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TRABALHO GOVERNO JK PLANO DE METAS ECONOMIA

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FATEB- FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE BIRIGUI
GOVERNO JK- PLANOS DE METAS
BRUNA CARMELIN- ADM
GABRIEL BARBOSA- ADM
KARINA SECUNDIM- ADM
LUCILENE FAVARO- ADM
MARIA CAROLINA VIAN- ADM
GOVERNO JK- PLANO DE METAS
Plano de metas;
Plano de estabilização monetária (PEM);
Evolução dos principais indicadores econômicos;
Motivos da construção de Brasília.
 Trabalho apresentado conforme disciplina de Economia, do 3º Semestre do Curso de Administração, sob orientação do Professor Marcelo Balloti Monteiro.
O GOVERNO DE JUSCELINO KUBITSCHEK
Em 1956, com a chegada de Juscelino Kubitschek ao poder, o Brasil entra na chamada fase desenvolvimentista. Empossado no dia 31 de janeiro de 1956, Juscelino quase que de imediato, em fevereiro mesmo, apresentou a nação o seu Plano de Metas que tinha como objetivo "crescer cinqüenta anos em cinco”. Logo após assumir o governo, JK apresentou à população o seu ambicioso Plano de Metas, composto por 31 setores que seriam o foco do investimento e teriam metas a serem alcançadas durante sua gestão. Não parecia ser fácil alcançar o esperado. Em 1956, após dois governos de Getúlio Vargas, dos quais, mais de 11 anos como ditador, e uma frustrada administração de Eurico Gaspar Dutra, a situação não era das melhores.
Empobrecido, o Brasil tinha 60% da população no campo e, aproximadamente, 30 milhões de brasileiros dependiam da economia agrária. Desta forma, era hora de modernizar o país e investir no desenvolvimento, gerando crescimento e empregos. A finalidade do plano era consolidar o que começou com Getúlio, o chamado processo de substituição das importações. Assim, a primeira fase foi criar infra-estrutura para que o país pudesse produzir dentro de seu território os produtos de que precisava.
Quando JK chegou ao poder se deparou com a Petrobras em franco crescimento e com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) que foi implementada pelo governo Getúlio Vargas em 1950 e onde se decidiu investir na expansão dos setores de siderurgia e energia do país com isso se visava acelerar a industrialização nacional, um movimento que crescia entre países em desenvolvimento. Assim, com matéria-prima e energia garantida, era preciso investir em manufatura para garantir emprego e expandir o país para o interior. 
O governo JK promoveu uma ampla atividade do Estado, tanto no setor de infra-estrutura como no incentivo direto à industrialização, mas assumiu também abertamente a necessidade de atrair capitais estrangeiros, concedendo-lhes inclusive grandes facilidades. Assim, o governo permitiu uma larga utilização da instrução 113 da Sumoc, baixada no governo Café Filho. Essa instrução autorizava as empresas a importar equipamentos estrangeiros sem cobertura cambial, ou seja, sem depositar moeda estrangeira para pagamento dessas importações. A condição para gozar da regalia era possuir, no exterior, os equipamentos a serem transferidos para o Brasil ou recursos para pagá-los. As empresas estrangeiras, que podiam preencher esses requisitos com facilidade, ficaram em condições vantajosas para transferir equipamentos de suas matrizes e integrá-los a seu capital no Brasil. A instrução 113 facilitou os investimentos estrangeiros em áreas consideradas prioritárias pelo governo: indústria automobilística, transportes aéreos e estradas de ferro, eletricidade e aço.
O governo de Juscelino ficou associado à instalação da indústria automobilística. Isso não quer dizer que antes dele não tivessem existido montadoras e fábricas de autopeças no Brasil. Suas proporções eram, porém limitadas. A empresa nacional mais importante era a Fábrica Nacional de Motores (FNM), instalada em 1942 como sociedade de economia mista em que o Estado tinha o controle acionário. A FNM foi criada com o objetivo não-alcançado de fabricar motores de avião. A partir de 1946 começou a produzir tratores, e em 1952 caminhões, com índice de nacionalização de 35% de peso do veículo.
Vista em termos numéricos e de organização empresarial, a instalação da indústria automobilística representou um inegável êxito. Lembremos, porém que ela se enquadrou no propósito de se criar uma “civilização do automóvel”, em detrimento da ampliação de meios de transporte coletivo para a grande massa. A partir de 1960, a tendência em fabricar automóveis cresceu a ponto de representar quase 58% da produção de veículos em 1968. Entre 1957 e 1968, a frota de automóveis aumentou cerca de 360% e a de ônibus e caminhões, respectivamente, cerca de 194% e 167%. Por outro lado, como as ferrovias foram na prática abandonadas, o Brasil se tornou cada vez mais dependente da extensão e conservação das rodovias e do uso dos derivados do petróleo na área de transportes.
PLANO DE ESTABILIZAÇÃO MONETÁRIA 
O PEM foi elaborado com o objetivo de “permitir, através de um esforço de estabilização monetária, que o desenvolvimento do país se possa realizar em condições de equilíbrio econômico e estabilidade social”. Foi dividido em duas fases. A primeira, de “transição e reajustamento”, se estenderia de outubro de 1958 ao final de 1959. Durante esse período, o governo reduziria “drasticamente o ritmo de incremento de preços”, diminuindo paralelamente as distorções nos investimentos e melhorando os salários reais. Na segunda fase, a ter início em 1960, já atingido a estabilidade de preços, a expansão dos meios de pagamento seria limitada estritamente ao montante necessário para cobrir o aumento do produto real. Tudo isso deveria ser alcançado sem que o Programa de Metas — julgado “perfeitamente compatível” com o PEM — fosse sacrificado.
O PEM baseava-se em quatro grandes medidas: limitação da oferta de meios de pagamento, através de restrições ao crédito e de controle operacional sobre bancos particulares; maior controle dos gastos públicos o que, conjugado com o aumento nos impostos sobre a renda e o consumo, garantiria o equilíbrio orçamentário; menores reajustes salariais, incluindo a revisão do salário mínimo, e a eliminação dos subsídios cambiais.
Apresentado por Lucas Lopes ao Congresso, o PEM não foi debatido em plenário; a discussão foi travada nas comissões de Finanças, de Economia e de Orçamento, entre deputados, de um lado, e ministro e seus assessores, de outro. Segundo Maria Vitória Benevides, esses debates eram extremamente “políticos”, isto é, iam além das questões eminentemente econômicas, envolvendo temas paralelos, como por exemplo, a construção da nova capital do país, Brasília.
Ainda de acordo com Maria Vitória Benevides, o programa acabou sendo aprovado com emendas longamente barganhadas, principalmente pela ação dos grupos ligados ao empresariado, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), as associações comerciais etc. Segundo o próprio presidente Kubitschek, o plano sofreu tantos cortes e modificações que terminou reduzido a uma simples “lei de aumento de impostos”.
De saída, o PEM apresentava dois objetivos de difícil compatibilidade: a manutenção de um alto nível de investimento e a obtenção de uma estabilidade de preços. Cientes de que uma estabilidade poderia acarretar a estagnação da economia, Roberto Campos e Lucas Lopes (ambos foram de uma equipe de técnicos responsáveis pela formulação de um programa que deveria nortear a política econômica), esperavam atingir a estabilização monetária gradualmente, não adotando o tratamento de choque freqüentemente sugerido pelo FMI. A implementação do programa provocaria, por sua vez, duas conseqüências básicas: a restrição do crédito em geral, vital para grande parte da indústria, e a alta do custo de vida, que afetaria diretamente amplas camadas da população. O PEM representava, em síntese, um freio ao desenvolvimento econômico, dificultando a execução dos projetos previstos no Plano de Metas, atingindo, sobretudo a construção de Brasília.
Em dezembro de 1958, antes, portanto de ser posto em ação, o programa teve sua eficácia comprometida pela recusa do presidente do Banco do Brasil, Sebastião Paes deAlmeida, em cortar o crédito concedido pelo banco para financiar o capital de giro das indústrias. Agindo nesse sentido, Paes de Almeida atendia às necessidades do empresariado paulista, que denunciara as maiores facilidades concedidos ao setor público e aos grupos estrangeiros na obtenção de recursos junto do Estado.
Kubitschek deu início à aplicação do PEM em janeiro de 1959, anunciando um corte significativo no orçamento federal e a diminuição dos subsídios à importação de bens como o trigo e a gasolina, o que causou a elevação, em curto prazo, dos preços internos de itens essenciais como o pão e os transportes coletivos.
Além dos industriais, outros segmentos de sociedade colocaram-se contra o plano. Os cafeicultores programaram a chamada Marcha da Produção até o palácio do Catete, sede do governo, para exigir o aumento das compras de estoques pelo governo. Esse projeto não chegou a ser concretizado devido à mobilização de tropas ordenada pelo ministro da Guerra, general Henrique Lott, em apoio a Lucas Lopes.
A perspectiva de elevação dos impostos também não foi bem recebida pelos setores conservadores, ao passo que o movimento sindical — através dos chamados “pactos de ação conjunta” — articulava a resistência às anunciadas restrições salariais. No Congresso, deputados do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), como Sérgio Magalhães e Fernando Ferrari, desferiram violentos ataques contra o PEM, acusando-o de pauperizar a população do país.
Ao mesmo tempo em que aumentava a oposição ao governo, o FMI — cujo apoio ao programa de estabilização era indispensável para a obtenção de um empréstimo de trezentos milhões de dólares junto ao governo dos Estados Unidos — exigia um aprofundamento da política antiinflacionária e da reforma cambial. Juscelino relutava, não desejando sancionar medidas que pudessem colocar em risco o ritmo de crescimento econômico do país. Nesse sentido, o governo acabou não promovendo uma reforma drástica no sistema cambial nem restringindo o incremento da oferta monetária de modo a satisfazer o FMI. Nesse período, começou a se generalizar no país uma reação contra o FMI e, por extensão, um sentimento antiamericano, compartilhados por grande parte da imprensa. Os setores nacionalistas e de esquerda acusavam Lucas Lopes e Roberto Campos de estarem comprometidos com o capital estrangeiro.
O primeiro semestre de 1959 foi assim dominado por um amplo debate em torno do PEM, debate que em última instância discutia qual a estratégia mais adequada ao desenvolvimento do Brasil. A questão coloca em campos opostos defensores das escola monetarista e estruturalista. Esta última identificava a raiz da inflação nos desequilíbrios estruturais da economia brasileira, considerando ineficaz qualquer programa estabilizador que não se enquadrasse num plano geral de investimentos voltados para os setores econômicos estratégicos. Já os monetaristas julgavam a inflação como resultado da expansão dos meios de pagamento, de modo que apenas as restrições monetárias e creditícias poderiam resolvê-la.
A contradição entre o plano de estabilização e a política desenvolvimentista do governo, o atrito entre as orientações do Banco do Brasil e do Ministério da Fazenda, o aumento da taxa de inflação e a oposição de vários setores da sociedade levaram o presidente Kubitschek a abandonar o PEM e romper as negociações com o FMI em junho 1959. Juscelino — que, devido à repentina enfermidade de Lucas Lopes, passou a conduzir pessoalmente as negociações com FMI — teve, na realidade, que fazer uma opção: ou submeter o país às condições impostas pelo FMI — câmbio livre para as importações, extinção dos subsídios à compra de petróleo, trigo, papel e fertilizantes —, ou não aceitar aquelas exigências, recolocando o país na trilha defendida pelo programa desenvolvimentista.
Como conseqüência imediata da decisão presidencial, Lucas Lopes foi substituído no Ministério da Fazenda justamente por seu principal opositor, Sebastião Paes de Almeida, ainda em junho. Roberto Campos deixou a presidência do BNDE em julho, entrando Lúcio Meira em seu lugar.
EVOLUÇÃO DOS PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICOS
	Alguns Indicadores Econômicos- Planos de Metas ( 1955- 1961)
	ANO
	INFLAÇÃO (%)
	VARIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO (REAL)
	SALDO EM TRANSAÇÕES CORRENTES
	DÍVIDA EXTERNA TOTAL
	1955
	23
	-9,5
	2
	1.445
	1956
	21
	-1,3
	57
	1.580
	1957
	16,1
	-9,6
	-264
	1.517
	1958
	14,8
	14,5
	-248
	2.044
	1959
	39,2
	-12,7
	-311
	2.234
	1960
	29,5
	19,4
	-478
	2.372
	1961
	33,2
	-14,7
	-222
	2.835
	Fonte: GREMAUD ET. AL (2007)
PLANO DE METAS
O Plano de Metas dividiu-se em 31 metas que privilegiavam 5 setores da economia brasileira: energia, transporte, indústrias de base, alimentação e educação. Os setores que mais recursos receberam foram energia, transportes e indústrias de base, num total de 93% dos recursos alocados. Esse percentual demonstra por si só que os outros dois setores incluídos no plano, alimentação e educação, não mereceram o mesmo tratamento dos primeiros. A construção de Brasília não integrava nenhum dos cinco setores, mas representou o novo Brasil que JK pretendia formar, uma vez que permitiu a expansão rumo ao interior, que por sua vez estaria integrado com o resto do Brasil por rodovias. Nesse plano, JK reuniu o capital estatal, privado nacional e o estrangeiro. As metas são as seguintes:
Energia (metas de 1 a 5): Energia elétrica;Energia nuclear; Carvão; Produção e Refino de petróleo;
Transportes (metas de 6 a 12): Reativar estradas de ferro, Estradas de rodagem, Portos, Barragens, Marinha mercante, Aviação;
Alimentação (metas de 13 a 18): Trigo, Armazenagem e silos, Frigoríficos, Matadouros, Tecnologia no campo de Fertilizantes;
Indústrias de base (metas 19 a 29): Alumínio, Metais não ferrosos, Álcalis, Papel e celulose, Borracha, Exportação de ferro, Indústria de automóvel, Indústria de construção naval, Máquinas pesadas, Material elétrico.
Educação (meta 30)
Brasília (meta 31).
Veremos a seguir a análise mais detalhada do que foi realizado no plano de metas em cada setor.
ENERGIA
O esforço principal seria realizado com vistas à ampliação da capacidade geradora de energia elétrica. A falta de inversões neste setor, compatíveis com a ampliação das inversões privadas, no período que se estende do pós-guerra ao fim dos anos 40, havia engendrado séria crise nos primeiros anos do decênio seguinte. Apesar de esta crise ter sido rapidamente superada em 1954/56, dado o crescimento capacidade geradora instalada de energia elétrica para suporte da contínua expansão industrial, fazia-se necessário prever a manutenção de uma taxa de crescimento anual de produção de energia elétrica pelo menos superior a 10% a.a. 
Foi crescente a afirmação das empresas públicas de energia elétrica neste período, o Plano de Metas propôs a reorganização do setor: as empresas federais investiriam na produção, ficando a distribuição com o setor privado. O plano destinou para o setor de energia mais de 43% dos investimentos, dos quais cerca de 55% foram para a área de energia elétrica. 
Nesse período, foi construída a usina de Furnas, essencial para os consumidores do Sudeste, pois instalou 1.200 MW no rio Grande, em Minas Gerais. Em função do Plano de Metas, a potência instalada no país chegou a 4.777 MW em 1960 e, em 1965, atingiu 7.411 MW - isto é, 89% do previsto. Em julho de 1960, JK assinou a Lei nº 3.782, criando o Ministério das Minas e Energia. 
Em 1954, com a criação da empresa estatal Petrobrás, havia-se definido uma política petrolífera que, por um lado, perseguia a substituição integral das importações de combustíveis líquidos, através da instalação de parque refinador, e, por outro lado, previa, com a implantação de um programa, de prospecções, a ampliação da produção nacional de petróleo.
No ramo de energia nuclear, 100% da meta foi alcançada com novas prospecções, implantação de termelétricas e instalação de um reator da Universidade de SãoPaulo (USP). Quanto ao petróleo, na área de produção 76% da meta foi realizada e na de refinação atingiu-se 125% do objetivo proposto. Ainda no setor energético, o programa propunha uma modificação estrutural na indústria carvoeira em crise devido a maior utilização do diesel na rede ferroviária, que deixou sem procura os tipos inferiores de carvão, de produção obrigatória.
TRANSPORTES
Neste setor, o Plano de Metas procurava intensificar o processo de transformação da anterior estrutura de transportes, herdada da fase primário-exportadora. Para tal, previa inversões concentradas no reequipamento dos sistemas ferroviário, na ampliação e pavimentação das rodovias e na melhoria dos portos e modernização da frota comercial. 
A meta de transportes arrebanhou 30% dos recursos orçamentários do plano. O serviço de pavimentação das rodovias atingiu 100% do previsto, e a abertura de novas rodovias ultrapassou 150% da meta inicial. O incremento portuário foi da ordem de 57% do projeto, e a implantação da indústria aeronáutica proporcionou a construção de 13 novas aeronaves para o país. O reaparelhamento de ferrovias conseguiu 76% do objetivo inicial, e a construção de novas estradas de ferro somente 20%, dada a explícita “opção rodoviária” assumida pelo governo JK.
Uma grande obra rodoviária ajudou muito o povoamento do Centro Oeste do Brasil e da Amazônia, a rodovia Belém-Brasília. Outra obra rodoviária ligando regiões brasileiras, feita por Juscelino, foi a Rodovia Régis Bittencourt que liga o Sudeste ao Sul do Brasil.
ALIMENTAÇÃO
No setor de alimentação, a intenção primordial era diminuir a dependência do país das importações de trigo, que sempre pesaram na balança comercial brasileira. Mas cumpriu-se apenas 24 % da meta, dada as más condições de produtividade do grão no território brasileiro. Entretanto, em termos de armazéns e silos, e na construção de frigoríficos e matadouros, 80% dos objetivos iniciais foram cumpridos. No ramo de mecanização — fabricação de tratores —, a meta prevista foi largamente ultrapassada, chegando a 77 mil máquinas em operação na agricultura brasileira. Por fim, o ramo de fertilizantes atingiu 250% da produção planejada.
INDÚSTRIAS DE BASE
No quarto item, relacionado as indústrias de base, o volume físico da produção praticamente dobrou no período. Nos objetivos previstos, a siderurgia atingiu 100%, a produção de alumínio 80%, de níquel 70%, de cimento 90% e a de minérios de ferro 94% das metas. O planejado era implantar a indústria automobilística e, ao mesmo tempo, dotá-la de um aparato produtivo, aumentando o índice de nacionalização dos veículos produzidos. Para tanto, implantou-se a indústria de borracha sintética e natural, que atingiu 100% do previsto, e a de material elétrico, que também atingiu plenamente a meta. Desde então, o Fusca, a Kombi e o Opala, por exemplo, tiveram presença marcante nas rodovias brasileiras por longo período.
EDUCAÇÃO
O setor de educação foi contemplado com apenas 3,4% dos investimentos inicialmente previstos e abrangia uma única meta. Formação de pessoal técnico era a meta 30, que prescrevia a orientação da educação para o desenvolvimento e não falava em ensino básico.
Juscelino teve um único ministro da Educação, Clóvis Salgado. Nesse campo, seu governo passou à história como aquele que criou a Universidade de Brasília – ou ao menos apresentou ao Congresso a proposta de sua criação – e estimulou a formação de cursos superiores voltados para a administração. Havia justificativas para essa escolha. Em termos mais gerais, acreditava-se que, com uma elite bem preparada, o país se beneficiaria e poderia estender progressivamente a educação ao conjunto da população. De um ponto de vista mais específico, a implementação de um programa de desenvolvimento implicaria a racionalização e a modernização administrativas do país, o que exigia uma formação especializada.
CONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA
Menos de três meses depois de tomar posse na presidência, JK deu o primeiro passo para construir uma nova capital no centro do país – cumprindo, assim, promessa que fizera no início da campanha, durante um comício na cidade goiana de Jataí. 
Cumpria também um dispositivo incluído em sucessivas Constituições – a idéia de transferir a capital federal vinha de muito longe, do tempo do Império, sem que os governantes fizessem muito para tirá-la do papel. Disposto a fazer dela a "meta-síntese" do ambicioso Plano de Metas com que chegou à presidência
Mudar a capital era sonho antigo na história do Brasil. O Rio de Janeiro, cidade que se tornou capital da Colônia em 1763 e que recebeu a Corte portuguesa em 1808, apresentava inúmeros problemas. Além de ser vulnerável às invasões estrangeiras, tinha no clima tropical, que favorecia as epidemias, um grave obstáculo. Já na República, a cidade foi palco de inúmeras revoltas e era considerado o espaço da desordem. Tudo isso favorecia o sonho de uma capital no interior.
O programa cobria ao todo 30 metas, e Brasília só entrou no final, como um acréscimo, passando a ser a meta número 31. Foi ao longo do governo que ela assumiu a função de condensar o programa de JK e de simbolizar a idéia de que era possível dar um salto no tempo.
 Com capital oriundo de empréstimos internacionais, JK conseguiu finalizar e inaugurar Brasília, em 21 de abril de 1960. Brasília foi construída em três anos - pelo menos seus principais prédios foram concluídos nesse prazo. Em 1958, o palácio da Alvorada tinha sua fachada mostrada na revista Manchete. JK sabia que, se a sede do governo não estivesse pronta na data prevista para sua inauguração, o projeto seria abandonado.
Na época, a fundação de uma nova capital dividiu as opiniões e foi considerado um tormento pelo funcionalismo público da antiga capital da República, obrigado a transferir-se para o Planalto Central do país. A idéia não era nova, pois a primeira Constituição republicana, de 1891, atribuía ao Congresso competência para “mudar a capital da União”. Coube, porém a Juscelino levar o projeto à prática, com enorme entusiasmo, mobilizando recursos e a mão-de-obra constituída principalmente por migrantes nordestinos – os chamados “candangos”. À frente do planejamento de Brasília ficaram o arquiteto Oscar Niemeyer e o urbanista Lúcio Costa, duas figuras de renome internacional.
A avaliação dos custos e benefícios de construir Brasília e transferir a capital não cabe dentro de modelos contábeis ou econômicos. Mas, quanto custou a construção exatamente ninguém sabe nem jamais saberá com exatidão. Uma competente aventura improvisada, então incompatível com esquemas rígidos de controle de gastos. Não havia como nem com que fazê-lo.
No final do governo a inflação prejudicou a imagem de Kubitschek. É que ela penaliza muito e mais rapidamente os assalariados, principalmente os de menor nível de renda. Entra no cotidiano de milhões de pessoas, que perderam renda da como algo ruim, pernicioso (opositores estimulam essa visão, claro).
O projeto de lei encaminhado pelo Executivo ao Congresso para a construção de Brasília foi aprovado em setembro de 1956, apesar da forte resistência da UDN. Alegavam os udenistas que a iniciativa era demagógica, resultando em mais inflação e no isolamento da sede do governo. No curso dos trabalhos, Carlos Lacerda encabeçou o pedido de constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar irregularidades na contratação das obras, sem conseguir êxito. Afinal, na data simbólica de 21 de abril, em 1960. Juscelino Kubitschek inaugurou solenemente a nova capital.
Brasília, cidade inaugurada em 1960 e tombada em 1987 pela UNESCO como patrimônio da humanidade, é um ícone da arquitetura moderna no Brasil.
ANÁLISE DO PLANO DE METAS:
Analisaremos agora alguns pontos positivos e negativos do plano de metas. Se por um lado o Plano alcançou os resultados esperados, por outro, foi responsável pela consolidação de um capitalismo extremamente dependente que sofreu muitas críticas e acirrou o debate em torno da política desenvolvimentista.
A entradade multinacionais gerou empregos, porém, deixou nosso país mais dependente do capital externo. A dívida externa aumentou 1,5 bilhões de dólares, chegando ao todo a 3,8 bilhões de dólares. Foi ainda agravada pelas altas remessas de lucros das empresas estrangeiras de "capital associado" e pelo conseqüente aumento do déficit na balança de pagamentos.
O investimento na industrialização deixou de lado a zona rural, prejudicando o trabalhador do campo e a produção agrícola. O país ganhou uma nova capital, porém a dívida externa, contraída para esta obra, aumentou significativamente. A migração e o êxodo rural descontrolados fizeram aumentar a pobreza, a miséria e a violência nas grandes capitais do sudeste do país.
Ao apostar na indústria automobilística, Juscelino praticamente abandonou as estradas de ferro e o desenvolvimento ferroviário, o que teria causado prejuízos ou isolamento a certas cidades. A opção pelas rodovias é considerada por muitos, danosa aos interesses do país, que seria mais bem servido por uma rede ferroviária.
Além disso, havia os críticos do "entreguismo” (pratica político- ideológica de entregar recursos naturais da nação para exploração para outro país ou entidades, empresas, etc.) uma vez que a industrialização brasileira já havia nascido ligada ao capital internacional.
 Desse modo, o Plano de Metas foi bem-sucedido, esgotando — na opinião de vários economistas — o modelo de substituição de importações no país. O padrão anterior de acumulação — que era dado pelo café — foi transferido definitivamente para a indústria nacional, o PIB cresceu a 7 por cento em média no período, e a renda per capita dobrou com relação à década anterior. Tudo isso em tempo recorde de 5 anos! Não obstante o crescimento econômico, o processo inflacionário incomodou bastante a população brasileira na gestão JK. O alto nível de preços corroeu grande parte dos ganhos salariais dos. 
Houve um aumento na inflação. Isso ocorreu devido a necessidade de dar vazão aos novos níveis de produção por meio da expansão de crédito, pelo aumento das importações para alimentar a indústria automobilística, emissão de moeda para pagamento de impostos externos, pagamento da dívida com o capital associado, etc. No governo de JK percebemos os pontos de estrangulamento como uma das principais causas para a incidência da inflação. Nomeando-se no caso, como: inflação por ponto de estrangulamento- teoria estruturalista. Esses pontos de estrangulamento tratavam-se de setores críticos que, não permitiam um adequado funcionamento da economia. E também estrangulamento externo, que se resume na queda do valor das exportações com manutenção da demanda interna. Mantendo a demanda por importações, gerando escassez de divisas.
Os resultados do Programa de Metas foram impressionantes, sobretudo no setor industrial. Entre 1955 e 1961, o valor da produção industrial, descontada a inflação, cresceu e, 80%, com altas porcentagens nas indústrias do aço (100%), mecânicas (125%), de eletricidade e comunicações (380%) e de material de transporte (600%).
De 1957 a 1961, o PIB cresceu a uma taxa anual de 7%, correspondendo a uma taxa per capita, ou seja, por habitante, de quase 4%. Se considerarmos toda década de 1950, o crescimento do PIB brasileiro per capita foi aproximadamente três vezes maior do que o do resto da América Latina.
Na memória dos brasileiros, os cinco anos de Juscelino são lembrados como um período de otimismo associado a grandes realizações, cujo maior exemplo é a construção de Brasília.
Algumas marcas negativas permaneceram. Após o governo JK, a inflação se tornou uma preocupação constante para os brasileiros. Nos últimos dez anos, inclusive, os governos abandonaram os planos de desenvolvimento, trabalhando apenas com planos de estabilização, para domar o 'monstro'. O crescimento econômico passou para segundo plano. Basta observar que a taxa média de crescimento dos últimos dez anos não chega a 2,5%. Nos anos JK, a taxa de crescimento era de 7%.
Não é correto associar o JK ao endividamento que o Brasil a partir de então construiu. Na verdade, Juscelino começou sim, mas nada que fosse insolúvel no ponto de vista de pagamento. O governo militar ampliou muito a dívida e, por uma questão ideológica, acabaram jogando a culpa disso tudo no JK, mas no fundo é um processo que se inicia em meados da década de 50 que vem tendo seqüência até a década de 70 pelo menos.
Viu-se que ao longo do Plano de metas foi forjado, sem qualquer esquema preconcebido, um conjunto de instrumentos que foram eficazes conforme seus objetivos. A montagem desses instrumentos foi promovida dentro da visão imediatista e pragmática.
Ao longo do Plano houve um alargamento das funções do Estado, O setor público no Brasil é o proprietário das atividades dos transportes marítimo, fluvial e ferroviário, da produção e refino de petróleo e combustíveis atômicos. Controla a maior parcela do setor siderúrgico, intervém diretamente nas atividades dos principais setores de exportação e é o principal produtor e exportador de minério de ferro.
O setor público também regula direta e indiretamente o mercado cambial e é o regulador direto de atividades de extração do sub-solo. É isoladamente o maior banqueiro comercial, realiza toda a comercialização de borracha nativa e intervém no mercado de capitais.
Ocorreu, assim, uma estatização formal da economia, ou seja, a existência de um Estado que é um importante produtor nos setores estratégicos da economia e controlador das faixas de decisão privada. 
BIRIGUI 2017	Página 11

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