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1 
 
DESAPROPRIAÇÃO 
Guilherme Barros 
Leonardo Carneiro da Cunha 
 
 A efetivação da desapropriação é ato discricionário da 
Administração Pública, sujeito aos requisitos da conveniência e 
oportunidade que lhe são típicos. Disso resulta que nada é devido a 
título de indenização ao particular pela edição do decreto de 
utilidade pública do bem. 
 
 MUITA ATENÇÃO – DIREITO DE RETROCESSÃO: É o direito que 
o particular tem de reaver o imóvel desapropriado, caso o Poder Público 
não afete o bem a alguma utilidade pública, ainda que diversa da 
inicialmente prevista no decreto expropriatório. Cuida-se, pois, de 
consequência da chamada tredestinação ilícita. Por ser direito de 
natureza real, o prazo prescricional da respectiva ação é de 10 anos, 
conforme entendimento majoritário (STJ, STF e Celso Antônio Bandeira 
de Mello). 
 
 O Poder Público tem 5 anos, após a edição do decreto 
expropriatório, para ajuizar a demanda judicial de desapropriação, nos 
casos de necessidade ou utilidade pública. Caso transcorra in albis o 
referido lapso, nova declaração de necessidade ou utilidade somente pode 
ser efetivada depois de decorrido um ano da data em que o decreto 
caducou (art. 10, do Decreto-Lei n.º 3.365/41). Já, se o fundamento for 
interesse social, o prazo será de 2 anos (Lei 4.132/62). 
 
 
 
2 
 
FUNDAMENTO DA 
DESAPROPRIAÇÃO 
PRAZO PARA O AJUIZAMENTO DA 
DEMANDA JUDICIAL 
Necessidade ou utilidade pública 
(Decreto-Lei n.º 3.365/41): 
- 5 anos após a edição do decreto 
expropriatório. Caso expirado o 
referido prazo decadencial, novo 
decreto somente pode ser expedido 
após 1 ano da data em que o primeiro 
documento caducou. 
Interesse social (Lei 4.132/62): - 2 anos após a edição do decreto 
expropriatório. 
 
 Além dos entes políticos, as concessionárias de serviço público 
podem, no exercício de função delegada, promover a desapropriação, 
desde que autorizadas expressamente em lei ou contrato. 
 Nas ações de desapropriação, não há delegação de competência 
federal à Justiça Estadual, devendo a demanda ser proposta na seção 
judiciária federal responsável pela região. 
 ATENÇÃO: Desde que haja autorização legislativa no âmbito do 
ente expropriante, é possível que a desapropriação ocorra entre entes 
públicos, figurando no polo passivo sempre os entes menores 
(União>Estados>Municípios). A competência para processar e julgar 
desapropriações propostas por um ente em face de outro recebe 
tratamentos diversos, a depender do litígio: 
 
 
 
3 
 
EXPROPRIANTE EXPROPRIADO COMPETÊNCIA BASE LEGAL 
União Estado ou DF STF Art. 102, I, ‘l’, 
da CF/88 
União Municípios Justiça Federal Art. 109, I, da 
CF/88 
Estados ou DF Município Justiça Comum Competência 
residual 
 
 MUITA ATENÇÃO – CONTESTAÇÃO LIMITADA E DIREITO DE 
EXTENSÃO: O mérito da contestação, em sede de desapropriação, é de 
cognição limitada, pois o expropriado pode erigir discussão apenas 
sobre o valor indenizatório, descabendo, por isso, o manejo de 
reconvenção no procedimento referido. Todavia, excepciona tal regra a 
possibilidade de o contestante postular o chamado “direito de 
extensão”, entendido como o direito que assiste ao particular de, 
impugnando o valor ofertado pelo Poder Público, pleitear a extensão da 
desapropriação. Para tanto, deve o contestante demonstrar que a parte 
remanescente do bem se tornou inútil ou de difícil utilização. 
 MUITA ATENÇÃO – NECESSIDADE PEREMPTÓRIA DE PERÍCIA: 
O valor oferecido pela Fazenda Pública não pode ser reputado inconteste, 
por ocasião da não apresentação de defesa, já que a realização de 
perícia é imprescindível, quando não há concordância expressa do 
expropriado. Ou seja, a revelia, no âmbito do processo expropriatório, não 
induz presunção sobre o valor ofertado pelo Poder Público. 
 Para o STJ, a participação do Ministério Público no processo de 
desapropriação é obrigatória somente se a causa versar sobre terras 
 
 
4 
 
rurais para fins de reforma agrária, nos termos da Lei Complementar n.º 
76/93 (LOMP). Nos demais casos, o interesse litigado é eminentemente 
patrimonial, afeto, portanto, aos órgãos constitucionalmente instituídos 
para defesa da Fazenda Pública. 
 ATENÇÃO: Segundo o STF, a imissão provisória não acarreta 
transferência da propriedade, de modo que o provimento antecipatório 
pode ser concedido mediante o depósito de valores que estejam aquém 
da correta indenização a ser paga ao expropriado, por ocasião da 
expropriação definitiva. 
 MUITA ATENÇÃO – JUROS COMPENSATÓRIOS E IMÓVEL 
IMPRODUTIVO: Segundo o STJ, ainda que o imóvel se mostre, no 
presente, improdutivo, são devidos juros compensatórios no âmbito da 
desapropriação. Todavia, tais juros não são devidos, quando o bem não 
inspirar qualquer esperança de aproveitamento econômico presente ou 
futuro, em razão de circunstâncias fáticas (por exemplo, a geografia e a 
topografia do local) ou jurídicas (por exemplo, proteção ambiental). 
 ATENÇÃO: Segundo o STJ, dado o princípio constitucional da 
justa indenização, que prima pelo valor real do bem, pode o juiz fixar 
valor menor que a oferta da Fazenda Pública, sem que seu julgamento 
seja eivado de nulidade. 
 Como o processo judicial da desapropriação destina-se apenas à 
fixação do valor indenizatório, a coisa julgada também se limita a este 
tópico, não alcançando, por exemplo, a discussão sobre a propriedade do 
bem. 
 
 
______________________________________________________________________ 
 
 
5 
 
Efeitos do recurso de apelação: 
APELANTE EFEITOS DA APELAÇÃO 
Particular/expropriado Meramente devolutivo 
Poder Público/expropriante Duplo efeito 
 
 MUITA ATENÇÃO – DESISTÊNCIA DA DESAPROPRIAÇÃO: A 
desistência da expropriação pode ser feita até o pagamento integral da 
indenização. Assim, ainda que se tenha iniciado o pagamento, o Poder 
Público pode desistir do processo expropriatório, quando ainda pender 
quitação total. 
 
 A legitimidade da desapropriação, para fins de reforma agrária, é 
da União, no que concerne a expedição do decreto expropriatório; e do 
INCRA, em relação ao ajuizamento da respectiva ação judicial. 
ATENÇÃO: A legitimidade da União para expedir o referido documento é 
privativa e indelegável. 
 
 
 MUITA ATENÇÃO: Estados e municípios PODEM desapropriar 
imóveis rurais, desde que não seja para fins de reforma agrária, já que 
esta desapropriação, sim, é afeta privativamente à União. 
 
 A contestação na desapropriação para fins de reforma agrária (LC 
76/93) é mais abrangente do que aquela prevista no Dec.-Lei n.º 
 
 
6 
 
3.365/41, pois nela se pode alegar qualquer matéria de defesa, 
excepcionando-se apenas a discussão acerca do interesse social contido 
no decreto expropriatório. 
______________________________________________________________________ 
 
Diferenças entre a desapropriação geral e aquela destinada à 
reforma agrária: 
 
MODALIDADE PREVISÃO 
LEGAL 
REEXAME 
NECESSÁRIO 
HONORÁRIOS 
ADVOCATÍCIOS 
CONTESTAÇÃO 
Por 
necessidade/utilidade 
pública ou interesse 
social 
DL n.º 
3.365/41 e 
Lei 4. 
132/62 
Valor fixado 
na sentença: 
dobro da 
oferta da FP 
0,5 a 5% da 
diferença entre 
a oferta inicial 
da FP e o 
montante da 
sentença 
Cognição 
limitada ao valor 
da indenização. 
Para fins de reforma 
agrária 
LC 76/93 Valor fixado 
na sentença: 
50% a mais 
da oferta da 
FP 
Até 20% da 
diferença entre 
a oferta inicial 
da FP e o 
montante da 
sentença 
Não há limitação 
cognitiva,podendo-se 
invocar 
qualquer 
matéria de 
defesa, 
excepcionando-
se apenas a 
discussão sobre 
o interesse 
social 
 
 
 
7 
 
______________________________________________________________________ 
O PRAZO PRESCRICIONAL DA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO 
INDIRETA É DE 10 ANOS 
Dizer o Direito 
Desapropriação indireta 
A desapropriação indireta ocorre quando o Estado (Poder Público) 
se apropria do bem de um particular sem observar as formalidades 
previstas em lei para a desapropriação, dentre as quais a declaração 
indicativa de seu interesse e a indenização prévia. 
Trata-se de um verdadeiro esbulho possessório praticado pelo 
Poder Público. 
A desapropriação indireta é também chamada de apossamento 
administrativo. 
O que a pessoa que teve seu bem desapropriado indiretamente 
poderá fazer? 
• Se o bem expropriado ainda não está sendo utilizado em nenhuma 
finalidade pública: pode ser proposta uma ação possessória visando a 
manter ou retomar a posse do bem. 
• Se o bem expropriado já está afetado a uma finalidade pública: 
considera-se que houve fato consumado e somente restará ao particular 
ajuizar uma “ação de desapropriação indireta” a fim de ser indenizado. 
Nesse sentido é o art. 35 do Decreto-Lei 3.365/41: 
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à 
Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, 
ainda que fundada em nulidade do processo de 
 
 
8 
 
desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, 
resolver-se-á em perdas e danos. 
Ação de desapropriação indireta 
Consiste, portanto, na ação proposta pelo prejudicado em face do 
Poder Público, que se apossou do bem pertencente a particular sem 
observar as formalidades legais da desapropriação. 
Trata-se de uma ação condenatória, objetivando indenização por 
perdas e danos. 
Também é chamada de “ação expropriatória indireta” ou “ação de 
ressarcimento de danos causados por apossamento administrativo”. 
Qual é o prazo da ação de desapropriação indireta? 
• No CC-1916: era de 20 anos. 
• No CC-2002: é de 10 anos. 
Foi o que decidiu a 2ª Turma do STJ no REsp 1.300.442-SC, Rel. 
Min. Herman Benjamin, julgado em 18/6/2013. 
Repetindo: atualmente, segundo este julgado do STJ, o prazo de 
desapropriação indireta é de 10 anos. Cuidado porque todos os livros de 
Direito Administrativo trazem informação diferente disso. No entanto, em 
concursos CESPE, deve-se adotar o entendimento do STJ. 
Qual é o fundamento jurídico para esse prazo? 
Segundo o STJ, a ação de desapropriação indireta possui natureza 
real e pode ser proposta pelo particular prejudicado enquanto não tiver 
transcorrido o prazo para que o Poder Público adquira a propriedade do 
bem por meio da usucapião. 
 
 
9 
 
Em outras palavras, como não há um prazo específico previsto na 
legislação, o STJ entendeu que deveria ser aplicado, por analogia, o prazo 
da usucapião extraordinária. 
Assim, enquanto não tiver passado o prazo para que o Estado 
adquira o imóvel por força de usucapião, o particular poderá buscar a 
indenização decorrente do ato ilícito de apossamento administrativo. 
Qual é o prazo de usucapião extraordinária? 
No CC-1916: era de 20 anos (art. 550). 
No CC-2002: 15 anos (art. 1.238). No entanto, este prazo passa a 
ser de 10 anos se o possuidor tiver realizado obras ou serviços de caráter 
produtivo no local (parágrafo único do art. 1.238). Como na 
desapropriação indireta pressupõe-se que o Poder Público tenha 
realizado obras no local ou tenha dado ao imóvel uma utilidade pública 
ou de interesse social, entende-se que a situação se enquadraria no 
parágrafo único do art. 1.238 do CC, de sorte que o prazo para a 
usucapião seria de 10 anos. 
Logo, atualmente, o prazo prescricional aplicável às expropriatórias 
indiretas passou a ser de 10 anos, com fundamento analógico no 
parágrafo único do art. 1.238 do CC. 
Súmula 119-STJ 
A Súmula 119 do STJ prevê o seguinte: “A ação de desapropriação 
indireta prescreve em vinte anos.” 
Cuidado. A súmula 119 do STJ foi editada em 1994 e não está mais 
em vigor, considerando que utilizava como parâmetro o CC-1916. 
Atualmente, a ação de desapropriação indireta prescreve em 10 
anos. 
 
 
10 
 
O que acontece se o prazo prescricional iniciou na vigência do CC-
1916 e se estendeu para o CC-2002? 
Nesse caso, deverá ser aplicada a regra de direito intertemporal 
prevista no art. 2.028 do CC-2002: 
Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando 
reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em 
vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo 
estabelecido na lei revogada. 
Interpretando esse art. 2.028 do CC: 
Continua sendo o prazo do CC-1916: 
• quando ele foi reduzido pelo CC-2002, e 
• se, na data da entrada em vigor do CC-2002, já tinha transcorrido 
mais da metade do tempo estabelecido no CC-1916. 
Exemplo: 
A pretensão de indenização por desapropriação indireta prescrevia 
em 20 anos no CC-1916. No CC-2002 prescreve em 10 anos. 
Se uma pessoa sofreu o desapossamento administrativo em 1991, 
em 2003 (data em que entrou em vigor o CC), já havia se passado 12 
anos. Logo, prevalece o prazo do CC-1916 e esta vítima só terá mais 8 
anos para ajuizar a ação. 
Se a pessoa sofreu o desapossamento em 1994, em 2003 havia se 
passado apenas 9 anos. Logo, será aplicado o novo prazo do CC-2002 (de 
10 anos). A partir de 11/01/2003 (data da entrada em vigor do CC-2002) 
iniciará o prazo de 10 anos para que a vítima ajuíze a ação. 
 
 
 
11 
 
E se o CC-2002 aumentou o prazo? 
Nesse caso, aplica-se o do CC-2002.

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