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Slides de Psicologia Forense - Aula 09 de 2016.2

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PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
 
AULA 09 de 2016.2 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Historicamente, a Psicologia de Testemunho é uma das 
primeiras articulações entre Psicologia e Direito. 
Determina que não só os criminosos devem ser 
examinados, mas também os processos internos que 
propiciam ou dificultam a veracidade do relato das 
testemunhas a respeito do que foi visto ou vivido. A 
entrevista forense é um dos componentes mais 
importantes da investigação. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
O juiz não presenciou o fato em relação ao qual irá 
sentenciar, portanto se faz necessário o 
testemunho, em que as pessoas relatam os 
detalhes do ocorrido (Souza, 1988). As entrevistas 
forenses, portanto, são aquelas projetadas para 
facilitar o recolhimento de evidências pelas 
declarações da vítima ou testemunhas (PISA, 2006). 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Os depoimentos, englobando todas as formas, 
estão sujeitos a imperfeições, como erros, falhas, 
excessos e outros riscos, decorrentes de defeitos na 
fixação, conservação e evocação da percepção, e 
também fatores específicos ligados à idade, sexo, 
nível mental, condições sociais e familiares (SOUZA, 
1988). 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
O testemunho de uma pessoa sobre um acontecimento 
qualquer depende essencialmente de cinco fatores (MIRA Y 
LOPEZ, 2005): 
1- do modo como percebeu esse acontecimento; aspecto que 
envolve condições externas (meios) e internas (aptidões) de 
observação; 
2- do modo como sua memória o conservou, processo 
neurofisiológico que sofre influências das condições orgânicas 
e do funcionamento mnêmico (memória); 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
3- do modo como é capaz de evocá-lo, processo mais complexo, que 
envolve aspectos psico-orgânicos que sofrem influências de 
mecanismos psíquicos como repressão e censura; 
4- do modo como quer expressá-lo, referente ao grau de sinceridade, 
puramente psíquico; 
5- do modo como pode expressá-lo, aspecto que engloba o grau de 
precisão expressiva, grau de fidelidade e clareza com que o indivíduo é 
capaz de descrever suas impressões e representações no intuito de 
que as demais pessoas as sintam ou compreendam como ele. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
O desafio de julgar 
A personalidade do juiz nos aspectos referentes à sua 
capacidade perceptiva, temperamento, memória, 
inteligência, caráter e outros fatores psicológicos aliados 
às experiências adquiridas e incorporadas 
progressivamente ao seu aparelho psíquico dão-lhe 
características únicas e pessoais que refletem em todo o 
processo de julgamento (SOUZA, 1988). 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
O exame de uma questão judicial envolve 
compreender o confronto de linguagens e 
pensamentos entre o que pergunta e o que 
responde. O escopo metodológico de domínio de 
técnicas e procedimentos de entrevista e o 
estabelecimento de uma sintonia emocional com o 
entrevistado determinam a qualidade dos 
resultados obtidos nesse confronto. 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
A sintonia emocional “consiste em atingir uma 
interação entre entrevistador e entrevistado por 
meio da qual o entrevistador consiga 
compreender a natureza das principais emoções 
que dominam o entrevistado” (FIORELLI; 
MANGINI, 2009, p. 173) 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
O entrevistador deve estar atento a fatores que 
contribuem para o desvio da atenção, como 
cansaço físico, mecanismos psicológicos de defesa 
(atenção seletiva, discriminação de determinados 
detalhes e esquecimento ou desconsideração de 
outros), pensamentos automáticos, crenças 
arraigadas, esquemas de pensamento. 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
A conduta criminosa pode ser entendida de três 
maneiras diferentes pelo julgador, e a escolha por um 
viés de compreensão irá determinar os próprios critérios 
de avaliação dos fatos e de conduta em relação a eles. 
São elas (FIORELLI; MANGINI, 2009): 
1- anormal, considerada criminologia tradicional, em que 
o conflito e seu contexto perdem a relevância; 
 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
2- derivada de conflitos interpessoais e processos 
sociais, porém responsabilizando cada indivíduo por seus 
comportamentos, considerada criminologia moderna; 
3- derivada da sociedade, cabendo a esta assumir a 
responsabilidade pela conduta criminosa, incluindo 
identificação de formas de reinserção do indivíduo no 
meio social, considerada criminologia crítica. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Relato Espontâneo, Interrogatório e Confissão 
a) O relato espontâneo apresenta um relato 
menos deformado, mais vivo e puro. No 
entanto, pode ficar incompleto e irregular, 
apresentando elementos interpolados e com 
detalhes irrelevantes ao processo. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
b) O testemunho por interrogatório representa o resultado 
do conflito entre o que o indivíduo sabe de um lado e o que as 
perguntas que se lhe dirigem tendem a fazê-lo saber. A 
resposta mistura vivências espontâneas da pessoa 
interrogada, como também representações e tendências 
afetivas evocadas pela pergunta a que responde. A resposta 
pode não ser verdadeira porque a ideia que se encontra 
implícita na pergunta pode evocar por associação outra 
lembrança, não concordante com o que se deve testemunhar. 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
c) Outra forma de testemunho pode acontecer por meio 
da confissão. Confessar um crime é expor-se 
voluntariamente à respectiva punição ou pode ser 
imposta pela evidência dos fatos (FIORELLI; MANGINI, 
2009). A confissão, porém, não Constitui prova plena de 
culpabilidade. Deve haver harmonia entre a confissão e 
as demais provas e nenhuma discrepância, atestando 
assim que a confiabilidade se firme. 
 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
A confissão pode também ser falsa, motivada por 
valores morais (confissão para livrar outra pessoa), 
coesão grupal, solidariedade familiar, artifícios de 
defesa, obtenção de álibi, motivos materiais 
(pagamento e bonificações), fragilidade emocional 
(aparecimento de provas incriminadoras, influência 
do advogado) ou induzida por tortura. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Testemunho da Criança e do Idoso 
O pedagogo e psicólogo francês Alfred Binet 
ficou conhecido por sua contribuição à 
psicometria com os primeiros testes de 
inteligência. Publicou a obra La Suggestibilité, 
após ter constatado erros involuntários de 
crianças submetidas a testes de recordação. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Ainda que os adultos e jovens sejam sugestionáveis, 
as crianças mais jovens apresentam um grau de 
sugestionabilidade significativamente maior por 
conta de apresentarem um cognitivo que 
desenvolve uma resposta segundo suas fantasias, 
do que deveria acontecer e por um desejo de se 
adequar às expectativas e pressões do 
entrevistador, culminando em um fator social. 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
As declarações infantis também podem ser 
influenciadas pelo método de interrogatório e 
linguagem, enfim, a sensibilidade e a competência 
dos entrevistadores são elementos fundamentais 
para a obtenção do relato infantil, evitando 
problemas que podem interferir em sua 
confiabilidade. 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
As declarações do testemunho de uma criança possuem 
valor. No entanto, alguns fatores podem comprometê-las e 
devem ser considerados, como o nível de desenvolvimento 
cognitivo, linguagem, coação, fantasia, memória e 
sugestionabilidade.As técnicas de inquirição ou tipos de 
entrevistas utilizados para se obterem as informações das 
crianças são alguns dos fatores externos que podem levar 
uma criança a distorcer internamente fatos por ela 
vivenciados ou testemunhados. 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
A adoção de técnicas de entrevista 
inadequadas pode levar a uma falta de base no 
julgamento, além da absolvição dos acusados ou 
acusação de um inocente (PISA, 2006). Acima de 
tudo, a criança deve ter sua integridade psíquica 
preservada e não ser submetida a situações que 
possam comprometê-la. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Há diferenças entre as características do âmbito 
do testemunho e a atuação clínica. A Psicologia 
do Testemunho prioriza ajudar os operadores da 
lei (juízes, promotores e advogados), usando 
técnicas adequadas ao aparato psicológico da 
criança e buscando um relato fidedigno dos 
fatos. 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
 Na Psicologia Clínica, o foco é ajudar o paciente, 
utilizando técnicas psicodiagnósticas e terapêuticas, 
com base interpretação e representação dos fatos 
para o paciente. O contexto do testemunho 
também difere da perícia psicológica, pois no 
testemunho a busca de evidências é baseada na 
memória para os fatos. Já a perícia faz uma 
avaliação das condições e danos psicológicos. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
A necessidade de cuidados na abordagem de 
testemunhas infantis deve priorizar a não 
contaminação dos relatos, de forma que seja 
possível identificar a fonte da declaração da 
criança; se foi proveniente da recordação de um 
evento experimentado ou de falsas memórias 
implantadas por entrevistas inadequadas. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
As crianças não estão habituadas a fornecer um 
relato de suas experiências, principalmente no 
caso de uma lembrança dolorosa de eventos 
estressantes; torna-se difícil reportar detalhes 
constrangedores no relato. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
A criança que passou por alguma situação 
criminosa, constrangedora, violenta ou presenciou 
algum delito, sobre os quais terá que testemunhar, 
torna-se fragilizada diante do interrogatório, 
podendo apresentar um relatório imaginativo e 
sugestionável (FIORELLI; MANGINI, 2009). 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Faz-se necessário o treinamento dos 
entrevistadores para utilização de técnicas que 
protejam a vítima e garantam dados confiáveis para 
a resolução do caso. Para Pisa (2006), a adoção de 
um sistema de gravação das entrevistas ou 
inquirições realizadas com a vítima em áudio pode 
se traduzir em uma medida de auxílio ao no exame 
de confiabilidade do relato da vítima. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Foi observada a importância do rapport (técnica usada 
para criar uma ligação de sintonia e empatia com outra 
pessoa) ou da construção das regras da entrevista (PISA, 
2006), para que a criança seja informada sobre o 
propósito da entrevista, favorecendo sua ambientação. 
Tais informações e contato possibilitam que o 
entrevistador conheça seu grau de compreensão e 
estabeleça um vínculo de confiança. 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Para que a criança entenda o processo de inquirição, é 
necessário salientar as características e regras básicas do 
procedimento ao qual ela se submeterá: priorizar e enfatizar 
que a criança diga a verdade e faça a descrição dos fatos, já 
que o entrevistador não estava presente, permitir que ela 
questione quando não compreender uma pergunta, explicar 
que as perguntas podem se repetir e isso não implica no fato 
de a resposta estar errada, encorajá-la a corrigir o adulto, 
quando este não interpretar corretamente sua resposta. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
No testemunho de crianças, é necessário o uso de uma voz 
ativa, com frases simples, vocabulário que ela possa entender, 
evitando perguntas múltiplas e de difícil compreensão. A 
criança deve ser orientada a fazer o relato livremente sobre o 
evento, com todos os detalhes que puder recordar. O 
entrevistador não deve interromper o relato livre, que, 
embora seja menos detalhado, tende a ser mais preciso do 
que os relatos com questionamentos específicos. 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Assim como o testemunho infantil, o depoimento do idoso pode ser 
caracterizado por falhas e imprecisões, visto que a velhice engloba um 
processo de desagregação psíquica, debilidade senil, queda da 
eficiência das funções psíquicas e consequentemente debilidade no 
processo de atenção, capacidade de fixação de estímulos. As novas 
percepções se fixam fracamente, desaparecendo rapidamente da 
recordação, podendo tornar o depoimento do idoso lacunar, confuso e 
incoerente em que fatos verídicos são confundidos com fatos 
imaginários (SOUZA, 988). 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Tipos de Perguntas e Obtenção da Verdade 
As perguntas se configuram de forma diferente e 
podem se classificar como (PISA, 2006): 
1- pergunta aberta: permite uma resposta 
detalhada com base na recordação; 
2- pergunta fechada: o entrevistador fornece 
opção de escolha forçada, como sim/não, são 
perguntas de reconhecimento; 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
3- pergunta ou confirmação sugestiva: pergunta ou 
afirmação que apresenta alguma informação até 
então não mencionada pela criança, 
independentemente de ser correta ou não a 
informação; 
4- pergunta múltipla: são feitas duas ou mais 
perguntas, sem permitir pausa para a resposta; 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
5- interrupção: a entrevistadora interrompe o relato da 
criança; 
6- repetição: repetir a pergunta dentro de uma 
entrevista, ou seja, perguntar o que já havia sido 
perguntado anteriormente; 
7- confirmação: afirmação ou pergunta feita 
imediatamente após a resposta do entrevistado com o 
objetivo de confirmar a resposta da criança. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Para Mira y Lopez (2005), as perguntas se apresentam 
em sete classes (seis), segundo o ponto de vista 
psicológico e gramatical: 
1- determinantes: perguntas com pronomes 
interrogativos (como?, quando?, por quê?) são 
consideradas imparciais; 
2- disjuntivas completas: são as perguntas formuladas 
explicitamente por duas possibilidades (era assim?, não 
era assim?); 
 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
3- diferenciais: são parciais (era preto o casaco?), probabilidade de 
obter respostas afirmativas são as mesmas que as de obter uma 
negação. Porém, na prática, é maior a probabilidade de se obter uma 
resposta afirmativa, ou seja, a maioria das testemunhas tende a 
responder de acordo com o conteúdo positivo da pergunta; 
4- afirmativas e negativas condicionais: acarretam uma sugestão de 
obrigar a pessoa a decidir entre o sim ou não, condicionando a resposta 
ao que o interrogador espera; 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
5- disjuntivas parciais: situação em que o interrogado 
escolhe entre duas possibilidades, excluindo-se as 
demais, entre as quais pode estar a opção correta; 
6- afirmativas por presunção: supõem que a testemunha 
possui uma lembrança, sem se verificar antes. Deve-se 
evitar esse tipo de pergunta, pois acarreta uma maior 
capacidade sugestiva para o erro. 
7- ??? 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Os meios para obtenção de máxima sinceridade possível 
nas respostas dos testemunhos implicam em considerar 
a consciência moral dos declarantes, ou seja, o quanto 
levam em conta e acreditam em dizer a verdade à justiça. 
A estrutura de personalidade também deve ser 
reconhecida nessa situação, a fimde analisar como o 
indivíduo estabelece relações afetivas e a forma como os 
aspectos psíquicos influenciam o testemunho. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
No testemunho quando ocorre o caso de uma 
parcialidade, deve-se analisar se essa 
parcialidade acontece por uma razão imoral, por 
um motivo nobre ou características egoístas. 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
É necessário distinguir duas espécies de verdade, a formal ou 
ideal e a real ou imaterial. A verdade formal ou ideal é 
pertinente ao processo civil, em que o juiz forma sua 
convicção através de provas constantes dos autos e 
consistentes em fatos e atos jurídicos, enquanto a verdade 
real ou imaterial diz respeito ao processo penal, exigindo um 
maior aprofundamento na sua verificação, incluindo o exame 
biopsicossocial da personalidade do agente. Nesse caso, o 
interesse público prevalece sobre o privado (SOUZA, 1988). 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Pessoas capazes e bem intencionadas, desejosas 
por relatar a verdade são levadas a cometer erros e 
distorções dos fatos, mesmo em condições 
favoráveis. Tal fato apresenta reflexos danosos às 
questões judiciais. A formulação errônea de 
perguntas pode provocar desvios e erros, cabendo 
ao juiz evitá-los com a formulação precisa das 
perguntas do inquérito. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Para a obtenção de uma maior veracidade possível 
do testemunho, algumas técnicas podem ser 
empregadas. Na suspeita de uma parcialidade do 
discurso, em que o testemunho tem interesse em 
favorecer ou atuar contra o acusado, é necessário 
esclarecer que uma atuação parcial desfavorece o 
acusado, ao invés de ajudá-lo e que a descrição dos 
fatos deve ser feita baseada na verdade. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Não é possível estabelecer critérios para uma conclusão 
segura sobre a veracidade de um testemunho. 
Entretanto, o autor relata que um dos indícios para 
verificação da verdade é a observação da fisionomia e 
suas reações. Através da movimentação e expressão 
faciais é possível se ter uma ideia da personalidade do 
indivíduo, analisando-se posicionamento da testa, 
sobrancelhas, olhos, narinas e boca. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Alguns sintomas podem evidenciar uma possível mentira no 
interrogatório, dentro de um relativismo, já que nenhum desses 
comportamentos isolados é determinante para a constatação da 
verdade e podem ocorrer também nas pessoas inocentes (SOUZA, 
1988): 
1- a precisão excessiva nas recordações permite supor algo irreal no 
discurso do acusado. A excessiva precisão das recordações, em 
especial de eventos distantes, pode ser uma tentativa de dar à sua 
narrativa uma aparência de veracidade; 
 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
2- a prontidão ou a hesitação nas respostas podem ser 
indicadores de mentira; 
3- o silêncio é um direito, porém, ao silenciar-se, o indivíduo 
está abdicando da oportunidade de defender-se. O silêncio 
pode ser considerado um frágil indicio de culpa. 
4- Outros sintomas são: laconismo, reserva excessiva, 
obscuridade, imprecisão, inquietação, olhar aterrorizado, 
furtivo ou fugidio e voz baixa. 
 
 
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO 
 
Outra importante área que vem em pleno 
crescimento e que faz parte do escopo de atuação 
relacionada à psicologia do testemunho é o 
depoimento sem dano, o qual, segundo Lago et al., 
tem como objetivo proteger psicologicamente 
crianças e adolescentes vítimas de abusos sexuais e 
outras infrações penais que deixam graves sequelas 
no âmbito da estrutura da personalidade. 
 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
A preocupação em assegurar os direitos infanto-
juvenis dispostos na Convenção Internacional sobre 
os Direitos das Crianças (1989) e especificados no 
Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) vem 
sendo evocada na exposição de diversos projetos 
de lei, na busca bem intencionada de respostas às 
dúvidas e impasses que se apresentam em 
situações do contexto contemporâneo. 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
DEPOIMENTO SEM DANO: O QUE É? 
No depoimento sem dano, crianças e adolescentes são 
ouvidos em uma sala aconchegante, especialmente 
preparada para o atendimento de menores de idade, 
equipada com câmeras e microfones para gravação do 
depoimento. O Juiz, o Ministério Público, os advogados, o 
acusado e os servidores judiciais assistem ao depoimento da 
criança por meio de um aparelho de TV instalado na sala. 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
No Depoimento Sem Dano (DSD), o profissional que 
entrevistará a criança possui um ponto eletrônico, através do 
qual o juiz direciona as perguntas a serem feitas à criança. 
Além disso, o depoimento fica gravado, constando como 
prova no processo. 
A escuta de crianças nessas situações ocorre em consequência 
da incapacidade de detectar a materialidade do fato por não 
haver, a priori, provas físicas. 
 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
DEPOIMENTO SEM DANO: O QUE É? 
Mais comumente, o profissional que tem sido 
designado pelo Juiz para inquirir as crianças é o 
assistente social ou o psicólogo, que permanece 
com fone no ouvido para que o Juiz possa indicar 
perguntas a serem formuladas à criança. 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
DEPOIMENTO SEM DANO: O QUE É? 
A gravação é mantida nos autos, o que “permite 
que não só as partes e o Magistrado tenham a 
possibilidade de revê-lo a qualquer tempo para 
afastar eventuais dúvidas que possuam, mas 
também que os julgadores de segundo grau, em 
havendo recurso da sentença, tenham acesso às 
emoções presentes nas declarações” 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
DEPOIMENTO SEM DANO: O QUE É? 
• A ideia de implantação do Depoimento sem Dano é 
atribuída ao magistrado gaúcho Daltoé Cezar (2007). 
• O projeto foi pensado a fim de evitar “perguntas 
inapropriadas, impertinentes, agressivas e desconectadas 
não só do objeto do processo, mas principalmente das 
condições pessoais do depoente.” 
• Assim, visava-se poder extrair a verdade real sem causar 
danos psíquicos à criança ou adolescente. 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
 Vantagens preconizadas 
Característica do local 
• Sala especialmente projetada, com “brinquedos 
espalhados pelo chão, quadros coloridos nas 
paredes, almofadas, tapetes, mesinha, cadeiras, 
lápis de cor, pincéis, canetinhas”. 
• Visa-se “deixar a vítima mais à vontade” 
 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
 Vantagens preconizadas 
Profissionais capacitados 
Muitas vezes a criança, ao não conseguir se expressar verbalmente, é 
capaz de fazê-lo por meio da linguagem que lhe é familiar. 
“Através de desenhos, jogos, brincadeiras com bonecos que 
reproduzem a cena traumática e demonstrem a sexualidade, é possível 
fazer com que a criança manifeste os sentimentos que está 
vivenciando”. 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
Objeções levantadas 
Na ciência da Psicologia 
 Desvirtuamento da função do psicólogo 
No Brasil, no entanto, há entendimento do CFP de que esta 
técnica distancia-se do trabalho a ser realizado por um 
profissional de psicologia, acarretando confusão de papéis ou 
indiferenciação de atribuições, quando se solicita ao psicólogo 
que realize audiências e colha testemunhos. 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
Para o Conselho Federal de Psicologia (CFP), essa prática 
coloca os psicólogos em um lugar que não é o seu, o de 
inquiridor, uma vez que a função do psicólogo é fazer 
uma escuta acolhedora, ouvir a criança em seu tempo, 
sem pressão ou direcionamento da fala. Outro argumento 
é que a situação do DSD coloca a criançae o adolescente 
no lugar de denúncia, de delação, responsabilizando-os 
pela produção de provas. 
 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
O CFP, em junho de 2010, publicou a Resolução CFP n. 010/2010, a 
qual institui a regulamentação da escuta psicológica de crianças e 
adolescentes envolvidos em situação de violência. 
O texto inicial define que: 
 A escuta de crianças e de adolescentes deve ser em qualquer 
contexto fundamentada no princípio da proteção integral, na 
legislação específica da profissão e nos marcos teóricos, técnicos e 
metodológicos da Psicologia como ciência e profissão. 
 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
O CFP, em junho de 2010, publicou a Resolução CFP n. 010/2010 
Consta ainda que 
 A escuta deve ter como princípio a intersetorialidade e a 
interdisciplinaridade, respeitando a autonomia da atuação do 
psicólogo, sem confundir o diálogo entre as disciplinas com a 
submissão de demandas produzidas nos diferentes campos de 
trabalho e do conhecimento. Diferencia-se, portanto, da inquirição 
judicial, do diálogo informal, da investigação policial, entre outros. 
 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
 Objeções levantadas 
Na ciência da Psicologia 
Sessão única e impossibilidade de aferição 
A oitiva da vítima uma única vez também tem sido alvo de críticas 
pelos psicólogos, sob o argumento de que nem sempre em apenas 
uma sessão a criança revele todo o fato que interessa ao processo. 
Muitas vezes a criança necessita de tempo e criação de laços de 
vínculo e confiança para falar daquilo que prefere calar. 
 
 
DEPOIMENTO SEM DANO 
 
Apesar de todas as objeções levantadas, a proposta de uma nova 
forma de tomada de depoimento de crianças e adolescentes em Juízo 
tem se revelado eficaz tanto na melhoria da produção probatória para 
instrução do processo criminal quanto na mitigação dos danos antes 
infligidos aos agora submetidos à inquirição. Como toda inovação, o 
método tem sido objeto de ressalvas, mas estas devem servir para 
aprimorá-lo, a fim de possibilitar um maior bem-estar das crianças 
envolvidas.

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