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MODULO – A FASE 2 – G.P.I. (Gestão da Produção Industrial) Matéria: Logística empresarial (110695). (Ciclo 2 UTA Gerência da produção – A 2017 – Fase 2) Resumo aula teórica 2: Tema 1: O planejamento das atividades logísticas. Uma das tarefas mais importantes da Logística Empresarial é o Planejamento! Como a logística tem suas vertentes nas atividades militares, um dos legados é o enfoque que os mesmos empregavam no planejamento. Quem despende mais tempo na fase de planejamento certamente terá mais chances de êxito, porque avalia melhor quais recursos são necessários para operacionalizar a estratégia e quais os riscos das decisões tomadas. O Planejamento das atividades logísticas: Planejar é importante em todas as áreas da gestão, mas para Logística é imprescindível. O planejamento logístico vai auxiliar o gestor a coordenar em consonância com os objetivos da organização, as melhorias nas áreas de suprimentos, de apoio a manufatura e a distribuição dos bens de consumo. O Planejamento Logístico tem por objetivo desenvolver estratégias que possam resolver os problemas de quatro áreas de destaque em empresas de transporte que são: I) o nível de serviços oferecido aos clientes; II) localização das instalações de centros de distribuição; III) decisões de níveis de estoque e; IV) decisões de transportes que devem ser utilizados no desenvolvimento de todo o processo. O planejamento das atividades logísticas requer certos conhecimentos por parte dos planejadores, os quais podem ser os gestores das áreas envolvidas pelo conhecimento interno, ou empresa especializada em consultoria logística. Nesse material o modelo conceitual está embasado nos conceitos de Bowersox e Closs, (2008, págs. 36-43), onde os autores propõem que para atender as exigências logísticas, o planejamento deve dar atenção especial aos cinco fatores abaixo: Projeto de Rede: : É um dos pressupostos mais relevantes no planejamento das atividades logísticas, pois abrange a importante decisão de localização das instalações logísticas. Essas instalações são as Fábricas, os CDs (Centros de Distribuição) os Atacadistas, os Varejistas, entre outros. Outra decisão importante dessa fase está relacionada ao volume de estoques que perpassarão todos os elos envolvidos. Lembrando que o estoque é o grande trade off da logística e sendo assim, nenhuma empresa deseja estoque parado ou ruptura no fornecimento. É fato que essas decisões levam em conta o mercado de atuação da empresa, a localização geográfica dos aliados comerciais, a infraestrutura logística disponível na região bem como o dinamismo do segmento. Informação: A logística depende intensamente das informações para gerir seus processos operacionais. Se no passado isso era um problema devido a falta de tecnologia adequada, hoje a T.I. (Tecnologia da Informação) está apta a atender os mais exigentes sistemas de informação e dar suporte aos processos logísticos mais complexos. Entretanto para que a informação se transforme em competência logística, alguns ajustes ainda são necessários, entre eles: qualidade das informações e qualidade no processamento dos pedidos. Essas duas situações merecem especial atenção porque ainda são os maiores geradores de custos dentro dos processos logísticos. Para que a informação seja o diferencial competitivo do processo logístico e não seu algoz, serão necessários alguns investimentos em ferramentas tecnológicas que auxiliem o gestor a imputar mais confiabilidade no gerenciamento desse fluxo. Transporte: O transporte é atividade logística mais visível e gerenciada atualmente devido a sua importância na composição do custo logístico. O fato é que o transporte posiciona geograficamente o estoque e isso impacta nas decisões desde a definição da rede logística que a empresa determinará até o atendimento aos postos de venda, ou seja, impacta no planejamento de todas as atividades logísticas. O planejamento estratégico do transporte de uma organização leva em consideração o custo, a velocidade e a consistência. Esses três pressupostos são fundamentais para suportar o nível de serviço que a empresa deseja entregar ao cliente por que: Custo de transporte: Sabe-se que o transporte é remunerado por todos os elos da cadeia e em alguns casos isso inviabiliza a comercialização de alguns produtos em determinadas regiões do país. E um dos fatores que impactam nisso é a utilização de um único modal de transporte (geralmente o rodoviário). Velocidade do transporte: : Quanto mais veloz for o transporte sem dúvida alguma o custo operacional será maior. (Entrega de um documento enviado na modalidade carta simples comparado a um documento enviado por courier, Sedex, por exemplo). Compete a empresa conhecer a velocidade que o seu cliente precisa para oferecer o serviço adequado. Consistência do transporte: A consistência está vinculada a confiabilidade que a empresa consegue oferecer as entregas, pois a partir disso o cliente pode se organizar. Quando um Prestador de Serviço Logístico (PSL) não consegue oferecer consistência como valor agregado, o cliente precisa investir em mais estoques de segurança para evitar ruptura no seu processo. Atualmente é um dos fatores mais relevantes no planejamento logístico e motivo de parcerias com empresas que consigam oferecer consistência e confiabilidade as entregas. Estoque: A gestão do volume adequado de estoques é um dos desafios mais complexos da logística. Inúmeras estratégias são adotadas para chegar ao estado ótimo da manutenção dos estoques. Vale reforçar que o volume de estoque mantido para os clientes estão intrinsecamente ligado a estratégia que a empresa adotou para se tornar referência no mercado. Para entender isso, o gestor deve analisar criticamente em que tipo de estratégia a empresa tem investido. Observe as duas situações abaixo: Se a estratégia da empresa é entregar o pedido prontamente ao cliente, certamente o volume de estoque será maior nos pontos de vendas. Se a estratégia da empresa é entregar contra pedido, significa que primeiro ela vende o produto e entrega posteriormente, o estoque certamente será menor ou até inexistente. Armazenagem, manuseio de materiais, embalagem: Essas atividades são vistas como secundárias pela maioria dos gestores logísticos, mas isso deve mudar. Os quatro pressupostos apresentados anteriormente podem ser estudados e definidos de forma individual, já armazenagem, manuseio e embalagem normalmente fazem parte da mesma análise. No primeiro momento a visão que se tem dessas atividades é que as mesmas apenas encarecem o processo, mas é interessante observar que na verdade elas auxiliam a minimizar as despesas que ocorrem devido as avarias de produtos, excesso de manuseio que impacta até mesmo na velocidade na movimentação do estoque do armazém. Tema 2: A integração da logística. Há pouco tempo as atividades logísticas eram fragmentadas por vários setores, mas atualmente as empresas apresentam setores formalizados e alguns até mesmo com CEOs (Chief Executive Officer – Diretor Executivo). Mas a integração da logística foi uma consequência da evolução dos conceitos e das práticas desenvolvidas pelas organizações que buscam a excelência em seus processos logísticos como sobrevivência. A Logística integrada é formada por 4 Cadeias. Observe na figura abaixo a disposição conceitual da integração da logística: Quando as organizações conseguiram organizar suas atividades internas e fizeram parcerias comerciais foi porque haviam entendido efetivamente o processo de integração logística. Ficou claro que a missão da logística integrada é reunir todas as operações logísticas sob um mesmo objetivo, atender o mercado consumidor, independente em qual das cadeias a empresa se situa (Cadeia de Abastecimento, De Distribuição, Reversaou outra). Logística de Abastecimento: A logística de Abastecimento ou Suprimentos como é comumente chamada é uma das áreas mais dinâmicas da Logística e merece análise criteriosa porque é responsável por abastecer as organizações de todos e quaisquer produtos necessários para as mesmas gerirem seus processos. O foco desse material não é apresentar a Logística de Abastecimento como Supply Chain e sim, apresentar como as atividades inerentes a essa parte do processo da Logística Empresarial evoluíram e se integraram até possibilitar as empresas a trabalharem em formato de Cadeia, proposta esta que é do Supply Chain. Com a nova realidade de atender as necessidades de várias plantas industriais localizadas em regiões geográficas diferentes, as grandes empresas buscaram fornecedores que pudessem suportar o aumento das operações de abastecimento. Com isso surgiu o conceito de fornecedores globais, os quais são empresas capazes de atender seus clientes, também globais, nas condições necessárias onde os mesmos estiverem alocados. Claro que para atender essas novas demandas houve uma revolução na concepção dos projetos de produtos, na customização dos produtos, na regionalização das matérias-primas, no estudo dos custos totais e por atividade, na reengenharia dos processos e consequentemente na qualificação da mão de obra para gerenciar nesse novo cenário. Outro fator preponderante foi o esforço conjunto de empresas clientes e fornecedoras em adequar produtos e serviços através das certificações ISO e também na adoção de procedimentos reconhecidos internacionalmente, isso para garantir a qualidade do produto ou serviço prestado. A integração trouxe: • Pensamento sistêmico na logística; • Visão desde a concepção do produto; • Expandiu até o descarte adequado do produto. Tem como propósito: • Estudar os sistemas complexos; • Desenvolver todos os entes; • Avaliar o custo total sob várias perspectivas; • Busca eliminar desperdícios; • Alinhar uma estratégia global; • Utiliza ferramentas de apoio como JIT e certificações. “O objetivo principal de um estreitamento das relações com fornecedores é criar um relacionamento que garanta que o produto satisfaça às necessidades de adequação ao uso com o mínimo de inspeção de recebimento e ação corretiva.” (JURAN, 1992). Tema3: Logística industrial e de distribuição. O Setor da Produção é o maior cliente da logística, e isso é tão importante que deve ser analisado através de várias perspectivas. O Departamento de PPCP (Planejamento, Programação e Controle da Produção) é responsável por determinar “o que” e “quanto” produzir (ou comprar) e também “como” essa produção será executada. Para isso o PPCP conta com o auxílio dos Setores de Gestão de Materiais e de Compras os quais são responsáveis por executar as tarefas que garantem a reposição dos materiais na empresa. Então a Logística Industrial ou de Produção é responsável pelo abastecimento das linhas de produção na indústria, ou na movimentação dos produtos nos depósitos dos varejistas. Entretanto para que a Logística possa desenvolver com maestria essas importantes atividades, é necessário que as atividades abaixo sejam executadas com eficiência para suportar a produção. Recebimento das matérias-primas: Quando as matérias-primas ou componentes chegam a organização o setor de Recebimento faz a conferência entre o pedido e o recebido para garantir que o produto que adentre ao estoque seja exatamente o solicitado. Avaliação e Liberação do Setor de Qualidade: É papel do Setor de Qualidade garantir que as matérias-primas ou componentes que chegaram a empresa atendem as especificações técnicas e que não serão rejeitadas na linha de produção. Estocagem temporária: Após o material ser liberado pelo Controle de Qualidade é bem provável que parte seja estocada por determinado tempo até serem necessários na linha de produção. Essa estocagem deve ser feita de forma organizada e segura para manter os produtos nas melhores condições possíveis evitando desperdícios. Separação de itens para linha de produção: Em determinado momento o Setor de Produção requisitará matérias-primas ou componentes em estoque sob a responsabilidade do Almoxarifado. Essa separação deve ser feita através de documentação (normalmente Ordem de Produção ou Fabricação) com a lista dos materiais necessários para determinado lote de produção. Depois de montado o pedido interno é necessário conferência para garantir que todos os itens foram separados nas quantidades solicitadas. Isso evita movimentações desnecessárias posteriores além de reduzir também, os desperdícios. Movimentação dos materiais até as linhas: Depois do pedido interno separado os materiais são enviados até as linhas de produção. Essa tarefa deve ser organizada de forma que as linhas recebam exatamente o necessário para a produção do lote determinado pela Ordem de Fabricação (O.F.). Movimentação dos materiais entre as linhas: Quando um sistema produtivo trabalha de maneira multi estágios os materiais em processo são movimentados por entre as linhas até sua conclusão, com isso há a necessidade de transportar os materiais pelo processo de montagem. Para não perder o controle dos estoques em processos (Work In Process-WIP) são necessários controles estritos. Para minimizar os riscos de perdas desses estoques, algumas empresas trabalham com sistema Kanban, o que auxilia a gerenciar o abastecimento das linhas de produção garantindo que circule somente o necessário entre as linhas. Movimentação dos materiais para a Armazenagem ou para Expedição: Após a fase final da produção que normalmente é representada pela embalagem os produtos seguem para a Armazenagem para aguardar as vendas ou seguem diretamente para a Expedição para serem despachados pela Logística de Distribuição. Em linhas gerais observa-se que a logística da produção é responsável pelo manuseio e pelo movimento dos estoques (matérias, em processo e acabado) internamente a organização. Essas atividades são importantes para garantir a eficiência e a eficácia do sistema da produção e está no escopo das atribuições do gerenciamento da Logística Empresarial. Logística de Distribuição: A Distribuição também é uma das tarefas muito importante da Logística Empresarial porque é responsável por disponibilizar os produtos para o mercado consumidor. Definir como será a distribuição dos produtos de uma organização é uma decisão estratégica porque vai envolver setores chaves como o Marketing, Área Comercial e vai levar em conta como está organizada a Rede Logística da empresa. Os conceitos de Marketing que estudam os 4 Ps: Preço, Produto, Promoção e Praça (já deveriam ser 5 para contemplar o P de Pessoas), vão nortear a forma como o material será distribuído no mercado. De forma rápida, relembre que o P de Preço é ditado pelo mercado, pelas condições econômicas, pela concorrência e claro, pelo valor que o cliente está disposto a pagar pelo produto. Isso significa que a empresa precisa controlar seus custos de forma que o preço de mercado remunere suficientemente o produto. O P de Produto está vinculado aos benefícios que o produto oferecerá ao cliente e o diferencial do mesmo que fará com que o cliente escolha o produto A em detrimento de B. Nesse caso compete a empresa investir em pesquisa e desenvolvimento para lançar produtos interessantes ao mercado no menor tempo possível. O P de Promoção é como a empresa vai expor e promover o produto no mercado o qual abrange as campanhas de Marketing, a marca, a logo e as mídias utilizadas para essa promoção. Define quais os caminhos que serão utilizados para tornar o produto conhecido no mercado. Já o P de Praça está relacionado a maneira como a empresa pretende distribuir produto e quais Canais de Distribuição serão utilizados (Venda direta, Atacadistas,Distribuidores, Varejistas ou outros) além das parcerias com os Prestadores de Serviços Logísticos (PSLs), os quais serão responsáveis por algumas atividades inerentes a distribuição principalmente o transporte. Então é nesse P que o papel da Logística de Distribuição se destaca. Uma empresa pode escolher várias estratégias de como colocar seus produtos no mercado, desde que não esqueça que a atividade de distribuição é uma operação crítica. Isso porque é a fase que mais se aproxima do cliente final, logo, qualquer falha que ocorra na distribuição pode fazer com o que o cliente tenha uma impressão negativa do nível de serviço da empresa. Tema 4: Logística reversa. Uma atividade que foi recentemente incorporada na Logística Empresarial Integrada é a Logística Reversa. O que está na contramão da direção quando comparada a rapidez com que os Ciclos de Vidas dos Produtos (CVP) entram em Declínio. Alguns produtos ficam pouco tempo no mercado e já são substituídos por versões mais novas. Isso é problemático para a natureza, pois se por um lado aumenta o consumo do produto, por outro, aumenta o descarte. Segundo Razzolini (2009, págs. 57-60) a Logística Reversa tem duas vertentes que chamam atenção dos gestores administrativos das organizações, são eles: Foco ambiental: o empresariado brasileiro tem se preocupado cada vez mais com as questões de conservação e preservação do meio ambiente. Isso porque a sociedade, mesmo consumista, está mais consciente em termos de desperdícios. Foco econômico-financeiro: É a busca de recuperar custos de produção por meio de retorno de produtos pós- consumo para a cadeia de abastecimento em virtude de escassez e ou encarecimento de matérias-primas. Por mais que os focos ambientais e econômico-financeiros sejam interessantes, na realidade são as questões governamentais e de legislação que fazem com que as empresas invistam em processos de logística reversa. No Brasil a regulamentação para a logística reversa é a Lei nº 12.305/10 (conforme o site do Ministério do Meio Ambiente), ou seja, ainda é muito incipiente para avaliar sua eficácia, mas é fato que o tempo trará mudanças na forma como as empresas cuidam (ou deveriam cuidar) dos seus resíduos sólidos. É necessário entender que a Logística Reversa pode auxiliar a empresa a reduzir alguns custos tais como matérias-primas e transporte se puder utilizar parte dos seus próprios resíduos sólidos para a produção de novos produtos. Para a Logística Reversa a classificação de durabilidade é mais interessante porque é o fator que irá determinar a implantação dos sistemas logísticos reversos e organizar os canais reversos em: Canais reversos de pós-venda: os produtos podem retornar para a cadeia através da reciclagem, correção de defeitos, revalorização ou mercados secundários como outlets centers, por exemplo. Canais reversos de pós-consumo: os produtos podem seguir para novos ciclos de negócios através de mercados secundários, ou, por fim, para sua destinação final em aterros sanitários, de acordo com sua coleta.
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