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NACIONALIDADE; DIREITOS POLÍTICOS; SISTEMA CONSTITUCIONAL DE CRISES

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NACIONALIDADE
1. CONCEITO
Nacionalidade pode ser definida como o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que esse indivíduo passe a integrar o povo desse Estado e, por consequência, desfrute de direitos e submeta-se a obrigações.
1.2. Definições correlatas
Povo: conjunto de pessoas que fazem parte do Estado, unido ao Estado pelo vínculo jurídico-político da nacionalidade;
População: conjunto de residentes no território, sejam eles nacionais ou estrangeiros 
Nação: conjunto de pessoas nascidas em um território, ladeadas pela mesma língua, cultura, costumes, tradições, adquirindo uma mesma identidade sociocultural. São os brasileiros natos ou naturalizados;
Cidadania: tem por pressuposto a nacionalidade (que é mais ampla que a cidadania), caracterizando-se como a titularidade de direitos políticos de votar e ser votado. O cidadão, portanto, nada mais é que o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) que goza de direitos políticos.
2. ESPÉCIES DE NACIONALIDADE E CRITÉRIOS PARA A SUA AQUISIÇÃO
A doutrina costuma distinguir a nacionalidade em duas espécies: 
A nacionalidade primária é imposta, de maneira unilateral, independentemente da vontade do indivíduo, pelo Estado, no momento do nascimento. Alguns países adotam o critério do ius sanguinis, já outros adotam o critério do ius solis, ou critério da territorialidade.
Já a nacionalidade secundária é aquela que se adquire por vontade própria, depois do nascimento, normalmente pela naturalização, que poderá ser requerida tanto pelos estrangeiros como pelos heimatlos (apátridas), ou seja, aqueles indivíduos que não têm pátria alguma. O estrangeiro, dependendo das regras de seu país, poderá ser enquadrado na categoria de polipátrida (multinacionalidade - ex.: filhos de italiano - critério do sangue - nascidos no Brasil -critério da territorialidade).
3. BRASILEIRO NATO[2: O filho, brasileiro nato, poderá ter pais brasileiros, natos ou naturalizados.]
Como regra geral prevista no art. 12, I, o Brasil adotou o critério do ius solis. Essa regra, porém, é atenuada em diversas situações, ou "temperada" por outros critérios. O art. 12, I, traz hipóteses taxativas de previsão de aquisição da nacionalidade brasileira. Assim, serão brasileiros natos:
Ius solis (art. 12, I, "a"): qualquer pessoa que nascer no território brasileiro (República Federativa do Brasil), mesmo que seja filho de pais estrangeiros. PORÉM, os pais estrangeiros não podem estar a serviço de seu país, pois, se estiverem, o indivíduo que nasceu em território brasileiro não será brasileiro nato. 
Ius sanguinis + serviço do Brasil (art. 12, I, "b"): se o nascimento se der fora do Brasil, serão considerados brasileiros natos os que sejam filhos de pai ou mãe brasileiros e qualquer deles (o pai, a mãe, ou ambos) esteja a serviço da República Federativa do Brasil.
Ius sanguinis + registro (art. 12, I, "e", primeira parte): se o filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira nascer fora do Brasil, e estes NÃO estiverem a serviço do país, haverá, mesmo assim, a possibilidade de aquisição da nacionalidade brasileira originária pelo simples ato de registro em repartição brasileira competente. Ex.: Maria, em férias no Japão, tem o seu filho em Tóquio. 
Ius sanguinis + opção confirmativa (art. 12, I, "e", segunda parte): dá-se quando o filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira (natos ou naturalizados), que não estejam a serviço do Brasil, vier a residir no Brasil e optar, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Trata-se da chamada nacionalidade potestativa, uma vez que a aquisição depende da exclusiva vontade do filho.
4. BRASILEIRO NATURALIZADO
4.1. Breves noções introdutórias
Como forma de aquisição da nacionalidade secundária, a Constituição prevê o processo de naturalização, que dependerá tanto da manifestação de vontade do interessado como da aquiescência estatal, que poderá ou não atender à solicitação do estrangeiro ou apátrida. A CF/88 somente estabeleceu a naturalização expressa, que se divide em ordinária e extraordinária (quinzenária).
4.2. Naturalização ordinária
Estrangeiros não originários de países de língua portuguesa e apátridas (art. 12, II, "a", primeira parte): naturalizar-se-ão brasileiros de acordo com os critérios definidos em lei, no caso, desde que preenchidas as regras do art. 112 do Estatuto dos Estrangeiros - Lei n. 6.815, de 19.08.1980;8
Originários de países de língua portuguesa (art. 12, II, "a", segunda parte): a) residência por um ano ininterrupto e b) idoneidade moral.
4.3. Naturalização extraordinária ou quinzenária
Prevista no art. 12, II, "b", a naturalização extraordinária ou quinzenária dar-se-á quando os estrangeiros, de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, requisitarem a nacionalidade brasileira.
A naturalização extraordinária é "intransferível", vale dizer, só a adquire aquele que preencher os requisitos constitucionais. A naturalização não importa a aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza estes a entrar ou radicar-se no Brasil, sem que satisfaçam as exigências legais.
4.4. Radicação precoce e conclusão de curso superior
O Estatuto dos Estrangeiros em seus arts. 115, § 2º, I e II, e 116, expressamente descreve as hipóteses de naturalização por radicação precoce e conclusão de curso superior
Radicação precoce: "os nascidos no estrangeiro, que hajam sido admitidos no Brasil durante os primeiros cinco anos de vida, radicados definitivamente no território nacional. Para preservar a nacionalidade brasileira, deverão manifestar-se por ela, inequivocamente, até dois anos após atingir a maioridade";
Conclusão de curso superior: "os nascidos no estrangeiro que, vindo residir no País antes de atingida a maioridade, façam curso superior em estabelecimento nacional e requeiram a nacionalidade até um ano depois da formatura".
.
5. QUASE NACIONALIDADE - PORTUGUESES - ART. 12, § 1.º - RECIPROCIDADE
Os portugueses, como originários de país de língua portuguesa, enquadram-se na regra do art. 12, II, "a'', ou seja, podem naturalizar-se brasileiros bastando que tenham residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
Igualmente, temos a hipótese dos portugueses com residência permanente no Brasil que queiram continuar com a nacionalidade portuguesa (estrangeiros) e não façam a opção pela naturalização brasileira. Neste caso, os portugueses não perdem a sua cidadania. Continuam sendo portugueses, estrangeiros, portanto, no Brasil, mas podendo exercer os direitos conferidos aos brasileiros, desde que não sejam vedados (ex.: art. 12, § 3.º) e haja, como visto, a reciprocidade para brasileiros em Portugal.
6. A LEI PODERA ESTABELECER DISTINÇÕES ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS?
6.1. Regra geral
Regra geral, coerente com o princípio da igualdade (isonomia), não se pode diferenciar o brasileiro nato do naturalizado (art. 12, § 2.º).. A diferenciação poderá ser feita somente nas hipóteses taxativamente previstas na Constituição, quais sejam:
Art. 5.0, LI
Extradição: de acordo com o art. 5.º, LI, o brasileiro nato nunca poderá ser extraditado. Já o naturalizado poderá ser extraditado em duas situações: crime comum; tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
Art. 12, § 3.º
Cargos privativos de brasileiros natos: o art. 12, § 3.º, da CF/88 estabelece que alguns cargos serão ocupados somente por brasileiros natos, fazendo expressa diferenciação em relação aos brasileiros naturalizados. Assim, são privativos de brasileiro nato os cargos: Presidente e Vice-Presidente da República; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal; Ministro do STF; carreira diplomática; oficial das Forças Armadas; Ministro de Estado da Defesa.
Art. 12, § 4.º, I
Atividade nociva ao interesse nacional: somente o brasileiro naturalizado poderá perder a nacionalidade em virtude de atividade nocivaao interesse nacional.
Art. 89, VII
Conselho da República: somente cidadãos brasileiros natos
Art. 222
A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa: aos brasileiros natos ou brasileiros naturalizados há mais de 10 anos ou, ainda, de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no país.
7. PERDA DA NACIONALIDADE
7.1. Hipóteses de perda da nacionalidade
As hipóteses de perda da nacionalidade estão taxativamente previstas na CF/88, nos incisos I e II do §4.º do art. 12. Assim, os pressupostos para declaração da perda da nacionalidade são:
Cancelamento da naturalização por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional (art. 12, § 4.º, I);
Aquisição de outra nacionalidade (art. 12, § 4.º, II).
7.1.1. Cancelamento da naturalização
O pressuposto para o cancelamento da naturalização está previsto na CF/88 (atividade nociva ao interesse nacional), bem como o seu instrumento (cancelamento através de sentença judicial transitada em julgado).
Devemos aclarar que o processo de cancelamento da naturalização atingirá somente o brasileiro naturalizado, e não o nato, que, como veremos, só poderá perder a nacionalidade na hipótese de aquisição de outra nacionalidade (salvo os permissivos constitucionais).
7.1.2. Aquisição de outra nacionalidade
Também perderá a nacionalidade (e aqui a terminologia utilizada é nacionalidade, e não naturalização) o brasileiro nato ou naturalizado que, voluntariamente, adquirir outra nacionalidade.
O art. 12, § 4.0, II, estabeleceu duas hipóteses em que a aquisição de outra nacionalidade (dupla nacionalidade) não implicará a perda da brasileira. São elas:
Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira: trata-se do reconhecimento da nacionalidade originária, ou seja, aquela adquirida com o nascimento (primária). Ex.: o indivíduo que nasceu no território brasileiro, filho de italianos que estavam em férias no Brasil (obs.: não se encontravam a serviço da Itália), será brasileiro nato (art. 12, I, "a" - ius solis) e poderá adquirir a nacionalidade italiana (ius sanguinis) sem perder a brasileira;
Imposição de naturalização pela norma estrangeira: o brasileiro residente em Estado estrangeiro e, como condição para sua permanência naquele país (por motivo de trabalho, exercício profissional), ou para o exercício de direitos civis (herança, por exemplo), tiver, por imposição da norma estrangeira, de se naturalizar, não perderá a nacionalidade brasileira.
DIREITOS POLÍTICOS
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
1.1. Democracia semidireta ou participativa
Os direitos políticos nada mais são que instrumentos por meio dos quais a CF garante o exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução da coisa pública, seja direta (art. 14), seja indiretamente (eleição dos representantes). (art. 1º, parágrafo único)
A CF/88 adotou a democracia participativa ou semidireta que é um "sistema híbrido", uma democracia representativa( democracia representativa, na qual o povo, soberano, elege representantes, outorgando-lhes poderes, para que, em nome deles e para o povo, governem o país) com peculiaridades e atributos da democracia direta (democracia direta, em que o povo exerce por si o poder, sem intermediários, sem representantes)
A soberania se instrumentaliza por meio do plebiscito, referendo, iniciativa popular, bem como pelo ajuizamento da ação popular. Conceitos dos institutos da democracia direta (soberania popular):
a) Plebiscito, a consulta é prévia, sendo convocado com anterioridade ao ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, por meio do voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido à apreciação. Ou seja, primeiro consulta-se o povo, para depois, só então, a decisão política ser tomada, ficando o governante condicionado ao que for deliberado pelo povo; 
b) Referendo, primeiro se tem o ato legislativo ou administrativo, para, só então, submetê-lo à apreciação do povo, que o ratifica (confirma) ou o rejeita (afasta).
***Ambos são formas de consulta ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa.
c) Iniciativa Popular, que consiste, em âmbito federal, na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, 1 % do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco Estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles (ver art. 61, § 2.0, da CF/88).
Finalmente, além das já citadas formas de participação popular, cabe lembrar a ação popular.
2. SOBERANIA POPULAR, NACIONALIDADE. CIDADANIA, SUFRÁGIO, VOTO E ESCRUTINIO
Vejamos alguns conceitos básicos antes de analisar a teoria dos direitos políticos:
Soberania popular: é a qualidade máxima do poder extraída da soma dos atributos de cada membro da sociedade estatal, encarregado de escolher os seus representantes no governo por meio do sufrágio universal e do voto direto, secreto e igualitário.
Cidadania tem por pressuposto a nacionalidade (que é mais ampla que a cidadania), caracterizando-se como a titularidade de direitos políticos de votar e ser votado. O cidadão, portanto, nada mais é que o nacional que goza de direitos políticos.
Sufrágio é o direito de votar e ser votado.
Voto é o ato por meio do qual se exercita o sufrágio, ou seja, o direito de votar e ser votado.
Escrutínio é o modo, a maneira, a forma pela qual se exercita o voto (público ou secreto).
	
3. DIREITO POLÍTICO POSITIVO (DIREITO DE SUFRÁGIO)
Como núcleo dos direitos políticos tem-se o direito de sufrágio, que se caracteriza tanto pela capacidade eleitoral ativa (direito de votar, capacidade de ser eleitor, alistabilidade) como pela capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado, elegibilidade).
3.1. Capacidade eleitoral ativa
O exercício do sufrágio ativo dá-se pelo voto, que pressupõe: a) alistamento eleitoral na forma da lei (título eleitoral); b) nacionalidade brasileira (não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros - art. 14, § 2.º); c) idade mínima de 16 anos (art. 14, § 1.º, II, "c"); e d) não ser conscrito durante o serviço militar obrigatório.
O alistamento eleitoral e o voto são, de acordo com o art. 14, § 1.º, I e II, "a", "b" e "c":
OBRIGATÓRIO: maiores de 18 e menores de 70 anos de idade.
FACULTATIVO: maiores de 16 e menores de 18 anos de idade; analfabetos; e maiores de 70 anos de idade.
O voto é direto, secreto, universal, periódico, livre, personalíssimo e com valor igual para todos. Convém lembrar que o constituinte originário, elevando à categoria de cláusulas pétreas, inadmitiu qualquer proposta de emenda à Constituição tendente a abolir o voto direto, secreto, universal e periódico (art. 60, § 4.0, II).
3.2. Capacidade eleitoral passiva
A capacidade eleitoral passiva nada mais é que a possibilidade de eleger-se, concorrendo a um mandato eletivo. O direito de ser votado, no entanto, só se torna absoluto se o eventual candidato preencher todas as condições de elegibilidade para o cargo ao qual se candidata e, ainda, não incidir em nenhum dos impedimentos constitucionalmente previstos, quais sejam, os direitos políticos negativos, que veremos mais adiante.
3.2.1. Condições de elegibilidade
O art. 14, § 3.º, estabelece como condições de elegibilidade, na forma da lei:
Nacionalidade brasileira;
Pleno exercício dos direitos políticos;
Alistamento eleitoral;
Domicílio eleitoral na circunscrição;
Filiação partidária;
Idade mínima de acordo com o cargo ao qual se candidata.
No tocante ao requisito da idade, essa condição de elegibilidade inicia-se aos 18 anos, terminando aos 35 anos, como se observa pelas regras abaixo transcritas:
18 anos para Vereador;
21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de paz;
30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
35 anos para Presidente, Vice-Presidente da República e Senador.
4. DIREITOS POLITICOSNEGATIVOS
Ao contrário dos direitos políticos positivos, os direitos políticos negativos individualizam- se ao definirem formulações constitucionais restritivas e impeditivas das atividades político-partidárias, privando o cidadão do exercício de seus direitos políticos, bem como impedindo-o de eleger um candidato (capacidade eleitoral ativa) ou de ser eleito (capacidade eleitoral passiva). Comecemos pelas inelegibilidades para depois analisarmos as situações em que os direitos políticos ficam suspensos ou são perdidos (privação dos direitos políticos).
4.1. Inelegibilidades
As inelegibilidades são as circunstâncias (constitucionais ou previstas em lei complementar) que impedem o cidadão do exercício total ou parcial da capacidade eleitoral passiva, ou seja, da capacidade de eleger-se. Restringem, portanto, a elegibilidade do cidadão. 
As inelegibilidades estão previstas tanto na CF (art. 14, §§ 4.0 a 8.º), normas essas que independem de regulamentação infraconstitucional, já que de eficácia plena e aplicabilidade imediata, como em lei complementar, que poderá estabelecer outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação.
As inelegibilidades podem ser absolutas (impedimento eleitoral para qualquer cargo eletivo, taxativamente previstas na CF/88) ou relativas (impedimento eleitoral para algum cargo eletivo ou mandato, em função de situações em que se encontre o cidadão candidato, previstas na CF/88 -art. 14, §§ 5.º a 8.º - ou em lei complementar- art. 14, § 9).
4.1.1. Inelegibilidades absolutas
De acordo com o art. 14, § 4.º, são absolutamente inelegíveis, ou seja, não podem exercer a capacidade eleitoral passiva, em relação a qualquer cargo eletivo, o:
inalistável (quem não pode ser eleitor não pode eleger-se). Os estrangeiros e, durante o serviço militar obrigatório, os conscritos não podem alistar-se como eleitores. Portanto, são considerados inalistáveis. 
analfabeto (o analfabeto tem direito à alistabilidade e, portanto, direito de votar, mas não pode ser eleito, pois não possui capacidade eleitoral passiva).
4.1.2. Inelegibilidades relativas
O relativamente inelegível, em razão de algumas situações, não pode eleger-se para determinados cargos, podendo, porém, candidatar-se e eleger-se para outros, sob os quais não recaia a inelegibilidade. A inelegibilidade nesses casos dá-se, conforme as regras constitucionais, em decorrência da função exercida, de parentesco, ou se o candidato for militar, bem como em virtude das situações previstas em lei complementar (art. 14, § 9.º).
4.1.2.1. Inelegibilidade relativa em razão da função exercida (por motivos funcionais)
4.1.2.1.1. Inelegibilidade relativa em razão da função exercida para um terceiro mandato sucessivo
O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos não poderão ser reeleitos para um terceiro mandato sucessivo. Isso nos permite concluir que a inelegibilidade surge somente para um terceiro mandato, subsequente e sucessivo.
4.1.2.1.2. A figura do denominado "prefeito itinerante" ou "prefeito profissional"
O denominado "prefeito itinerante" ou "prefeito profissional" é aquele que, reeleito em um mesmo Município, na medida em que inelegível para o terceiro mandato consecutivo, transfere o seu domicílio eleitoral para município diverso buscando afastar a inelegibilidade estabelecida no art. 14, § 5.º, da CF/88. O STF proibiu a figura do "prefeito itinerante" 
4.1.2.1.3. Inelegibilidade relativa em razão da função para concorrer a outros cargos
O art. 14, § 6.º, estabelece que, para concorrer a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 meses antes do pleito.
4. 1.2.2. Inelegibilidade relativa em razão do parentesco
A ideia da inelegibilidade relativa em razão do parentesco visa evitar a perpetuidade ou alongada presença de familiares no poder. Como regra, então, de acordo com o art. 14, § 7.º, são inelegíveis, no território da circunscrição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do:
Presidente da República;
Governador de Estado, Território ou Distrito Federal;
Prefeito;
ou quem os haja substituído dentro dos 6 meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
4.1.2.3. Militares
Prevê expressamente o art. 14, § 8.º, que o militar alistável é elegível. Para tanto, deverá atender às seguintes condições:
menos de 10 anos de serviço: deverá afastar-se da atividade;
mais de 10 anos de serviço: será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
4. 1.2.4. Inelegibilidades previstas em lei complementar
De acordo com o art. 14, § 9.º, da CF/88, lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de que sejam protegidos os preceitos da:
Probidade administrativa;
Moralidade para o exercício de mandato, considerada a vida pregressa do candidato;
Normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
OBS.: Uma das hipóteses de inelegibilidade relativa decorre de lei complementar são os Candidatos com “ficha suja”.
4.3. Privação dos direitos políticos - perda e suspensão
Já vimos as regras que restringem a elegibilidade do cidadão, tornando-o inelegível, absoluta ou relativamente. Agora, verificaremos as situações que privam o cidadão dos direitos políticos de votar e ser votado, tanto definitivamente (perda) como de modo temporário (suspensão). Em nenhuma hipótese, ressalte-se, será permitida a cassação de direitos políticos.
4.3.1. PERDA dos direitos politicos (arts. 15, I e IV; e 12, § 4. º, lI, da CF/88)
Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado
Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa
Perda da nacionalidade brasileira em virtude de aquisição de outra
4.3.2. Suspensão dos direitos políticos (arts. 15, II, III eV; e 55, II, e § 1.º, da CF/88; art. 17.3 do Dec. n. 3.92712001 ele o art. 1. º, /, "b", da LC n. 64190)
Incapacidade civil absoluta
Condenação criminal transitada em julgado
Improbidade administrativa nos termos do art. 37, § 4.º: 
Exercício assegurado pela cláusula de reciprocidade: o gozo dos direitos políticos em Portugal (por brasileiro) importará na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Brasil;
4.4. Reaquisição dos direitos políticos perdidos ou suspensos
Perdido o direito político, na hipótese de cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado, a reaquisição só se dará por meio de ação rescisória.
Se a hipótese for a perda por recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, a reaquisição dar-se-á quando o indivíduo, a qualquer tempo, cumprir a obrigação devida.	
Todavia, se a perda se der em virtude de aquisição de outra nacionalidade, o art. 36 da Lei n. 818/49 prevê a possibilidade de reaquisição por decreto presidencial, se o ex-brasileiro estiver domiciliado no Brasil. Entendemos, contudo, que tal dispositivo só terá validade se a reaquisição não contrariar os dispositivos constitucionais e, ainda, se existirem elementos que atribuam nacionalidade ao interessado.
No tocante às hipóteses de suspensão, a reaquisição dos direitos políticos dar-se-á quando cessarem os motivos que a determinaram.
SISTEMA CONSTITUCIONAL DE CRISES
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS - SISTEMA CONSTITUCIONAL DAS CRISES
Destacam-se no tema da "defesa do Estado e das instituições democráticas" dois grupos: 
a) instrumentos (medidas excepcionais) para manter ou restabelecer a ordem nos momentos de anormalidades constitucionais, instituindo o sistema constitucional de crises, composto 
-pelo estado de defesa; e 
-pelo estado de sítio (legalidade extraordinária); 
b) defesa do País ou sociedade,através das Forças Armadas e da segurança pública.
Diante das crises, portanto, existem mecanismos constitucionais para o restabelecimento da normalidade, quais sejam, a possibilidade de decretação do estado de defesa, do estado de sítio e o papel das Forças Armadas e das forças de segurança pública (Título V da CF/88).
Referidos mecanismos devem, contudo, respeitar o princípio da necessidade, sob pena de configurar arbítrio e verdadeiro golpe de estado, bem como o princípio da temporariedade (deve ser delimitado o período de tempo que vigorará), sob pena de configurar verdadeira ditadura.
2. ESTADO DE DEFESA
2.1. Hipóteses de decretação do estado de defesa
As hipóteses em que se poderá decretar o estado de defesa estão, de forma taxativa, previstas no art. 136, caput, da CF/88, quais sejam: para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
2.1.1 Pressupostos e objetivo
Os fundamentos para a instauração do Estado de Defesa acham-se estabelecidos no art. 136, e são de fundo e de forma.
Constituem pressupostos de fundo: a) a existência de grave e iminente instabilidade institucional que ameacem a ordem pública ou a paz social; b) a manifestação de calamidades de grandes proporções na natureza que atinja a mesma ordem pública ou a paz social
Os pressupostos formais são: a) a prévia manifestação dos conselhos da Republica e de Defesa Nacional; b) decretação pelo Presidente após essa (a) audiência; c) determinação do tempo de sua duração, que não poderá ser superior 30 dias, podendo ser prorrogado apenas uma vez, por igual período; d) especificação das áreas por ele abrangidas; e) indicação das medidas coercitivas, dentre as discriminadas no art. 136, § 1º.
O estado de defesa tem por objetivo restabelecer a ordem pública e a paz social ameaçadas por instabilidade institucional e calamidade decorrentes da natureza 
2.2. Procedimento e regras gerais
Titularidade: o Presidente da República (art. 84, IX, c/c o art. 136), mediante decreto, pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa.
Conselho da República e Defesa Nacional: como órgãos de consulta, são previamente ouvidos, porém suas opiniões não possuem caráter vinculativo, ou seja, o Presidente d a República, mesmo diante de um parecer opinando pela desnecessidade de decretação, poderá decretar o estado de defesa.
O decreto que instituir o estado de defesa deverá determinar: 
 a) o tempo de duração; b) a área a ser abrangida (locais restritos e determinados); c) as medidas coercitivas que devem vigorar durante a sua vigência.
Tempo de duração: máximo de 30 dias prorrogados por mais 30 dias, uma única vez.
Medidas coercitivas: 
a) restrições (não supressão) aos direitos de reunião, sigilo de correspondência, sigilo de comunicação telegráfica e telefônica e à garantia prevista no art. 5.º, LXI, ou seja, prisão somente em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judicial competente;
b) ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
Prisão por crime contra o Estado: como exceção ao art. 5.º, LXI, a prisão poderá ser determinada pelo executor da medida (não pela autoridade judicial competente). O juiz competente, imediatamente comunicado, poderá relaxá-la. Tal comunicação deverá vir acompanhada do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação. Referida ordem de prisão não poderá ser superior a 10 dias, facultando-se ao preso requerer o exame de corpo de delito à autoridade policial.
Incomunicabilidade do preso: é vedada.
2.3. Controle exercido sobre a decretação do estado de defesa ou sua prorrogação
Controle político imediato: nos termos do art. 136, §§ 4.0-7.º, será realizado pelo Congresso Nacional. Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de 24 horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que aceitará ou rejeitará. Se o Congresso rejeitar o decreto, o estado de defesa cessará imediatamente.
Controle político concomitante: nos termos do art. 140, a Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de 5 de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa.
Controle político sucessivo (ou a posteriori): nos termos do art. 141, parágrafo único, logo que cesse o estado de defesa, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. Prestadas as informações e não aceitas pelo Congresso Nacional, parece ficar caracterizado algum crime de responsabilidade do presidente, especialmente o atentado a direitos individuais - pelo que pode ser ele submetido ao respectivo processo
Controle jurisdicional concomitante: o Judiciário poderá reprimir abusos e ilegalidades cometidos durante o estado de crise constitucional por meio, por exemplo, do mandado de segurança, do habeas 
Controle jurisdicional sucessivo (ou a posteriori): consoante o art. 141, caput, cessado o estado de defesa, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
3. ESTADO DE SITIO
3.1. Hipóteses de decretação do estado de sítio
As hipóteses em que poderá ser decretado o estado de sítio estão, de forma taxativa, previstas no art. 137, caput, da CF/88:
Comoção grave de repercussão nacional (se fosse de repercussão restrita e em local determinado, seria hipótese, primeiro, de decretação de estado de defesa);
Ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa (portanto, pressupõe-se situação de maior gravidade);
Declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
3.2. Procedimento e abrangência
Assim como no estado de defesa, quem decreta o estado de sítio é o Presidente da República, após prévia oitiva do Conselho da República e de Defesa Nacional (pareceres não vinculativos).
No entanto, para a decretação do estado de sítio ou sua prorrogação deverá haver, relatando os motivos determinantes do pedido, prévia solicitação pelo Presidente da República de autorização do Congresso Nacional, que se manifestará pela maioria absoluta de seus membros.
O controle político prévio, se negativo, será vinculante, e o Presidente da República não poderá decretar o estado de sítio por aquele motivo, sob pena de responsabilidade. Por outro lado, se o Congresso Nacional autorizar, com discricionariedade política, o Presidente da República poderá ou não decretar o estado de sítio.
Neste último caso, o decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas (art. 138, caput).
A duração do estado de sítio, no caso de comoção grave de repercussão nacional ou da ineficácia das medidas tomadas durante o estado de defesa (art. 137, I), não poderá ser superior a 30 dias, podendo ser prorrogada, sucessivamente (não há limites), enquanto perdurar a situação de anormalidade, sendo que cada prorrogação também não poderá ser superior a 30 dias. No caso de declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira (art. 137, II), enquanto perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
3.3. Medidas coercitivas
Nas hipóteses do art. 137, 1 (comoção grave de repercussão nacional ou ineficácia das medidas tomadas durante o estado de defesa), só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas coercitivas (art. 139, 1 a VII):obrigação de permanência em localidade determinada;
detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
restrições (não supressões) relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei (desde que liberada pela respectiva Mesa, não se inclui a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas);
suspensão da liberdade de reunião;
busca e apreensão em domicílio;
intervenção nas empresas de serviços públicos;
requisição de bens.
3.4. Controle exercido sobre a decretação do estado de sítio
Controle político prévio: o Presidente da República, para a sua decretação ou prorrogação, depende de prévia e expressa autorização do Congresso Nacional. Se o Congresso rejeitar o pedido, o Presidente da República, agora vinculado, não poderá decretar o estado de sítio. Se o fizer, sem dúvida, cometerá crime de responsabilidade. 
Controle político concomitante: a Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de 5 de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de sítio (art. 140).
Controle político sucessivo (ou a posteriori): logo que cesse o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas (art. 141, parágrafo único). Conforme visto para o estado de defesa, prestadas as informações e não aceitas pelo Congresso Nacional, parece ficar caracterizada a prática do crime de responsabilidade.
Controle jurisdicional concomitante: qualquer lesão ou ameaça a direito, abuso ou excesso de poder durante a sua execução serão apreciados pelo Poder Judiciário, observados, é claro, os limites constitucionais da "legalidade extraordinária", seja por via do mandado de segurança, seja por meio de habeas corpus ou de qualquer outro remédio.
Controle jurisdicional sucessivo (ou a posteriori): cessado o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes (art. 141, caput).
DIREITOS SOCIAIS
Assim, existe uma devida relação dos direitos econômicos com os direitos sociais, pois para assegurar estes direitos faz-se necessário uma política econômica adequada, para que o estado possa exercer uma tutela dos mais fracos, através da intervenção e participação. (LENZA,2015).
Com base na exposição conceitual, conclui-se que os direitos sociais são de segunda dimensão, uma vez que buscam garantir a isonomia, tendo, portanto, aplicação imediata. (LENZA, 2015). 
PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA
Acerca da proteção à maternidade, preleciona José Afonso da Silva,
A proteção à maternidade é uma forma de direito social que participa da natureza dos direitos previdenciários (art. 201, II) e dos direitos assistenciais (art. 203, I), e enquanto trabalhadora a gestante aufere ainda os benefícios previdenciários do mesmo art. 201, II, e benefícios dos direitos trabalhistas, por meio de licença sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 dias. (2014, p.191).
Ou seja, a proteção à maternidade aparece tanto com natureza de direito previdenciário como de direito assistencial. Em relação àquele, a proteção à maternidade deverá ser atendida pelo regime previdenciário, enquanto a este, estabeleceu- se a licença à gestante como um dos direitos dos trabalhadores, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias. (LENZA, 2015).
Quanto à proteção à infância, esta apesar de ser um direito social, tem natureza assistencial, nos termos do art. 203, I e II, onde a proteção é duplamente referida. No inciso I a proteção engloba a proteção à criança e à adolescência, e no inciso II, o amparo às crianças e adolescentes carentes. (SILVA, 2014). 
ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS
“É a estes, de modo específico, que se destinam as normas constitucionais de direito social assistencial constantes dos arts. 203 e 204”. (SILVA, 2014, p.191). Perante esses artigos a assistência social será prestada a quem dela necessitar, lançando mão de ações governamentais que serão realizadas através dos recursos provenientes do orçamento e da seguridade social. (SILVA, 2014). 
“Independe, pois, de contribuição do beneficiário à seguridade social. É aqui, especialmente, que ocorrem as ações afirmativas na busca de igualização das condições dos desiguais”. (SILVA, 2014, p.191).

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