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A epistemologia na visao popperiana

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A epistemologia na visão popperiana 22-04-2017 
 
 
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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE 
Faculdade de Filosofia 
4º Ano 
 
 Roberto Caetano Alfredo 
 
 
RESUMO 
Fazer ciência é avançar pelo desconhecido, conhecer o a que não conhecemos procurando desse 
modo responder aos mistérios da natureza, assim, os cientistas lançam uma espécie de sondagem 
para analisarem delicadamente as coisas e as suas naturezas. Na filosofia da ciência encontramos 
um grande problema em estabelecer uma fronteira entre aquilo que é ciência e aquilo que não é 
ciência, o que chamamos de pseudociência. O critério que permite estabelecer essa distinção entre 
uma teoria científica e pseudocientífica, chamasse de critério de demarcação. 
Este trabalho versa sobre O falsificacionismo como novo critério da demarcação da cientificidade 
das teorias em Karl Raimund Popper. Onde buscaremos respostas das seguintes questões: qual é 
o critério que nos vais ajudar a separar a ciência da não ciência? O que é método hipotético 
indutivo? Que falsificacionismo? Popper contrariando aos cientistas do Círculo de Viena que 
defendiam hipotético indutivo como método capaz de distinguir a ciência da pseudociência, propõe 
o falsificacionismo como o critério capaz de fazer esse distinção, porque na sua perspectiva o 
importante não é provar a veracidade de uma teoria mas sim tentar provar que ele é falsa. Por 
muito tempo sempre se procurou distinguir a ciência e pseudociência. 
O trabalho tomou como fundamentais principais as obras de Hilton Japiassú e Danilo Marcondes, 
Dicionário básico de filosofia; José Mora, dicionário de filosofia; Karl Popper conjecturas e 
refutações e O Realismo e o objectivo da ciência, Nicola Abbagnano, Dicionário de filosofia; que 
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foram publicadas com o objectivo de resolver ou dar uma solução a esta aporia que por muito 
tempo foi a e é grande discussão da presente época. O trabalho obedecerá a seguinte estrutura: 
Introdução, contextualização, o problema da demarcação com os positivistas do círculo de Viena, 
em seguida apresentarmos os assim, em seguida apresentar a conclusão e por fim a bibliografia, 
onde tivemos como principal método a hermenêutica auxiliada com o método bibliográficos. 
 
 
 
SUMMARY 
To do science is to advance through the unknown, to know the one that we do not know, thus 
seeking to respond to the mysteries of nature, so scientists launch a kind of probing to gently 
analyze things and their natures. In the philosophy of science we find a great problem in 
establishing a border between what is science and what is not science, what we call pseudoscience. 
The criterion that allows to distinguish between a scientific and pseudoscientific theory, called 
demarcation criterion. 
This paper deals with falsificationism as a new criterion for the demarcation of the scientificity of 
theories in Karl Raimund Popper. Where will we seek answers to the following questions: What 
is the criterion that will help us to separate science from non-science? What is hypothetical 
inductive method? What falsificationism? Popper contradicting the Vienna Circle scientists who 
defended hypothetical inductive as a method capable of distinguishing science from 
pseudoscience, proposes falsificationism as the criterion capable of making this distinction, 
because in its perspective the important thing is not to prove the truth of a theory but rather Try to 
prove that it is false. For a long time we have always tried to distinguish science and pseudoscience. 
The work took as fundamental the works of Hilton Japiassú and Danilo Marcondes, Basic 
Dictionary of Philosophy; José Mora, philosophy dictionary; Karl Popper conjectures and 
refutations and Realism and the purpose of science, Nicola Abbagnano, Dictionary of philosophy; 
Which were published with the aim of resolving or giving a solution to this aporia that for a long 
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time was the and is great discussion of the present time. The work will follow the following 
structure: Introduction, contextualization, the problem of the demarcation with the positivists of 
the Vienna circle, then present them as follows, then present the conclusion and finally the 
bibliography, where we had as main method the hermeneutics aided by the Bibliographic method. 
 
Contextualização 
No séc. XVII, a ciência surge, no oeste da europa: com a finalidade de construir conhecimentos 
que viessem responder as necessidades práticas. A ciência tenta conhecer o mundo físico e utiliza 
o método experimental, que vai influenciar a construção da metodologia fundamental da ciência 
moderna. 
Quando se fala em ciência moderna refere-se a uma ciência empírica, isto é, relativa a fenómenos 
e é experimental. Uma ciência que visa “tornar o Homem mestre e senhor da natureza”, como 
afirmava Descartes. Assim essa solução levou a não valorização das outras ciências, ora neste 
contexto contrariamente aos positivistas existem os neopositivistas que fundamentam o contrário. 
Sobre a distinção da ciência do e não ciência. 
 
O problema da demarcação com os positivistas do círculo de Viena 
Na concepção de Popper citado por Japiassú et Marcondes (2001:48) afirma que critérios de 
demarcação São conjuntos de procedimentos que consistem em distinguir a ciência da 
pseudociência. O problema da distinção entre a ciência e metafisica de facto é uma questão que 
quase sempre tomou-se em consciência de Popper e não acreditasse na indução e o mesmo não 
desempenhasse o papel significativo na ciência. 
Segundo MORA, F. José, circulo de Viena é um nome conhecido por um grupo de filósofos que 
se agruparam na universidade de Viena nos anos 1922 a 1936, em coordeno de Moritz Schlick 
como o presidente da comissão, e que foi conhecido pelo seguinte nome Sociedade de Viena ou 
Verein Ernst Mach em homenagem a Ernst Mach, cujo objectivo desses era de unificar a ciências 
apartar das novas descobertas científicas e demostrar a não cientificidade da metafisica, Suas 
tarefas findaram quando Schlick é assassinado por um dos seus discípulos, do movimento nazista, 
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os membros do Círculo então se afastavam frente à perseguição nazista. Esses afirmavam com 
base na sua teoria o verificacionismo. 
 
Verificacionismo 
A concepção dos neopositivistas, ou positivistas lógicos, citado por Abbagnano salienta que o 
verificacionismo é uma teoria que afirma que há possibilidade de demonstrar a verdade de uma 
hipótese, ou seja, uma teoria que não entra em conexão com a realidade, a mesma não pode ser 
considerada teoria científica e esta confirmação da hipótese depende das vezes de casos observados 
que estarão de acordo com a hipótese. Neste modelo, é ciência toda teoria que parte da observação, 
mensuração, quantificação e entra de acordo com a luz da lei universal. A ciência se distingue da 
pseudociência ou da metafisica pelo uso do método empírico, essencialmente indutivo-
experimental. O objectivo dos positivistas ou neopositivistas é de desenvolver uma nova filosofia 
da ciência dentro de uma rigorosidade, por meio de uma linguagem lógica, e fundamentar na lógica 
uma ciência empírico formal da natureza enquadrando procedimentos lógicos e rigor científico. 
 
Crise da demarcação e novo critério de cientificidade das teorias 
 
Supostamente a essa teoria um dos contemporâneos vieneses que não pertence ao mesmo grupo 
de cientistas e filósofos vieneses, parte por um pressuposto contrário negando algumas abordagens 
ao respeitodessa problemática, portanto, pauta-se afirmar em ser oposta a esse critério de 
distinção, contudo, Popper afirma ser falso o critério dos neopositivistas e que a melhor forma é 
falsificar as teorias. 
Karl Popper é um filósofo Austríaco, em particular da cidade de Viena, mas o mesmo não pertence 
ao círculo de Viena, muito pelo contrário, Popper é um crítico ao respeito do pensamento do círculo 
de Viena. Em 1919 Karl Popper começou a se interessar pelo seguinte problema: “quando pode 
uma teoria ser classificada como cientifica ou existe um critério para classificar uma teoria como 
cientifica” Nesse contexto a sua preocupação não era de saber, "Quando é que uma teoria é 
considerada verdadeira" ou "Quando é que uma teoria é aceitável". Nessa perspetiva conforme 
as investigações, chegou a conclusão de que, o critério que consiste em distinguir uma teoria 
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cientifica da não cientifica ou pseudociência é a: Falsificabilidade, testabilidade ou a 
refutabilidade. 
 
Falsificabilidade 
Na óptica de Popper apud Nuno Ferreira da Fonseca (1997), Falsificacionismo é a propriedade de 
uma teoria poder ser mostrada falsa ou é um critério metodológico que consiste em afirmar que o 
valor do conhecimento científico não vem da indução, mas sim da possibilidade de uma teoria ser 
refutada, ou falseada com base no método hipotético dedutivo. 
Exemplo: 
Teoria de relatividade de Einstein chegou a conclusão de que a luz deveria ser atraída pelos corpos 
pesados, como o Sol, precisamente do mesmo modo aos corpos matérias, em consequência podia 
ser calculado que a luz de uma estrela fixa distante, cuja posição era próxima do Sol, a direcção 
seria a terra vinda de uma direcção tal, que essa estrela nos pareceria estar levemente desviada do 
Sol ou por outras palavras que as estrelas próximas do Sol pareceria ter-se afastado pouco dela e 
uma distante de outra. Esse é um fenómeno em normalmente não pode ser observada na medida 
em que o brilho do sol ofuscante do Sol torna as estrelas invisíveis durante o dia, mas durante uma 
eclipse é possível fotografá-la, se a mesma constelação for fotografada a noite podemos medir a 
distância nas duas fotografias e verificar o efeito previsto, ora se a observação mostrar que o efeito 
previsto esta ausente, então a teoria será simplesmente refutada, mas se estiver presente então será 
corroborada! 
Popper considera a teoria da relatividade de Einstein, teoria cientifica porque permite a refutação, 
e a mesma foi possível suportar todos os momentos ou tentativas de falsificação, testabilidade, e 
refutabilidade, assim, a falsificabilidade é o verdadeiro critério de demarcação entre o científico e 
o pseudocientífico, uma teoria só pode ser considerada científica se for susceptível de ser refutada 
pela experiência. Sendo assim Popper chegou a conclusão que: 
 
1. Toda teoria cientifica, boa é uma proibição ela proíbe certas coisas de acontecer, quando 
mas uma teoria proíbe melhor ela é; 
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2. Uma teoria deve permitir a refutabilidade, essa que não for a permitir a falsificação são 
pode ser considerada cientifica; 
3. A irrefutabilidade não é uma virtude, como frequentemente se pensa mas um vício; pois 
uma teoria que não permite a refutação a mesma não trará nenhum contributo para o 
progresso da ciência; 
4. Todo teste genuíno de uma teoria é uma tentativa de refuta-la, ou seja a possibilidade de 
testar uma teoria implica igual possibilidade de demostrar que é falsa. 
5. Há, porém, diferentes graus na capacidade de se testar uma teoria: algumas são mais 
testáveis, mas expostas a refutação do que outras, correm por assim dizer maiores riscos; 
6. As provas confirmativas não devem ser tidas em conta, excepto de um teste genuíno da 
teoria; 
7. Uma hipótese ou teoria é necessário que compreenda esse carácter distintivo, a 
falsificabilidade ou refutabilidade. 
A experimentação não torna a hipótese verdadeira mas procura falsificar a hipótese a exigência de 
falsificabilidade substitui a exigência de verificabilidade. Tentar falsificar uma hipótese é tentar 
provar que ela implica consequências incompatíveis com a sua admissão; no caso de não se 
conseguir falsificar a hipótese, ela é aceite, pelo menos provisoriamente, ou é corroborada como 
teoria explicativa. 
O que permite distinguir as teorias científicas das não cientificas é a refutabilidade. De facto, uma 
teoria é científica se e só se for refutável ou falsificável, a ciência progride por ensaio e erro, por 
conjeturas e refutações. 
A filosofia de Karl Popper - o racionalismo crítico - é apresentada. Todo o conhecimento é falível 
e corrigível, virtualmente provisório. O conhecimento científico é criado, construído e não 
descoberto em conjuntos de dados empíricos. A refutabilidade demarca a ciência da não-ciência e 
a atitude de colocar sob crítica toda e qualquer teoria permite o aprimoramento do conhecimento 
científico. A teoria do conhecimento, dos problemas cérebro-mente são discutidos. 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Karl Popper indaga o fundamento do método científico. Segundo Popper o critério que define o 
status científico de uma teoria é a capacidade de ser refutada ou falseada. A preocupação de Popper 
é de traçar uma linha que nos possa ajudar a designar ou distinguir a ciência da religião, metafisica 
ou simplesmente pseudociência, opondo-se assim ao método hipotético indutivo 
“verificacionismo” defendido pelos cientistas de Círculo de Viena. Popper traz o falsificacionismo 
como resposta ao problema de demarcação que segundo ele é o critério fundamental que nos vai 
ajudar a distinguir teorias científicas das pseudocientíficas. Para Popper os cientistas acreditam 
que a indução é critério da demarcação porque eles acreditam que a ciência natural é caracterizada 
pela indução, acreditavam que o que pode distinguir a ciência genuínas e as especulações 
metafisicas ou pseudociência e o emprego do método indutivo, Popper concorda com Hume 
quando ele diz que a indução não pode ser logicamente justificada, porque não pode haver 
argumentos lógicos válidos que nos vão dar a legitimidade de afirmar que os casos que não 
experimentamos terão os resultados iguais as experiências realizadas anteriormente. Assim sendo, 
não pode ser método de demarcação entre a ciência e a pseudociência. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 2ª ed., são paúlo, Martins fontes, 1998. 
JAPIASSÚ, Hilton, MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. 3ª ed., 2001. 
MORA, José F. dicionário de filosofia. trad. António José Massano e Manuel. Lisboa, 1978. 
POPPER, Karl Raimund. Conjecturas e Refutações. Brasília, 1972. 
______________ O Realismo e o objectivo da ciência. Trad. Nuno Ferreira da Fonseca, Lisboa, 
vol. I, 1997.

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