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DIREITO PROCESSUAL CIVIL – PARTE GERAL JURISDIÇÃO E AÇÃO Pretensão – a exigência de uma parte de subordinação de um interesse alheio a um interesse próprio. 1- Definição A jurisdição é o poder e a função de aplicar o direito a um fato concreto, pelos órgãos públicos destinados a tal, obtendo-se a composição da lide. É vedada a justiça privada (autotutela/autodefesa), com as próprias mãos, tem que buscar o Estado. A jurisdição atua em todo o território nacional e veda a atuação de jurisdição estrangeira, principalmente quando se trata de partilha de bens. É a função do Estado de declarar e realizar, de forma prática, a vontade da lei diante de uma situação controvertida. 2- Características A) Secundária: somente provoca a jurisdição quando não houver respeito às ordens acordadas, somente se houver descumprimento de contrato. Não há obrigação de acionar a jurisdição, pois é um direito disponível. Porque através da jurisdição o Estado realiza coativamente uma atividade que deveria ter sido primariamente exercida, de maneira pacífica e espontânea, pelos próprios sujeitos da relação jurídica submetida à decisão. B) Instrumental: o uso da jurisdição é instrumental. Não há outra forma para resolver o conflito, senão pelo instrumento que é a jurisdição. É um instrumento que o próprio direito dispõe para impor-se à obediência dos cidadãos. Sendo declarativo ou executivo, porque a jurisdição exerce vontades concretas de lei nascidas anteriormente ao pedido de tutela judicial estatal feita pela parte do processo. C) Desinteressada: o juiz tem que atuar de forma imparcial. O interesse do juiz pode ser somente na solução do conflito. O juiz mantém-se equidistante dos interessados e sua atividade é subordinada exclusivamente à lei, a cujo império se submete como penhor de imparcialidade na solução do conflito de interesses. A jurisdição põe em prática vontades concretas da lei. D) Provocada: a jurisdição não age de ofício, em regra geral. A jurisdição depende da provocação, de forma geral. Embora a jurisdição seja função ou atividade pública do Estado, versa, quase sempre, sobre interesses privados, donde não ter cabimentos a prestação jurisdicional, a não ser quando solicitada, nos casos controvertidos, pela parte interessada. Art. 2º, CPC. 3- Espécies de jurisdição A) Jurisdição contenciosa: tem lide, partes, autor réu, sentença (coisa julgada material e formal), o poder jurisdicional atua como quem decide a lide. Cada parte precisa de um advogado... art. 1º, CPC. É a jurisdição propriamente dita, isto é, aquela função que o Estado desempenha na pacificação ou composição dos litígios. Pressupõe controvérsia entre partes (lide), a ser solucionada pelo juiz. B) Jurisdição voluntária: não tem lide, tem interessados, há homologação, a atuação do poder jurisdicional é somente para dar validade ao NJ, homologação – coisa julgada apenas formal, pode ter um único advogado. O juiz apenas realiza a gestão pública em torno de interesses privados, como se dá nas nomeações de tutores, dos bens de incapazes, etc. são atribuídas ao poder judiciário certas funções em que predomina o caráter administrativo e que são desempenhadas sem o pressuposto do litígio. Sem lide, sem processo, com procedimento, sem partes, com interessados. 4- Princípios da jurisdição Art. 1º A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece. Art. 2º Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. A) Investidura: o juiz tem que ser investido no cargo. B) Juiz natural: três palavras chaves, investido, imparcial e competência (pré existência). Não pode criar um juiz determinado para determinada situação. Art. 5º, XXVII, CF. não pode o legislador ordinário criar juízes ou tribunais de exceção, nem tampouco dar aos organismos judiciários estruturação diversa daquela prevista na lei magna. C) Inércia: art. 2º, CPC, como regra geral. Mas quando expresso “de ofício” exclui-se a inércia da jurisdição. Ex: art. 989, CPC e 1142, CPC D) Indelegabilidade: não pode delegar a função. O juiz não pode passar seu poder de decisão para o escrivão, por exemplo. Na prática ainda pode acontecer, mas o escrivão não pode assinar. Não pode delegar a outros órgãos seu exercício. E) Indeclinabilidade ou inafastabilidade: o juiz não pode se negar a julgar a ação nem por lacuna nem por obscuridade, tem que buscar outros meios (analogia...). o órgão constitualmente investido no poder de jurisdição tem a obrigação de prestar a tutela jurisdicional e não a simples faculdade. Não pode recusar-se a ela quando legitimamente provocado. F) Publicidade: começou na França. Todos os atos processuais são públicos, só há restrição para assunto de família (paternidade, alimentação, divórcio...) e as decisões do magistrado têm que ser fundamentadas, sob pena de nulidade. E também a exceção pode ser quando o juiz determinar. 5- Ação É direito público, abstrato e autônomo de invocar a prestação jurisdicional do Estado. : art. 3º, CPC. Quem vai entrar com a ação tem que ser legitimado e ter interesse de agir, mas não somente isso. Autônomo = porque independe do direito material. público = porque quem decide é o Estado e abstrato = porque independe de sentença favorável ou desfavorável da ação. Não proíbe nada, todos têm direito de ação. A parte, frente ao Estado-juiz, dispõe de um poder jurídico que consiste na faculdade de obter a tutela para os direitos próprios ou interesses, quando lesados ou ameaçados, ou para obter definição das situações jurídicas controvertidas. É o direito de ação, de natureza pública, para referir-se a uma atividade pública, oficial do Estado. 6- Condições da ação: são as categorias lógico-jurídicas, existentes na doutrina e, muitas vezes na lei mediante as quais se admite que alguém chegue À obtenção da sentença final. Operam no plano da eficácia da relação processual. A) Possibilidade jurídica do pedido: exigência de que deve existir, abstratamente, dentro do ordenamento jurídico, um tipo de providencia como o que se pede através da ação. Deve ser localizada no pedido imediato, isto é, na permissão, ou não, do direito positivo a que se instaura a relação processual em torno da pretensão do autor. B) Interesse de agir: o interesse de agir surge da necessidade de obter, através do processo, a proteção ao interesse substancial. Localiza-se o interesse processual não só na utilidade, mas na necessidade do processo como remédio apto à aplicação do direito objetivo no caso concreto, pois a tutela jurisdicional não é jamais outorgada sem uma necessidade, exige necessidade de adequação. C) Legitimidade das partes: é a titularidade ativa e passiva da ação. É a pertinência subjetiva da ação. É preciso que os sujeitos sejam partes legítimas, por se tal não ocorrer, o processo se extinguirá sem resolução do mérito. Art. 267, VI, CPC. ANÁLISE DO ART. 6º, CPC. – legitimidade ordinária: direito próprio em nome próprio, primeira parte do artigo. Legitimidade extraordinária: somente quando permitido em lei, direito alheio em nome próprio. Ex: síndico de condomínio, segunda parte do artigo. Art. 3º Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade. Art. 6º Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei. PARTES E PROCURADORES 1- Partes: o processo só se estabelece plenamente com a participação de três sujeitos principais: autor, réu e juiz. São aquelas que pedem ou contra quem se pedem a tutela jurisdicional. 2- Sujeitos do processo A) Partes: autor e réu. Ambos são sujeitos parciais. B) Juiz: sujeitoimparcial, sem interesse na causa, representa o Estado. 3- Capacidade de ser parte: quem pede é o autor, polo ativo, contra quem é o réu, polo passivo, e o juiz representa o Estado. Cada um tem um interesse na parte, por isso são parciais. Se uma das partes for o Estado, o juiz torna-se representante do poder judiciário. Tem que ser imparcial da mesma forma. Pode ser criança ou empresa, mas têm que ser representados ou assistidos para poder pleitear. Art. 7º, CPC Todas as pessoas têm capacidade de ser parte, porque são titulares de direitos e obrigações na ordem civil. 4- Capacidade processual. Capacidade = legitimidade. Por exemplo, um menino de 5 anos tem capacidade de ser parte, mas não tem capacidade processual para pleitear a ação de alimentos, portanto é representada pela mãe. A capacidade processual consiste na aptidão de participar da relação processual, em nome próprio ou alheio. Capacidade para estar me juízo pessoalmente. 5- Representação e assistência: representação = absolutamente incapaz. Assistência = relativamente incapaz. Art. 8º, CPC. 6- Curador especial: diferente da curatela do CC. não pode confundir. É um curador específico para determinado processo, PODE ser representante, mas o juiz necessita nomear. Por exemplo, a criança menor que pede alimentos ao pai, e o mesmo é o seu representante, ele vai ter interesse diverso do da criança, o juiz designa um curador especial para esse processo. Em certos casos o juiz deve dar à parte um representante especial para atuar em seu nome apenas no curso do processo. A nomeação ocorre em alguns casos de incapacidade e de revelia (não comparecimento do réu na audiência ou comparecimento posterior). Será para atender as formalidades processuais, diferentemente do procurador que administra os bens. Art. 9º, CPC 7- Integração da capacidade processual das pessoas casadas: se for separação total de bens não precisa assinar, art. 1641, CC. apenas direitos reais imobiliários, não para direitos pessoais. Art. 10, CPC 8- Outorga uxória ou marital: antigamente era uxória para mulher e marital para homem, hoje é autorização para ambos, porque ambos são iguais perante a lei. Suprimento judicial = autorização do juiz de vender tal coisa. Art. 11, CPC 9- Representação da pessoa jurídica: cuida da representação das pessoas jurídicas públicas e privadas, bem como das pessoas formais, dispondo que serão representadas em juízo, ativa e passivamente. Art. 12, CPC DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES 1- Deveres. Art. 14, CPC: 2- Proibição do uso de expressões injuriosas. Art. 15, CPC: é uma impossibilidade. Se empregado nos escritos do processo é vedado às partes e seus advogados, cabendo ao Art. 7º Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo. Art. 8º Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil. Art. 9º O juiz dará curador especial: I - ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele; II - ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa. Parágrafo único. Nas comarcas onde houver representante judicial de incapazes ou de ausentes, a este competirá a função de curador especial. Art. 10. O cônjuge somente necessitará do consentimento do outro para propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários. § 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações: I - que versem sobre direitos reais imobiliários; II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos praticados por eles; III - fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados; IV - que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóveis de um ou de ambos os cônjuges. § 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nos casos de composse ou de ato por ambos praticados. Art. 11. A autorização do marido e a outorga da mulher podem suprir-se judicialmente, quando um cônjuge a recuse ao outro sem justo motivo, ou lhe seja impossível dá-la. Parágrafo único. A falta, não suprida pelo juiz, da autorização ou da outorga, quando necessária, invalida o processo. Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus procuradores; II - o Município, por seu Prefeito ou procurador; III - a massa falida, pelo síndico; IV - a herança jacente ou vacante, por seu curador; V - o espólio, pelo inventariante; VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os designando, por seus diretores; VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens; VIII - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil (art. 88, parágrafo único); IX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico. § 1º Quando o inventariante for dativo, todos os herdeiros e sucessores do falecido serão autores ou réus nas ações em que o espólio for parte. § 2º - As sociedades sem personalidade jurídica, quando demandadas, não poderão opor a irregularidade de sua constituição. § 3º O gerente da filial ou agência presume-se autorizado, pela pessoa jurídica estrangeira, a receber citação inicial para o processo de conhecimento, de execução, cautelar e especial. 3- juiz mandar riscá-las, de ofício ou a requerimento do ofendido. Quando a injúria é feita verbalmente, em audiência, o juiz deverá advertir o advogado para não mais cometê-la, sob pena de lhe ser cessada a palavra. 4- Responsabilidade das partes. Art. 16, CPC: o litigante de má-fé tem que indenizar por perdas e danos nas causas à parte prejudicada. 5- Litigância de má-fé. Art. 17, CPC 6- Sanções aplicadas ao litigante de ma fé. Art. 18, CPC: o conteúdo da indenização compreenderá o disposto no artigo. DESPESAS E MULTAS 1- Sanções aplicadas ao litigante de má fé: a lei não tolera a má-fé e arma o juiz de poderes para atuar de ofício contra a fraude processual. O juiz deve agir com poderes inquisitoriais, deixando de lado o caráter dispositivo do processo civil. Revê o código os casso em que a parte incorre nas sanções da litigância de ma fé, afetando, ao juiz o dever de reprimi-la de oficio ou a requerimento do prejudicado. Art. 18, CPC 2- Antecipação das despesas: impõe o código a cada parte o ônus processual de pagar antecipadamente as despesas dos atos que realizarem ou requererem, em curso do processo. Art. 19, CPC Cabe às partes prover as despesas antecipadamente dos atos que realizam ou requerem no processo. 3- Princípio da sucumbência: assenta-se na ideia fundamental de que o processo não deve redundar em prejuízo da parte que tenha razão. Art. 20, CPC Consiste em atribuir à parte vencida na causa a responsabilidade por todos os gastos do processo. 4- Sucumbência recíproca: opera-se quando o autos sai vitorioso apenas em parte de sua pretensão, tanto ele quanto o réu serão, pois, vencidos e vencedores, a um só tempo. Para tanto, ter-se-á que calcular o total dos gastos do processo e rateá-lo entre os litigantes na proporção em que se sucumbiram. Art. 21, CPC 5- Punição do réu pelo retardo no desfecho do processo: ressalva ao efeito da sucumbência,que sofre, às vezes, influência do dolo ou culpa do vencedor. Art. 22, CPC 6- Condenação solidária e proporcionalmente: se vários forem os litigantes vencidos, o que ocorre nos casos de litisconsórcios, os vencidos responderão pelas despesas e honorários em proporção. Cada sucumbente será responsabilizado, assim, na medida do interesse que tiver no objeto da decisão. Mas se na relação jurídica material os litisconsortes vencidos eram solidários, também deverão ser na sujeição à responsabilidade pelos gastos processuais do vencedor. Art. 23, CPC 7- Despesas oriundas no procedimento da jurisdição voluntária: não tem o princípio da sucumbência Art. 24, CPC 8- Juízo divisório: nos juízes divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas proporcionalmente aos seus quinhões. Art. 25, CPC Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - proceder com lealdade e boa-fé; III - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento; IV - não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito. V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final. Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado. Art. 15. É defeso às partes e seus advogados empregar expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo, cabendo ao juiz, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscá-las. Parágrafo único. Quando as expressões injuriosas forem proferidas em defesa oral, o juiz advertirá o advogado que não as use, sob pena de Ihe ser cassada a palavra. Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente. Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos; III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; Vl - provocar incidentes manifestamente infundados. VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou. § 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. § 2º O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento. Art. 19. Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe às partes prover as despesas dos atos que realizam ou requerem no processo, antecipando- lhes o pagamento desde o início até sentença final; e bem ainda, na execução, até a plena satisfação do direito declarado pela sentença. § 1º O pagamento de que trata este artigo será feito por ocasião de cada ato processual. § 2º Compete ao autor adiantar as despesas relativas a atos, cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público. remuneração do assistente técnico. § 3º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez por cento (10%) e o máximo de vinte por cento (20%) sobre o valor da condenação, atendidos: a) o grau de zelo do profissional; b) o lugar de prestação do serviço; c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. § 4o Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior. Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria. § 1º O juiz, ao decidir qualquer incidente ou recurso, condenará nas despesas o vencido. § 2º As despesas abrangem não só as custas dos atos do processo, como também a indenização de viagem, diária de testemunha e Art. 21. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas. Parágrafo único. Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários. 9- Despesas de adiamento Art. 29, CPC 10- Obrigação de restituir: multas, acontece pouco. Art. 30, CPC 11- Responsabilidade pelas despesas dos atos protelatórios: tem a intenção de adiar a sentença, retardar. Art. 31, CPC 12- Remuneração do assistente técnico e do perito: o assistente tem o mesmo conhecimento do perito -> engenheiro. Perito é imparcial, vai entregar o laudo. É um auxiliar permanente. O assistente técnico é contratado por uma parte, para acompanhar os trabalhos do perito, ele é parcial, a favor de quem o contratar. Regra geral = quem paga o perito é o autor. Art. 33, CPC 13- Condenação do vencido ao pagamento das custas e dos honorários em ações incidentes: reconvenção – modalidade do réu de contra-atacar o autor da ação. Art. 34, CPC Em regra quem perde tem que pagar. Mas nem sempre há um único vencedor e um único vencido, pois há a possibilidade do litigante ganhar parcialmente, portanto, o mesmo paga, parcialmente também. Assistente do art. 32 é diferente do assistente do art. 33. PROCURADORES 1- Capacidade postulatória: não se confunde com a capacidade processual. É a aptidão para realizar os atos do processo de maneira eficaz. Compete exclusivamente aos advogados, de modo que é obrigatória a representação da parte em juízo por advogado legalmente habilitado. Nas causa com até 20 salários mínimos não precisa de advogado. Caso algum município que não tenha advogado a própria pessoa pode apresentar a sua defesa. Cabe ao próprio advogado. Trata-se da representação técnica. Art. 36, CPC 2- Mandato judicial – ad judicia: para o advogado representar a parte no processo, há de estar investido de poderes adequados, que devem ser outorgados por mandato escrito, público ou particular. Regra = advogado não pode ir à justiça/juízo sem uma mandato. Exceção: se o cliente estiver viajando e o ato for urgente, o advogado tem que ingressar, quando estiver perto da decadência ou prescrição, tendo o prazo de 15 dias para anexar o mandato ao processo, prorrogáveis por mais 15 dias. No artigo 38 oadvogado não precisa de mandato para exercer o que está escrito. Arts. 37 e 38, CPC 3- Direitos e deveres do advogado: descrito nos artigos e seus incisos. A) Arts. 39 e 40, CPC: art. 155, segredo de justiça. B) Lei nº 8906/94 (OAB) 4- Substituição das partes: não pode confundir com substituição processual. Ocorre uma alteração nos polos subjetivos do processo. Uma outra pessoa passa a ocupar o lugar do primitivo sujeito da relação processual. Ex: o herdeiro que passa a ser o novo autor ou o novo réu, na ação em que ocorreu o falecimento do litigante originário. Arts. 41 a 43, CPC 5- Substituição dos procuradores:pode ser provocada pela parte ou pelo próprio causídico, e pode ainda, decorrer de caso de força maior que o impeça de continuar no patrocínio da causa. § 5 o Nas ações de indenização por ato ilícito contra pessoa, o valor da condenação será a soma das prestações vencidas com o capital necessário a produzir a renda correspondente às prestações vincendas (art. 602), podendo estas ser pagas, também mensalmente, na forma do § 2 o do referido art. 602, inclusive em consignação na folha de pagamentos do devedor. Art. 22. O réu que, por não argüir na sua resposta fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, dilatar o julgamento da lide, será condenado nas custas a partir do saneamento do processo e perderá, ainda que vencedor na causa, o direito a haver do vencido honorários advocatícios. Art. 23. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem pelas despesas e honorários em proporção. Art. 24. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas entre os interessados. Art. 25. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas proporcionalmente aos seus quinhões. Art. 29. As despesas dos atos, que forem adiados ou tiverem de repetir-se, ficarão a cargo da parte, do serventuário, do órgão do Ministério Público ou do juiz que, sem justo motivo, houver dado causa ao adiamento ou à repetição. Art. 30. Quem receber custas indevidas ou excessivas é obrigado a restituí-las, incorrendo em multa equivalente ao dobro de seu valor. Art. 31. As despesas dos atos manifestamente protelatórios, impertinentes ou supérfluos serão pagas pela parte que os tiver promovido ou praticado, quando impugnados pela outra. Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes ou determinado de ofício pelo juiz. Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente a essa remuneração. O numerário, recolhido em depósito bancário à ordem do juízo e com correção monetária, será entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a sua liberação parcial, quando necessária. Art. 34. Aplicam-se à reconvenção, à oposição, à ação declaratória incidental e aos procedimentos de jurisdição voluntária, no que couber, as disposições constantes desta seção. Art. 36. A parte será representada em juízo por advogado legalmente habilitado. Ser-lhe-á lícito, no entanto, postular em causa própria, quando tiver habilitação legal ou, não a tendo, no caso de falta de advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que houver. Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15 (quinze), por despacho do juiz. Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por inexistentes, respondendo o advogado por despesas e perdas e danos. Art. 38. A procuração geral para o foro, conferida por instrumento público, ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, salvo para receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar compromisso. Parágrafo único. A procuração pode ser assinada digitalmente com base em certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma da lei específica Art. 39. Compete ao advogado, ou à parte quando postular em causa própria: I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço em que receberá intimação; II - comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de endereço. Parágrafo único. Se o advogado não cumprir o disposto no no I deste artigo, o juiz, antes de determinar a citação do réu, mandará que se supra a omissão no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de indeferimento da petição; se infringir o previsto no no II, reputar-se- ão válidas as intimações enviadas, em carta registrada, para o endereço constante dos autos. Art. 41. Só é permitida, no curso do processo, a substituição voluntária das partes nos casos expressos em lei. Art. 42. A alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos, não altera a legitimidade das partes. § 1o O adquirente ou o cessionário não poderá ingressar em juízo, substituindo o alienante, ou o cedente, sem que o consinta a parte contrária. § 2o O adquirente ou o cessionário poderá, no entanto, intervir no processo, assistindo o alienante ou o cedente. § 3o A sentença, proferida entre as partes originárias, estende os seus efeitos ao adquirente ou ao cessionário. 6- Arts. 44 e 45, CPC LITISCONSÓRCIO 1- Litisconsórcio Reunião de duas ou mais pessoas assumindo, simultaneamente, a posição de autor e/ou réu.: uma das partes do processo se compõe de várias pessoas, os litisconsortes. Pluralidade das partes. Princípio da economia processual 2- Classificação A) Quanto ao momento de formação a) Inicial: diz-se litisconsórcio inicial o que já nasce com a propositura da ação, quando vários são os autores que a intentam, ou quando vários são os réus convocados pela citação inicial. b) Posterior/ulterior: é o litisconsórcio que surge no curso do processo em razão de um fato ulterior à propositura da ação, em que a coisa litigiosa é transferida a várias pessoas que vêm a assumir a posição da parte primitiva. É também litisconsórcio posterior/ulterior/incidental o que decorre de ordem do juiz na fase de saneamento, para que sejam citados os litisconsortes necessários não arrolados pelo autor na inicial. E, ainda, o que surge quando, na denunciação da lide, o terceiro denunciado comparece em juízo e se integra na relação processual ao lado do denunciante. B) Quanto à posição de litisconsorte: conforme se estabelece entre vários autores ou entre diversos réus. a) Ativo: vários autores b) Passivo: diversos réus c) Misto: vários autores e diversos réus C) Quanto à obrigatoriedade de sua formação: quanto às consequências do litisconsórcio sobre o processo, há a possibilidade de classificação sob dois ângulos diferentes, conforme possam ou não as partes dispensar ou recusar a formação da relação processual. a) Facultativo: abaixo b) Necessário: abaixo D) Quanto aos efeitos da sentença: do ponto de vista da uniformidade. a) Simples: que se dá quando a decisão, embora proferida no mesmo processo, pode ser diferente para Ca umdos litisconsortes. b) Unitário/uniforme: que ocorre quando a decisão da causa deva ser uniforme em relação a todos os litisconsortes. 3- Espécies A) Facultativo, art. 46, CPC: o que se estabelece por vontade das partes, se subdivide em: a) Irrecusável: requerido pelos autores, não pode ser recusado pelos réus. b) Recusável: admite rejeição dos demandados. B) Necessário, art. 47, CPC: o que não pode ser dispensado, mesmo com o acordo geral dos litigantes. ASSISTÊNCIA E OPOSIÇÃO 1- Assistência: quando alguém ingressa, como parte ou coadjuvante da parte, em processo pendente entre outras partes. É sempre voluntário. Também chamado de intervenção de terceiro. Só pode ocorrer naquelas hipóteses especialmente previstas pela lei processual. Art. 40. O advogado tem direito de: I - examinar, em cartório de justiça e secretaria de tribunal, autos de qualquer processo, salvo o disposto no art. 155; II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo pelo prazo de 5 (cinco) dias; III - retirar os autos do cartório ou secretaria, pelo prazo legal, sempre que Ihe competir falar neles por determinação do juiz, nos casos previstos em lei. § 1º Ao receber os autos, o advogado assinará carga no livro competente. § 2º Sendo comum às partes o prazo, só em conjunto ou mediante prévio ajuste por petição nos autos, poderão os seus procuradores retirar os autos, ressalvada a obtenção de cópias para a qual cada procurador poderá retirá-los pelo prazo de 1 (uma) hora independentemente de ajuste. Art. 43. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a substituição pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 265. Art. 44. A parte, que revogar o mandato outorgado ao seu advogado, no mesmo ato constituirá outro que assuma o patrocínio da causa. Art. 45. O advogado poderá, a qualquer tempo, renunciar ao mandato, provando que cientificou o mandante a fim de que este nomeie substituto. Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para Ihe evitar prejuízo. Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; II - os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito; III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir; IV - ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito. Parágrafo único. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que recomeça da intimação da decisão, Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo. Parágrafo único. O juiz ordenará ao autor que promova a citação de todos os litisconsortes necessários, dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo. Instituto pelo qual um terceiro (assistente) ingressa na ação para auxiliar uma das partes. CPC, arts. 50-55. 2- Oposição: alçai de terceiro para excluir tanto o autor como o réu, o terceiro visa com essa intervenção defender o que é seu e está sendo disputado em juízo por outrem. É medida de livre iniciativa do terceiro. A oposição pode ser total ou parcial. Por outro lado é uma verdadeira e nova ação, com pretensão e partes diferentes di que inicialmente se ajuizou entre os opostos. Artigos 56 – 61, CPC. É um tipo de modalidade de intervenção de terceiros, também. Ex: A e B estão disputando a titularidade de um bem (de caráter espontâneo chega e fala que o bem é dele). É um pouco difícil de acontecer, art. 57 – é uma ação incidental, que terá os requisitos de uma ação normal. Art. 58 – se um dos opostos sair da ação a mesma seguirá contra o outro opoente. Existem duas modalidades de oposição: do art. 59 – ocorrer antes da audiência – ocorrerá simultaneamente. E art. 60 – ocorrer após a audiência – procedimento ordinário. Forma de intervenção espontânea de terceiros em demanda alheia com o objetivo de haver para si o bem jurídico disputado. Autor = opoente: quer excluir da relação jurídica as partes. Ninguém o provoca. Réu = opostos INTERVENÇÃO DE TERCEIRO 1- Nomeação à autoria – arts. 62 a 69, CPC Consiste em pedido formulado pelo réu que se declara parte ilegítima, para ser substituído no polo passivo pelo verdadeiro legitimado.: consiste a nomeação à autoria no incidente pelo qual o mero detentor, quando demandando, indica aquele que é o proprietário ou o possuidor de coisa litigiosa, visando transferir-lhe a posição de réu. No código não é uma faculdade, mas sim um dever do mandado, de cuja inobservância resulta a responsabilidade por perdas e danos. 2- Cabe ao autor: o demandado deve fazer a nomeação no prazo de defesa. Em nenhum caso o autor está obrigado a acolher a nomeação feita pelo réu. A) Aceitação: art. 66 ab initio B) Recusar a nomeação: art. 66 in fine C) Abster-se de manifestar: caso em que se presume a aceitação. Art. 68, I. 3- Denunciação da lide. Arts. 70 a 76, CPC Forma pelo qual o autor ou réu chamam a juízo a terceira pessoa, que garante ao seu direito o fim de resguarda-lo no caso de ser vencido na demanda em que se encontra: é medida obrigatória, que leva a uma sentença sobre responsabilidade do terceiro em face do denunciante, de par com a solução normal do litígio de início deduzido em juízo, entre autor e réu. Consiste em chamar o terceiro (denunciado), que mantém um vínculo direito com a parte (denunciante), para vir responder pela garantia do negócio jurídico, caso o denunciante saia vendido no processo. 4- Chamamento ao processo. CPC, arts. 77 ao 80. Forma pelo qual o devedor demandado chama aqueles que devem tanto quanto ele, para responderem conjuntamente a ação.: é o incidente pelo qual o devedor demandado chama para integrar o mesmo processo os coobrigados pela dívida, de movo a fazê-los também responsáveis pelo resultado do feito. A finalidade do instituto é, portanto, “favorecer o devedor que está sendo acionado, porque amplia a demanda, para permitir a condenação também dos demais devedores, além de lhe fornecer, no mesmo processo, título executivo judicial para cobrar Art. 50. Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que tiver interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas, poderá intervir no processo para assisti-la. Parágrafo único. A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em todos os graus da jurisdição; mas o assistente recebe o processo no estado em que se encontra. Art. 51. Não havendo impugnação dentro de 5 (cinco) dias, o pedido do assistente será deferido. Se qualquer das partes alegar, no entanto, que falece ao assistente interesse jurídico para intervir a bem do assistido, o juiz: I - determinará, sem suspensão do processo, o desentranhamento da petição e da impugnação, a fim de serem autuadas em apenso; II - autorizará a produção de provas; III - decidirá, dentro de 5 (cinco) dias, o incidente. Art. 52. O assistente atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Parágrafo único. Sendo revel o assistido, o assistente será considerado seu gestor de negócios. Art. 53. A assistência não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desistada ação ou transija sobre direitos controvertidos; casos em que, terminando o processo, cessa a intervenção do assistente. Art. 54. Considera- se litisconsorte da parte principal o assistente, toda vez que a sentença houver de influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. Parágrafo único. Aplica-se ao assistente litisconsorcial, quanto ao pedido de intervenção, sua impugnação e julgamento do incidente, o disposto no art. 51. Art. 55. Transitada em julgado a sentença, na causa em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do assistido, fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; II - desconhecia a existência de alegações ou de provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. Art. 56. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. Art. 57. O opoente deduzirá o seu pedido, observando os requisitos exigidos para a propositura da ação (arts. 282 e 283). Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, na pessoa dos seus respectivos advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias. Art. 58. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o opoente. Art. 59. A oposição, oferecida antes da audiência, será apensada aos autos principais e correrá simultaneamente com a ação, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. Art. 60. Oferecida depois de iniciada a audiência, seguirá a oposição o procedimento ordinário, sendo julgada sem prejuízo da causa principal. Poderá o juiz, todavia, sobrestar no andamento do processo, por prazo nunca superior a 90 (noventa) dias, a fim de julgá-la conjuntamente com a oposição. Art. 61. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação e a oposição, desta conhecerá em primeiro lugar. Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor. Art. 63. Aplica-se também o disposto no artigo antecedente à ação de indenização, intentada pelo proprietário ou pelo titular de um direito sobre a coisa, toda vez que o responsável pelos prejuízos alegar que praticou o ato por ordem, ou em cumprimento de instruções de terceiro. Art. 64. Em ambos os casos, o réu requererá a nomeação no prazo para a defesa; o juiz, ao deferir o pedido, suspenderá o processo e mandará ouvir o autor no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 65. Aceitando o nomeado, ao autor incumbirá promover-lhe a citação; recusando-o, ficará sem efeito a nomeação. Art. 66. Se o nomeado reconhecer a qualidade que Ihe é atribuída, contra ele correrá o processo; se a negar, o processo continuará contra o nomeante. Art. 67. Quando o autor recusar o nomeado, ou quando este negar a qualidade que Ihe é atribuída, assinar-se-á ao nomeante novo prazo para contestar. Art. 68. Presume-se aceita a nomeação se: I - o autor nada requereu, no prazo em que, a seu respeito, Ihe competia manifestar-se; II - o nomeado não comparecer, ou, comparecendo, nada alegar. Art. 69. Responderá por perdas e danos aquele a quem incumbia a nomeação: I - deixando de nomear à autoria, quando Ihe competir; II - nomeando pessoa diversa daquela em cujo nome detém a coisa demandada. deles aquilo que paga”. É uma faculdade e não uma obrigação do devedor demandado. Só o réu pode promover o chamamento ao processo. MINISTÉRIO PÚBLICO E COMPETÊNCIA: a competência é justamente o critério de distribuir entre os vários órgãos judiciários as atribuições relativas ao desempenho da jurisdição. Houve época em que se confundiam os conceitos de jurisdição e competência. Em nossos dias, porém, isto não mais ocorre entre os processualistas, que ensinam de maneira muito clara que a competência é apenas a medida da jurisdição, isto é, a determinação da esfera de atribuições dos órgãos encarregados da função jurisdicional. Se todos os juízes têm jurisdição, nem todos, porém, se apresentam com competência para conhecer e julgar determinado litígio. 1- MP como parte. Art. 81, CPC: sua posição jurídica é a de substituto processual (art. 60) em razão da própria natureza e fins da instituição do MP ou em decorrência da vontade da lei. Age em nome próprio, embora defendendo interesse alheio. Como parte, o MP, quase sempre, tem legitimidade apenas ativa, isto é, só pode propor ações, visto que nunca pode ser demandado como sujeito passivo ou réu. Pode, no entanto, eventualmente assumir a defesa de terceiros, como na interdição e na curatela especial de réus citados por edital ou com hora certa. Outorgado o direito de ação ao MP, atribui-lhe o CPC os mesmos poderes e ônus que tocam às partes. 2- MP como fiscal da lei, “custos legis”. Art. 82, CPC: não tem compromisso nem com a parte ativa nem com a passiva da relação processual, e só defende a prevalência da ordem jurídica e do bem comum. A distribuição do MP como parte ou fiscal da lei é meramente nominal, pois, na prática, os poderes que lhe são atribuídos, na última hipótese, são todos tão vastos como os dos próprios litigantes. 3- Poderes. Art. 83, CPC: poderes do MP quando age como fiscal da lei, segundo, literalmente, o artigo. 4- Intervenção obrigatória. Art. 84, CPC: sempre que a parte for civilmente incapaz, embora regularmente representada ou assistida, haverá necessidade de intervenção do MP no processo, sob pena de nulidade. 5- Responsabilidade pessoal do MP. Art. 85, CPC 6- Competência interna: divide a função jurisdicional entre os vários órgãos da Justiça Nacional, levando em conta alguns pontos fundamentais de nossa estrutura judiciária. A) Absoluta: é a competência insuscetível de sofrer modificação, seja pela vontade das partes, seja pelos motivos legais da prorrogação (conexão ou continência de causas). Também chamada de competência real ou de atribuições. Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória: I - ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção Ihe resulta; II - ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de obrigação ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada; III - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda. Art. 71. A citação do denunciado será requerida, juntamente com a do réu, se o denunciante for o autor; e, no prazo para contestar, se o denunciante for o réu. Art. 72. Ordenada a citação, ficará suspenso o processo. § 1º - A citação do alienante, do proprietário, do possuidor indireto ou do responsável pela indenização far-se-á: a) quando residir na mesma comarca, dentro de 10 (dez) dias; b) quando residir em outra comarca, ou em lugar incerto, dentro de 30 (trinta) dias. § 2º Não se procedendo à citação no prazo marcado, a ação prosseguirá unicamente em relação ao denunciante. Art. 73. Para os fins do disposto no art. 70, o denunciado, por sua vez, intimará do litígio o alienante, o proprietário, o possuidor indireto ou o responsável pela indenização e, assim, sucessivamente, observando-se, quanto aos prazos, o disposto no artigo antecedente. Art. 74. Feitaa denunciação pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumirá a posição de litisconsorte do denunciante e poderá aditar a petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu. Art. 75. Feita a denunciação pelo réu: I - se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguirá entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o denunciado; II - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que Ihe foi atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até final; III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa. Art. 76. A sentença, que julgar procedente a ação, declarará, conforme o caso, o direito do evicto, ou a responsabilidade por perdas e danos, valendo como título executivo. Art. 77. É admissível o chamamento ao processo: I - do devedor, na ação em que o fiador for réu; II - dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles; parcial ou totalmente, a dívida comum. Art. 78. Para que o juiz declare, na mesma sentença, as responsabilidades dos obrigados, a que se refere o artigo antecedente, o réu requererá, no prazo para contestar, a citação do chamado. Art. 79. O juiz suspenderá o processo, mandando observar, quanto à citação e aos prazos, o disposto nos arts. 72 e 74. Art. 80. A sentença, que julgar procedente a ação, condenando os devedores, valerá como título executivo, em favor do que satisfizer a dívida, para exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou de cada um dos co-devedores a sua quota, na proporção que Ihes tocar. Art. 81. O Ministério Público exercerá o direito de ação nos casos previstos em lei, cabendo-lhe, no processo, os mesmos poderes e ônus que às partes. Art. 82. Compete ao Ministério Público intervir: I - nas causas em que há interesses de incapazes; II - nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de última vontade; III - nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte. Art. 83. Intervindo como fiscal da lei, o Ministério Público: I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo; II - poderá juntar documentos e certidões, produzir prova em audiência e requerer medidas ou diligências necessárias ao descobrimento da verdade. Art. 84. Quando a lei considerar obrigatória a intervenção do Ministério Público, a parte promover-lhe- á a intimação sob pena de nulidade do processo. Art. 85. O órgão do Ministério Público será civilmente responsável quando, no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude. a) Matéria: art. 91, CPC. Em nosso sistema judiciário, a matéria em litígio (isto é, a natureza do direito material controvertido) pode servir, inicialmente, para determinar a competência civil na esfera constitucional, atribuindo à causa ou à justiça federal ou à justiça local.dentro do foto, é ainda possível a subdivisão do mesmo entre varas especializadas (por exemplo: varas de família, de falência, de acidentes de trânsito, etc.). b) Função: art. 93, CPC. Refere-se a competência funcional à repartição das atividades jurisdicionais entre os diversos órgãos que devem atuar dentro de um mesmo processo. Uma vez estabelecido a juízo competente para processamento e julgamento de uma determinada causa, surge o problema de fixar quais serão os órgãos jurisdicionais que haverão de funcionas nas diversas fases do respectivo procedimento, visto que, nem sempre um só órgão terá condições de esgotar a prestação jurisdicional. B) Relativa:ao contrário da absoluta, é a competência passível de modificação por vontade das partes ou por prorrogação oriunda de conexão ou continência de causas. São as competências que decorrem do: a) Valor: art. 91, CPC. Com base no valor dado à causa podem, as normas de Organização Judiciária, atribuí-la à competência de um ou outro órgão judicante. Isto, porém, é matéria pertinente à organização local da justiça, e que, por isso mesmo, não vem regulado do CPC. As causas atribuídas à competência dos juizados especiais, segundo a lei 9099/95, sujeitam-se, dentro outros, ao critério do valor de até 40 salários mínimos. b) Território: arts. 94 – 100, CPC. Denomina-se competência territorial a que é atribuída aos diversos órgãos jurisdicionais levando em conta a divisão do território nacional em circunscrições judiciárias. Também é chamada de competência de foro. 7- Competência internacional: os artigos 88 e 89 traçam objetivamente, no espaço, os limites da jurisdição dos tribunais brasileiros diante da jurisdição dos órgãos judiciários de outras nações. Essa delimitação decorre do entendimento de que só deve haver jurisdição até onde o Estado efetivamente consiga executar soberanamente suas sentenças. Não interessa a nenhuma Estado avançar indefinidamente sua área de jurisdição sem que possa tornar efetivo o julgamento de seus tribunais. Limita-se, assim, especialmente a jurisdição pelo princípio da efetividade. Há duas espécies de competência internacional da justiça brasileira, em face dos tribunais estrangeiros: A) Concorrente. Art. 88, CPC: também chamada de cumulativa. Esse artigo enumera casso em que a ação tanto pode ser ajuizada aqui como em outros países. B) Exclusiva. Art. 89, CPC: já este artigo, os casos se submetem com absoluta exclusividade, à competência da Justiça Nacional, isto é, se alguma ação sobre eles vier a ser ajuizada e julgada no exterior nenhum efeito produzirá em nosso território, o que não ocorre nas hipóteses de competência concorrente. COMPETÊNCIA 1- Modificações da competência. Art. 102, CPC: absoluta é insuscetível de modificação tanto pela vontade das partes, quanto por motivos legais de prorrogação. A relativa é passível de modificação pela vontade das partes ou por conexão ou continência de causas. A) Conexão. Art. 103, CPC: motivo legal de prorrogação. É a forma mais comum de modificação ou prorrogação legal de competência relativa. O que caracteriza a conexão entre várias causas é a identidade parcial dos elementos da lide deduzida nos diversos processos. Pode verificar-se perante feitos ajuizados até entre partes diferentes. Art. 91. Regem a competência em razão do valor e da matéria as normas de organização judiciária, ressalvados os casos expressos neste Código. Art. 93. Regem a competência dos tribunais as normas da Constituição da República e de organização judiciária. A competência funcional dos juízes de primeiro grau é disciplinada neste Código. Art. 93. Regem a competência dos tribunais as normas da Constituição da República e de organização judiciária. A competência funcional dos juízes de primeiro grau é disciplinada neste Código. Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. § 1 o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. § 2 o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado onde for encontrado ou no foro do domicílio do autor. § 3o Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será proposta no foro do domicílio do autor. Se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. § 4o Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando:I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no n o I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal. Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional. Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes. Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir. B) Continência. Art. 104, CPC: motivo legal de prorrogação. É a forma mais comum de modificação ou prorrogação legal de competência relativa. É, portanto, maior do que a conexão, dado que uma das causas se contém por inteiro dentro da outra, e não apenas no tocante a alguns elementos da lide, como se passa entre as ações conexas. Envolve, a continência, todos os três elementos da lide: sujeitos, objeto e causa. Essa identidade de elementos faz a continência aproximar-se da figura da litispendência, mas não são iguais, já que a continência maior o pedido é parcialmente igual ao da menor, enquanto na litispendência há a igualdade nas duas causas. Só pode se dar entre os mesmos litigantes. C) Foro de eleição: acordo das partes. 2- Prevenção. Art. 106, CPC: só pode haver prorrogação por conexão ou continência, nos termos deste artigo, quando se tratar de competência em razão do valor e do território (competências relativas). A conexão e a continência não são critérios de determinação, mas de modificação da competência, que, em concreto, tocaria a outro órgão que não aquele que se tornou provento. O juízo que primeiro conheceu de uma das causas conexas, tem, por isso, ampliada, por prevenção, sua competência para todas as ações interligadas que se lhe seguirem. Prevenção, em tal hipótese, vem a ser a prefixação de competência, para todo o conjunto das diversas causas, do juiz que primeiro tomou conhecimento de uma das lides coligadas por conexão ou continência. 3- Competência concorrente. Art. 107, CPC: entre os juízos das diversas varas de uma mesma comarca ou seção judiciária, não importa o momento em que se deu a citação do réu; com a simples distribuição estará ajuizada a ação e com o despacho da inicial, estará preventa a sua competência para as ações conexas ou continentes. Se, porém, os juízes concorrentes forem de diversas competências territoriais, isto é, juízes de comarcas diferentes, a regra a observar é do ad. 219, que determina, como efeito obrigatório da citação válida, tornar prevendo o juízo que a promoveu. Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar. Art. 107. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado ou comarca, determinar-se-á o foro pela prevenção, estendendo-se a competência sobre a totalidade do imóvel.
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