979 –(magistratura)
IED – INTRODUÇÃO AO DIREITO II
UNIDADE I
LEI:
CONCEITO : é uma norma geral, escrita, que obedece a um processo peculiar de elaboração, proveniente de entidade competente.
Elementos conceituais
Generalidade - (elemento material, valor) a lei prevê uma situação para uma universalidade de pessoas, não se dirige a alguém isoladamente (há exceções, e mesmo nelas, há universalidade), assim, é atingido pela conseqüência (efeitos) quem quer que se enquadre na hipótese prevista.
Processo de elaboração - (elemento formal, meio) elaborada de acordo com o processo constitucional.
Caráter escrito - (elemento formal)
Entidade da qual provém (elemento formal) - Poder Legislativo
OBS: qualquer regra jurídica sem um desses elementos não é lei.
"Lato Sensu" - norma escrita de direito, promulgada pelo Poder Público, compreende: lei, decreto e regulamento.
"Stricto Sensu" - norma escrita de direito, aprovada pelo Poder Legislativo e sancionada pelo Poder Executivo.
Exceção: Leis Individualizadas
as que concedem permissão para uma atividade
as que outorgam isenção tributária para pessoa determinada
DIVISÃO
Quanto às fontes:
Originárias - Poder constituinte Originário;
Derivadas - São limitadas umas pelas outras
Lei(imediata): principal das fontes.
Costume
Jurisprudência
Doutrina
(OBS: Mediatas - consultadas na ausência da regra legal, servem para suprir as omissões da lei. A citada consulta às fontes do direito deve ser sistemática e progressiva. Só podemos passar à segunda, quando exaurida a primeira, e assim por diante).
Quanto ao sentido:
Em sentido material – atributo da generalidade (CC)
Em sentido formal - não tem o atributo da generalidade, isto é, o elemento material. (CPC)
Quanto ao conteúdo:
Substanciais ou materiais - normas de conduta social que definem os direitos e deveres das pessoas, em suas relações de vida. (CC, CP,)
Formais - normas que definem os procedimentos a serem cumpridos no andamento das questões forenses. (CPC, CPP)
OBS: Institutos Unos - Reúnem normas materiais e formais. (CLT, CCON, ECA)
Quanto à abrangência:
a)	Norma Geral - quando aborda todo o ramo específico do Direito (Código Civil)
b)	Norma Especial - quando se atém a setor especializado dentro de certo ramo (lei do inquilinato)
LEIS DE ORDEM PÚBLICA OU ORDEM COGENTE
Disciplina os fatos de maior relevo ao bem-estar social
Prevalece independentemente da vontade das pessoas
Exemplo: Cogente: das Nulidades dos atos jurídicos; Das Desapropriações.
Constituem Leis de Ordem Pública
Família, Direitos Personalíssimos, Capacidade das pessoas, Prescrição, Nulidade de Atos, Normas Constitucionais, administrativas, penais, processuais, do trabalho, previdência e acidente do trabalho.
LEI NO SENTIDO TÉCNICO - JURÍDICO – Quando a norma escrita é constitutiva de direito, ou melhor, quando ela introduz algo de novo com caráter obrigatório no sistema jurídico em vigor.
NATUREZA IMPERATIVA
Regra - a norma jurídica é sempre imperativo-atributiva, porém, às vezes, a lei exprime apenas uma de suas dimensões, deixando a outra subentendida.
Exemplos:
O proprietário poderá levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver (expressa).
Ninguém pode impedir que o proprietário levante.... (subentendida)
O mandatário pode renunciar ao mandato (expressa)Todos são obrigados a consentir que o mandatário.... (subentendida)
PROCESSO LEGISLATIVO - Elaboração da Lei
Iniciativa da lei
Exame pelas comissões técnicas
Discussão e aprovação
Revisão do Projeto
Sanção
Espécies: Tácita e Expressa
Promulgação
Declaração formal da lei
Ordinariamente, ato do chefe do executivo.
Extraordinariamente, ato do presidente do Senado ou do vice-presidente do Senado.
Publicação
OBS: "Vacatio Legis" - tempo que medeia entre a publicação e o início da vigência
INÍCIO DA VIGÊNCIA – EXCEÇÕES
Nos Estado Estrangeiros: três meses após publicada oficialmente(art. 1º , parágrafo 1º da LINDB)
Nas Normas jurídicas de Natureza Tributária:
b.1) Norma Jurídica que institui ou aumenta tributos - somente pode ter vigência no exercício financeiro seguinte àquele em que tenha sido publicada, ou seja, em 1º de janeiro do ano seguinte ao da publicação (CF, art. 150, III, b);
b.2) EXCEÇÃO: 153, I, II, IV e V / 154, II da CF.
OBS: a norma geral não revoga a especial e vice-versa
Normas Jurídicas que não podem ser revogadas - são as inseridas na Constituição Federal como "cláusulas pétreas", isto é, que são definitivas (parágrafo 4º do art. 60).
A VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA NO ESPAÇO - o campo de abrangência é limitado por espaços territoriais, incluindo:
águas territoriais
ilhas
aviões
navios
embarcações nacionais
áreas das embaixadas
consulado
subsolo
atmosfera
Obs.: essa delimitação é conhecida como “princípio da territorialidade", o Brasil adota o "princípio da territorialidade moderada"(arts. 2º, 8 LINDB).
Em relação ao começo e fim da personalidade, à capacidade das pessoas, aos direitos de família e à sucessão (direitos hereditários), aplicam-se as normas do país em que a pessoa envolvida for domiciliada.
OBS: No caso da sucessão hereditária, vale o domicílio do falecido ou do desaparecido (sucessão por ausência) arts. 7º e 10 da LINDB.
Competência da autoridade brasileira (art. 12 LINDB)
Norma Jurídica Estrangeira, sentença ou ato jurídico não terá eficácia no Brasil seofender a soberania nacional, a ordem pública interna e os bons costumes nacionais (art. 17 LINDB)
EMENDAS À CONSTITUIÇÃO
Art. 60 CF. A constituição federal poderá ser emendada mediante proposta:
De um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado federal;
Do Presidente da República;
De mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros;
Obs: 1 – A constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio.
Obs: 2- A proposta será discutida e votada em cada casa do congresso nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
Obs: 3 - A emenda à Constituição será promulgada pelas mesas da câmara dos deputados e do senado federal, com o respectivo número de ordem.
Obs: 4 – Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (cláusulas pétreas):
a forma federativa de estado
o voto direito, secreto, universal e periódico
a separação dos Poderes
os direitos e garantias individuais.
Obs: 5 – A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
LEIS COMPLEMENTARES
Art. 61 da CF . Sua iniciativa cabe a qualquer membro ou comissão da câmara dos deputados, do senado federal ou do congresso nacional, ao presidente da república, ao supremo tribunal federal, aos tribunais superiores, ao procurador-geral da república e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos na constituição.
Obs 1: Vide parágrafos 1o e 2o do art. supracitado:
Obs 2: As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta (art. 69 CF) e só podem ter por objeto conteúdo de reserva legal expresso.
Obs 3: Art. 59 parágrafo único CF: Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. Art. 88 e par. 2o do art 91 CF - exemplo de lei complementar prevista na própria CF: A lei disporá sobre a criação, estruturação e atribuições dos ministérios.
LEIS ORDINÁRIAS
Art. 61 da CF: Sua iniciativa cabe a qualquer membro ou comissão da câmara dos deputados, do senado federal ou do congresso nacional, ao presidente da república, ao supremo tribunal federal, aos tribunais superiores, ao procurador-geral da república e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos na constituição.
Obs 1: Vide parágrafos 1o e 2o do art. supracitado:
Diferença Entre Lei Complementar E Lei Ordinária:
- A primeira é material, uma vez que somente poderá ser objeto de lei complementar a matéria taxativamente prevista na CF, enquanto todas as demais matérias deverão ser objeto de lei ordinária.
- A segunda é formal, e diz respeito ao processo legislativo. Enquanto o quorum para aprovação da lei ordinária é de maioria simples (relativa), o quorum para aprovação da lei complementar é de maioria absoluta.
LEIS DELEGADAS
Art. 68 CF:  As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação do Congresso Nacional (par. 2o ).
Obs 1 – Alguns atos não serão objeto de delegação, exemplo: matéria reservada à lei complementar; atos de competência exclusiva do congresso nacional, etc, além dos incisos I, II e III contidos no parágrafo 1o
MEDIDAS PROVISÓRIAS
Art 62 CF (alterado pela Emenda 32/01): Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III – reservada a lei complementar;
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antesde serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto."(NR)
DECRETOS LEGISLATIVOS
Art. 49 CF: É espécie normativa destinada a veicular as matérias de competência exclusiva do Congresso, previstas no art. 49 da CF. Além dessas, as previstas no art. 62, P. Único da citada CF.
Obs: O congresso Nacional poderá aprovar os tratados e atos internacionais mediante a edição de decreto legislativo.
RESOLUÇÕES
Ato do Congresso Nacional ou de qualquer de suas casas, tomado por procedimento diferente do previsto para a elaboração das leis, destinado a regular matéria de competência do congresso nacional ou de competência privativa do senado ou da câmara dos deputados.
Obs.: Espécies de Resoluções:
- ato político ( resolução senatorial que referenda nomeações)
- ato deliberativo (resolução para fixação de alíquotas)
- ato de co-participação na função judicial (suspensão de lei declarada inconstitucional pelo STF.
- ato-condição da função legislativa (autorização ao Executivo para elaborar lei delegada)
OBRIGATORIEDADE E APLICAÇÃO DA LEI
Origem - A obrigatoriedade da lei está diretamente relacionada com a natureza da norma jurídica, se de ordem pública ou de ordem privada.
Distinção:            
ordem pública, quando se tratar de norma proibitiva ou obrigatória, impondo-se mesmo contra a vontade de quem tem o direito e a garantia a seu favor.  Exemplo: mesmo que assine documento renunciando ao salário, querendo o trabalhador, o documento será nulo.
ordem privada, quando se tratar de norma permissiva.
Observação: os modos proibitivos e obrigatórios estão presentes, também, em norma de direito privado, e, quando lá estão, são também normas de ordem pública.
HIERARQUIA E CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS
Hierarquia Das Leis.
Aplicação dos incisos do art. 59 da CF: Constituição, emendas, leis complementares, ordinárias, MP, DL, resoluções. 
Constitucionalidade Das Leis
Conceito: Controlar a constitucionalidade significa verificar a adequação (compatibilidade) de uma lei ou de um ato normativo com a constituição, verificando seus requisitos formais e materiais. Art. 59
Requisitos: A análise da constitucionalidade das espécies normativas (art. 59 CF) implica em compará-las com determinados requisitos formais e materiais, a fim de verificar-se sua compatibilidade com as normas constitucionais.
Requisitos Formais: O art. 5o da CF consagra o Princípio da Legalidade, ao determinar que  “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Assim sendo, a inobservância das normas constitucionais do processo legislativo tem como consequência a inconstitucionalidade formal da lei ou do ato normativo produzido, possibilitando pleno controle repressivo de constitucionalidade pelo Poder Judiciário.
Requisitos Formais:
Subjetivos- Refere-se à fase instrutória do processo legislativo, ou seja à questão da iniciativa. A iniciativa por um deputado do contido, por exemplo, do art. 61, Par. 1o, II, a, da CF, apresentará flagrante vício de inconstitucionalidade.
Objetivos- refere-se ao trâmite constitucional previsto nos art. 60 a 69 da CF. Por exemplo, projeto de lei complementar aprovado por maioria simples na câmara e no senado, sancionado, promulgado e publicado, apresenta vício formal objetivo de inconstitucionalidade, uma vez que foi desrespeitado o quorum mínimo de aprovação, previsto no art. 69 CF, ou seja a maioria absoluta. 
Requisitos Materiais ou Substanciais
-Trata-se da verificação material da compatibilidade do objeto da lei ou do ato normativo com a constituição federal (substância). 
O DESCUMPRIMENTO DA LEI OU DO ATO NORMATIVO INCONSTITUCIONAL PELO PODER EXECUTIVO
-O Poder Executivo, assim como os demais Poderes, está obrigado a pautar sua conduta pela estrita legalidade, observando primeiramente as normas constitucionais. Dessa forma, não há como exigir do chefe do Poder Executivo o cumprimento de uma lei ou ato normativo que entenda flagrantemente inconstitucional, podendo e devendo, licitamente, negar-se cumprimento, sem prejuízo do exame posterior pelo Judiciário.
 Espécies de Controle de Constitucionalidade
Controle Preventivo - São duas as hipóteses: a uma, as comissões de constituição e justiça da Câmara e do Senado(Poder Legislativo). A duas, o veto jurídico, aplicado pelo Presidente da República quando entender inconstitucional o projeto de lei(Poder Executivo).
Observação: O STF entente que o Mandado de Segurança impetrado contra a Mesa da Câmara/Senado por Deputado/Senador contra a votação de lei que entenda inconstitucional é uma espécie de controle preventivo realizado pelo poder judiciário. 
Controle Repressivo- Realizado pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário.
Repressivo pelo Poder Legislativo: São duas hipóteses. 1a Sustação pelo Congresso Nacional dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa em relação a forma (art. 49, V CF); 2a Rejeição de Medida provisória com base em parecer da comissão de constituição e justiça, retirando-a do ordenamento jurídico.
Repressivo pelo Poder Judiciário: é misto. Controle difuso ou aberto, e Controle Concentrado.
Controle Difuso ou Aberto: Também conhecido como controle por via de exceção ou defesa. Caracteriza-se pela permissão a todo e qualquer juiz ou tribunal realizar no caso concreto a análise sobre a compatibilidade do ordenamento jurídico com a Constituição Federal.
Controle Concentrado: Através deste controle, procura-se obter a declaração de inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em tese, independentemente da existência de um caso concreto. São várias as espécies de controle concentrado contempladas pela Constituição Federal:
Ação direta de inconstitucionalidade genérica (art. 102, I, a);
Ação direta de inconstitucionalidade interventiva (art. 36, III);
Ação direta de inconstitucionalidade por omissão (art. 103, Par. 2o );
Ação declaratória de constitucionalidade (art. 102, I, a, in fine, EC nr 03/93).
UNIDADE II
EFICÁCIA DA LEI NO TEMPO
Conceito: A lei se torna eficaz, produzindo seus efeitos, a partir da sua publicação, durando até a sua revogação. Publicada a Lei no DO, ninguém se escusa de cumpri-la, alegando que não a conhece (art. 3o da LINDB). Sua força obrigatória, todavia, está condicionada à sua vigência, ou seja, ao dia em que começa a vigorar.
REVOGAÇÃO DA LEI:
Conceito: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue (art. 2o da LINDB).
 1: Não há revogação pelo simples desuso da lei.
 2: Revogação Expressa: a lei nova diz quais os textos revogados.
 3: Revogação tácita: quando a lei nova é incompatível com a lei anterior ou regula inteiramente a matéria da lei anterior.
 4: Repristinação: (Ressurreição da lei) Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência (art. 2o par. 3o da LINDB), ou seja: não há, portanto, ressurreição da lei abolida, pela revogação da lei que a revogou.
Esquema:
Uma lei só se revoga por outra lei de nível igual ou superior;
Não há revogação pelo desuso;
A revogação pode ser expressa ou tácita;
Não há repristinação tácita. É possível a expressa;
A revogação total chama-se ab-rogação;
A revogação parcial chama-se derrogação
OBS: a norma geral não revoga a especial e vice-versa
Normas Jurídicas que não podemser revogadas - são as inseridas na Constituição Federal como "cláusulas pétreas", isto é, que são definitivas (parágrafo 4º do art. 60).
 IRRETROATIVIDADE DA LEI
Conceito: Em princípio, a lei não deve ser retroativa. Não deve alcançar fatos do passado, mas regular situações presentes e futuras, a partir de sua vigência. Mas se, por exceção, uma lei nova pretender regular fatos passados, terá de respeitar sempre o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
1: Direito Adquirido: Situação jurídica definitivamente constituída no regime da lei anterior.
2: Ato Jurídico Perfeito: Aquele já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
3: Coisa Julgada: Decisão judicial de que já não caiba recurso - CF art XXXVI e art. 6o da LINDB
Ressalva: O art. 5o XL reza que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
Histórico: 
Antiguidade Oriental:  no Direito Chinês e no Direito Hindu, as leis retroagiam. 
Antiguidade Clássica: na Grécia e em Roma, as leis retroagiam de acordo com o interesse público.
AS TEORIAS
Unilaterais ou Ortodoxas ( Savigny e Lassale) - a lei retroage, respeitando o direito adquirido e o fato consumado.
Plurilaterais ou Heterodoxas (Ruggiero) - as leis públicas podem retroagir, as privadas nunca retroagem.
ULTRATIVIDADE DA LEI ANTERIOR
Conceito: Em certos casos, a lei revogada sobrevive, continuando a ser aplicada às situações ocorridas ao tempo de sua vigência. Assim, o ato jurídico perfeito será avaliado e julgado de acordo com a lei existente à época de sua conclusão (o contrato, os atos unilaterais de vontade como o testamento, a promessa). Exemplo: quem casou antes de 1977 o fez em regime de comunhão universal de bens.
RETROATIVIDADE EM MATÉRIA PENAL
Em princípio, a lei penal rege os fatos ocorridos na sua vigência. Todavia, se a lei penal for modificada durante o processo penal ou durante a execução da pena, prevalecerá a norma mais favorável ao réu, não importa se a anterior ou a posterior (ultratividade ou retroatividade da norma mais benéfica).
Da mesma forma, se a lei nova deixar de considerar o fato como crime (abolitio criminis), se aplicará esta última, por ser mais favorável ao réu.
Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória (art. 2o, caput, do CP).
As leis posteriores, que, de qualquer modo, favorecerem o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
RECEPÇÃO DA LEI
Ocorre quando a nova Constituição recebe como válida a normatividade infraconstitucional anterior se essas normas anteriores não forem incompatíveis com a nova Constituição.
Assim, não há que se falar que as leis incompatíveis com a nova Constituição foram revogadas, pois a revogação só ocorre no mesmo plano hierárquico. As normas incompatíveis apenas não são recepcionadas.
PRINCÍPIOS REGULADORES
Histórico Da Territorialidade das Leis:
Antiguidade - Do poder de soberania dos Estados resulta que as leis de cada um só podem ter eficácia dentro do seu território.
Assim, nenhum Estado permite que as leis estrangeiras sejam aplicadas dentro do seu território. Da mesma forma, também não pode pretender que as suas leis sejam reconhecidas fora de suas fronteiras.
Obs- Esse princípio exclusivista dava lugar a inconvenientes nas relações internacionais.
Idade Média (personalidade das leis) – Mandava aplicar aos estrangeiros a lei do seu próprio País. Implicava em choque  com as leis nacionais, dando assim a uma série de questões denominadas conflito das leis no espaço.
Tempos modernos – Nacionalidade das leis. O Estado não é uma potência territorial, é uma Nação. Dominante na Europa e América, logo provou sua inconveniência, em razão da imensa imigração. Países como o Brasil, teriam cidades em que a quase totalidade da lei estrangeira estaria em vigor em detrimento da lei nacional, o que seria uma extravagância.
-Tempos atuais- (territorialidade moderada) – Abandonado o princípio da nacionalidade e adotado o do domicílio, que vem a ser o lugar onde a pessoa tem residência permanente. Tal princípio foi adotado pela LINDB, em 1942, predominando no direito brasileiro.
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Conceito - é o ramo do Direito composto por normas jurídicas especiais que regulam as relações privadas no âmbito internacional.
Objeto  -  as normas de Direito Internacional Privado têm por objeto:
Solucionar o conflito de jurisdição;
Estabelecer princípios indicativos de critérios para solucionar o problema de qualificação que ocorre quando duas ordens jurídicas qualificam de forma diversa o mesmo instituto;
Determinar o efeito dos atos realizados no exterior;
Reger a condição jurídica do estrangeiro;
Tratar da eficácia internacional de um direito legitimamente adquirido em um país que poderá ser reconhecido e exercido em outro.
Natureza de suas normas -  O Direito Internacional Privado constitui Direito de Coordenação, garantido pelo comum acordo entre os países e, de certa forma, por decisões da ONU.
Princípio regulador  -   a norma jurídica terá vigência e eficácia em outro Estado se este a aceitar (Princípio da Soberania dos Estados);
Doutrina da Extraterritorialidade e Estatuto Pessoal
Extraterritorialidade  - em razão dela, possível será a aplicação da lei em território de outro Estado, de conformidade com o estabelecido em princípios e convenções internacionais.  A norma , portanto, ultrapassará suas fronteiras, atendendo aos interesses de vários países.
Observação -  o princípio de que a lei não tem eficácia fora do território do País, inclina-se ante o interesse das nações.
Generalidades  - funda-se no "mobilis in mobili", isto é, no fato das pessoas estarem sempre em movimento, quer físico, quer negocial, portanto é possível que:
Um brasileiro contrate, por via telefônica, os serviços de um norte-americano;
Que um espanhol se case com uma brasileira na França;
Que uma nota promissória emitida em Bruxelas seja executada em Tóquio;
Que sentença prolatada em Buenos Aires seja homologada em Moscou.
Orientação - o Direito Internacional Privado, determina que se aplique a lei competente de cada País sobre família, sucessões, bens, contratos, letras de câmbio, crimes, impostos, processos e tráfego aéreo .
Determinação  -  o Direito Internacional Privado não disciplina as relações supranacionais, tão-somente determina quais normas, deste ou daquele outro ordenamento jurídico, são aplicáveis no caso de haver conflitos de leis no espaço.
Exemplo: casamento, no Brasil, de brasileira com 18 anos completos e argentino, aqui domiciliado, com 18 anos, este precisaria do consentimento dos pais já que a maioridade civil no Direito Argentino dá-se aos 22 anos.  Conflito de leis, qual aplicar? A brasileira, uma vez que o ato será praticado no Brasil e o argentino é aqui domiciliado.
Direitos assegurados no Brasil - o Direito Internacional Privado assegura direitos ao estrangeiro no Brasil, desde que:
não ofendam a soberania nacional, a ordem pública interna e os bons costumes;
haja permissão para aplicação de norma estrangeira, pois se inexistisse tal anuência não haveria que se falar em conflito de normas no espaço, visto que somente vigoraria a lei nacional;
exista intercâmbio mercantil, cultural etc. entre os povos submetidos aos referidos Estados;
haja diversidade de leis regendo, concomitantemente e de modo diverso, a mesma relação jurídica. 
Lex Domicilii - que rege o estatuto pessoal, é o critério que mais atende à conveniência brasileira em razão ( art. 7º da LINDB):
de ser um país de imigração;
tendo, pois, o interesse de sujeitar o estrangeiro aqui domiciliado à sua lei;
integrando-o à vida nacional, independentemente de sua subordinação política.
tratar-se de critério político, geográfico e jurídico:
a pessoa passará a fazer parte da população;
se estrangeira, adquirirá direitos e assumirá obrigações de ordem pública.
Materialização - nossa opçãopela "lex domicilii" encontra-se materializada no art. 7º da LINDB, quando se tratar de começo e fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família:
Regra Geral - aplicação da lei domiciliar;
Exceção - aplicação do direito brasileiro, quando a "lex domicilii" contrariar a ordem pública.
Restrições legais    -   apesar da igualdade entre nacionais e estrangeiros, há restrições legais a estes, em razão da capacidade:
exploração de minas e quedas d'água ( 176,§ 1º CF);
corretor de Bolsa, leiloeiro público 
UNIDADE III
SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO
A norma jurídica fundamental que cuida do assunto é  a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, da seguinte forma:
Questões Atinentes à Pessoa e à Família ( art. 7º );
Início da Personalidade Natural - "Lex domicilii" dos pais.
Exemplos:
pais franceses domiciliados na França e filho nascido no Brasil, aplica-se a "lex domicilii" dos pais, isto é, a lei francesa;
Pais italianos domiciliados no Brasil e filho nascido no Brasil, aplica-se a "lex domicilii" dos pais, isto é , a lei brasileira.   "In casu", art. 2º do CC, que protege  desde a concepção, isto é, o nascituro tem personalidade jurídica formal( direito em potencial - patrimonial, vez que tem os direitos da personalidade, assim como o direito à vida, à saúde, à assistência pré-natal, a alimentos etc., independem do nascimento com vida.
Exemplo: homem recentemente casado pelo regime de separação de bens, falece num desastre, deixando pais vivos e viúva grávida, nascendo morta a criança não terá adquirido personalidade jurídica material e, portanto, não recebe e nem transmite a herança de seu pai, que ficará com os avós paternos.  Se nascer vivo, receberá a herança, e, falecendo logo em seguida, a herança passará a sua mãe.
Fim da Personalidade ( presunções de morte, comoriência e ausência).
Nome -  que integra a personalidade por ser o sinal exterior pelo qual se designa, se individualiza e se reconhece a pessoa no seio da família e da sociedade, deverá ser regido pela lei do domicílio.  Exemplo:  havendo conflito entre a lei do domicílio do pai e a do filho a ser reconhecido ou adotado, aplicar-se-á a do filho.
Capacidade -  a capacidade matrimonial reger-se-á pela lei domiciliar dos nubentes e as relações pessoais dos cônjuges, ou seja, seus direitos e deveres oriundos do matrimônio regular-se-ão pela "lex domicilii" , isto é, a lei do país em que for domiciliada a pessoa casada determinará as normas relativas ao direito de família.  Exemplo:  argentino casado com brasileira no Brasil, posteriormente fixando domicílio em Atenas.
Relações de paternidade, maternidade e filiação( decorrente de matrimônio, reconhecimento e adoção) -  aplica-se a "lex domicilii" das pessoas interessadas(pais e filhos) - hipóteses:
se tiverem domicílios diferentes, a ação só será movida se autorizada pela lei do suposto pai e do presumido filho;
se ambas as leis admitirem a ação de investigação ou o reconhecimento, prevalecerá a do filho;
se houver conflito entre a lei pessoal do pai e a do filho, prevalecerá a do filho;
em relação aos filhos menores não emancipados, aplicar-se-á a lei pessoal do pai, pois o domicílio daquele estender-se-á  a este.
A emancipação reger-se-á pela lei pessoal daquele cuja capacidade se trata ( lei da nacionalidade).
"Lex loci celebrationis" e casamento ( ato eminentemente formal que deve ater-se às prescrições formais de ordem pública, que demonstra a capacidade nupcial ou a habilitação dos nubentes) - celebrar-se-á de conformidade com as solenidades impostas pela "lex loci celebrationis" , bem como no que diz respeito aos impedimentos absolutos (nulidades) art. 1521 I a VII do CC. No que se refere à invalidade do casamento, e suas nulidades absolutas, o art. 1548 disciplina o assunto. Ainda da invalidade do casamento, o art. 1550 e SS, estabelece as causas prováveis de anulação. Quanto às causas suspensivas, art. 1.523 I a IV e 1524 do CC, que proíbem o ato nupcial sem contudo acarretar sua invalidação, sujeitando os infratores a determinadas sanções de ordem econômica  e não interessam à ordem pública internacional.  Logo, mesmo que a lei alienígena os contrarie, ela regerá os casamentos realizados no Brasil por pessoas não domiciliadas no exterior.
Exemplo: estrangeiro se casa no país, sendo viúvo, poderá fazê-lo independentemente de inventário dos bens do falecido e partilha aos filhos do leito anterior, se sua lei pessoal não reconhecer aquele impedimento;
Exemplo :  se se pretende casar no Brasil mulher cuja lei pessoal dispensa ou contém prazo reduzido de espera para evitar "turbatio sanguinis" (mistura de sangue), esta norma deverá ser observada, sem que isso venha a conflitar com o princípio da ordem pública nacional.
OBS:
Efeitos - se o ato for válido segundo a lei do Estado onde se realizou, válido será em qualquer país;
Prova  - O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou cônsules brasileiros (art. 1544 CC), deverá ser registrado em 180 dias a contar da volta de um ou de ambos os conjugues ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º ofício da Capital do Estado em que passarem a residir., em aplicação do princípio de direito internacional privado "locus regit actum" (a lei local rege os atos ali cumpridos).
Impedimentos 
absoluto: motivam nulidade absoluta, isto é, de interesse público quanto à sanção, sujeito à ação de nulidade por pessoa interessada ou o M.P. Art 1521 CC.
Relativo : motivam nulidade relativa, anulação, isto é, de interesse privado (particular), proposta por pessoa a quem a lei autoriza. Art. 1550 a 1560 CC.
Causas Suspensivas - aqueles que se opõem à celebração, mas, uma vez contraído o casamento, nenhum efeito produz que possa afetar sua validade. As consequências da infração são penalidades. Art. 1523 e 1524
Casamento perante autoridade diplomática ou consular - desde que tenham a mesma nacionalidade, os estrangeiros poderão contrair núpcias perante agente diplomático ou consular (princípio da nacionalidade):
nubentes e autoridade diplomática tenham a mesma nacionalidade;
a lei nacional comum confira tal competência ao cônsul;
OBS. 
Se no Brasil, obedecerá a lei dos nubentes no que tange à forma do ato, pois seus efeitos materiais são apreciados de acordo com a lei brasileira;
Será provado por certidão de assento no registro do consulado.
Brasileiro não poderá convolar núpcias no Brasil, em consulado estrangeiro, mesmo que domiciliado no país a que a autoridade consular celebrante pertence;
Domicílios comuns ou diferentes - invalidade
Regra - aplicação do domicílio dos nubentes, se o tiverem em comum.
Exceção - se domicílio internacional diverso prevalecerá para os requisitos intrínsecos do ato nupcial e para as causas de sua nulidade, absoluta ou relativa, inclusive no que atina aos vícios de consentimento, a lei do primeiro domicílio conjugal estabelecido após o casamento.
Exemplos:
domiciliada no Brasil, que se casou com um domiciliado na Colômbia, viesse a descobrir o passado criminoso de seu marido, só poderia requerer a anulação do casamento baseada nos art. 1556, 1557, I a IV, do CC, se o Brasil fosse o primeiro domicílio conjugal.
domiciliado na Espanha , que contraiu matrimônio com domiciliada na Itália, crendo ser sua esposa uma mulher honrada, tivesse após as núpcias ciência de sua vida irregular, por ser uma cafetina, somente poderia pleitear a invalidade do casamento invocando os art. 1556, 1557, I a IV, do CC se o Brasil for o primeiro domicílio conjugal, não importando que o estatuto pessoal de sua mulher não considere como anulável por aquela razão.
se noivos franceses, domiciliados na França, casarem-se no Brasil, o casamento, ao celebrar-se, será regido pela lei brasileira (7º,§1º), mas, se sua validade vier a ser discutida no Brasil, será aplicável a lei francesa, por ser a lei domiciliar comum dos nubentes.
UNIDADE IV:
HERMENÊUTICA, INTERPRETAÇÃO DA LEI E A INTEGRAÇÃO DA NORMA JURÍDICA.
AINTERPRETAÇÃO JURÍDICA (HERMENÊUTICA)
INTERPRETAÇÃO JURÍDICA: “é um trabalho prático elaborado pelo intérprete, através do qual ele busca fixar o sentido e o alcance das normas jurídicas ou das 'expressões do Direito".
HERMENÊUTICA: é a Teoria Científica da Interpretação, que busca construir um sistema que propicie a fixação do sentido e alcance das normas jurídicas.
"IN CLARIS CESSAT INTERPRETATIO" brocardo latino que diz não haver necessidade de interpretação quando a norma jurídica é clara.
OBS:
Doutrina Jurídica: é contrária, dizendo que qualquer norma necessita ser interpretada.  Exemplo: a norma processual diz: "O prazo para apresentar recurso de apelação é de 15(quinze) dias".
"MENS LEGIS" OU "MENS LEGISLATORIS"  pela lei ou pelo legislador.
OBS: QUESTIONAMENTO :  na busca da fixação do sentido e do alcance da norma jurídica , o intérprete deve buscar o sentido do prescrito pela lei ou o sentido querido pelo legislador?  Cabe buscar o primeiro.
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
GRAMATICAL - busca eliminar ambiguidades, equivocidades e imprecisões, corrigindo erros de redação e fixando a significação das palavras.
LÓGICA - usa pressupostos lógicos para resolver problemas surgidos com a interpretação da norma jurídica.
EXEMPLO: "quem pode o mais, pode o menos".  O devedor pode pagar sua dívida antes, pois se ele deve pagar em data futura (deve o mais), pode pagar antes (pode o menos).
SISTEMÁTICA: leva em conta a norma jurídica inserida no contexto maior de ordenamento ou sistema jurídico, isto é, a hierarquia, a coesão e a unidade. 
EXEMPLO: na hipótese de um artigo do Código Penal desrespeitar a Constituição Federal, será inconstitucional, por conta da interpretação sistemática.
TELEOLÓGICA: considera os fins aos qual a norma jurídica se dirige (telos= fim) art. 5º da LINDB.
EXEMPLO:   quando se interpreta  qualquer artigo do  ECA, não se pode esquecer das finalidades daquela lei, quais sejam:  proteção integral à criança e ao adolescente, manutenção dos valores éticos da família brasileira, dentre outros.
HISTÓRICA: é que se preocupa em investigar os antecedentes da norma; como ela surgiu; por que surgiu; quais eram as condições sociais do momento em que ela foi criada; quais eram as justificativas do projeto que motivos políticos levaram á sua aprovação etc. 
EXEMPLO: uma lei que punia o adultério em 1940 e que estivesse em vigor até hoje certamente teria tido seu sentido alterado em muito ao longo desses anos.
ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO
QUANTO À ORIGEM
Autêntica
Doutrinária
Judiciária
QUANTO AOS EFEITOS
Meramente Declarativa: é simplesmente tautológica, isto é: trocam-se as palavras, mas diz-se a mesma coisa.
Declarativa ou Especificadora: consiste no resultado normal e rotineiro do intérprete na fixação do sentido e alcance da norma jurídica.
Restritiva: é a que restringe o sentido e o alcance apresentado pela expressão literal da norma jurídica, tal ocorre quando o texto diz mais - literalmente - do que é razoável e concreto aceitar.  O intérprete usa, especialmente, a regra teleológica de interpretação.
EXEMPLO: "O proprietário pode pedir o prédio para uso próprio".  Pergunta-se: o nu-proprietário (aquele que detém apenas a nua propriedade e não o direito de uso e gozo do prédio) - 0 que ocorre quando os pais doam um imóvel para os filhos reservando o usufruto (uso e gozo) para si até a morte - pode pedi-lo para uso próprio? NÃO, vez que, apesar de proprietário (nu), só pode pedir o prédio para uso próprio aquele que detém o uso e o gozo.
Extensiva: é aquela que vai até ao sentido e ao alcance literal possível  da norma(aquilo que ela deveria dizer , mas não disse), isto é: a norma diz  menos do que deveria dizer.
EXEMPLO: Pergunta-se, para o exemplo anterior: o usufrutuário, que detém apenas o direito de uso e gozo (logo, não é proprietário), pode pedir o imóvel para uso próprio?  SIM, uma vez que, mesmo não sendo proprietário, a finalidade do preceito é beneficiar o sujeito que detém o uso e o gozo do prédio.
 AS LACUNAS DA NORMA JURÍDICA E OS MEIOS DE INTEGRAÇÃO
A COMPLETUDE DO SISTEMA JURÍDICO
Generalidades: o sistema jurídico caracteriza-se pela onipresença e pela completude, isto é: qualquer ação ou comportamento que se deseje empreender já estará previsto no sistema jurídico.  Pergunta-se: assim sendo, existirão lacunas no sistema jurídico?  NÃO, os "vazios" e as "lacunas" estão nas normas jurídicas. Decorrentes da impossibilidade factual dos legisladores acompanharem a dinâmica de transformação da realidade social.
Falhas na Norma Jurídica: podem existir, entretanto, observando-se e interpretando-se o sistema jurídico, podem ser supridas e o sistema preenchido.
OBSERVAÇÃO: No Brasil o próprio ordenamento jurídico, já antevendo sua eventual omissão, estipulou regra visando a saná-la (art. 4o da LINDB).
As lacunas -  apresentam-se:
Quando a lei dá ao juiz apenas uma orientação geral, cabendo-lhe estimar cada caso concreto;
Quando o próprio critério estimativo legal só pode ser fixado em cada caso concreto (boa fé, abuso de direito, má-fé, abuso de direito etc. );
Quando a norma jurídica é completamente omissa para uma questão;
Quando existe contradição frontal entre dispositivos legais a ponto de todos eles se tornarem ineficazes.
OS MEIOS DE INTEGRAÇÃO
Integração - é o meio através do qual o intérprete colmata (preenche) a lacuna encontrada, pressupondo que tenha lançado mão de todas as regras de integração à sua disposição.
Processo de integração
Exame do sistema jurídico como um todo;
Interpretação de todas as normas jurídicas encontradas, com base nas técnicas conhecidas;
Conclusão da existência de lacuna;
Colmatagem pela analogia, pelo costume jurídico e pelos princípios gerais do direito.
Fundamentação - art. 4º da LINDB e art. 126 do CPC.
ANALOGIA - consiste na aplicação da norma feita para um caso em outro semelhante, que não tenha previsão nomeada no sistema.
OBSERVAÇÕES:
SEMELHANTE, isto é, guardar identidade de razão.
A analogia é uma espécie de indução incompleta, uma vez que parte de um caso particular para outro particular, sem a necessidade de generalização.
Exemplos
Ampliação do Decreto 2681/1912 a outras empresas de transporte que não as de estradas de ferro;
À doação aplica-se o princípio da vontade do testador na interpretação das cláusulas;
artigo 13, da Lei 6515/77, autoriza o juiz a , em determinados casos graves, alterar as disposições legais sobre guarda dos filhos, etc.
a)   Classificação
"analogia legis" - aplica  a norma a casos não previstos, mas que com ela guardam identidade de razão, sob a invocação do princípio segundo o qual se presume que o legislador lhe daria o mesmo regime.
"analogia juris"  - é o processo mais amplo: não havendo norma regulamentando situação semelhante, o aplicador extrai o pensamento dominante de um conjunto de normas ou em um instituto, ou em um acervo de diplomas legislativos.
b)  Distinção entre Analogia, Interpretação Extensiva e Indução
Analogia
- conclui-se de determinadas semelhanças outras semelhanças novas
- ultrapassa-se o limite da norma
Interpretação Extensiva
- a vontade da lei é que é retificada
- não ultrapassa o limite da norma
Indução - estende a todos os seres de uma espécie observações feitas sobre alguns deles.
Não se admite a Analogia
Leis Penais - "in malam partem", salvo no caso de lei penal não incriminadora quando beneficia o réu.
Leis excepcionais
Leis Fiscais
COSTUME JURÍDICO
Conceitos
"é uma observação constante de uma norma jurídica não baseada em lei escrita". (Clóvis Beviláqua)
"a prática reiterada  de  agir transforma em regra de comportamento, que o tempo consolida em princípios de direito diferentes de meros hábitos sociais ou práticas diuturnas dos indivíduos".( Caio Mário da Silva Pereira)
Fundamentação:  Art. 4º da LINDB, Art.126 do CPC e Art. 131, nº 4, do C. Com)
Distinção entre Costume Jurídico, Usos Sociais e Usos Convencionais
Costume jurídico: supõe uma prática constante e longamente seguida(elementomaterial), mas se faz presente a " opinio juris"(elemento psicológico);
Usos Sociais: regras de cortesia, da moda , etc.;
Usos convencionais:  supõem uma prática constante e longamente seguida(elemento material), mas a  "opinio juris" está  ausente.
OBSERVAÇÃO: Usos convencionais + necessidade jurídica = costume.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
Conceitos
"são os que inspiram e dão embasamento à criação de toda e qualquer norma, inclusive e especialmente a Constituição, bem como os valores sociais que afetam o sistema e dirigem sua finalidade". ( Luiz Antonio Nunes)
"são os elementos fundamentais da cultura jurídica humana em nossos dias".(Clóvis)
Fundamentação: Art. 4º L.I.N.D.B.
Exemplos:
A justiça, a dignidade da pessoa humana, a isonomia (Igualdade de todos perante a lei), a anterioridade para fins de cobrança de impostos etc.
 Ninguém pode transferir mais direitos do que tem
 Ninguém deve ser condenado sem ser ouvido
 Ninguém pode invocar a própria malícia
 Quem exercita o próprio direito não prejudica a ninguém
 "pacta sunt servanda" (o pacto deve ser cumprido)
"quod initio vitiosum est non potest tractu temporis convalescere" (o vício inicial não será convalidado com o tempo)
EQÜIDADE - Exceção ao Art. 4º da L.I.N.D.B.
Conceitos
"Processo lógico pelo qual o Juiz suaviza o rigor da norma abstrata tendo em vista as circunstâncias peculiares do caso concreto". (Ruggiero)
"corresponde a um sentimento de justiça aderente à natureza do caso particular". (Trabucchi)
Fundamentação:  Art. 6º Lei 9.099/95 - Lei dos Juizados Especiais,  Art. 127 C.P.C. , Art. 11 Lei 9.307/96 (Dispõe sobre arbitragem), Art. 423 do novel Código Civil  , Art. 8º C.L.T. ,  Art. 73 do Código de Águas.
Orientação da Jurisprudência
diante de texto expresso, descabe invocação à eqüidade;
a eqüidade não pode ser utilizada para inutilizar ou revogar preceito legal;
não pode o juiz modificar a lei sob pretexto de a humanizar e inspirar-lhe os influxos da eqüidade;
não pode ser invocada para enfrentar exigências quer ditadas por necessidades da vida coletiva, quer estabelecidas por interesses superiores do Estado, expressamente consignadas pelo mandamento legal.
DOUTRINA - Exceção ao Art. 4º da L.I.N.D.B.
Conceito: "é o resultado orgânico das indagações e pesquisas dos cientistas do Direito". ( Roberto G. Neto)
Compreende:
pareceres dos jurisconsultos
ensinamentos dos professores
opinião dos tratadistas
trabalhos forenses
Função: orientam o juiz e o próprio legislador
Exemplos
Doutrina da responsabilidade civil
Teoria da Imprevisão
Doutrina do Mandado de Segurança criado com base no "habeas corpus".
JURISPRUDÊNCIA - Exceção ao Art. 4º da L.I.N.D.B.
Conceito: "é o conjunto de pronunciamentos do Poder Judiciário, num determinado sentido, a respeito de certo objeto, de modo constante, reiterado e pacífico." ( Limongi França )
Características
mais importante no sistema anglo-saxão;
os juízes não são obrigados a seguí-lo em nosso sistema;
Emenda Constitucional tornando a Súmula de Jurisprudência do Supremo Tribunal "vinculante", de forma a ser necessariamente acolhida nas decisões dos  Magistrados nos casos que nela se enquadrem;
Súmula - Conceito: “é o que, de modo abreviadíssimo, explica o teor ou o conteúdo integral de alguma coisa". (Plácido e Silva)
Súmula Vinculante - Conceito: conjunto de enunciados da Súmula de Jurisprudência da Corte Superior do país, que, versando sobre matéria constitucional, tivesse que ser forçosamente adotada pelos juízes de primeiro ou segundo graus, após aprovação por maioria da Corte. (Comentar EC 45)
Unidade V:
EXPERIÊNCIA JURÍDICA E DIREITO OBJETIVO
ESTRUTURAS SOCIAIS E MODELOS JURÍDICOS
Estruturas sociais  -  consistentes nas diversas formas de organização espontânea de uma sociedade.
Modelos jurídicos  - são estruturas normativas, correspondentes à cada estrutura social, como forma de garantia das relações entre as pessoas e as pessoas e as coisas.
OBS.: 
Estruturas normativas - que constituem o Direito Objetivo, são formas de uma experiência concreta, baseadas na realidade social para se efetivar como instrumento de disciplina social.
Espécies de Modelos Jurídicos
Dogmático(doutrinários) - aquele de caráter puramente teórico e de natureza não obrigatória;
Prescritivo (estrito senso) - aquele de caráter obrigatório e onde há a previsão de uma ordem de conduta, cujas consequências que advêm de seu adimplemento, ou de sua violação, estão sempre predeterminadas.    
Origem - a norma jurídica não se pode negar, são elaboradas com base na natureza das coisas (no direito natural), ou seja, é fácil perceber:
Que as crianças não possam casar ou firmar contratos válidos;
Que os loucos não possam administrar e nem testar;
Que os consanguíneos não possam casar;
Que os irracionais não possam ser responsabilizados;
Que a ninguém é dado o direito de tirar a vida de outrem;
Que não se pode dispor daquilo que não lhe pertence;
Que o desforço deve ser recompensado.
Que se deve cumprir os compromissos assumidos
Que não se deve prejudicar ninguém
O DIREITO OBJETIVO E O ESTADO
Direito Objetivo: Conjunto de todas as normas jurídicas de um Estado [escritas e não escritas (costumes), naturais(princípios)].
Direito Objetivo, pois, é gênero do qual o direito positivo, vale dizer, as normas jurídicas do Estado, é espécie.
São normas de direito objetivo: a Constituição, a lei, o decreto, a circular, a portaria e outros tantos atos administrativos.
Entretanto, as cláusulas de um contrato de locação, por exemplo, embora jurídicas, não são normas de direito positivo, pois não emanam, imediatamente, do Estado, mas sim da vontade das partes contratantes.
O direito positivo é assim denominado porque é o que provém diretamente do Estado, quando adapta a conduta humana em função dos princípios do direito natural.
OBS.: Enfim, todo direito positivo é direito objetivo, mas nem todo direito objetivo é direito positivo.
ORDENAMENTO JURÍDICO
É o sistema de normas jurídicas em sua concreta realização e em sua plena atualização.
É uma estrutura orgânica de normas jurídicas, uma rede protetora de interesses sociais, que abrange em suas malhas, todas as manifestações da vida social.
VALIDADE
O ordenamento jurídico vale, no seu todo, como exigência da razão, em função da experiência histórica, por ser o quadro fático-axiológico-normativo necessário à convivência social, inclusive e porquanto o seu sempre possível aperfeiçoamento.
UNIDADE VI:
NEGÓCIO JURÍDICO E ATOS JURÍDICOS
Conceitos:
Ato Jurídico: é o fato decorrente de ação humana, voluntária e lícita (e ilícita). Todo ato lícito que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos.
Fato Jurídico: é o acontecimento que produz conseqüências jurídicas, ou seja gera direitos. Pode ocorrer por ação da natureza ou por ação humana. Exemplos: Concepção; nascimento; morte; inundação(aluvião); queda de objeto de edifício.
Negócio Jurídico: consiste na comunhão de vontades em que os interessados anuem expressa ou tacitamente a formação de uma relação jurídica sobre um determinado objeto, tendo em vista a composição de interesses, como ocorre na celebração de um contrato.
Plano De Existência – para que o negócio jurídico seja existente faz imprescindível a presença dos seguintes pressupostos, independente da licitude, pois ainda estamos no plano da existência e não da validade:
manifestação de vontade;
agente emissor de vontade;
objeto;
forma.
Plano De Validade - para que este negócio jurídico firmado entre as partes tenha validade no mundo jurídico, necessário se faz que estejam presentes os seguintes elementos (essenciais):
Agente capaz: Todo ato negocial pressupõe uma declaração de vontade, a capacidade do agente é indispensável à sua participação válida na seara jurídica.
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: Deverá ser lícito, conforme a lei, não sendo contrário aos bons costumes, à ordem pública e à moral (art 166, novo CCB); Possível,física ou juridicamente; Deverá ser determinável, ou pelo menos suscetível de determinação, pelo gênero e quantidade, sob pena de nulidade absoluta (art. 166, II, do novo CCB).
Forma prescrita ou não defesa em lei: Excepcionalmente a norma vem a exigir determinada forma, cuja inobservância invalidará o negócio. Via de regra a declaração de vontade independe de forma especial.
Consentimento dos interessados: sem a presença de quaisquer vícios do consentimento.
Plano De Eficácia
condição
termo
encargo
Atos Jurídicos Ilícitos São Indenizáveis: O art. 186, do novo CCB dispõe que “Àquele por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda  que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. E, ainda o art. 187, do novo CCB,  complementa com a seguinte redação “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. Implicam em demonstração de culpa, para sua responsabilização, a chamada culpa subjetiva.
Defeitos dos negócios jurídicos, vícios que trazem sua anulação (também chamado vícios da vontade): erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores. (Art. 138 a 165 do novo CCB) e, ainda (art. 147, II, também do novo CCB).
Erro: Falsa noção sobre alguma coisa. Só anula o ato jurídico o erro substancial ou essencial (comprar um quadro de um pintor, pensando que é de outro). Não acarreta nulidade o erro acidental ou secundário (comprar uma casa com seis janelas, pensando que tinha sete).
Dolo: É o artifício usado para enganar alguém. (Aumento de área de imóvel em escritura para permitir elevação do seu valor).
Coação: É a violência física ou moral que impede alguém de proceder livremente. Também deve ser de certa gravidade (art. 151do novo CCB).
OBS: Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. (Art 188, do novo CCB).
Estado de Perigo: “Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade da salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigações excessivamente onerosas” (art. 156, caput, do novo CCB). É a aplicação do estado de necessidade no direito civil. Ex.: caução exigida nas emergências dos hospitais.
Lesão: “Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta”. (art. 157,caput, do novo CCB). É a manifestação do abuso do poder econômico. Ex.: contrato de adesão.
Fraude contra credores: Pratica fraude contra credores o devedor insolvente, ou na iminência de o ser, que desfalca seu patrimônio, onerando ou alienando bens, subtraindo-os à garantia comum dos credores.
Simulação: ocorre quando um negócio jurídico tem a aparência normal, mas não pretende atingir o efeito que deveria produzir.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
OBS-1: 
A simulação é o único dos defeitos do negócio jurídico que é causa de nulidade absoluta. Os demais são causas de anulabilidade.
OBS-2: 
Embora a simulação tenha sido deslocada para o capítulo referente à invalidade do negócio jurídico, Pablo Stolze entende que ainda constitui um defeito do negócio jurídico.
Atos Nulos, Anuláveis e Inexistentes.
A falta de algum elemento substancial do ato jurídico torna-o nulo (nulidade absoluta) ouanulável (nulidade relativa). A diferença entre o nulo e o anulável é uma diferença de grau ou de gravidade, a critério da lei (Art. 1521, I a IV, do novo CCB, Impedimentos dirimentes-Absolutos).
A nulidade absoluta pode ser argüida a qualquer tempo, por qualquer pessoa, pelo MP e pelo juiz inclusive, não se admitindo convalidação nem ratificação.
A nulidade relativa, ao contrário, só pode ser arguida pelos interessados diretos, dentro de prazos previstos em lei (quatro anos, em regra), admitindo convalidação e ratificação, (art. 171, do novo CCB).
OBS: Pela convalidação o ato anulável passa a ser plenamente válido. Dá-se a convalidação pela prescrição, pela correção do vício, pela revogação da exigência legal preterida, pela ratificação. A ratificação, por sua vez, é a aprovação ou confirmação de ato jurídico praticado por outrem, ou de ato irregular praticado pela própria parte.
Ato jurídico inexistente: é o que contém um grau de nulidade tão grande e visível, que dispensa ação judicial para ser declarado sem efeito. Exemplos: casamento entre pessoas do mesmo sexo; testamento verbal.
Ato Jurídico Ineficaz: É o que vale plenamente entre as partes, mas não produz efeitos em relação a certa pessoa ou em relação a todas as outras pessoas. Exemplos: alienação fiduciária não registrada; venda não registrada de automóvel; bens alienados pelo falido após a falência.
OBS: Não se deve confundir nulidade com ineficácia: a nulidade é um vício intrínseco ou interno do ato jurídico. Na ineficácia o ato é perfeito entre as partes, mas fatores externos impedem que produza efeito em relação a terceiros.
Atos Jurídicos e Negócios Jurídicos
Negócio Jurídico é aquela espécie de ato jurídico que, além de se originar de um ato de vontade, implica a declaração expressa da vontade, instauradora de uma relação entre dois ou mais sujeitos tendo em vista um objetivo protegido pelo ordenamento jurídico.
Atos jurídicos: ocupação de uma casa ou terreno, ou a edificação de uma casa no terreno apossado (não há acordo de vontades)
Negócio Jurídico: contrato de compra e venda.
Questão de fato e questão de direito
A questão de fato é atinente ao fato na sua existência, e se o mesmo apresenta, à luz da prova produzida pelas partes. No fundo a questão de fato “equivale à questão atinente à prova do fato que se deu”.
A questão de direito, ou “direito em tese”, surge, propriamente, quando juízes diferentes, para resolver a mesma questão de fato, invocam normas jurídicas sobre cujo significado e alcance dão entendimentos diversos.
Unidade VII
 RELAÇÃO JURÍDICA
Noção: Trata-se de uma espécie de relação social, apenas reconhecida pelo Estado, com a finalidade de protegê-la. Os homens, visando à obtenção de fins diversos e múltiplos, entram em contato uns com os outros.
Obs: “Os fatos e relações sociais só têm significado jurídico inseridos numa estrutura normativa, o que implica dizer que não há relação jurídica sem norma” M Reale.
Obs: “Quando as relações sociais passam sob o feixe normativo, é que elas adquirirem o significado de relações jurídicas”. M. Reale.
Elementos: São quatro:
Um Sujeito ativo
Um Sujeito passivo
Um Vínculo de atributividade, e
Objeto.
Sujeito Ativo (PF ou PJ): É o titular do direito. É o credor da prestação principal expressa na relação. (Exemplo contrato de mútuo). Ele tem a pretensão, o poder de exigir o seu direito.
Sujeito Passivo: (PF ou PJ) É aquele que se obriga a realizar a prestação, como seria o devedor no contrato de mútuo acima. Ele tem a obrigação, o dever de realizar uma prestação, isto é, dar, fazer, ou não fazer algo.
Obs: Só pessoas podem ser sujeitos de uma relação jurídica, e sem duas ou mais pessoas ela não se constitui.
Vínculo de Atributividade: É o vínculo que confere a cada um dos participantes da relação o poder de pretender ou exigir algo determinado ou determinável. Quando alguém tem uma pretensão amparada por norma jurídica, diz-se que tem título para o ato pretendido, ou em outras palavras está legitimado para exercer o seu direito.
Objeto: É a prestação (obrigação) devida pelo sujeito passivo, consistente em dar, ou fazer, ou não fazer algo.
É o elemento sobreo qual recai tanto a exigência do credor como a obrigação do devedor.
OBS: Espécies:  Há tantos tipos de relações jurídicas quantas possam ser as variações dos fatos sociais e de sua disciplina normativa.
Pessoais, obrigacionais, reais, de direito público, de direito privado, negocial [que implicam em negócios jurídicos] (declaração e autonomia da vontade unilateralidade-doação, bilateralidade - contrato, gratuitos, onerosos, mortis causa, Inter vivos).
Unidade VIII
SUJEITO DE DIREITO E PERSONALIDADE JURÍDICA
Art. 1o do Novo CCB “Toda pessoa é capaz de direitos e obrigações na ordem civil”.
As pessoas às quais as regras jurídicas se destinam chamam-se sujeitos de direito, que podem ser tanto uma pessoa natural ou física quanto uma pessoa jurídica, que é um ente coletivo.
O titular, ou seja, aquele a quem cabe o dever a cumprir ou o poder de exigir, ou ambos, é que se denomina de sujeito de direito.
A Personalidade todos os homens têm, desde o nascimento com vida. Para se reconhecer apersonalidade não é mister indagar do sexo, da idade ou do discernimento mental. Recém-nascidos ou dementes, todos são pessoas, todos possuem personalidade (abstrato)
Já a Capacidade, por si só, está dizendo que ela indica uma extensão do exercício da personalidade, como que a medida da personalidade em concreto. Nem todos, porém, dispõem de igual capacidade jurídica, isto é, têm igual possibilidade de exercer certos atos e por eles serem responsáveis. Assim, por exemplo, a criança não é capaz, assim como o enfermo ou deficiente mental que não tiverem o necessário discernimento para a prática de determinados atos (art. 3º, do Novo CCB).
Nascituro: É o ser já concebido, que está para nascer. O CCB protege as expectativas de direito do nascituro, que se confirmam se houver nascimento com vida, ou se desmentem, como se nunca tivessem existido, no contrário. (art. 2o segunda parte do Novo CCB).
OBS: O nascituro é herdeiro, pode receber doação, pode ser adotado, reconhecido e legitimado, pode agir através de seu curador (art. 1779, do Novo CCB), pode figurar como sujeito ativo e passivo de obrigações. A eficácia de tudo, porém, fica na dependência do nascimento com vida.
 Nome: Em princípio o nome não pode ser modificado. Mas em casos excepcionais e justificados, a lei e a jurisprudência permitem a retificação ou alteração de qualquer dos elementos do nome. Admite-se, por exemplo, a modificação do nome nos seguintes casos: erro gráfico evidente (Ulisses, ao invés de Ulício; Marilene, ao invés de Marlene); No primeiro ano após a maioridade, e independentemente de justificação, desde que não prejudique os apelidos de família; Nomes exóticos ou ridículos (art. 56 da LRP)(Kumero Shotaro, para Paulo Shotaro); Uso. Se alguém sempre foi conhecido por um nome e ostenta outro (Márcia Maria, e não como no registro Helena Márcia Maria); Inclusão de alcunha ou apelido (Luiz Inácio da Silva, para Luiz Inácio Lula da Silva); Homonímia causadora de problema; Inclusão de sobrenome de ascendente, direito do descendente a inclusão do nome do ascendente; Tradução (estrangeiro); Concubinato. Concubina adotar o nome do companheiro, se houver a concordância deste ou existência de filho.
OBS: O nome também pode sofrer alterações no casamento, na adoção, no reconhecimento, no divórcio, na separação judicial.
CAPACIDADE CIVIL:
Plenamente capazes: maiores de 18 anos (art. 5o , do CCB)
Absolutamente incapazes: menores de 16 anos, os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática de seus atos, e os que por causa transitória não puderem exprimir sua vontade (art.3º, do CCB).
Relativamente incapazes: os menores entre 16 e 18 anos; os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; e os pródigos (art. 4º, do CCB)
OBS.:A capacidade dos índios será regulada por legislação especial (art. 4º, §º único no Novo CCB).
Os menores de 16 anos são representados e os entre 16 e 18 são assistidos pelos seus pais, tutores ou curadores.
Representante pratica o ato civil sozinho.
Assistente ao lado do assistido, integrando-lhe a capacidade.
OBS.: As deficiências físicas ou doenças não influem na capacidade civil, salvo se impedirem a manifestação ou transmissão da vontade. A idade avançada, por si só, não é causa de incapacidade.
PESSOA JURÍDICA
É a entidade constituída de homens ou bens, com vida, direitos, obrigações e patrimônios próprios. (pessoa jurídica, realidade jurídica, e não física - sua personalidade deriva do direito, sendo portanto um conceito jurídico - sua vontade é distinta daquela de seus membros)
PJ de direito público externo: os países estrangeiros, e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público como, por exemplo, organismos internacionais como ONU, OEA, Cruz Vermelha, outros.(art. 42, do Novo CCB)
PJ direito Público Interno: A União, os territórios, os Estados, Os municípios, as Autarquias (serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada).
PJ de direito privado: as associações, as sociedades e as fundações. As disposições concernentes às sociedades aplicam-se, subsidiariamente, às sociedades que não são objeto do Livro II da Parte Especial do Novo CCB.
Início da Personalidade Jurídica ( comentar)
Com relação à pessoa jurídica de direito privado, o Novo CCB dispõe que sua personalidade tem início com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. (art. 45, 1ª parte do Novo CCB)
Término ou Extinção da Personalidade Jurídica (comentar)
A Quase Pessoa Jurídica
Alguns autores constatam a existência de entidades chamadas quase-pessoas jurídicas, núcleos unitários ou grupos não personificados. Essas entidades não possuem personalidade jurídica, porque isso não lhes foi dado pela lei. Mas, ainda assim, constituem um centro de relações e interesses, agindo e apresentando-se como se fossem sujeitos ativos ou passivos de direitos.
Exemplos: Massa falida, o navio, a herança jacente, o espólio, a sociedade irregular ou de fato, o condomínio em edifícios.
OBS: Art. 12 do CPC,  dispõe que a sociedade sem personalidade jurídica possui capacidade processual, tanto ativa como passiva, sendo representada em juízo pela pessoa a quem couber a administração de seus bens, estando derrogado nesta parte o art. 20 II, do CC.
Unidade IX
SITUAÇÕES SUBJETIVAS E DIREITO SUBJETIVO
Noção de Direito Subjetivo
“O direito se exterioriza sob as formas de direito objetivo e direito subjetivo. O direito objetivo traça as normas de conduta que todos devem observar, a fim de que haja ordem e segurança nas relações sociais. Os que obedecem a essas normas e desenvolvem a sua atividade dentro das raias por elas traçadas, ficam sob a proteção do direito e podem utilizá-lo em seu interesse; o direito torna-se assim “seu” direito.” “Flóscolo da Nóbrega”.
Esse poder conferido pelo direito para a realização de interesses humanos, é o que constitui o direito subjetivo.
Tem um direito subjetivo, todo aquele que pode utilizar a garantia do direito objetivo para a realização de um interesse próprio.
Isso acontece em virtude do ato jurídico, que é a causa geral da aquisição dos direitos; é por ele (o ato jurídico) que se estabelece a relação entre a pessoa e o direito objetivo e este (direito objetivo) fica ao serviço daquela (relação).
O fato jurídico da morte de alguém põe a norma do art. 1788 do novo CCB à disposição dos seus herdeiros, que poderão utilizá-lo para receber a herança, defendê-la, etc. Da mesma forma o art. 186 do novo CCB.
O direito subjetivo pode ser entendido como a faculdade de agir, de adotar um determinado comportamento, em vista de um interesse garantido pelo direito objetivo.
“O direito subjetivo é a concretização da vontade abstrata quese contém na norma jurídica”. Miguel Reali
Teorias que dividiram a conceituação de direito subjetivo no século dezenove, a teoria da vontade e a do interesse.
Direito e Vontade
A teoria da vontade conceitua o direito subjetivo como um poder da vontade, garantido pela ordem jurídica. Seu grande defensor foi o jurista alemão Windscheid. O Direito subjetivo, portanto, é a vontade juridicamente protegida. O homem tem, em suma, um poder de querer que, entre outras, assume a forma de poder de querer segundo regras de direito (direito objetivo), para a realização de fins próprios numa convivência ordenada.
Desde o século vinte, tem sido muito contestada a teoria de que o direito subjetivo depende unicamente da vontade. A teoria acima, perante o direito moderno, encontra-se superada. Como exemplos o caso da herança de herdeiro que desconhece o fato jurídico (titular de direito independentemente da sua vontade), do nascituro (que é tutelado), o direito às férias, à estabilidade (independentemente da expressão da vontade)
Assim, independentemente da nossa vontade, até mesmo contra ela, e às vezes sequer dela tenhamos conhecimento, como é o caso dos dementes, dos menores, dos interditados, existe o direito subjetivo, não dependendo, pois, apenas da expressão volitiva.
Direito e Interesse
Para teoria do interesse, à luz dos ensinamentos R.V. Jhering, o direito subjetivo é sempre constituído de dois elementos: O elemento material, representado por um interesse da vida, e o elemento formal, que é a proteção desse interesse pela ordem jurídica (direito objetivo). O direito subjetivo, portanto, seria um interesse protegido pela ordem jurídica. A ordem jurídica assegura a cada pessoa uma determinada soma de interesses vitais; a relação entre a pessoa e esses interesses constitui o direito subjetivo.
A objeção a essa teoria se funda na inteligência de se confundir o objeto do direito com os seus elementos constitutivos; o interesse não é elemento constitutivo do direito, é o fim, o objetivo, o desiderato. Ademais, o interesse é todo subjetivo, varia com as valorações da pessoa em cada fase da existência.
O que hoje tem interesse, amanhã pode não mais tê-lo. No entanto, o direito subjetivo permanece o mesmo, ainda quando tenha perdido todo interesse para o seu titular, o que mostra que direito e interesse são coisas diversas.
Rematando, há casos em que não há, por parte do titular de um direito subjetivo, nenhum interesse em ver seu interesse protegido, como, por exemplo, uma paisagem, como expressão de beleza, garantida pela constituição. Eis um interesse protegido, porém, afirmam os mestres, onde está o direito subjetivo, ou uma pretensão?
Evoluiu o pensamento jurídico do século dezenove para uma escola tendente à conciliação desses dois grupos acima, nascendo a teoria Eclética e a solução de Del Vecchio.
A teoria Eclética
Seu grande mestre foi Georg Jellinek. Jellinek entendia que as teorias abrangiam uma a outra. Nem o interesse só, tampouco apenas a vontade, nos dão o critério para o entendimento do que seja direito subjetivo. O conceito de direito subjetivo implica a conjugação desses dois elementos, dizendo ele Jellinek: direito subjetivo é o interesse protegido que dá a alguém a possibilidade de agir. “É, portanto, o interesse protegido enquanto atribui a alguém um poder de querer.”
Afirma M Reale que ainda hoje em dia é a teoria mais vulgarizada, aquela que mais se encontra elogiada e aceita nos tratados de Direito, inclusive por seu cunho pragmático, tão do gosto dos juristas práticos. Facultas agendi, ou faculdade de agir. (direito de ação)
Seus opositores afirmam que o ecletismo, em verdade, é sempre uma soma de problemas, sem solução para as dificuldades que continuam nas raízes das respostas, que esperavam superadas.
A Solução de Del Vecchio
Giorgio Del Vecchio, mestre italiano, afirmou que o erro da doutrina de Windscheid foi situar o problema segundo uma vontade atual ou efetiva, quando a questão deve ser posta em termos de vontade possível ou potencial. O direito subjetivo não é o querer, mas a possibilidade de querer.
Assim, Del Vecchio indica a formulação  instrumental da vontade in potentia, (em potencial), em vez da vontade in acto (ativa). Em outras palavras, o querer apenas precede o direito subjetivo, sem jamais se confundir com ele.
Nessa vereda, o que fez efetivamente Del Vecchio foi anuir e difundir a escola eclética
Pode-se afirmar, entretanto, que qualquer das teorias acima, e especialmente a eclética, definem o direito subjetivo como acima de tudo um valor, que na prática se constitui na faculdade de vir aquele titular, albergado pelo direito objetivo, de agir em busca de sua satisfação, via ação.
Já Flóscolo da Nóbrega didaticamente define que “nas linhas gerais, todas as teorias acordam em definir direito subjetivo como o poder de agir, garantido pelo direito objetivo, para realização de um interesse vital”.
Direito Subjetivo Como Norma e Como Fato
Compreendamos o conceito do normativo jurídico de Kelsen. Segundo ele “direito objetivo e direito subjetivo são apenas posições distintas do Direito, que é um único sistema lógico-gradativo de normas”.
Nesse passo, se se analisa a estrutura de uma regra de direito verifica-se que esta enuncia umdever. Assim, conclui Kelsen  “o direito subjetivo não é senão a norma mesma enquanto atribui a alguém o poder jurídico correspondente ao dever que nela se contém”.  E Por fim, alude M. Reale que “o direito subjetivo não é mais que a subjetivação do direito objetivo”. Remata Kelsen: “o poder jurídico outorgado para o adimplemento de um dever jurídico”.
Conclui-se, pois, que tais pensamentos contestam pura e simplesmente a existência de qualquer direito subjetivo, declarando que, em face dos enunciados normativos, o que existem são situações de fato de natureza subjetiva, como é sustentado por Léon Duguit, um dos mestres do direito público francês.
Os Direitos Subjetivos Públicos na Constituição Federal 
De plano, a distinção entre direitos subjetivos públicos e subjetivos privados.
A distinção entre o direito subjetivo público e privado toma por base a pessoa do sujeito passivo da relação jurídica. Quando o obrigado for pessoa de direito público, o direito subjetivo será público e, inversamente, o direito subjetivo será privado.
Esta distinção não é antiga, de vez que até há pouco tempo - em face da idéia predominante de que o Estado, como autor e responsável pela aplicação do Direito não estaria sujeito às suas normas – não se admitia a existência de direito subjetivo público.
Direito subjetivo privado
Sob o aspecto econômico:
Divide-se em patrimoniais e não-patrimoniais.
Patrimoniais possuem valor de ordem material, podendo ser apreciados pecuniariamente.
Subdivide-se em:
Reais (móvel ou imóvel) – Domínio, usufruto, penhor;
Obrigacionais – crédito ou pessoais;
Sucessórios
Intelectuais.
Os direitos subjetivos de caráter não-patrimoniais desdobram-se em personalíssimos e familiais.
Personalíssimos (ou inatos) vida, integridade corpórea e moral, nome.
Familiais – Vínculo familiar, cônjuges e seus filhos.
Sob o aspecto da eficácia os direitos subjetivos privados: Dividem-se em absolutos e relativos, transmissíveis e não-transmissíveis, principais e acessórios, renunciáveis e não renunciáveis.
Absolutos - figura no pólo passivo a coletividade, erga omnes. Exemplo direito de propriedade.
Relativos - opostos em relação a determinada pessoa, que participe da relação jurídica.
Exemplo: direitos de créditos, de locação, familiais.
Transmissíveis - Aqueles direitos que podem passar de um titular para outro, por alienação, doação, subrogação, etc.
Não-transmissíveis - Ao revés do acima explicitado. A impossibilidade pode ser de fato ou legal. Os direitos personalíssimos são sempre direitos não transmissíveis, enquanto os reais, em princípio, são transmissíveis.
Principais- são direitos independentes e autônomos.
Acessórios - estão na dependência dos principais. Exemplo mútuo. O principal é o capital, e o direito

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