Buscar

2 Crimes Contra a Organização do Trabalho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO: 
Esses crimes estão previstos nos artigos 197 a 207 do Código Penal. 
1. Objetividade jurídica: 
Os crimes contra a organização do trabalho têm dupla objetividade jurídica. Isso porque 
protegem os direitos individuais e coletivos dos trabalhos, e ainda, a organização do trabalho 
em si mesma, ou seja, a própria organização das organizações trabalhistas, que é bem comum, 
da coletividade. 
2. Competência para processo e julgamento: 
A regra geral é que, se o crime atingir direitos coletivos dos trabalhadores, a competência é da 
Justiça Federal. Mas, atingindo interesse individual do trabalhador, a competência será da 
Justiça Estadual. 
3. Atentado contra a liberdade de trabalho - art. 197: 
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: 
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar 
durante certo período ou em determinados dias: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência; 
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou 
paralisação de atividade econômica: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
3.1. Sujeito ativo: 
Trata-se de crime comum, não exigindo sujeito especial para sua prática. 
3.2. Sujeito passivo: 
No inciso I, é o trabalhador. 
No inciso li, são sujeitos passivos, o proprietário do estabelecimento e os trabalhadores do 
estabelecimento reflexamente prejudicados pelo crime. 
3.3. Objeto Jurídico: 
Direito Penal IV - Crimes contra a organização do Trabalho É a proteção da liberdade de 
trabalho, inclusive a liberdade de escolher a espécie de trabalho que quer exercer; além da 
ntegridade física e psíquica da vítima. 
Daí que, esse tipo penal do art. 197 pode ter como vítima a pessoa que já trabalha e é 
impedida de trabalhar, e também a pessoa que não trabalha e é impedida de exercer o 
trabalho que escolheu. 
3.4. Tipo objetivo: 
A conduta é constranger, que significa a coação ilegal à liberdade física ou psíquica. O crime 
somente existirá se houver violência física ou grave ameaça. Esse artigo se caracteriza com a 
conduta de constranger, mas constranger com violência ou grave ameaça. 
O constrangimento pode ser para que a vítima: 
Exerça arte, ofício ou profissão; 
Não exercer arte ofício ou profissão. 
Trabalhar ou não trabalhar em determinado período ou em dias determinados. Ex. toque de 
recolher estabelecido por traficantes, de sábado até segunda feira. 
Abrir ou fechar seu estabelecimento de trabalho. Ex. traficante que determina fechamento de 
estabelecimento em período determinado. 
Participar de paralisação de atividade econômica. 
O tipo penal tutela qualquer tipo de trabalhador, inclusive o profissional liberal. 
Temos uma modalidade especial de constrangimento ilegal acrescida de finalidade 
específica que pode ser alguma das condutas retro citadas. Dai que tal dispositivo prevalece 
em relação ao crime de constrangimento ilegal. 
3.5. Elemento subjetivo: 
É o dolo, assim como todos os demais crimes contra a organização do trabalho. 
3.6. Consumação e tentativa: 
O crime se consuma quando a vítima, constrangida, realizada uma das condutas exigidas 
pelo infrator. O crime se consuma quando a vítima atende a exigência do infrator, praticando u 
omitindo o comportamento exigido. 
É possível a tentativa quando a vítima é constrangida, mas não cede a exigência, ou seja, não 
pratica a ação ou omissão exigidas. 
Esse crime pode ser praticado mediante violência ou grave ameaça, e, nessa hipótese, o 
agente irá responder por esse crime do art. 197 + o crime relativo a violência. É o que diz o 
preceito sancionado r do tipo penal: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
É o que a doutrina denomina de concurso material obrigatório ou necessário. Alguns afirmam 
que se trata de concurso formal, por apenas ser uma conduta. 
4. Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta: 
Aqui temos dois crimes em um mesmo tipo penal. 
Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta Art. 198 - 
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou 
a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou 
agrícola: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
4.1. Sujeito ativo: 
É qualquer pessoa. Crime comum. 
4.2. Sujeito passivo: 
É o trabalhador, no caso de atentado contra a liberdade de trabalho; e fornecedor ou 
adquirente de matéria prima, produto industrial ou agrícola no caso de boicotagem violenta. 
Pessoa jurídica pode ser vítima do crime de boicotagem violenta? 
1ª Corrente: Capez e Luiz Regis Prado afirmam que sim. Que pode ser a pessoa jurídica 
impedida de adquirir, ou fornecer matéria prima, produto industrial ou agrícola. 
2ª Corrente: a pessoa jurídica não pode ser vítima, pois esse crime exige violência ou grave 
ameaça contra alguém, o que pressupõe violência pessoa física. Nesse sentido, Cezar Roberto 
Bittencourt. 
Sílvio concorda com a primeira corrente, afirmando que a pessoa jurídica pode ser vitima no 
aspecto patrimonial, como no crime de extorsão, apesar de não poder sofrer constrangimento 
relativo a violência ou grave ameaça. 
4.3. Objeto jurídico: 
É a proteção da liberdade de trabalho e a proteção da liberdade de contratar, além da 
integridade física e psíquica da pessoa, incluída a vida. 
4.4. Tipo objetivo: 
A conduta é constranger, mediante violência ou grave ameaça, idem o art, 197 do CP. O 
constrangimento da vítima pode ser para: 
Celebrar contrato de trabalho: atenção para o fato de que, o tipo penal não prevê a conduta 
de constranger a não celebrar contrato de trabalho. Constranger a vítima a não celebrar 
contrato de trabalho configura o crime do art, 146 (constrangimento ilegal) ou, para alguns, o 
do art. 197, I do CP. 
A não fornecer matéria prima ou produto industrial ou agrícola (crime de boicotagem): não se 
pune a conduta de constranger a vítima a fornecer, pelo que, nessa hipótese será configurado 
o crime do art. 146 do Código Penal. 
Não adquirir matéria prima, produto industrial ou agrícola: o tipo penal não pune adquirir tais 
coisas, pelo que restará configurado, nessa hipótese, o constrangimento ilegal. 
4.5. Consumação e tentativa: 
A consumação ocorre quando a vítima, constrangida, celebra o contrato ou deixa de fornecer 
ou adquirir a matéria prima ou produto. 
Daí que, temos um crime material, exigindo para a consumação, resultado naturalístico 
(celebração do contrato, fornecimento ou aquisição). 
No que tange a tentativa, essa é possível nas três hipóteses, ocorrendo quando a vítima é 
constrangida, mas não atende às exigências do infrator. Ex. éconstrangida a celebrar contrato 
e não o faz. 
Havendo violência, o agente responderá pelo crime correspondente à violência.

Continue navegando