Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O termo farmacodinâmica engloba 3 pilares de um fármaco: 1. Local de ação 2. Mecanismo de ação 3. Efeitos terapêuticos e tóxicos Estuda os mecanismos pelos quais um medicamento atua sobre as funções bioquímicas ou fisiológicos de um organismo vivo. É um estudo quantitativo, onde a resposta do efeito depende da dose. Farmacodinâmica + farmacocinética = caminho completo percorrido pelo medicamento. Pontos importantes • Entendimento sobre os efeitos farmacológicos e adversos causados pelos medicamentos. • Fornecem informações sobre a forma mais adequada de tratar as intoxicações pelos mesmos agentes. • Um medicamento não cria uma função no organismo, apenas modifica uma preexistente. Ex.: Um medicamento vai coordenar a pressão arterial, coordenar produção de insulina, coordenar mecanismos anti-inflamatórios . Eles não criam um novo mecanismo. • Humanidade utilizou esse conceito para descobrir ou sintetizar substâncias que pudessem curar os desequilíbrios causados pelas patologias. Classificação dos fármacos Podem ser classificados de acordo com seu mecanismo de ação, podendo ser estruturalmente inespecífico ou específico. Estruturalmente inespecífico • Efeito farmacológico independe da estrutura química/receptor. • Provoca alterações físico—químicas (solubilidade, tensão superficial etc.) • Promove mudanças na função e no metabolismo celular. • Ex: anestésicos gerais inalatórios com lipossolubilidade e potência anestésica (teorias – acúmulo na membrana neuronal); desinfetantes – alterações fisico químicas na superfície onde é aplicada. Estruturalmente específicos • Efeito farmacológico depende de sua estrutura química. • Ligam-se a receptores formando complexo. • Complexo promove alteração na função celular • Pequenas mudanças na estrutura química podem acarretar alteração farmacológica. • Ação farmacológica depende de uma contração menor que os estruturalmente inespecíficos. Conceitos importantes Sítio de ação: local onde o fármaco atua (intracelular ou extracelular / membrana). Eficácia: quantificação do efeito benéfico de um fármaco na espécie. Após ocupação do receptor, a droga é capaz de iniciar uma resposta (molecular, celular, tecidual, sistêmico). Afinidade: tendência com que as moléculas da droga são atraídas para seus receptores (quanto maior a afinidade pelo receptor, maior é a potência do fármaco). Receptores: macromoléculas complexas, dotadas de sítio de ação do ligante (fármaco) para interagir com drogas especificas, bem como de um sítio efetor para iniciar resposta farmacológica. Droga + receptor (macromolécula proteica) = efeito farmacológico através de interações químicas (pontes de hidrogênio/hidrofóbicas...) O tipo de ligação é que determina se o efeito da fármaco será rápido ou prolongado. Receptores Histórico: Foi criado para sinalizar o local/componente onde ocorre a interação com a substância química. 1950: determinou que o receptor era um constituinte celular. 1913: descrita a especificidade (mudança na estrutura química alterava efeito farmacológico). 1920: intensidade do efeito farmacológico está diretamente relacionada com a quantidade de receptores ocupada. Definição: Os receptores são macromoléculas as quais os ligantes (fármaco) endógenos (produzidos pelo próprio corpo, ex: hormônios) ou exógenos se ligam a fim de produzir um efeito biológico. Possui um relação dose/efeito, ou seja, a dose interfere no efeito. Relação fármaco-receptor A ligação especifica do fármaco a um receptor ocorre devido à estrutura e às propriedades quimicas de ambos. Como funciona? Usando como exemplo um anti hipertensivo, após se ligar com seu recptor, ele vai causar relaxamento dos vasos sanguíneos (vasodilatação) e assim a queda da pressão arterial. A ligação droga – receptor pode ocorrer de duas formas: • Não covalente: fraca e reversível e mais dinâmica; ocorre com a maioria dos fármacos. O fármaco se liga ao receptor, começa a fazer seu efieto, e depois que ele é excretado, o recptor continua lá ativo. Ex: Captopril inibindo ECA (enzima conversora da angiotensina) e omeprazol inibindo bomba de protons na mucosa gástrica. Eles inibem momentanemanete, mas conforme o fármaco vai sendo eliminado, a produção de ECA e da bomba de protóns volta a ocorrer normalmente. • Covalente: forte e irreversível; ocorre destruição (inativação) dos receptores. Ex: organofosforado. É uma ligação que uma vez formada, não consegue ser revertida. Um exemplo é o chumbinho. A chance de óbito ou não vai depender da dose (concentração) que foi administrada. Transdução sinal • Ligação no alvo terapêutico (receptor). • Mecanismo pelo qual fármaco produz a resposta terapêutica na célula. Transforma o efeito farmacológico em uma mudança fisiologica na célula. As etapas de transdução de sinais se iniciam através da geração de um sinal biológico (como a liberação de catecolaminas) ou farmacológico, como a adrenalina se liga a receptores especificos para aquela molécula. O receptor então vai realizar uma transdução do sinal gerado levando a uma resposta fisiológica, terapêutica ou tóxica. Características da transdução do sinal: Existem quatro caracterisiticas fundamentais na transdução do sinal. São eles: 1. Especificidade: onde a molecula sinalizadora se encaixa no sítio de ligação do receptor complementar e quando isso ocorre, outros sinais não são capazes de se ligarem. Cada fármaco só se liga ao seu receptor específico por conta da sua conformação. Quanto mais especifico, maior efeito farmacologico e menor efeito colateral. 2. Amplificação de sinal: ocorre quando enzimas ativam outras enzimas, e o número de moleculas afetadas aumentam geometricamente na cascata enzimática. Ex: a ação da adrenalina sobre os hepatócitos, onde a ativação de seu receptor irá gerar uma série de sinais em cascata levando a produção e liberação de glicose na corrente sanguínea. 3. Dessensibilização ou adaptação: a ativação de receptores dispara um circuito de retroalimentação que desliga o receptor ou o remove da superfície celular, assim o mesmo sinal não é capaz de continuar gerando uma resposta. Um exemplo desse mecanismo é a ligação da adrenalina aos receptores B-adrenergicos que irão promover a dissociação da protéina G acoplada ao recptor, onde irá ativar proteínas sequestradoras dos recptores b-adrenergicos, promovendo uma endocitose dos rececptores, incapacitando sua ligação com a adrenalina. 4. Integração de sinais: é caracterizada quando dois sinais apresentam efeitos opostos sobre uma característica metabólica, como por exemplo, a concentração de um segundo mensageiro X ou o potencial me membrana Vm, a regulação é consequencia da ativação integradas dos dois receptores. Essa caracteristica é observada na ação da insulina sobre seus recptores. Como a adrenalina aumenta a liberação de glicose no plasma sanguíneo, a insulina promove uma resposta contrária. Quando ligada aos seus receptores, ela desencadeira diversas reações, uma delas é a fosforilação dos resíduos serina dos receptores B-adrenergicos e consequentemente levando a uma internalização e redução de sua ação. Alvos terapêuticos • Receptores celulares - proteínas celulares que atuam como receptores de susbtâncias endógenas (hormônios e neurotransmissores) e exógenas. • Transportadores – inibindo proteínas transportados para o interior da célula (glicose, aminioácido, ions). • Enzimas – vários fármacos atual inibindo. • Parede/membrna celular. • Genes Quando ligado a receptores se divideem 4 subfamílias: • Canais iônicos controlados por ligantes • Receptores acoplados à proteina G • Receptores ligados a quinases • Receptores nucleares 1. Canais iônicos com portão: a abertura e o fechamento são mediados em resposta a concentração do ligante sinalizados ou o potencial de membrana. Existem três tipos de canais iônicos transmembrana, o principal (e o que a prof falou) é o regulados por ligantes, que dependem da ligação de um molécula ao canal para que promova sua abertura (ex: canais de Na+ regulado por ligante). 2. Receptores acoplados à proteina G: ativam a proteína intracelular (G) que liga GTP e regula enzimas que iram gerar um segundo mensageiro. 3. Receptores ligados a quinases se subdivivem em: 3.1. Receptor Tirosina-cinases: são receptores que se autofosforilam mas depende da ação de umligante; 3.2 . Receptor guanilil-ciclase: são ativados quando o ligante interage com o dominio extracelular do receptor, estimulando a formação do segundo mensageiro GMP cíclico. 4. Receptores nucleares: presentes no núcleo celular; a ligação do esteroide permite ao recptor regular a expressão de genes especificos; só são ativados por drogas altamente lipofilicas. Ex: Tamoxifeno (antagonista de estrógeno) cân Ação e efeito dos fármacos Ação: ligação com o receptor Efeito: alteração final da função biológica, consequência da ação. Os farmácos podem ter diferentes tipos de efeito: • Estimulação: aumento da atividade celular (ex: adrenalina nas glândulas salivares aumentam a produção de saliva). • Depressão: redução da atividade celular (barbitúricos deprime SNC). • Irritação: efeito lesivo celular (ácidos/irritam a mucosa gástrica) • Reposição: acrecenta molecula ausente ou deficiente (insulin no diabético). • Citototóxica: destruição de um grupo celular (antibóticos nas bacterias). Mas tudo depende da.... Dose Quantidade adequada da droga que é encessária para produzir certo grau de resposta em determinado paciente. A dose é dependente da resposta necessária: • Aspirina dose analgésica – 0,3 a 0,6g • Aspirina dose anti inflamatória – 3 a 6g Tipos de dose: • Terapêutica • Profilática • Tóxica Afinidade Afinidade: capacidade de se ligar a um tipo determinado de receptor. Eficácia: efeito máximo que uma droga pode produzir; é o tamanho da resposta que o fármaco causa quando interage com um receptor. A eficácia depende do número de complexos farmacorreceptores formados e da atividade intrínseca do fármaco (sua capacidade de ativar o receptor e causar a resposta celular). A eficácia máxima de um fármaco (Emáx) considera que todos os receptores estão ocupados pelo fármaco, e não se obterá aumento na resposta com maior concentração do fármaco. Por isso, a resposta máxima difere entre agonistas totais e parciais, mesmo que 100% dos receptores sejam ocupados pelos fármacos. De modo similar, mesmo que um antagonista ocupe 100% dos receptores, não ocorre ativação, e o Emáx é zero. A eficácia é uma característica clinicamente mais útil do que a potência, pois um fármaco com maior eficácia é mais benéfico terapeuticamente do que um que seja mais potente. Agonistas: capaz de gerar efeito máximo. Causam alterações na funçãocelular, produzindo vários tipos de efeitos. • Agonista total: efeito máximo • Agonista parcial: efeito parcial • Antagonista: nenhum efeito Agonista natural: 100% resp. biol. Agonista modificado: 50% da resp. biol. Potência Potência é uma medida da quantidade de fármaco necessária para produzir um efeito de determinada intensidade. A concentração de fármaco que produz 50% do efeito máximo (EC50) em geral é usada para determinar a potência. Na linha vertical (0 a 100) indica a efetividade do fármaco, na linha horizontal embaixo indica a concentração (quanto mais para direita, maior a concentração). Nesse gráfico, tanto o fármaco X quanto o Y, tem a mesma eficácia, mas o fármaco x, precisou de uma menor concentração do que o Y para atingirem a mesma eficácia. Já nesse segundo gráfico mostra que mesmo com a mesma concetraçã somente o fármaco X atingiu a eficácia. Portanto, um fármaco potente é aquele que atinge sua eficácia com uma concentração baixa. Agonista total: produzem resposta máxima por ocupar todos os recptores ou parte deles. Agonistas parciais: não desencadeiam resposta máxima quando ocupam todos os receptores. Antagonistas Se ligam aos receptores e não promovem efeito nenhum; impedem que os agonistas se liguem ao seu receptor. Existem 3 tipos de antagonistas: • Antagonista competitivo: se liga no mesmo sítio do agonista no receptor (reversível); diminui a concentração do farmaco mas não impede a eficácia. • Antagonista não competitivo: se liga no mesmo sitio do agonista receptor (irreversível); não reduz a potência; diminui a eficácia do fármaco. • Antagonista alostérico: se liga em um sítio alostérico e impede que o agonista se ligue no seu receptor mudando sua conformação, isso diminui seu efeito terapêutico máximo já que o agonista não vai encaixar diretitinho. Curva dose resposta A curva dose-resposta é a representação gráfica da expressão matemática da relação entre a dose de um princípio farmacologicamente ativo e o seu efeito. Da análise dessa curva surgem indicadores farmacodinâmicos, tais como Dose Efetiva 50 (DE 50), Potência Relativa e Efeito Máximo. A intensidade da resposta dada por um fármaco é proporcional à dose administrada. A curva sigmoide ou em forma de S é uma expressão comumente observada na maior parte das curvas dose-resposta. É importante mencionar que, para cada efeito haverá uma curva dose-resposta distinta. Além disso, a configuração da curva dose-resposta da mesma substância química e a mesma espécie animal pode variar com as mudanças das condições experimentais, por exemplo, as mudanças na forma de distribuição da dose no tempo (frequência). Administração de um fármaco em concentrações crescentes e medimos a resposta terapêutica. Indíce terapêutico O índice terapêutico é a relação entre a dose letal (DL50) e a dose efetiva (DE50) para produzir um determinado efeito farmacodinâmico. O novo fármaco será mais seguro quanto maior for o índice terapêutico. O valor ideal do índice terapêutico é sempre superior à unidade. Ele quantifica a segurança relativa de um fármaco. Fórmula: IT = DL50 dividido por DE50 Menor que 5: quer dizer que é mais perigoso a administração, já que sua dose efetiva e sua dose letal estão proximas. Maior que 10: muito distante uma dose da outro, então é mais tranquilo. Margem de segurança O IT fornece um único número que quantifica a margem de segurança relativa de um fármaco numa população. Um alto valor de IT representa uma janela terapêutica grande (ou larga) (por exemplo, uma diferença de mil vezes entre as doses terapêuticas e tóxicas), enquanto um IT pequeno indica uma janela terapêutica pequena (ou estreita) (por exemplo, uma diferença de duas vezes entre as doses terapêuticas e tóxicas). A margem de segurança é o limite existente entre a dose terapêutica e a dose tóxica da droga.
Compartilhar