Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FISIOLOGIA HUMANA Aula 4: FISIOLOGIA NEURONAL Profa. Fernanda Turrioni Costa TECIDO NERVOSO Compreende 2 tipos celulares: • Neurônio: unidade fundamental, com função básica de receber, processar e enviar informações. Após o nascimento, não são produzidos novos neurônios. • Neuróglia: células que ocupam os espaços entre os neurônios, com funções de sustentação, revestimento ou isolamento, modulação da atividade neuronal e defesa. Conserva a capacidade de mitose após completa diferenciação. NEURÔNIOS • Células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com células efetuadoras (células musculares e secretoras), por modificação do potencial de membrana (linguagem elétrica) e liberação de neurotransmissores (linguagem química). NEURÔNIOS NEURÓGLIA NEURÔNIOS Três regiões responsáveis por funções especializadas: • corpo celular; • dendritos (do grego, dédron = árvore); • axônio (do grego, áxon = eixo). TIPOS DE NEURÔNIOS DENDRITOS CORPO CELULAR CORPO CELULAR CORPO CELULAR DENDRITOS Direção da condução AXÔNIO AXÔNIO AXÔNIO NEURÔNIO SENSORIAL NEURÔNIO ASSOCIATIVO NEURÔNIO MOTOR NEURÔNIOS A membrana celular separa dois ambientes: • meio intracelular (citoplasma), onde predominam íons orgânicos com carga negativa e potássio (K+). • meio extracelular, onde predominam sódio (Na+) e cloro (Cl‐). POTENCIAL DE REPOUSO DA MEMBRANA: As cargas elétricas dentro e fora da célula são responsáveis pelo estabelecimento de um potencial elétrico de membrana (‐60 a –70 mV), com excesso de cargas negativas dentro da célula. Movimentos dos íons através dos canais protéicos permitem alterações deste potencial. • DESPOLARIZAÇÃO DA MEMBRANA: é o momento em que o interior da célula se torna menos negativo em relação ao exterior, a diferença de potencial através da membrana diminui, deixando‐a menos polarizada. Isso resulta numa alteração da permeabilidade da membrana ao Na. • POTENCIAL DE AÇÃO: é uma despolarização rápida e substancial da membrana, alterando o PRM ‐70mV para um valor quase zero. Em geral ela dura apenas 1ms. Existem dois tipos de canais para gerar o potencial de ação: – Canais voltagem‐dependentes; – Canais ligante‐dependentes. • PRINCÍPIO DO TUDO OU NADA: quando ocorre uma estimulação suficiente para causar uma despolarização de pelo menos 15 a 20 mV, há a produção de um potencial de ação (limiar). • REPOLARIZAÇÃO: em reposta ao aumento de carga positiva no interior da célula, as comportas que controlam o íon K abrem deixando o exterior da célula mais positiva e o interior da célula voltam a ter uma voltagem de PRM ‐ 70mV + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + ++ + + + + + + + + + + + + + + _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ - - - - - - - + + + + + - - - - - - - + + + + + - - - - - - - + + + + + PROPAGAÇÃO DO IMPULSO NERVOSO Potencial de repouso: diferença de potencial entre a superfície externa e interna, mantida pela Bomba Na/K Potencial de ação: inversão (despolarização) do potencial de repouso, ocasionado pela mudança temporária de permeabilidade aos íons Na/K EXCITABILIDADE CELULAR: Potencial de membrana: diferença de potencial elétrico que pode ser medida entre os dois lados de uma membrana celular. Potencial de ação neural: despolarização rápida e propagável, que ocorre na membrana de um neurônio, causando liberação de neurotransmissor. SINAPSES Os neurônios, principalmente através de suas terminações axônicas, entram em contato com outros neurônios, passando‐ lhes informações. Estes locais de contato são as sinapses (SINAPSES INTERNEURAIS). No sistema nervoso periférico, terminações axônicas podem relacionar‐se também com células não neuronais ou efetuadoras, como células musculares e células secretoras, controlando suas funções. Quanto à morfologia e ao modo de funcionamento, há 2 tipos de sinapses: ELÉTRICAS E QUÍMICAS. SINAPSES ELÉTRICAS São raras entre neurônios. Há acoplamento iônico: comunicação entre 2 neurônios, através de canais iônicos concentrados em cada uma das 2 membranas em contato (espaço de 2 a 3 nm). Estes canais permitem estabelecer comunicações intercelulares, que permitem a passagem direta de íons do citoplasma de uma célula para o da outra. Servem para sincronizar a atividade de grupos de células e são encontradas em tecidos, como o epitelial, muscular liso e cardíaco, onde recebem o nome de JUNÇÃO DE COMUNICAÇÃO. SINAPSES QUÍMICAS • A comunicação entre os elementos em contato depende da liberação de neurotransmissor. Exemplos de NEUROTRANSMISSORES: acetilcolina, glicina, glutamato, aspartato, ácido gama‐amino‐butírico ou GABA monoaminas: dopamina, noradrenalina = norepinefrina adrenalina = epinefrina histamina, peptídeos como a substância P VESÍCULAS SINÁPTICAS • As sinapses químicas caracterizam‐se por serem polarizadas, ou seja, apenas um dos elementos em contato, o chamado elemento pré‐sináptico, possui o neurotransmissor, que é armazenado em vesículas sinápticas. Mecanismo da transmissão sináptica o impulso nervoso (despolarização) atinge a membrana do elemento pré‐sináptico ocorre pequena alteração do potencial de membrana abertura de canais de cálcio entrada de Ca2+ Mecanismo da transmissão sináptica aumento de Ca2+ no interior do elemento pré‐sináptico causa a fusão de vesículas sinápticas com a membrana pré‐sináptica ocorre a liberação de neurotransmissor na fenda sináptica e sua difusão ligação do atinge ne com seus receptores na membrana pós‐sináptica Mecanismo da transmissão sináptica o receptor pode ser um canal iônico (deixa passar predominantemente ou exclusivamente um dado íon) o movimento dos íons modifica o potencial de membrana causando uma pequena despolarização (no caso de entrada de Na+) ou hiperpolarização (entrada de Cl‐ ou saída de K+). DESPOLARIZAÇÃO = mudança da polaridade elétrica da membrana, em direção a valores positivos, causada pela entrada de cátions PEPS = Potencial Excitatório Pós‐Sináptico (aumento da voltagem acima do potencial de repouso) HIPERPOLARIZAÇÃO = mudança da polaridade elétrica da membrana, em direção a valores negativos, causada pela entrada de ânions ou saída de cátions. PIPS = Potencial Inibitório Pós‐Sináptico (aumento da negatividade além do nível do potencial de reposuo). A membrana dos dendritos e do soma computam algebricamente os PEPS e PIPS. O resultado dessas combinações determinarão se haverá ou não PA e com que freqüência. Para que servem os PEPS E PIPS? Como um neurônio que recebe milhares de sinais excitatórios e inibitórios processam esses sinais antes de gerar PA? a) Sinapse Elétrica Presença de mediadores químicos Controle e modulação da transmissão Lenta Sem mediadores químicos Nenhuma modulação Rápida TIPOS DE SINAPSE b) Sinapse Química Tipos de Sinapse Nervosas 1 e 1’ axo-dendritica 2 axo-axonica 3 dendro-dendrítica 4 axo-somática Um neurônio faz sinapse com muitos neurônios MECANISMO DA NEUROTRANSMISSÃO QUÍMICA 1. Chegada do impulso nervoso ao terminal 2. Abertura de Canais de Ca Voltagem dependentes 3. Influxo de Ca (2o mensageiro) 4. Exocitose dos NT 5. Interação NT- receptor pós-sinaptico causando abertura de canais iônicos NT dependentes 6. Os NT são degradados por enzimas (6) http://www.blackwellpublishing.com/matthews/nmj.html http://www.blackwellpublishing.com/matthews/neurotrans.html IMPORTANCIA CLINICA: SINAPSES COLINÉRGICAS Venenos de Cobra (alfa -toxinas): ligam -sea receptores nicotínicos e causam bloqueio da neurotransmissâo. Paralisia muscular (morte por parada respiratória). Curare : extraída de uma planta tem o mesmo efeito. Usado farmacologicamente como relaxante muscular. Toxina botulínica : 220g mata todos os seres vivos do planeta!! compromete a liberação de Ach das sinapses colinérgicas. Miastenia grave : uma doença auto -imune em que o corpo produz anti-corpos contra os receptores de Ach. Paralisia muscular Doença de Alzheimer : degeneração de neurônios colinérgicos do SNC
Compartilhar