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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE II Gabriel Augusto Rodrigues 201410479 Juarez Hilleshein Junior 201410307 Letícia Duarte Noronha 201410165 Paula Lopes Poiati 201410878 EXPERIMENTO 5 – RESFRIAMENTO EM TUBO CILÍNDRICO Prof.: Edu Barbosa Arruda UBERABA 2016 1 RESULTADOS E DISCUSSÃO 1.1 PROBLEMA 15.1 (CANEDO, E. L. p 477) Considere um tubo cilíndrico, parcialmente cheio com água líquida a 80°C, exposto a uma corrente de ar seco, escoando a uma pressão de 1 bar. Em contato com o ar seco a água evapora e o vapor de água difunde através de uma coluna de ar estagnado de L: 10 cm de comprimento. Pode-se supor: (a) que a taxa de evaporação é suficientemente baixa, para que a variação do nível de água no tubo (devido a evaporação) não afete o processo difusivo (estado quase estacionário); (b) que a coluna de ar úmido no tubo se encontre a p = 1 bar e T = 80°C (constantes e uniformes); (c) que a densidade do ar úmido e a difusividade do vapor de água no ar são constantes, independentes do conteúdo de água no ar; (d) que a pressão parcial da água no ar úmido em contato com a água líquida é igual a pressão de vapor de água (em equilíbrio) a 80°C; (e) que a pressão parcial da água na saída do tubo é 0 (ar seco). Avalie a variação da altura de líquido por unidade de tempo. Dados: Pressão de vapor de água a 80°C: P0 = 47,4 kPa Densidade do ar (seco ou úmido) a 80°C: ρ = 1∙10-3 g/cm3 Densidade da água líquida a 80°C: ρ0 = 0,74 g/cm3 Difusividade do vapor de água no ar a 1bar e 80°C: DAB = 0,74 cm2/s Considere o “ar” como uma espécie química de massa molar MB=29 g/mol; a massa molar da água é MA=18 g/mol. 1.2 RESOLUÇÃO TEÓRICA O problema foi adaptado mediante alterações de alguns parâmetros para posterior comparação com o realizado experimentalmente. Utilizaram-se as mesmas hipóteses e o fluido considerado foi o álcool etílico (etanol) à temperatura ambiente (25ºC). Nessa temperatura tem-se que as propriedades do etanol são: Pressão de vapor de etanol a 25°C: p0 = 7,89 kPa; Densidade do ar (seco ou úmido) a 25°C: ρ = 1,184∙10-3 g/cm3; Densidade do etanol líquido a 25°C: ρ0 = 0,790 g/cm3; Difusividade do etanol líquido em ar a 1 bar e 25°C: DAB = 0,12 cm2/s; O “ar” foi considerado como uma espécie química de massa molar MB = 29 g/mol já a massa molar do etanol é MA = 46 g/mol. Através da equação de Antoine, calculou-se a pressão de vapor do etanol a partir dos dados de Abbott, Smith e Van Ness (2011) para a temperatura de 25°C. Os demais dados foram encontrados em tabelas de Çengel e Ghajar (2012). Definiu-se os componentes como etanol (A) e o componente ar (B). Considerou-se que o fluxo é unidirecional em z, sentido vertical, iniciando em zero na superfície do líquido. A fração molar de etanol no ar úmido para z = 0 pode ser obtida através da razão entre as pressões de vapor e atmosférica adotada como 100 kPa: (𝑦𝐴)0 = 𝑝0 𝑝 = 7,89 100 = 0,0789 Portanto, a fração molar de ar é dada por: (𝑦𝐵)0 = 1 − (𝑦𝐴)0 = 1 − 0,0789 = 0,9211 Calculou-se a massa molar média do ar úmido nessas condições utilizando as frações molares de cada substância e suas massas molares de componente puro: �̅� = 0,0789 ∙ 46 + 0,9211 ∙ 29 �̅� = 30,3413 𝑔/𝑚𝑜𝑙 A fração mássica de álcool etílico no ar úmido é calculada como sendo: (𝑤𝐴)0 = 𝑀𝐴 ∙ (𝑦𝐴)0 �̅� = 46 ∙ 0,0789 30,3413 = 0,1196 E a fração mássica de ar: (𝑤𝐵)0 = 1 − (𝑤𝐴)0 = 1 − 0,1196 = 0,8804 No ponto localizado em z = L = 10cm, os valores de fração mássica de ar e água considerados foram de: (𝑤𝐴)𝐿 = 0 𝑒 (𝑤𝐵)𝐿 = 1 A partir das frações mássicas de B, calculou-se o (wB)ml da seguinte forma: (𝑤𝐵)𝑚𝑙 = (𝑤𝐵)𝐿 − (𝑤𝐵)0 𝑙𝑛 [ (𝑤𝐵)𝐿 (𝑤𝐵)0 ] (𝑤𝐵)𝑚𝑙 = 1 − 0,8804 𝑙𝑛 [ 1 0,8804 ] (𝑤𝐵)𝑚𝑙 = 0,9389 A taxa de evaporação pode ser obtida pela equação a seguir: 𝑛𝐴 = 𝜌. 𝐷𝐴𝐵 (𝑤𝐵)𝑚𝑙 . ∆𝑤𝐴 𝐿 𝑛𝐴 = 1,184 ∙ 10−3 ∙ 0,12 0,9389 ∙ −0,1196 10 𝑛𝐴 = −1,80986 ∙ 10 −6 𝑔/𝑐𝑚²𝑠 Conhecendo este fluxo, tornou-se possível o cálculo da variação de altura da coluna de líquido: 𝑑𝐿 𝑑𝑡 = − 𝑛𝐴 𝜌0 = − (−1,80986 ∙ 10−6) 0,790 𝑑𝐿 𝑑𝑡 = 2,291 ∙ 10−6 𝑐𝑚/𝑠 Ou seja, a taxa de evaporação dada pela diferença de alturas é de 0,08247 mm/h. 1.3 RESOLUÇÃO EXPERIMENTAL Utilizando-se um copo plástico colocado em frente a um ventilador, com dimensões de 15,3 cm de altura x 5,6 cm de diâmetro, de forma que uma corrente de ar passasse na borda do copo a uma velocidade considerada constante. Seguiu-se todo o procedimento experimental descrito no problema do livro. A Tabela 1, a seguir, apresenta os dados experimentais da medida da variação da altura da coluna de líquido com o tempo. Tabela 1 – Dados experimentais Medição Tempo [s] Altura [cm] 1 0 5,3 2 900 5,3 3 2700 5,2 4 4500 5,1 5 6300 5 6 8100 4,9 7 11700 4,7 8 18900 4,3 9 22500 4,1 Fonte: Os Autores, 2016. Na Figura 1 apresentam-se os dados da Tabela 1 em um gráfico que relaciona a altura da coluna de líquido de etanol à medida que o tempo passava. Figura 1 – Gráfico da altura da coluna de líquido em função do tempo. Fonte: Os Autores, 2016. A partir deste gráfico, obtemos o valor de dL/dt com o coeficiente angular da reta apresentada, com valor absoluto de (5∙10-5 cm/s ou 1,8 mm/h). Pôde-se verificar que a reta apresentou um bom coeficiente de determinação (R2 = 0,9988). Sabendo disso, pode-se calcular o erro para comparar os dados teórico e experimental. A equação utilizada para isto é: 𝐸(%) = |𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝐸𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙| 𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 ∙ 100 𝐸(%) = |0,08247 − 1,8| 0,08247 ∙ 100 = 2082,61 % Os fatores que podem ter contribuído para este erro podem ter sido as variações nas condições em que se realizou o experimento e aquelas consideradas pelo exercício. A adoção da temperatura ambiente de 25ºC para obter as propriedades do etanol, por exemplo, diferente da temperatura na qual ocorreu a prática, de aproximadamente 35ºC. Além disso, realizou-se uma convecção forçada neste sistema, do qual não se conhecia a velocidade do ar, o que provavelmente aumentou o coeficiente de difusividade prático, fazendo com que o etanol evaporasse muito mais rápido que se não houvesse o ventilador. De fato, pode-se verificar que as variações de altura experimentais foram muito maiores do que as calculadas teoricamente através de equações. y = -5∙10-5x + 5,3374 R² = 0,9988 0 1 2 3 4 5 6 0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000 A lt u ra d a c o lu n a d e l íq u id o E ta n o l [c m ] Tempo [s] Ademais, na resolução do exercício teórico não foi considerado o diâmetro do recipiente que continha o etanol líquido. Quanto maior for o diâmetro do recipiente, maior será a área de contato entre o etanol e o ar, e isso ocasiona um aumento na taxa de evaporação. Como o frasco utilizado continha um diâmetro alto, isso torna o valor da taxa elevado.
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