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Farmacodinâmica: estudo dos efeitos das drogas

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Farmacodinâmica – P1 – Amanda Dias, ufsc. 
Um fármaco é uma substancia química de estrutura conhecida que, quando aplicado a um sistema fisiológico, afeta 
seu funcionamento de um modo específico. Nenhum fármaco age com especificidade total, se aumentar a dose de 
um fármaco a substância pode afetar outros alvos além de seu alvo principal, levando ao aparecimento de efeitos 
colaterais. 
Farmacodinâmica: estuda os efeitos (terapêuticos, colaterais e/ou tóxicos) das drogas e seu mecanismo de ação, ou 
seja, o que a droga faz com o corpo. Embasa o uso racional do fármaco, explica porque um é utilizado em doses 
menores do que outro. Fornece informações para o desenvolvimento de drogas melhores 
 
Afinidade – capacidade do fármaco de se ligar ao receptor 
Eficácia – capacidade do fármaco ligado ao receptor de ativá-lo 
Potência – quantidade de fármaco necessário para produzir o efeito 
Especificidade – capacidade de o fármaco ligar-se apenas a certos alvos e os alvos reconhecerem apenas determinados 
fármacos. *Nenhum fármaco é completamente específico (ao aumentar a dose pode afetar outros alvos) 
Seletividade – propriedade que o fármaco tem de produzir o menor número de efeitos possíveis. Atuar apenas no 
local alvo. 
 
Os fármacos podem ser: 
A) Agonista - se liga ao receptor e é capaz de ativá-lo 
 Agonista Parcial: tem eficácia intermediária, capaz de desencadear repostar submáximas 
 Agonista Pleno: desencadeia uma resposta máxima 
B) Antagonista - interfere na ligação dos agonistas em seus receptores. Não desencadeia um efeito. 
 Antagonista competitivo: o antagonista e o agonista competem entre si pelo receptor 
 Antagonista competitivo reversível: em altas concentrações de agonista, o agonista consegue restaurar a ocupação 
 Antagonista competitivo irreversível: o agonista não consegue restaurar a ocupação no receptor 
 Antagonista alostérico: se liga em qualquer parte do receptor e muda sua conformação. 
 
Gráfico de potência vs eficácia: 
 
 
 
 
 
 Eficácia – capacidade do fármaco ligado ao receptor de ativá-lo 
 
 Potência – quantidade de fármaco necessário para produzir o efeito 
 
Potencia: fármaco A e B são iguais porque ambos 
têm a mesma concentração (quanto menor a 
concentração mais potente) 
Eficácia: fármaco A é mais eficaz porque 
conseguiu um maior efeito na mesma concentração 
do que B. 
Potencia: fármaco A é mais potente porque tem 
de uma concentração menor. 
Eficácia: fármaco A possui maior eficácia pois teve 
uma resposta maior do que B em menor 
concentração. 
Receptores: são várias moléculas encontradas na superfície de células que estão envolvidas em uma resposta 
fisiológica, reconhecem sinais endógenos e respondem a eles. Servem como um “alvo” para fármacos. 
 
Alvos proteicos para ligação de fármacos (receptores): há quatro tipos principais de proteínas reguladoras que atuam 
como alvos farmacológicos primários, sendo elas: 
1) Ionotrópicos (canais iônicos); 2) Metabotrópicos (acoplados a proteína G); 3) Ligados a quinases e 5) Nucleares 
(intracelulares). 
 
1) Canais iônicos: estão envolvidos principalmente na transmissão sináptica rápida, o canal incorpora o sítio de 
ligação à droga, a ligação é direta ou indireta (via proteína G), ex: receptores nicotínicos da acetilcolina, do 
GABA tipo A e da 5-HT tipo 3. 
 
2) Acoplados a proteína G: a proteína G é uma proteína de membrana que compreende 3 subunidades 
(alfa/beta/gama), quando se liga a um receptor ligado a um agonista, a subunidade alfa se dissocia e então 
fica livre para ativar um efetor. 
 
Gs: ativa adenilato ciclase → transforma ATP em AMPC → ativa PKA → fosforilação de proteínas 
 
Gq: ativa fosfolipase C → transforma PIP2 em IP3 e GAB 
GAB → ativa PKC que fosforila proteínas 
IP3 → aumenta a concentração de cálcio citosólico 
 
Gi: inibe a ativação da adenilato ciclase 
 
3) Ligados a quinases: com a ligação da droga, há fosforilação de resíduos de tirosina de proteínas na face interna 
da membrana plasmática, alterando sua função. Ex: insulina. 
 
4) Nucleares: Receptores que vivem dentro da célula, logo, a droga deve penetrar na célula para ativa-lo. 
Promovem a transcrição de genes. 
 
Regulação dos receptores: 
A) Hipersensibilização/hiperatividade: aumento do efeito de uma droga após estimulações repetidas. 
B) Dessensibilização/refratariedade: diminuição do efeito de uma droga após estimulações repetidas com a mesma 
dose. 
 
Transdução de sinal – Amplificação 
Processo pelo qual a célula converte e amplifica um sinal extracelular num sinal intracelular. Grande parte das 
moléculas não entram na célula então a mensagem é transferida pela transdução. 
 Grande parte das moléculas sinalizadoras não entram para o interior da célula. Em vez disso, a mensagem que 
estas moléculas trazem consigo é transferida, pelo processo de transdução de sinal, para moléculas 
sinalizadoras intracelulares (ou seja, no interior da célula), conduzindo a uma resposta por parte da célula. 
 Os receptores são tipicamente os primeiros componentes do processo da transdução de sinal. Os receptores 
que levam à transdução de sinal são os que estão à superfície da membrana plasmática e que reconhecem as 
moléculas sinalizadoras extracelulares. 
 
 
 
 
Amplificação de sinal - mecanismo no qual as células empregam mensageiros secundários para se comunicarem, 
coordenando as diferentes atividades nos diversos tipos de tecidos e órgãos. 
 
 Índice terapêutico - Razão entre a dose tóxica e a dose efetiva de uma determinada droga. Frequentemente 
calculadas pela DT50 e DE50. Quanto maior este índice, maior será a segurança terapêutica. 
Célula envia o sinal → transporte pelo sangue → ligação aos receptores → transdução → efeito 
Dose Tóxica 50% (DT50): Dose capaz de produzir um determinado efeito tóxico em 50% dos indivíduos 
tratados. Dose Letal 50% (DL50): Dose capaz de produzir óbito em 50% dos indivíduos. 
 
 Efeito colateral - é um efeito diferente daquele considerado como o efeito principal por um remédio. Podem 
ocorrer outros efeitos potencialmente benéficos além do principal 
 Efeito adverso - É qualquer resposta a um medicamento que seja prejudicial, não intencional, e que ocorra 
nas doses normalmente utilizadas. Podem ocorrer outros efeitos que são prejudiciais 
 
O termo taquifilaxia e dessensibilização implica em uma diminuição consideravelmente rápida na resposta, enquanto 
que tolerância é geralmente empregada para descrever uma diminuição mais gradual (lentamente) na eficiência da 
droga adicionada repetitivamente durante um período de tempo mais longo. 
Taquifilaxia - fenômeno de rápida diminuição do efeito de um fármaco em doses consecutivas. 
Taquifilaxia e dessensibilização são sinônimos: o efeito de um fármaco diminui com sucessivas aplicações. 
Tolerância: ocorre mais lentamente

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