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Direito Constitucional III (Matutino) - Resenha Aula 5 
Estéfany Tomé
O controle incidental de constitucionalidade das leis é exercido, como assinalado anteriormente, no desempenho regular da função jurisdicional. Instaurado o processo, por iniciativa do autor e após a citação do réu, cabe ao juiz ouvir os argumentos das partes e, observado o devido processo legal, produzir uma sentença que ponha fim ao litígio. Um processo de conhecimento típico resultará na prolação de uma sentença de mérito, por via da qual o órgão judicial acolherá ou rejeitará, no todo ou em parte, o pedido formulado. 
Quanto à eficácia temporal, (efeito supra), há a inclusão do parágrafo único ao art. 948 do NCPC, Se a arguição for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver, e os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. 
Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de julgamento. Com o fundamento do princípio da economia processual, evitando-se a interminável repetição de julgados nas sessões da Corte, e segurança jurídica, evitando-se, assim, variação de jurisprudência do mesmo Tribunal.  Decidida a questão pelo Tribunal, ou até mesmo pelo Supremo Tribunal Federal, na hipótese de recurso extraordinário, e havendo a declaração de inconstitucionalidade da lei, a sentença, ou acórdão, produzirá efeitos apenas para as partes (como qualquer decisum, não extrapola os limites estabelecidos na lide), e produz efeitos retroativos ex tunc atingindo a lei desde a sua edição, tornando-a nula. 
Existe, porém, um meio de se produzir efeitos para terceiros não envolvidos na lide, e ocorre quando o Senado Federal, através de resolução, suspende a execução de lei declarada inconstitucional pelo STF. Nem sempre aquele que requer a declaração de inconstitucionalidade de uma norma ocupa o pólo passivo da relação jurídica. Assim, os instrumentos processuais de que podem se valer os interessados são os mais variados: ação declaratória, ou ordinária, embargos à execução, mandado de segurança etc. Hipótese interessante é o controle difuso realizado em sede de ação civil pública, instrumento processual utilizado, em linhas gerais, para a defesa de interesses difusos ou coletivos da sociedade. O ajuizamento da ação civil pública deve ter por escopo o julgamento de uma relação jurídica em concreto, cujo pressuposto seja a declaração incidental de lei ou ato do Poder Público, para a produção de efeitos somente entre as partes da lide. Vale dizer: a controvérsia sobre a inconstitucionalidade da norma é mera questão prejudicial, indispensável ao julgamento do mérito. Não se admite o uso da ação civil pública quando esta vise a apreciação da inconstitucionalidade da lei em tese, pois o efeito concreto seria a produção de efeitos erga onmes finalidade alcançada e possível somente no controle concentrado. 
Com relação à decisão STF ao papel do Senado Federal, tem- se o efeito erga omnes, ou seja, uma vez editada a resolução o efeito da decisão do Supremo Tribunal Federal passa a valer para todos, de forma vinculante. A doutrina, acerca desse efeito, também o chama de ampliativo.
O texto constitucional previu a criação de instrumentos de controle de constitucionalidade tanto na forma difusa, com o Mandado de Injunção (efeito infra), quanto na forma concentrada, com a Ação Direta de Inconstitucionalidade. Assim, segundo muitos juristas, a Carta permitiu a declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia da nulidade de uma determinada norma. O mandado de injunção é um instrumento jurídico que pode ser utilizado por qualquer cidadão que venha a se sentir prejudicado por eventuais omissões na legislação.  Está no inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal que deverá ser concedido o mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
O processo e julgamento do Mandado de injunção compete ao STF, quando a omissão na elaboração da norma regulamentadora for do Presidente da República, Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Mesa de uma dessas Casas legislativas, Tribunal de Contas da União, Um dos Tribunais superiores, Supremo Tribunal Federal. O Supremo comunica ao responsável pela elaboração da lei que ele está “em mora legislativa”, ou seja, deixou de cumprir sua obrigação. 
Referencia: BARROSO, Luís Roberto. O Controle de Constitucionalidade No Direito Brasileiro. São Paulo, Saraiva, 2014.

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