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TCC ansiedade e cancro

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA A ANSIEDADE COM COMORBILIDADE COM CANCRO AVANÇADO[1: Greer, J., Park, E., Prigerson, H., & Safren, S. (2010). Tailoring cognitiva-behavioral therapy to treat anxiety comorbid with advanced cancer. J Cogn Psychother, 24(4), 294-313.]
Descrição da abordagem terapêutica
Existem quatro módulos principais que compreendem a intervenção cognitivo-comportamental a utilizar em casos de cancro avançado e ansiedade:
Psicoeducação e definição de objetivos/metas;
Treino de relaxamento;
Estratégias de coping para lidar com os medos associados ao cancro;
Planeamento de atividades.
O tratamento é breve, consistindo em apenas 6/7 sessões, o que é de elevada importância para este contexto devido à curta esperança de vida de muitos doentes. Para além disso, como tem um formato modular permite uma maior flexibilidade na aplicação da intervenção.
Módulo 1: Psicoeducação e definição de objetivos/metas (aproximadamente uma sessão)
Objetivos principais:
Aumentar a compreensão do doente acerca dos seus sintomas de ansiedade no contexto da presença de cancro avançado;
Fornecer uma visão geral do modelo de terapia cognitivo-comportamental, incluindo o modo como as pessoas com cancro avançado experienciam ansiedade aos níveis fisiológico, cognitivo e comportamental;
Aumentar a motivação para o tratamento, esclarecendo os objetivos do paciente e o seu papel na terapia para contribuir para o alcance destes objetivos.
Para ilustrar o ciclo da ansiedade, o terapeuta pode analisar interativamente o modelo cognitivo-comportamental, provocando no doente sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos associados à sua ansiedade. O componente cognitivo do modelo de terapia cognitivo-comportamental pode ajudar o doente a compreender os seus medos ou preocupações relacionados com o cancro.
As manifestações comportamentais da ansiedade são geralmente expressas através do evitamento de situações ou atividades que despoletam a sensação de ameaça. No contexto do cancro, tal evitamento comportamental pode envolver a recusa da adesão a tratamentos médicos devido aos medos excessivos relativamente aos processos, resultados ou potenciais efeitos secundários. Alternativamente, o doente pode envolver-se na monitorização excessiva de sintomas somáticos, procurando tranquilidade nos médicos e gerindo ineficazmente os seus sintomas, o que pode levar a um abandono da atividade.
Os sintomas físicos da ansiedade mais comuns incluem respiração rápida, palpitações cardíacas, tensão muscular, alterações abdominais e tonturas. Estes sintomas podem ser agravados com o desenvolvimento da doença e tratamentos associados. A sobreposição dos sintomas pode constituir um desafio, de modo que o paciente e o terapeuta podem sentir alguma insegurança na atribuição dos sintomas à ansiedade, à progressão da doença ou ao tratamento. No entanto, muitas das técnicas cognitivo-comportamentais são úteis no controlo da ansiedade e dos sintomas médicos.
Uma revisão do modelo cognitivo-comportamental da ansiedade pode ajudar a demonstrar ao doente como estes sintomas funcionam, formando um ciclo negativo, cada um a influenciar o outro bidireccionalmente. O objetivo da terapia cognitivo-comportamental será quebrar este ciclo, reforçando formas adaptativas de lidar com a ansiedade e com os sintomas médicos.
Para concluir este módulo, o doente indica três motivos para a procura de tratamento, definindo claramente os seus objetivos e explorando potenciais obstáculos que poderão surgir.
Módulo 2: Treino de relaxamento (aproximadamente uma sessão)
Objetivos principais:
Ajudar o doente a compreender a origem da sua resposta de stress e o modo como a ansiedade pode exacerbar os sintomas relacionados com o cancro;
Aumentar a mestria relativamente ao lidar com a dispneia e outros sintomas somáticos através do treino de respiração e da prática do relaxamento autogénico.
Parte do treino de relaxamento envolve a psicoeducação com o objetivo de ajudar o doente a identificar os sintomas associados à resposta de stress, clarificar as suas interpretações destas mudanças corporais e como elas se relacionam com os sintomas da doença, e aprender mecanismos e a utilidade de ativar a resposta de relaxamento.
O módulo 2 termina com a prática do relaxamento autogénico. Tal como o nome indica, o treino autogénico implica o estado de relaxamento auto-gerado em combinação como uma imaginação visual e consciência corporal para reduzir o stress.
Módulo 3: Estratégias de coping para lidar com os medos associados ao cancro (aproximadamente três sessões)
Objetivos principais:
Ajudar o doente a identificar pensamentos automáticos e distinguir preocupações realísticas das que estão enviesadas ou que são demasiado negativas;
Ensinar estratégias adaptativas para lidar com vários tipos de preocupações recorrendo às técnicas de reestruturação cognitiva bem como apresentando estratégias de coping focadas no presente;
Identificar e resolver problemas relacionados com qualquer evitamento que possa estar a interferir com o funcionamento do doente ou com o tratamento do cancro.
Normalmente, as tarefas para casa envolvem a elaboração de registos de automonitorização que, em primeiro lugar, ajudem a diferenciar os tipos de preocupações sentidas e, depois, a escolher um curso adequado de ação, tal como a reestruturação cognitiva ou a procura de informação adicional para esclarecer as preocupações.
Módulo 4: Planeamento de atividades (aproximadamente uma sessão)
Objetivos principais:
Ajudar o doente a preparar-se e a ajustar-se às flutuações na resistência e sintomas relacionados com o cancro;
Ensinar competências para priorizar atividades, incluindo responsabilidades diárias bem como atividades prazerosas;
Planear atividades de acordo com as prioridades do doente e do esforço exigido com o objetivo de manter o seu funcionamento e envolvimento.

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