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RESUMO DIREITO CIVIL II

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RESUMO 
DIREITO 
CIVIL II – 
AV1 
 
ESTE DOCUMENTO É PARA O ESTUDO DE CADA UM, 
EM HIPÓTESE ALGUMA PODE SER VENDIDO. AO 
FINAL E DURANTE OS CONTEUDOS DO RESUMO 
ENCONTRAM-SE AS BIBLIOGRAFIAS. 
Classificação das Obrigações 
Quanto ao objeto, seus elementos, de meio e de resultado, civis e 
naturais, puras e simples, condicionais, a termo e modais, de 
execução instantânea, diferida, periódica, líquidas e ilíquidas, 
principais e acessórias, com cláusula penal e "propter rem". 
Segundo Carlos Roberto Gonçalves, obrigação é "o vínculo jurídico 
que confere ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor 
(sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação". 
É a relação de crédito e débito que se extingue com o 
cumprimento da mesma e que tem por objeto qualquer prestação 
economicamente aferível. As obrigações são classificadas de acordo com 
os seguintes critérios: 
1. Classificadas quanto ao objeto 
O objeto da obrigação pode ser mediato ou imediato. 
- Imediato: a conduta humana de dar, fazer ou não fazer. 
Ex.: Dar a chave do imóvel ao novo proprietário. 
- Mediato: é a prestação em si. 
Ex.: O que é dado? A chave. 
De acordo com essa classificação, podemos destacar: 
 Obrigações de dar, que se subdivide em dar coisa certa ou 
incerta; 
Ex.: Dar um documento a alguém. 
 Obrigação de fazer; 
Ex.: Fazer uma reforma em parede divisória entre terrenos. 
 Obrigação de não fazer; 
Ex.: Não fazer um muro elevado a certa altura. 
2. Classificadas quanto aos seus elementos 
A obrigação é composta por três elementos, que são: 
- Elemento subjetivo, ou seja, os sujeitos da relação (ativo e passivo), 
- Elemento objetivo, que diz respeito ao objeto da relação jurídica, e 
- Vínculo jurídico existente entre os sujeitos da relação. 
Dividem-se, portanto, as obrigações em: 
 Simples: que apresenta todos os elementos no singular, ou seja, 
um sujeito ativo, um sujeito passivo e um objeto. 
 Composta ou Complexa: contrária a primeira, apresenta qualquer 
um dos elementos, ou todos, no plural. Por exemplo: um sujeito 
ativo, um sujeito passivo e dois objetos. Esta, por sua vez, divide-
se em: 
o Cumulativas: os objetos aparecem relacionados com a 
conjunção "e". Somando-se, então, os dois objetos. 
Ex.: "A" deve dar a "B" um livro e um caderno. 
o Alternativas: os objetos aparecem relacionados com a 
conjunção "ou". Alternando então, a opção por um ou outro 
objeto. 
Ex.: "A" deve dar a "B" R$ 10.000,00 ou um carro. 
As obrigações que possuem multiplicidade de sujeitos são 
classificadas como: 
o Divisíveis: são as obrigações em que o objeto pode ser 
dividido entre os sujeitos. 
Ex.: Determinada quantia em dinheiro - R$ 1.000,00. 
o Indivisíveis: são as obrigações em que o objeto não pode ser 
dividido entre os sujeitos. 
Ex.: Um animal, um veículo, etc. 
o Solidárias: não depende da divisibilidade do objeto, pois 
decorre da lei ou até mesmo da vontade das partes. Pode 
ser solidariedade ativa ou passiva, de acordo com os 
sujeitos que se encontram em número plural dentro da 
relação. 
Quando qualquer um deve responder pela dívida inteira, 
assim que demandado, tendo direito de regresso contra o 
sujeito que não realizou a prestação. Ex.: "A" e "B" são 
sujeitos passivos de uma obrigação. "C", sujeito ativo, 
demanda o pagamento total da dívida a "A", que cumpre a 
prestação sozinho e pode, posteriormente, cobrar de "B" a 
parte que pagou a mais. 
3. Obrigações de Meio e de Resultado 
- Obrigação de meio é aquela em que o devedor, ou seja, o sujeito 
passivo da obrigação, utiliza os seus conhecimentos, meios e técnicas 
para alcançar o resultado pretendido sem, entretanto, se 
responsabilizar caso este não se produza. Como ocorre nos casos de 
contratos com advogados, os quais devem utilizar todos os meios para 
conseguir obter a sentença desejada por seu cliente, mas em nenhum 
momento será responsabilizado se não atingir este objetivo. 
- Obrigação de resultado é aquela que o sujeito passivo não somente 
utiliza todos os seus meios, técnicas e conhecimentos necessários para 
a obtenção do resultado, como também se responsabiliza caso este seja 
diverso do esperado. Sendo assim, o devedor (sujeito passivo) só ficará 
isento da obrigação quando alcançar o resultado almejado. Como 
exemplo para este caso temos os contratos de empresas de transportes, 
que têm por fim entregar tal material para o credor (sujeito ativo) e se, 
embora utilizado todos os meios, a transportadora não efetuar a entrega 
(obter o resultado), não estará exonerada da obrigação. 
 
4. Obrigações Civis e Naturais 
- Obrigação civil é a que permite que seu cumprimento seja exigido 
pelo próprio credor, mediante ação judicial. 
Ex.: a obrigação da pessoa que vendeu um carro de entregar a 
documentação referente ao veículo. 
- Obrigação natural permite que o devedor não a cumpra e não dá o 
direito ao credor de exigir sua prestação. Entretanto, se o devedor 
realizar o pagamento da obrigação, não terá o direito de requerê-la 
novamente, pois não cabe o pedido de restituição. 
Ex.: Arts. 814, 882 e 564, III do Código Civil. 
"Artigo 814 CC - As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a 
pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente 
se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou 
interdito". 
 
5. Obrigações Puras e Simples; Condicionais; a Termo e Modais 
As obrigações possuem, além dos elementos naturais, os elementos 
acidentais, que acabam muitas vezes por caracterizá-las. Estes 
elementos são: a alteração da condição da obrigação, do termo e do 
encargo ou do modo. 
- Obrigações puras e simples são aquelas que não se sujeitam a 
nenhuma condição, termo ou encargo. 
Ex.: Obrigação de dar uma maçã sem por que, para que, por quanto e 
nem em que tempo. 
- Obrigações condicionais são aquelas que se subordinam a 
ocorrência de um evento futuro e incerto para atingir seus efeitos. 
Ex.: Obrigação de dar uma viagem a alguém quando esta pessoa passar 
no vestibular (condição). 
- Obrigações a termo submetem seus efeitos a acontecimentos futuros 
e certos, em data pré estabelecida. O termo pode ser final ou inicial, 
dependendo do acordo produzido. 
Ex.: Obrigação de dar um carro a alguém no dia em que completar 18 
anos de idade. 
- Obrigações modais em que o encargo não suspende a "aquisição nem 
o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio 
jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva", de acordo com o 
artigo 136 do Código Civil. 
Ex.: Pode figurar na promessa de compra e venda ou também, mais 
comum, em doações. 
6. Obrigações de Execução Instantânea; Diferida e Periódica 
Esta classificação é dada de acordo com o momento em que a obrigação 
deve ser cumprida. Sendo classificadas, portanto, em: 
- Obrigações momentâneas ou de execução instantânea que são 
concluídas em um só ato, ou seja, são sempre cumpridas 
imediatamente após sua constituição. 
Ex.: Compra e venda à vista, pela qual o devedor paga ao credor, que o 
entrega o objeto. "A" dá o dinheiro a "B" que o entrega a coisa. 
- Obrigações de execução diferida também exigem o seu 
cumprimento em um só ato, mas diferentemente da anterior, sua 
execução deverá ser realizada em momento futuro. 
Ex.: Partes combinam de entregar o objeto em determinada data, assim 
como realizar o pagamento pelo mesmo. 
- Obrigações de execução continuada ou de trato sucessivo 
(periódica) que se satisfazem por meio de atos continuados. 
Ex.: As prestações de serviço ou a compra e venda a prazo. 
 
7. Obrigações Líquidas e Ilíquidas 
- Obrigação líquida é aquela determinada quanto ao objeto e certa 
quanto à sua existência.Expressa por um algarismo ou algo que 
determine um número certo. 
Ex.: "A" deve dar a "B" R$ 500,00 ou 5 sacos de arroz. 
- Obrigação ilíquida depende de prévia apuração, já que o montante 
da prestação apresenta-se incerto. 
Ex.: "A" deve dar vegetais a "B", não se sabe quanto e nem qual vegetal. 
Diversos artigos do Código Civil estabelecem essa classificação. 
Citamos, então, os seguintes: arts. 397, 407, 369, 352, entre outros. 
 
8. Obrigações Principais e Acessórias 
- Obrigações principais são aquelas que existem por si só, ou seja, 
não dependem de nenhuma obrigação para ter sua real eficácia. 
Ex.: Entregar a coisa no contrato de compra e venda. 
- Obrigações acessórias subordinam a sua existência a outra relação 
jurídica, sendo assim, dependem da obrigação principal. 
Ex.: Pagamento de juros por não ter realizado o pagamento do débito no 
momento oportuno. 
É importante, portanto, ressaltar que caso a obrigação principal seja 
considerada nula, assim também será a acessória, que a segue. 
 
9. Obrigações com Cláusula Penal 
Acarretam multa ou pena, caso haja o inadimplemento ou o 
retardamento do acordo. A cláusula penal tem caráter acessório e, 
assim sendo, se considerada nula a obrigação principal, não haverá 
nenhuma multa ou pena à parte inadimplente. São divididas em: 
 Compensatórias: quando determinadas para o caso de total 
descumprimento da obrigação. 
Ex.: Se "A" não pagar R$ 500,00 a B, deverá reembolsá-lo no 
montante de R$ 800,00. 
 Moratórias: com a finalidade de garantir o cumprimento de 
alguma cláusula especial ou simplesmente poupar a mora. 
Ex.: Se "A" não pagar em determinada data, incorrerá em multa 
de R$ 1.000,00. 
10. Obrigações Propter Rem 
Constituem um misto de direito real (das coisas) e de direito pessoal, 
sendo também classificadas como obrigações híbridas. 
Obrigação propter rem é aquela que recai sobre determinada pessoa por 
força de determinado direito real. Existe somente em decorrência da 
situação jurídica entre a pessoa e a coisa. 
Por exemplo, as obrigações impostas aos vizinhos, no direito de 
vizinhança, por estarem figurando como possuidores do imóvel. 
Referências bibliográficas 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Sinopses Jurídicas - Direito das 
Obrigações (Parte Geral). Volume 5. Editora Saraiva. 8ª Edição - 2007. 
Fonte: http://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/9/Classificacao-
das-Obrigacoes 
 
 
 
Obrigação "propter rem" 
 
A obrigação propter rem é àquela que recai sobre uma pessoa em razão 
da sua qualidade de proprietário ou de titular de um direito real sobre 
um bem. Segundo *Arnoldo Wald, as obrigações propter rem “derivam da 
vinculação de alguém a certos bens, sobre os quais incidem deveres 
decorrentes da necessidade de manter-se a coisa”. 
 
A obrigação propter rem segue o bem (a coisa), passando do antigo 
proprietário ao novo que adquire junto com o bem o dever de satisfazer a 
obrigação. A obrigação propter rem é transmitida juntamente com a 
propriedade, e o seu cumprimento é da responsabilidade do titular, 
independente de ter origem anterior à transmissão do domínio. 
 
São exemplos de obrigação propter rem: 
 
A obrigação do adquirente de um bem hipotecado de saldar a dívida que 
a este onera se quiser liberá-lo; 
 
A obrigação do condômino de pagar as dividas condominiais; 
 
A obrigação que tem o condômino de contribuir para a conservação ou 
divisão do bem comum; 
 
A obrigação do proprietário de um bem de pagar os tributos inerentes à 
coisa; 
 
Na obrigação propter rem o titular responde com todos os seus bens, 
inclusive com o bem de que decorreu a obrigação, sendo possivel a 
exoneração do devedor quanto a obrigação através de alienação do bem, 
sendo que nesse caso, junto ao bem o adquirente assume todos os 
encargos que dele advêm. 
 
Fonte: 
http://professordouglasmarcus.blogspot.com.br/2011/04/obrigacao-
propter-rem.html 
ESTE DOCUMENTO É PARA O ESTUDO DE CADA UM, 
EM HIPÓTESE ALGUMA PODE SER VENDIDO. AO 
FINAL E DURANTE OS CONTEUDOS DO RESUMO 
ENCONTRAM-SE AS BIBLIOGRAFIAS. 
 
 
ESPÉCIES DE OBRIGAÇÃO 
 São três, duas positivas (dar e fazer) e uma negativa (obrigação 
de não-fazer). 
 1 – obrigação de dar: conduta humana que tem por objeto uma 
coisa, subdividindo-se em três: obrigação de dar coisa certa, obrigação 
de restituir e obrigação de dar coisa incerta. 
 1.1 – obrigação de dar coisa certa: vínculo jurídico pelo qual o 
devedor se compromete a entregar ao credor determinado bem móvel ou 
imóvel, perfeitamente individualizado. 
Tal obrigação é regulada pelo Código Civil a partir do art. 233, salvo 
acordo entre as partes, ou seja, se as partes não ajustarem de modo 
diferente, vão prevalecer as disposições legais. Na autonomia privada, 
como dito na aula 1, a liberdade das partes é grande, e o Código Civil 
serve mais para completar a vontade das partes caso haja omissão no 
ajuste entre elas. Diz-se por isso que a maioria das normas de direito 
privado são supletivas, enquanto a maioria das normas de direito público 
são imperativas = obrigatórias. 
 O que vai caracterizar a obrigação de dar coisa certa é porque o 
objeto da prestação é coisa única e preciosa, ex: a raquete de Guga, o 
capacete de Ayrton Senna, a camisa dez de Pelé, etc. (235). O devedor 
obrigado a dar coisa certa não pode dar coisa diferente, ainda que mais 
valiosa, salvo acordo com o credor (313 – mais uma norma supletiva). 
 Se o devedor recebe o preço e se recusa a entregar a coisa, o 
credor não pode tomá-la, resolvendo-se o litígio em perdas e danos (389). 
A obrigação não geral direito real ( = sobre a coisa), mas apenas direito 
pessoal ( = sobre a conduta). Excepcionalmente, admite-se efeito real 
caso a coisa continue na posse do devedor (ex: A combina vender a B o 
capacete de Ayrton Senna, B paga mas depois A recebe uma oferta melhor 
e termina vendendo o capacete a C; B não pode tomar o capacete de C, 
mas caso estivesse ainda com A poderia fazê-lo através do Juiz; esta é a 
interpretação do art. 475 do CC que vocês estudarão em Civil 3). Então o 
389 é a regra e o 475 (execução forçada do contrato) é a exceção. 
 E se a obrigação não gera direito real, o que vai gerar? Resposta: 
a tradição para as coisas móveis e o registro para as coisas imóveis. 
Tradição e registro são assuntos de Direitos Reais mas que já devo 
adiantar. Tradição é a entrega efetiva da coisa móvel (1226 e 1267), então 
quando compro uma geladeira, pago a vista e aguardo em casa sua 
chegada, só serei dono da coisa quando recebê-la. Ao contrário, se 
compro um celular a prazo e saio com ele da loja, o aparelho já será meu 
embora não tenha pago o preço (237). Eventual perda/roubo da 
geladeira/celular trará prejuízo para o dono, seja ele a loja ou o 
consumidor, a depender do momento da tradição. É a confirmação do 
brocardo romano res perit domino (= a coisa perece para o dono), seja o 
comprador ou o vendedor, até a tradição (492). Se o devedor danificar a 
coisa antes da tradição, terá que indenizar o comprador por perdas e 
danos (239). 
Por sua vez, o registro é a inscrição da propriedade imobiliária no Cartório 
de Imóveis, de modo que o dono do apartamento não é quem mora nele, 
não é quem pagou o preço ou quem tem as chaves. O dono da coisa imóvel 
é aquele cujo nome está registrado no Cartório de Imóveis (1245 e § 1º). 
Mais detalhes sobre tradição e registro em Civil 4. 
1.2 – obrigação de restituir: é também chamada de obrigação de devolver. 
Difere da obrigação de dar, pois nesta a coisa pertence ao devedor até a 
tradição, enquanto na obrigação de restituir a coisa pertence ao credor, 
apenas sua posse é que foi transferida ao devedor.Posse e propriedade 
são conceitos que serão estudados em Direitos Reais, mas dá para 
entender que quando se aluga um filme, a locadora continua sendo 
proprietária do filme, é apenas a posse que se transfere ao cliente. Então 
na locação o cliente/devedor tem a obrigação de restituir o bem ao 
locador após o prazo acertado (569, IV). Como se vê, na obrigação de 
restituir a prestação consiste em devolver uma coisa cuja propriedade já 
era do credor antes do surgimento da obrigação. Igualmente se eu 
empresto um carro a meu vizinho, eu continuo dono/proprietário do 
carro, apenas a posse é que é transferida, ficando o vizinho com a 
obrigação de devolver o veículo após o uso. Locação e empréstimo são 
exemplos de obrigação de restituir, ficando a coisa em poder do devedor, 
mas mantendo o credor direito real de propriedade sobre ela. Como a 
coisa é do credor, seu extravio antes da devolução trará prejuízo ao 
próprio credor (240), enquanto na obrigação de dar o extravio antes da 
tradição traz prejuízo ao devedor. Em ambos os casos, sempre prevalece 
a máximares perit domino. Mas é preciso cuidado para evitar fraudes 
(238, ex: alugo um carro que depois é furtado, o prejuízo será da loja, por 
isso é prudente a locadora sempre fazer seguro). Outro exemplo de 
obrigação de restituir está no art. 1.233, então se “achado não é 
roubado”, também não pode ser apropriado, devendo quem encontrar 
agir conforme o p.ú. do mesmo artigo. 
Próxima aula: 1.3 - obrigação de dar coisa incerta. 
Fonte: http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-
Obrigacoes/4/aula/3 
Aula 04 - Direito Civil 2 - Unicap - Espécies de 
Obrigação 
1 – obrigação de dar 
1.1 – obrigação de dar coisa certa 
1.2 – obrigação de restituir (já vistas na aula passada) 
1.3 – obrigação de dar coisa incerta: nesta espécie de obrigação a coisa 
não é única, singular, exclusiva e preciosa como na obrigação de dar 
coisa certa, mas sim é uma coisa genérica determinável pelo gênero e pela 
quantidade (243). Ao invés de uma coisa determinada/certa, temos aqui 
uma coisa determinável/incerta (ex: cem sacos de café; dez cabeças de 
gado, um carro popular, etc). Tal coisa incerta, indicada apenas pelo 
gênero e pela quantidade no início da relação obrigacional, vem a se 
tornar determinada por escolha no momento do pagamento. Ressalto que 
coisa “incerta” não é “qualquer coisa”, mas coisa sujeita a determinação 
futura. Então se João deve cem laranjas a José, estas frutas precisam ser 
escolhidas no momento do pagamento para serem entregues ao credor. 
Esta escolha chama-se juridicamente de concentração. Conceito: 
processo de escolha da coisa devida, de média qualidade, feita via de 
regra pelo devedor (244). A concentração implica também em separação, 
pesagem, medição, contagem e expedição da coisa, conforme o caso. As 
partes podem combinar que a escolha será feita pelo credor, ou por um 
terceiro, tratando-se este artigo 244 de uma norma supletiva, que apenas 
completa a vontade das partes em caso de omissão no contrato entre elas. 
Após a concentração a coisa incerta se torna certa (245). Antes da 
concentração a coisa devida não se perde pois genus nunquam perit (o 
gênero nunca perece). Se João deve cem laranjas a José não pode deixar 
de cumprir a obrigação alegando que as laranjas se estragaram, pois cem 
laranjas são cem laranjas, e se a plantação de João se perdeu ele pode 
comprar as frutas em outra fazenda (246). 
Todavia, após a concentração, caso as laranjas se percam (ex: incêndio 
no armazém) a obrigação se extingue, voltando as partes ao estado 
anterior, devolvendo-se eventual preço pago, sem se exigir perdas e danos 
(234, 389, 402). Pela importância da concentração, o credor deve ser 
cientificado quando o devedor for realizá-la, até para que o credor fiscalize 
a qualidade média da coisa a ser escolhida. 
 
2 – obrigação de fazer: conduta humana que tem por objeto um serviço. 
Conceito: espécie de obrigação positiva pela qual o devedor se 
compromete a praticar algum serviço lícito em benefício do 
credor. Enquanto na obrigação de dar o objeto da prestação é uma coisa, 
na obrigação de fazer o objeto da prestação é um serviço (ex: professor 
ministrar uma aula, advogado redigir uma petição, cantor fazer um show, 
pedreiro construir um muro, médico realizar uma consulta, etc.). E se eu 
quero comprar um quadro e encomendo a um artista, a obrigação será 
de fazer ou de dar? Se o quadro já estiver pronto a obrigação será de dar, 
se ainda for confeccionar o quadro a obrigação será de fazer. 
 A obrigação de fazer tem duas espécies: 
 2.1 – fungível: quando o serviço puder ser prestado por uma 
terceira pessoa, diferente do devedor, ou seja, quando o devedor for 
facilmente substituível, sem prejuízo para o credor, a obrigação é fungível 
(ex: pedreiro, eletricista, mecânico, caso não possam fazer o serviço e 
mandem um substituto, a princípio para o credor não há problema). As 
obrigações de dar são sempre fungíveis pois visam a uma coisa, não 
importa quem seja o devedor (304). 
 2.2 – infungível: ao credor só interessa que o devedor, pelas suas 
qualidades pessoais, faça o serviço (ex: médico e advogado são 
profissionais de estrita confiança dos pacientes e clientes). Chama-se 
esta espécie de obrigação de personalíssima ou intuitu personae ( = em 
razão da pessoa). São as circunstâncias do caso e a vontade do credor 
que tornarão a obrigação de fazer fungível ou não. 
 Em caso de inexecução da obrigação de fazer o credor só pode 
exigir perdas e danos (247). Viola a dignidade humana constranger o 
devedor a fazer o serviço por ordem judicial, de modo que na obrigação 
de fazer não se pode exigir a execução forçada como na obrigação de dar 
coisa certa (art. 475 – sublinhemexigir-lhe o cumprimento). Imaginem um 
cantor se recusar a subir no palco, não é razoável o Juiz mandar a polícia 
para forçá-lo a trabalhar “manu militari”, o coerente é o credor do show 
exigir perdas e danos (389). Ninguém pode ser diretamente coagido a 
praticar o ato a que se obrigara. Assim, a execução “in natura” do art. 
475 do CC deve ser substituída por perdas e danos quando for impossível 
(ex: a coisa devida não está mais com o devedor) ou quando causar 
constrangimento físico ao devedor (ex: obrigação de fazer). 
 Se ocorrer recusa do devedor de executar obrigação fungível, o 
credor pode pedir a um terceiro para fazer o serviço, às custas do devedor 
(249). Havendo urgência, o credor pode agir sem ordem judicial, num 
autêntico caso de realização de Justiça pelas próprias mãos (pú do 249, 
ex: consertar o telhado de casa ameaçando cair). 
 Mas se tal recusa decorre de um caso fortuito (ex: o cantor gripou 
e perdeu a voz), extingue-se a obrigação (248). 
Fonte: http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-
Obrigacoes/4/aula/4 
ESTE DOCUMENTO É PARA O ESTUDO DE CADA UM, 
EM HIPÓTESE ALGUMA PODE SER VENDIDO. AO 
FINAL E DURANTE OS CONTEUDOS DO RESUMO 
ENCONTRAM-SE AS BIBLIOGRAFIAS. 
 
DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 
 
Denise Bartel Bortolini 29 de julho de 2015 
Denise Bartel Bortolini[1] 
 No Superior Tribunal de Justiça – STJ há o entendimento de que o 
processamento de recuperação judicial de empresa ou mesmo a 
aprovação de plano de recuperação não suspende ações de execução 
contra fiadores e avalistas do devedor principal recuperando. 
A decisão na Segunda Seção foi tomada em julgamento de recurso 
especial sob o rito dos repetitivos, estabelecido no artigo 543-C do Código 
de Processo Civil. A Seção fixou a seguinte tese: “A recuperação judicial 
do devedor principal não impede o prosseguimento das execuções, 
nem tampouco induz suspensão ou extinção de ações ajuizadas 
contra terceirosdevedores solidários ou coobrigados em geral, por 
garantia cambial, real ou fidejussória, pois não se lhes aplicam a 
suspensão prevista nos artigos 6º, caput, e 52, inciso III, ou a novação a 
que se refere o artigo 59, caput, por força do que dispõe o artigo 49, 
parágrafo 1º, todos da Lei 11.101/2005″ (grifo próprio). 
Mas, o que é a obrigação solidária? 
O Código Civil conceitua em seu artigo 264 a obrigação solidária nos 
seguintes termos: “Há solidariedade, quando na mesma obrigação 
concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, 
ou obrigado, à dívida toda” (grifo próprio). 
Ou seja, há obrigação solidária pela multiplicidade de credores e/ou de 
devedores, tendo cada credor direito à totalidade da prestação como se 
apenas ele fosse credor da obrigação, ou, estando cada devedor obrigado 
pela dívida toda como se apenas ele fosse o devedor da obrigação. 
O artigo 265 do Código Civil estabelece que: “A solidariedade não se 
presume; resulta da lei ou da vontade das partes”. 
Ou seja, só há responsabilidade solidária quando advinda da lei ou de 
contrato, para isto, o título constitutivo da obrigação deve fazer menção 
explícita, ou ter respaldo em lei, senão a obrigação não será solidária, 
pois ela não é presumida. Será, então, divisível ou indivisível, 
dependendo da natureza do objeto. 
Características da Obrigação Solidária 
a) pluralidadede sujeitos ativos (credores) ou passivos (devedores); 
b) multiplicidade de vínculos, sendo distinto ou independente o que une 
o credor a cada um dos codevedores solidários e vice-versa; 
c) unidade de prestação, visto que cada devedor responde pelo débito todo 
e cada credor pode exigi-lo por inteiro. 
d) corresponsabilidadedosinteressados, já que o pagamento da prestação 
efetuado por um dos devedores extingue a obrigação dos demais, embora 
o que tenha pago possa reaver dos outros as quotas de cada um. 
Espécies de Obrigação Solidária 
Como acima mencionado, uma das características da obrigação solidária 
é a multiplicidade de credores ou de devedores. Desse modo, se for de 
credores estamos diante da solidariedade ativa, e, se de devedores, da 
solidariedade passiva: 
a)solidariedade ativa– há multiplicidade de credores, chamados 
cocredores, com direito a uma quota da prestação. Todavia, em razão da 
solidariedade, cada qual pode reclamá-la por inteiro do devedor comum. 
Este, no entanto, pagará somente a um deles. O credor que receber o 
pagamento entregará aos demais as quotas de cada um. O devedor se 
libera do vínculo pagando a qualquer cocredor enquanto nenhum deles 
demandá-lo diretamente, conforme disposto no artigo 268 do Código 
Civil, “Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o 
devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.”. 
Quando algum dos cocredores executa judicialmente o devedor, seu 
direito está resguardado. Nesta situação, estamos diante da denominada 
prevenção, pois este credor que ingressou judicialmente fica prevento 
para receber o pagamento com prioridade em nome de todos os 
cocredores. 
O artigo 269 do Código Civil prevê que, O pagamento feito a um dos 
credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. 
Assim, pela sua principal característica está também a sua principal 
inconveniência, fazendo com que a solidariedade dificilmente aconteça. 
Desta forma, o devedor não precisa pagar à todos os cocredores juntos, 
basta pagar à apenas um deles, mesmo sem que os demais autorizem, 
que tal ato desobrigará o devedor. O problema está se o credor for 
desonesto ou incompetente, ficando pra si ou perdendo o que é de direito 
dos demais cocredores; pois nesta situação, em nada eles poderão 
reclamar do devedor; poderão apenas reclamar com aquele que embolsou 
o valor. 
Outro problema encontrado na solidariedade ativa é que, se um dos 
cocredores perdoar a dívida, o devedor fica liberado do todo, e os demais 
cocredores terão que exigir sua quota parte daquele que perdoou, 
conforme preceitua o artigo 272 do Código Civil, “O credor que tiver 
remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela 
parte que lhes caiba.”. 
Pode-se perceber que o que rege a solidariedade ativa é a honestidade dos 
cocredores, fazendo com que ela se torne rara de ocorrer. 
Como exemplo da solidariedade ativa tem-se a conta bancária conjunta, 
onde cada qual pode sacar a conta todo o dinheiro – correntistas x banco. 
b)solidariedade passiva – nesta espécie de solidariedade, há a 
multiplicidade de devedores, chamados coobrigados, obrigados com o seu 
patrimônio ao pagamento de toda a dívida. 
Diferentemente da solidariedade ativa, esta espécie de obrigação solidária 
é importante, pois traz proteção ao crédito através do reforço feito ao 
vínculo, da facilitação da cobrança e do aumento da chance de 
pagamento, visto que, diante da pluralidade de devedores, o credor tem 
várias pessoas para quem cobrar a dívida. 
A proteção do crédito estimula o desenvolvimento sócio-econômico, pois 
faz com que as pessoas emprestem dinheiro, por consequência, com 
dinheiro “em mãos”, os consumidores adquirem produtos, as lojas 
vendem, as indústrias produzem, os empregos são gerados, o governo 
arrecada o tributo, etc. 
Com a existência de vários devedores solidários, o credor pode cobrar a 
dívida inteira de qualquer deles, de alguns ou de todos, conjuntamente. 
Qualquer devedor pode ser compelido pelo credor a pagar toda a dívida, 
embora, na sua relação com os demais, responda apenas pela sua quota-
parte. 
Poderá o credor optar por cobrar, diante de um devedor, somente uma 
quota, restando a dívida frente aos demais devedores, ou seja, sem perder 
o caráter de solidariedade que lhe é próprio. 
Assim dispõe o art. 275 do Código Civil: 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos 
devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver 
sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados 
solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura 
de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores. 
Então, por exemplo, se forem 3 (três) os coobrigados, o credor terá três, 
duas ou uma pessoa para processar e exigir o pagamento integral – é o 
credor quem escolhe. O credor pode exigir o cumprimento da obrigação, 
na sua totalidade, do devedor de sua escolha, e, se este a cumprir, ficam 
os demais devedores liberados ante este credor. 
O devedor (que responde com o seu patrimônio, em conformidade com o 
artigo 391 do Código Civil) que pagar toda a dívida, terá direito de cobrar 
dos demais devedores, a quota de cada um, conforme estabelece o artigo 
283 do Código Civil: 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir 
de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por 
todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as 
partes de todos os co-devedores. 
No caso de um dos devedores for ou se tornar insolvente, o outro, ou, os 
demais devedores, poderão ser chamados a solver a dívida por inteiro. 
Na solidariedade a obrigação é quantificada em tantas quantas forem 
seus titulares, ou seja, a obrigação não é única, passando o devedor a 
responder, além da sua quota, a dos demais. 
Há dois benefícios que não são aplicados na solidariedade passiva, o de 
divisão e o de ordem, mas, o que isto significa? 
– Divisão: Significa que o devedor pode exigir que os demais coobrigados 
sejam citados para juntos se defenderem no processo, o que é ruim para 
o credor, em virtude do atraso que causa ao processo. Por isso a 
solidariedade passiva não concede tal benefícioaos codevedores. 
– Ordem: Significa que primeiramente devem ser executados os bens do 
devedor principal, para após, os do coobrigado. A fiança é um exemplo, 
embora o fiador pode renunciar ao benefício de ordem e se equiparar ao 
devedor solidário. O avalista nunca tem benefício de ordem, sempre é 
devedor solidário. 
Exemplos de solidariedade passiva decorrente da lei estão no comodato 
(art. 585), responsabilidade civil (art. 932) e na gestão de negócios 
(parágrafo único do art. 867). 
Quando da solidariedade ativa, o credor que recebe a prestação age na 
qualidade de representante dos cocredores. Por sua vez, na solidariedade 
passiva, o devedor que paga representa, igualmente, os demais 
codevedores. Em ambos os casos há um mandato tácito e recíproco para 
o recebimento e para o pagamento. 
[1] Advogada inscrita na OAB/SC sob n° 34.061. Funcionária do 
Escritório de Advocacia Piazera, Hertel, Manske & Pacher Advogados 
(OAB/SC 1.029). Bacharel em Direito pelo Centro Universitário de 
Jaraguá do Sul – UNERJ. Graduanda em Direito Civil e Processo Civil 
pela Católica SC – Joinville. 
Fonte: http://phmp.com.br/artigos/das-obrigacoes-solidarias/ 
 
 
Aula 07 - Direito Civil 2 - Unicap - Classificação ou 
Modalidades de Obrigações (continuação) 
4 – Obrigação divisível e indivisível 
Em geral, numa obrigação existe apenas um credor e um devedor. Mas 
caso existam na mesma relação vários devedores ou vários credores, o 
razoável é que cada devedor pague apenas parte da dívida, e que cada 
credor tenha direito apenas a parte da prestação. Essa regra sofre 
exceção nos casos deindivisibilidade, que veremos hoje, e 
de solidariedade, na próxima aula. Tanto na indivisibilidade como na 
solidariedade, embora concorram várias pessoas, cada credor pode 
reclamar a prestação por inteiro, e cada devedor responde também pelo 
todo (259 e 264). Comecemos pela divisibilidade e indivisibilidade: 
 Obrigação divisível é aquela cuja prestação pode ser parcialmente 
cumprida sem prejuízo de sua qualidade e de seu valor (ex: uma dívida 
de cem reais pode ser paga em duas metades; um curso de Direito Civil 
pode ser ministrado em várias aulas). Mas a depender do acordo entre as 
partes, o devedor deve pagar de uma vez só, mesmo que a prestação seja 
divisível (314). 
Já na obrigação indivisível a prestação só pode ser cumprida por inteiro 
(ex: quem deve um cavalo não pode dar o animal em partes, 258; mas se 
tal cavalo perecer e a dívida se converter em pecúnia, deixa de ser 
indivisível, 263). 
 Como dito, a indivisibilidade vai despertar interesse prático 
quando houver mais de um credor ou mais de um devedor. 
- pluralidade de devedores: imaginem que um pai morre e deixa dívidas, 
seus filhos irão pagar estas dívidas dentro dos limites da herança 
recebida do pai (1792, 1997). Então o credor do pai terá mais de um filho 
para cobrar esta dívida. Se a prestação for divisível, cada filho responde 
pela parte correspondente a sua herança, e a insolvência de um deles não 
aumentará a quota dos demais (257). Mas se a prestação for indivisível, 
cada filho responde pela dívida toda, e aquele que pagar ao credor, 
cobrará o quinhão correspondente de cada irmão (259 e pú – veremos 
sub-rogação em breve). A relação obrigacional antes era do credor com 
os filhos do pai morto, agora é do irmão pagador contra os outros irmãos. 
 - e se a pluralidade for de credores? Sendo divisível a prestação, 
cada credor só pode exigir sua parte (257). Mas sendo indivisível aplica-
se o 260, pelo que o devedor deverá pagar a todos os credores juntos, 
para que um não engane os outros. Ou então o devedor deverá pagar 
àquele credor que prestar uma garantia ( = caução) de que repassará o 
pagamento aos outros (ex: João deve um carro a três pessoas, mas não 
encontra os três para pagar, assim, para se livrar logo daquela obrigação, 
paga ao credor que ofereceu uma fiança; se este credor não repassar o 
carro aos demais credores, o fiador poderá ser processado pelos 
prejudicados; fiança é assunto de Civil 3). Se o devedor pagar sem as 
cautelas do art. 260, terá que pagar de novo àquele credor que, 
eventualmente, venha a ser lesado pelo credor que recebeu todo o 
pagamento, afinal quem paga mal paga duas vezes, concordam? Diz-se 
por isso que o pagamento integral da dívida a um só dos vários credores 
pode não desobrigar o devedor com relação aos demais concredores. Mas 
pagando o devedor corretamente, caberá aos credores buscar sua parte 
com o credor que recebeu tudo (261). Tratando-se de coisa indivisível 
(ex: carro, barco, casa), poderão os credores usar a coisa em condomínio, 
ou então vendê-la e dividir o dinheiro (1320). 
 Espécies de indivisibilidade: a) física: a prestação é indivisível 
pela sua própria natureza, pois sua divisão alteraria sua substância ou 
prejudicaria seu uso (ex: obrigação de dar um cavalo, obrigação de 
restituir o imóvel locado, etc); b) econômica: o objeto da prestação 
fisicamente poderia ser dividido, mas perderia valor (ex: obrigação de dar 
um diamante, art. 87); c) legal: é a lei que proíbe a divisão (ex: a lei 
6.766/79, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, determina 
no art. 4º, II, que os lotes nos loteamentos terão no mínimo 125 metros 
quadrados, então um lote deste tamanho não pode ser dividido em dois); 
d) convencional: é o acordo entre as partes que torna a prestação 
indivisível (art. 88, ex: dois devedores se obrigam a pagar juntos certa 
quantia em dinheiro, o que vai favorecer o credor que poderá exigir tudo 
de qualquer deles, 258 in fine, e 259). 
 Percebe-se que qualquer das três espécies de obrigação (dar, fazer 
e não-fazer) pode ser divisível ou indivisível (ex: dar dinheiro é divisível, 
mas dar um cavalo é indivisível; pintar um quadro é obrigação de fazer 
indivisível, mas plantar cem árvores é divisível; não revelar segredo é 
indivisível, mas não pescar e não caçar na fazenda do vizinho é divisível). 
 Fonte: http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-
Obrigacoes/4/aula/7 
ESTE DOCUMENTO É PARA O ESTUDO DE CADA UM, 
EM HIPÓTESE ALGUMA PODE SER VENDIDO. AO 
FINAL E DURANTE OS CONTEUDOS DO RESUMO 
ENCONTRAM-SE AS BIBLIOGRAFIAS. 
 
Transimissão das Obrigações: Cessões de Crédito e 
Débito. 
Publicado em 01 de June de 2010 por Lucas Sampaio 
1. INTRODUÇÃO 
 
A transmissão das obrigações teve uma considerável e valiosa mudança 
de conceito em relação ao direito romano. Neste direito, era imputado 
um caráter individual e material à responsabilidade do devedor pela 
prestação. Logo, o princípio básico das relações obrigacionais era o da 
intransmissibilidade, já hoje, o princípio é absolutamente contrário, 
pois a transmissibilidade das obrigações é sancionada no Código Civil 
de 2002. 
 
O atual princípio (da transmissibilidade das obrigações) é fruto de uma 
evolução social, onde a sociedade passou a considerar trocáveis os 
credores e devedores em sua pessoa, deixando intacta a relação 
obrigacional. 
 
Nosso trabalho visa analisar os dispositivos relacionados à questão da 
transmissibilidade das obrigações, tanto na cessão de créditos (arts. 
286 a 298 CC/2002), quando na cessão de débitos (arts. 299 a 303 
CC/2002). 
 
2. Cessão de Crédito. 
 
2.1 Conceito. 
É um negócio jurídico bilateral, oneroso ou gratuito, que consiste na 
transmissão total ou parcial do crédito de um credor (cedente) a um 
terceiro (cessionário), este que passa a ter o direito creditório daquele 
com todos seus acessórios e garantias, não sendo necessário o 
consentimento preliminar do devedor (cedido). 
 
2.2 Espécies. 
2.2.1 Onerosa ou Gratuita. 
Será onerosa quando o cedentetransmite o crédito ao cessionário por 
um valor menor que este segundo receberá do cedido. Ex: Rafael cede a 
Eric o crédito de R$500,00 que tem com Bruno, mas estabelece que 
receberá apenas R$300,00, com isso, Eric lucrará R$200,00 assim que 
for paga a totalidade da dívida pelo cedido. 
Será gratuita quando o cedente receber do cessionário o valor exato que 
este receberia do cedido. Ex: Landualdo cede a Adriano o crédito de 
R$100,00 que tem com Diego, recebendo de Adriano o valor exato do 
crédito. Adriano receberá estes R$100,00 assim que for paga a 
totalidade de dívida pelo Diego. 
 
2.2.2 Total ou parcial. 
É total quando o cedente transfere todo o crédito ao cessionário. Ex: 
Mariana tem crédito de R$200,00 com Paula e cede o valor total do 
crédito para Marcos, que receberá de Paula assim que for paga 
totalmente a dívida. 
É parcial quando o cedente transfere parte do crédito para um ou mais 
cessionários, tendo a possibilidade de permanecer ou não na relação 
obrigacional. Ex ¹: Dionísio tem crédito de R$100,00 com Ronaldo e 
cede para Marcelo metade do crédito. Quando for paga a totalidade da 
dívida, tanto Dionísio quanto Marcelo receberão R$50,00 de Ronaldo. 
Ex ²: José tem crédito de R$100,00 com Rui, cede para Fernando a 
metade do crédito e para Felipe a outra metade. Quando Rui pagar a 
totalidade da dívida, Felipe e Fernando receberão R$50,00 cada, 
estando José fora da relação obrigacional. 
 
2.2.3 Convencional, legal ou judicial. 
Será convencional quando houver livre e espontânea manifestação de 
vontade entre cedente e cessionário. Ex: Otacílio cede a Humberto, por 
consentimento das partes, o crédito de R$400,00 que tem com Alex, 
recebendo de Humberto o valor exato do crédito. Humberto receberá 
estes R$400,00 assim que for paga a totalidade de dívida pelo Alex. 
Haverá uma cessão de crédito de espécie legal, quando a lei dispuser 
sobre tal. Também é imposta pela lei a cessão dos acessórios da dívida 
como garantias, juros e multas. Ex: O disposto nos arts. 287 e 346 
CC/02 
Será uma cessão de crédito da espécie judicial, quando advier de 
decisão de órgão judicante, como um juiz que determina a sentença em 
um caso concreto, explicando os motivos dela para resolver o litígio 
entre as partes. Carlos Alberto Gonçalves cita o seguinte exemplo: "a 
adjudicação, aos credores de um acervo, de sua dívida ativa" 
(GONÇALVES; 205) 
 
2.2.4 Pro Soluto e Pro Solvendo. 
Será Pro Soluto quando o cedente não se responsabilizar perante o 
cessionário, caso o cedido não tenha adimplência em relação ao 
pagamento total da dívida, ou seja, após a cedência de crédito do 
cedente ao cessionário, o primeiro se extingue da relação obrigacional. 
Ex: Renan cede a Breno o crédito de R$800,00 que tem com Alfredo. No 
dia do vencimento da dívida, se Alfredo não cumprir com o pagamento 
total, Renan não se responsabilizará por este ato, ficando a Breno a 
possibilidade de cobrar judicialmente o adimplemento de Alfredo. 
Será Pro Solvendo quando o cedente se responsabilizar perante o 
cessionário, caso o cedido não tenha adimplência em relação ao 
pagamento total da dívida, ou seja, mesmo após cedência de crédito do 
cedente ao cessionário, o primeiro ainda sim permanecerá na relação 
obrigacional. Ex: Carolina cede a Rafaela o crédito de R$350,00 que tem 
com Vinícius. No dia do vencimento da dívida, se o cedido não cumprir 
com o pagamento total, Carolina se responsabiliza por este ato na 
mesma quantia que recebeu do cessionário somada com as despesas de 
cessão, juros e todos os acessórios possíveis. 
 
2.3 Natureza Jurídica. 
A cessão de créditos é um contrato especial, por isso considera-se um 
negócio jurídico. Sobre isso dispõe Sílvio Venosa que: "A natureza 
contratual do negócio é patente. É um contrato simplesmente 
consensual, mas por vezes a necessidade obrigará o escrito particular 
ou a forma pública. Há créditos incorporados a documentos, e sem eles 
torna-se impossível sua respectiva transferência. É, contudo, um 
contrato todo peculiar, tanto que fez bem o código em colocá-lo na parte 
geral das obrigações, pois se trata de forma genérica de alienação". (Art. 
286 CC/2002). 
 
2.4 Institutos Similares 
2.4.1 Cessão e Novação. 
A novação é caracterizada pela criação de uma nova obrigação (aliquid 
novi). Nas duas possibilidades de novação (objetiva e subjetiva) há uma 
extinção da dívida anterior, por causa da criação de um novo débito. 
Por outro lado, na cessão de crédito a dívida permanece a mesma, tendo 
apenas uma transmissão de crédito de um cedente para um 
cessionário. 
 
2.4.2 Cessão e Sub-rogação. 
Existem algumas características que diferenciam a cessão da sub-
rogação, como: I) Na cessão de crédito, o cedente pode responder pela 
existência do crédito, no caso de cessão de crédito da espécie Pro 
Solvendo, enquanto na sub-rogação legal isso não pode ocorrer. É bom 
salientar, que a sub-rogação convencional é análoga à cessão de 
crédito, pois o tratamento dado pela lei é o mesmo para ambas (art. 348 
CC/02). II) Na cessão de crédito, para que o cessionário seja 
reconhecido por terceiros, deve-se existir a notificação da cessão, por 
outro lado, o sub-rogado não necessita de notificação alguma. III) A 
cessão de crédito pode se dar por título gratuito, o que não pode ocorrer 
na sub-rogação. 
 
2.5 Requisitos. 
A respeito dos requisitos, dispõe Maria Helena Diniz que: "I) capacidade 
genérica para os atos comuns da vida civil e capacidade especial, 
reclamada para os atos de alienação, tanto do cedente quanto do 
cessionário. II) objeto lícito e possível, de modo que qualquer crédito 
poderá ser cedido, constante ou não de um título, esteja vencido ou por 
vencer, se a isso não se opuser (CC, art.286) a natureza da obrigação, a 
lei e a convenção com o devedor. III) forma legal (CC, arts. 288, 289, 
290 e 292; lei n. 6.015/73, arts. 127, I, 129, n. 9)" 
A cessão de crédito então, por ser um negócio jurídico, tem seus 
requisitos iguais aos do negócio (capacidade das partes, objeto lícito, 
possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa 
em lei) estes que estão dispostos nas disposições gerais do Código Civil 
de 2002, mais precisamente no art. 104 CC/02. 
 
2.6 Efeitos 
2.6.1 Entre as partes contratantes. 
Excetuando a possibilidade de uma transferência de crédito por força 
da lei, o cedente deve ser responsabilizado pelo crédito existente e, caso 
haja algo estipulado, pela solvência do devedor. 
O cessionário guarda todos os direitos que o cedente que ele substituiu 
tinha, observando todos os acessórios, como multas, juros, vantagens e 
ônus, além disto, o cessionário corre o risco de o cedido ser insolvente. 
 
2.6.2 Em relação ao devedor. 
2.6.2.1 Antes da Notificação 
Caso não haja uma notificação ao cedido de que o cessionário tomou o 
lugar do cedente, o devedor poderá pagar legítima e validamente a 
dívida ao credor originário, no caso, ao cedente, como se nem tivesse 
tido a cessão de crédito. Logo, caso o cedido solva a dívida com o 
cedente, o cessionário nada pode fazer em relação ao devedor não 
notificado, e sim, em relação ao cedente. Ex: arts. 292 e 298 CC/2002. 
 
2.6.2.2 Após a Notificação. 
Caso haja a notificação ao cedido de que um cessionário tomou o lugar 
do cedente, o devedor tem obrigação de solver a dívida com o 
cessionário que lhe apresentar, com o título da cessão, o da obrigação 
cedida. Ex: Arts. 291, 292 e 294 CC/2002. 
 
3. Cessão de débito ou Assunção de dívida. 
 
3.1 Conceito. 
É um negócio jurídico bilateral que consiste na transferência de 
encargos obrigacionais de um devedor(cedido) a terceiro (assuntor ou 
cessionário), com expresso ou tácito consentimento do credor (cedente), 
sendo o assuntor o novo responsável pela dívida e todos seus 
acessórios, todavia o débito originário permanece inalterado. 
 
3.2 Requisitos. 
Para ser válida a cessão de débito, além de observar os pressupostos do 
negócio jurídico, devem ser observados alguns outros requisitos. Entre 
eles citamos: 
a) A anuência expressa do credor. 
b) Existência e validade da obrigação transferida. 
c) A substituição do devedor, mantendo-se a relação jurídica originária. 
d) A presença de uma relação jurídica obrigacional juridicamente válida, 
para assim pressupor existência. 
 
3.3 Modos de Realização. 
3.3.1 Expromissão. 
Ocorre quando uma pessoa assume espontaneamente o débito de outra, 
ou seja, um terceiro (expromitente) assume a obrigação, sem depender 
do aval do devedor primitivo. A expromissão poderá ser: I) liberatória, 
quando há uma completa sucessão no débito, há a mudança do devedor 
pelo expromitente na relação obrigacional, deixando desobrigado o 
devedor primitivo , excetuando a possibilidade de o terceiro que 
assumiu a dívida ser insolvente e ignorado pelo credor. (art. 299, 2° 
parte CC/2002). II) Cumulativa, quando o expromitente assume o 
encargo obrigacional em conjunto com o devedor primitivo, passando a 
ser um devedor solidário, assim dando ao credor possibilidade de cobrar 
o pagamento de qualquer um deles. (art. 265 CC/2002). 
 
3.3.2 Delegação. 
Ocorre quando o devedor (delegante) transmite ao terceiro (delegado), 
com consentimento do credor (delegatário), o débito com este contraído. 
A delegação poderá ser: I) Privativa, se o devedor primário se desobrigar, 
deixando ao terceiro a responsabilidade pelo débito e sem obrigação de 
responder pela insolvência deste. II) Simples ou cumulativa, quando o 
delegado entra na obrigação em conjunto com o delegante, que dela não 
se extingue. Não havendo entre eles vinculo de solidariedade, logo o 
delegante não pode ser obrigado a pagar a dívida senão quando o 
delegado deixar de cumprir a obrigação que assumiu. 
 
3.4 Efeitos 
Se em uma cessão de débito, a dívida transferida permanecer a mesma, 
havendo apenas uma mudança de devedores, de um cedente para um 
assuntor (cessionário), sendo este que deve assumir as obrigações do 
devedor primário, temos que a cessão de débito pode produzir alguns 
efeitos como: I) Término de garantias e vantagens individuais do 
cedente, já que o assuntor não terá direito a garantias pessoais do 
mesmo. Ele poderá ter as exceções preexistentes à cessão de débito 
(pagamento, nulidade ou extinção da obrigação) ou algumas que 
decorrerem da relação jurídica após a cedência. II) As garantias 
especiais (aval, hipoteca de terceiro, fiança) da dívida são extintas (a 
não ser que haja consentimento para sua permanência), resistindo 
apenas às garantias reais (penhor, hipoteca). III) O devedor primitivo 
(cedente) é extinto da obrigação, a não ser que o assuntor, quando 
assumiu a dívida, era insolvente e o credor não tinha conhecimento. IV) 
Transferência do débito a terceiro, que se investirá na conditio debitoris 
V) Em caso de anulação na cessão de débito, e volta do devedor 
primário ao seu "posto", a dívida é restabelecida com todas as suas 
garantias. 
 
4. Diferenças entre cessão de crédito e cessão de débito. 
É proveitoso destacar a valiosa característica da cessão de crédito que a 
distingue da cessão de débito. Não é relevante, na cessão de crédito, o 
consentimento que implica aprovação do devedor. O débito do devedor 
não aumenta em razão da mudança de credor. 
Dessa forma, entendemos que para o devedor não faz muita diferença 
se houver uma troca de credor, afinal no dia da quitação da dívida ele 
terá que cumprir sua obrigação. Por outro lado, para o credor faz uma 
diferença enorme a troca do devedor, pois este novo devedor pode ser 
insolvente, irresponsável ou agir de má-fé, assim não cumprindo sua 
obrigação. (arts. 299 e 391 CC/2002) 
 
5. PARÁFRASE 
 
Cessão de crédito é conceituada como um negócio jurídico bilateral, 
oneroso ou gratuito, que consiste na transmissão total ou parcial do 
crédito de um credor (cedente) a um terceiro (cessionário), este que 
passa a ter o direito creditório daquele com todos seus acessórios e 
garantias, não sendo necessário o consentimento preliminar do devedor 
(cedido). 
Podem ser classificados em Onerosos ou gratuitos, total ou parcial, 
judicial, legal ou convencional e Pro soluto ou Pro Solvendo. Sua 
natureza jurídica é ser um contrato especial, logo um negócio jurídico. 
Similares a esta cessão, porém, sem confundi-las a essa, temos a 
novação e a sub-rogação. A cessão de créditos necessita de alguns 
requisitos para ser válida e tem seus próprios efeitos, e podem ser 
classificados em: Entre as partes contratantes e em relação ao devedor, 
sendo que nesta última há uma classificação por tempo de notificação 
(Antes da notificação e Após a notificação do devedor). 
Cessão de débito é conceituada como um negócio jurídico bilateral que 
consiste na transferência de encargos obrigacionais de um devedor 
(cedido) a terceiro (assuntor ou cessionário), com expresso ou tácito 
consentimento do credor (cedente), sendo o assuntor o novo responsável 
pela dívida e todos seus acessórios, todavia o débito originário 
permanece inalterado. 
Ela necessita de alguns requisitos e pode se realizar de dois modos: por 
expromissão e por delegação e, assim como qualquer outro negócio 
jurídico, tem efeitos particulares. 
Revisado por Editor do Webartigos.com 
Fonte: http://www.webartigos.com/artigos/transimissao-das-
obrigacoes-cessoes-de-credito-e-debito/39384/ 
Pagamento putativo 
Significado de Pagamento putativo: 
Ocorre quando no ato do pagamento um falso credor usando o nome 
da empresa num ato ilícito se apresenta no recebimento do valor 
solicitado pelo devedor. 
Exemplo do uso da palavra Pagamento putativo: 
As rés devem ser exoneradas por força da boa-fé e pagamento 
putativo. 
Fonte: 
http://www.dicionarioinformal.com.br/significado/pagamento+putativo
/13735/ 
ESTE DOCUMENTO É PARA O ESTUDO DE CADA UM, 
EM HIPÓTESE ALGUMA PODE SER VENDIDO. AO 
FINAL E DURANTE OS CONTEUDOS DO RESUMO 
ENCONTRAM-SE AS BIBLIOGRAFIAS.

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