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HPE 3 - Crescimento e Desenvolvimento

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Universidade Federal de Pernambuco 
 Centro de Ciências Sociais Aplicadas 
Departamento de Economia – Decon 
 Professora Maria Fernanda 
 
Notas de aula 11 – HPE 3 
 
Crescimento e desenvolvimento 
Indicação de leitura – Cap. 23 (Brue, S. HPE) 
 
 
1. Crescimento e desenvolvimento 
a) Diferentes abordagens 
crescimento do PIB > crescimento da população = desenvolvimento (1940-45); 
A partir de 40 as Escolas passam a tratar crescimento e desenvolvimento: Solow, 
Domar, Schumpeter e Nurkse. 
 
b) Intensificação dos estudos em período recente 
crescimento articulado com a consolidação da indústrias ( diferentes crescimentos); política 
voltadas ao crescimento. 
 
2. Joseph Alois Schumpeter (1881-1950) 
Schumpeter (podemos aproxima-lo ao conjunto de pensadores da Escola Institucionalista) 
 
Obras de destaque: The Theory of Economic Development (1911); Capitalism, socialismo 
and democracy (1942) 
 
a) Papel da ação empreendedora e da inovação: elementos fundamentais para o 
desenvolvimento 
“As inovações não ocorrem de forma contínua, mas ocorrem em grupos. As atividades da 
maioria dos empresários empreendedores e arrojados criam um clima favorável em que 
os outros podem segui-los.” Brue, pg 466 
Voltou-se ao estudo do desenvolvimento capitalista, influência da escola neoclássica, da teoria 
do bem-estar de Mises e de Marx (da instabilidade no capitalismo); 
 atividade empreendedora como importante sinalizador no desenvolvimento do 
capitalismo. 
 Atividade empreendedora pressupõe tomada de risco e o investimento em novos 
negócios. 
o Inovação: novos bens; nova combinação de fatores(tecnologia); nova 
apresentação de uma indústria; 
o Exemplo: concepção - produção - distribuição - vendas finais. 
 A distribuição pode deixar de existir, com a internet facilitando a ligação entre produção 
e vendas finais. 
 
 
 
 
 
b) Instabilidade como resultado do processo de adaptação 
 instabilidade como efeito natural do processo de criação de tecnologia e inovação. 
Instabilidade associada a : 
 Concorrência entre tecnologias distintas e seus produtos (a mesma base de produção); 
[Destruição criativa: tecnologia nova destrói ao longo do tempo mercados amparados na 
tecnologia ultrapassada]. 
 ampliação do crédito para a produção (criação de nova tecnologia) e consumo. 
 Aquecimento do consumo inflação no curto prazo. 
 
c) Reflexão: “Para onde caminha o capitalismo?” 
 
 Capitalismo amparado em bases estruturais sociais e econômicas muito frágeis, e um dia seria 
substituído por um outro modo de produção. 
 O pequeno empreendedor inova mais que as empresas já consolidadas, porém não há 
apoio do Estado para ele, que perde força face aos oligopólios. 
 Automatização crescente na produção, com menos oportunidade da ação 
empreendedora. 
 Estado frágil em atuar como mediador face aos interesses oligopolistas contra o 
trabalhador, desestimulando o trabalho. 
 
Obs: Apesar de o capitalismo não ter fracassado, a teoria de Schumpeter traz um elemento 
novo: a inovação como base do desenvolvimento capitalista, tendo o empreendedor como figura 
central. Dando bases ao pequeno produtor no capitalismo, que a teoria clássica considerava 
como tudo igual. 
 
3. Ragnar Nurkse (1907-1959) 
Obras de destaque: Some aspects of capital accumulation in underdeveloped countries 
(1952) 
a) Teoria do círculo vicioso da pobreza: 
“...constelação circular de forças que tendem a agir e reagir umas sobre as outras, de 
modo a manter um país pobre em estado de pobreza”. Brue, pg 471 
Nurkse volta-se ao estudo de variáveis determinantes para pobreza. Um país é pobre porque 
tem a pobreza na sua origem. 
 
b) Indivíduo pobre e o mercado de trabalho 
Indivíduo pobre, mal nutrido, nao tem acesso à educação, torna-se mal posicionado no mercado 
de trabalho. 
 
c) Formação de poupança 
Economia pobre não tem poupança, não investe e continua pobre (uma interferência externa, 
podendo ser poupança externa, par mudar as variáveis de pobreza). 
 
4. Desenvolvimento equilibrado em Nurkse 
a) Progresso econômico não é espontâneo 
Crítico a teoria das vantagens comparativas / Divisão Internacional do Trabalho: os países 
deveriam criar vantagens competitivas na visão de Nurkse. 
Sugestão de Nurkse: romper polarização do comércio internacional (produtor de bem agrícola e 
produtor de bem industrial). 
 
Fatores que prejudicavam os países produtores de bens agrícolas: 
 Crescimento do setor serviços 
 Baixa eslasticidade renda da demanda por bens agrícolas. 
 Materiais sintéticos e a produção em laboratórios substituem a matéria-prima do campo. 
Protecionismo dos países ricos à produção agrícola. 
 
b) Países pobres devem investir na industrialização para superar dificuldades 
 
Protecionismo do Estado necessário no curto prazo para consolidar a indústria e descolar o 
centro dinâmico ( da agricultura p/ indústria). 
 Dois formatos: industrialização voltada para o mercado interno e a voltada p/ o mercado 
externo. 
De 30 a 1960, os países em desenvolvimento investem pesadamente na indústria e acumulam 
déficit fiscal. Política amparada em subsídio, em isenção imposto, poupança externa e 
investimento pesado do governo. 
Em 1960, e no caso do Brasil em 80, os déficits fiscais ficam muito altos impedindo a 
continuidade das políticas protecionistas e fortalecendo o argumento neoliberal (o processo de 
redemocratização do Brasil no governo Sarney). 
 
5. Aspectos conclusivos 
a) História marcada pela evolução do pensamento 
b) Crítica sem entendimento não constrói 
c) Idéias que surgem não visam eliminar anteriores

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