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PROCESSO CIVIL 2 - 1º BIMESTRE - PROF. TATI DENCZUK

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PROCESSO CIVIL 2 
Competência 
 Noções Gerais 
- Inicialmente destaca-se a diferença entre os termos jurisdição e competência. O primeiro refere-se ao 
poder estatal que tem o objetivo de solucionar conflitos e interesses, enquanto o segundo diz respeito ao 
conjunto de limites dentro dos quais cada órgão judiciário pode exercer legitimamente a função 
jurisdicional. 
- As competências estão distribuídas da seguinte maneira: 
 
- Nessa organização destacam-se 2 grupos: 
A) Justiça Especial – englobando a justiça eleitoral, militar e do trabalho 
B) Justiça Comum – dividida em justiça federal e estadual 
- O art. 109, CF expõe quais competências são destinadas à justiça federal. Matérias não citadas no 
dispositivo são, por exclusão, tratadas pela justiça estadual 
- Outra divisão se da entre 1º e 2º instância, correspondendo, respectivamente, à função de 
reconhecimento processual originário e revisional/ recursal 
 Limites da Jurisdição Nacional e Estrangeira 
- Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica 
estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
 
- Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou 
obtenção de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
 Os artigos 21 e 22, CPC apresentam causas que possuem jurisdição concorrente, ou seja, podem ser 
julgadas em território nacional e internacional. 
As decisões de julgamentos realizados no exterior precisam ser homologadas pelo STJ 
- Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
EXCLUSIVAMENTE BRASILEIRA 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao 
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens 
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do 
território nacional. 
 - Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a 
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as 
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de 
sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
 Divisão da Competência 
- Sendo a jurisdição nacional hábil para o caso concreto, é necessário que se verifique qual o órgão que 
possui competência para julgar a causa 
- O território é um dos requisitos que devem ser verificados. Esse está disposto a partir do art. 46 a 53 do 
CPC 
 Critérios de fixação de Competência 
- A fixação da competência se da através da observação simultânea dos seguintes critérios: 
A) Objetivo: fixa a competência em razão do valor da causa, matéria (ex.: direito de família) e partes 
envolvidas (ex.: entes públicos e privados) 
B) Funcional: leva em conta as funções desempenhadas por cada órgão – ex.: 1º instância: 
reconhecimento originário da causa/ 2º instância: revisão ou interposição de recurso 
C) Territorial: Os órgãos jurisdicionais exercem jurisdição nos limites das suas circunscrições territoriais. A 
competência territorial é a regra que determina em que território a causa deve ser processada. 
 Regimes/Classificações de Competência 
A) Regime de Competência Absoluta: 
- Estabelecido em atenção à melhor administração da justiça 
- Os critérios objetivo e funcional são de competência absoluta 
- Matéria de ordem pública 
- Engloba regras cogentes, ou seja, que não admitem alterações ou prorrogações pelas partes, como 
prevê o art. 62, CPC 
B) Regime de Competência Relativa: 
- Estabelecido em atenção aos interesses das partes 
- Matéria de ordem privada 
- Admite modificações e prorrogações, como prevê o art. 63, CPC 
- O critério territorial, via de regra, é de competência relativa – a exceção está prevista no art. 47, §2º, 
CPC 
 Normas Fundamentais 
1) Direito ao Juiz Natural: 
- Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, 
ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. 
- Pela regra do direito ao Juiz Natural, se exige que a determinação da competência se de por critérios 
abstratos e previamente estabelecidos no ordenamento jurídico, não se admitindo juízo de exceção 
2) Perpetuação da Competência: 
- Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo 
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando 
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
3) Competência sobre a Competência: 
- De acordo com a regra, todo juízo tem competência para julgar a sua própria competência. O juiz é, 
sempre, o juiz da sua competência. Assim, todo órgão jurisdicional tem sempre uma competência mínima: 
a competência para o controle da própria competência. Por mais incompetente que seja o órgão 
jurisdicional, ele sempre terá competência para decidir se é ou não competente 
- Mesmo que o órgão seja qualificado, o juiz poderá apreciar o caso para declarar-se competente ou não 
 Declaração de Incompetência – Art. 64 e 65, CPC 
- Como reconhecer que o juiz apreciador da causa não é competente? 
- Antes do reconhecimento é necessário realizar uma diferenciação entre incompetência absoluta¹ e 
relativa² 
¹. A incompetência absoluta pode ser alegada a qualquer tempo, por qualquer das partes, podendo ser 
reconhecida de ofício pelo órgão julgador (art. 64, § 1°, CPC). Pode, inclusive, ser alegada como preliminar 
de contestação pelo réu (art. 64, caput, CPC) 
². A incompetência relativa somente pode ser arguida pelo réu, na contestação, sob pena de preclusão e 
prorrogação da competência do juízo, não podendo o magistrado reconhecê-la de ofício (enunciado n. 33 
da súmula da jurisprudência do STJ). O Ministério Público pode alegar incompetência nas causas em que 
atuar 
- No caso de declaração de incompetência, seja absoluta ou relativa, JAMAIS ocorrerá a extinção do 
processo. A incompetência gera a remessa dos autos ao juízo competente. (art. 64, § 3º, CPC) 
 Conflito de Competência – Art. 66, CPC 
- Existe quando dois ou mais juízes declaram-se competentes ou incompetentes e na existência de dúvidas 
em relação ao local onde os processos devem ser reunidos 
- Nesses casos, o juiz, as partes ou o Ministério Público podem suscitar o conflito. A resolução dessa 
situação é realizada pelo presidente do tribunal competente 
 Modificação da Competência 
- Só há modificação da competência relativa 
- A modificação da competência pode ser realizada pelas partes ou pela lei, em determinados casos. Além 
disso, as alterações podem ocorrer de forma voluntária ou convencional 
A) Modificação Voluntária (Tácita) 
- O autor da ação a propõe em local diferente do previsto em lei e o réu não realiza contestação, 
prorrogandoa incompetência 
B) Modificação Convencional (Expressa) 
- Anteriormente a propositura da ação as partes convencionam, em contrato, um foro/ local competente 
para a resolução de litígios 
- Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde 
será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 
- Cláusula de eleição de foro: possui validade se documentada por escrito e aludir um negócio jurídico 
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo 
juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena 
de preclusão 
C) Modificação Legal 
- A própria lei prevê a alteração de competência em função de possíveis circunstâncias. São elas: conexão e 
continência 
- Nessas circunstâncias, a ação já está tramitando em determinado órgão jurisdicional e este, por força de 
conexão ou continência, PODE abrir mão da competência em favor de outro de juízo 
1)Conexão – Art. 55, CPC: 
- Refere-se à 2 ou mais ações conexas, ou seja, que possuem SEMELHANÇAS de causa 
- Devido à semelhança de causa, pode haver o risco das ações serem julgadas de maneiras diferentes, 
gerando decisões conflituosas. Para evitarem-se discordâncias, esses pedidos podem ser reunidos para 
obterem deliberações simultâneas 
+ Os pedidos NÃO se tornarão uma única ação. São apenas analisados simultaneamente, podendo obter 
decisões diferentes! 
- Caso já tenha sido proferida a decisão de um dos processos, eles não poderão ser reunidos – Súmula 235, 
STJ 
- Há casos em que, apesar de existir conexão, não é necessário reunir as ações, por essas se encontrarem 
em fases processuais distintas 
- Para haver conexão, as ações devem apresentar competência absoluta – Caso uma ação esteja 
tramitando na Justiça Estadual e outra na Federal, essas não poderão ser reunida 
- Para saber qual juízo irá receber a conexão, deve ser utilizado da prevenção. A partir desse, o juiz que 
primeiro recebeu a ação se tornará prevento 
- Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas 
simultaneamente. 
- Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
2) Continência: 
- Existe quando entre 2 ou mais ações houver IDENTIDADE¹ de partes e causas de pedir, mas um dos 
pedidos ser mais abrangente que o outro – um contém o outro 
¹. As mesmas partes e causas de pedir 
 
 Pedido Contingente 
 Pedido Contido 
- Havendo continência, só ocorrerá a reunião dos processos no juízo prevento se a última ação a ser 
proposta tenha sido a contingente – Art. 57, CPC 
+ Caso a ação contingente tenha sido proposta anteriormente, a outra – contida – será extinta 
- A outra parte tem o dever de avisar a existência de outra ação ao ser citado! 
 
Sujeitos do Processo 
 Revisão 
- O processo é tido como uma grande cooperativa de trabalho – Art. 6º, CPC 
> Juiz: 
- Casos de imparcialidade previstos na lei – Impedimento (art. 144) e Suspeição (art. 145) 
> Ministério Público: 
- Pode ser parte da ação ou fiscal da lei (art. 178) 
> Auxiliares de Justiça: 
- Atuam ao lado do juiz 
- Principais: Escrivão/ Chefe de Secretaria e Oficial de Justiça 
> Partes: 
- Autor e réu 
- Litisconsórcio: modalidade de pluralidade de partes com interesse comum 
 Capacidade Processual e sua Regularização 
- Para que as partes possam participar do processo, é preciso que tenham capacidade processual 
- A capacidade processual abrange outras 3 capacidade (postulatória, de estar em juízo e ser parte) 
+ A ausência de uma dessas abrangências implica na inexistência da capacidade processual 
+ A capacidade é um pressuposto processual subjetivo, já que se refere aos sujeitos 
A) Capacidade de ser parte: 
- No direito material, todo aquele que possuir capacidade de contrair direitos e obrigações, é dotado de 
capacidade de direito 
- Decorrente da personalidade, essa aptidão se reflete no processo naquilo que se denomina capacidade 
de ser parte – Art. 4º, CC 
+ A personalidade é um atributo da pessoa natural e jurídica, mas existem entes desprovidos dessa, como 
a massa falida, condomínio, sociedades e outros que são assistidos pela lei e possuem capacidade para 
serem partes. Sendo assim, nem todos que possuem capacidade de ser parte, possuem capacidade de 
direito 
B) Capacidade para estar em juízo: 
- Aptidão da pessoa para atuar pessoalmente na defesa de seus direitos e obrigações 
- Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. 
- Em regra, a capacidade para estar em juízo é vinculada à capacidade de ser parte, mas há exceções – Ex.: 
menores não podem propor ações, é necessário um representante – Art. 71, CPC 
C) Capacidade postulatória: 
- Capacidade de requer e postular em juízo, atribuída ao advogado, defensores públicos e membros do MP 
+ Não havendo habilitação técnica, a parte deve constituir um advogado 
- A representação é o meio através do qual se integra a capacidade processual de quem não a tem 
- O Código estabelece, também, a representação de alguns entes – Art. 71-75, CPC 
- Havendo irregularidade na representação, será tentado sanar o problema para que o processo não seja 
extinto 
- O processo será suspenso até que se regularize a representação (ou outra irregularidade) 
+ Na permanência de irregularidade na representação > art. 76, CPC 
 Curador Especial 
- Figura desempenhada por um defensor público nas seguintes situações: 
> Incapazes sem representante¹ ou cujos interesses colidem com os de seu representante 
¹. Até que seja definido um representante legal 
> Réu revel preso ou citado de forma presumida 
+ Revelia: ausência de contestação por parte do réu 
 Pessoas Casadas 
- Pessoas casadas com regime de comunhão de bens ou que vivem uma união estável, possuem restrições 
na capacidade civil quando forem autoras e a causa dizer respeito à direito real imobiliário 
- Para reintegrar sua capacidade é necessário apresentar consentimento do cônjuge ou do companheiro – 
Art. 73, CPC 
+ O consentimento também é chamado de outorga uxória (para mulheres) ou marital (para homens) 
- O consentimento pode ser suprido judicialmente, quando for impossível a sua concessão ou o cônjuge se 
negar a conceder sem justo motivo – Art. 74, CPC 
- O cônjuge/ companheiro do réu será citado juntamente na ação nos casos de: 
> Direito Real imobiliário 
> Fato/ fato de ambos 
> Dívida familiar 
> Ônus sobre imóvel de um ou de ambos 
- EXCEÇÃO: nos casos de ação possessória, a regra é que não basta estar casado para ser citado, o 
companheiro deve ter participado da ação – Art. 74, §2º 
 Substituição Processual 
- Também chamada de legitimação extraordinária, decorre de lei expressa ou do sistema jurídico, em que 
admite-se que alguém vá a juízo, em nome próprio, para defender interesses alheios. Assim, substituto 
processual é aquele que atua como parte, postulando e defendendo direito de outrem 
EXEMPLO: Ação do DACP em face da Ânima representando os estudantes 
- A Substituição se diferencia da Sucessão de partes 
 Sucessão Processual 
- A Sucessão ocorre quando, permitido em lei, um sujeito se retira do processo e outro ocupa a sua posição 
- O Art. 109, CPC expressa que a alienação do direito litigioso não altera a legitimidade das partes. No 
entanto, é necessário consentimento da parte contrária do processo, como prevê o §1º do mesmo artigo 
 Litisconsórcio 
- A possibilidade de existir mais de um autor e/ou réu no processo é chamada de litisconsórcio 
- Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, 
quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; 
II - entreas causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de 
conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do 
litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença 
+ Situação típica de situações que envolvem um número auto de autores com o mesmo pedido – casos de 
LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO 
- O litisconsórcio pode ser classificado da seguinte forma: 
1) Quanto ao polo da ação: 
 Ativo: vários autores 
 Passivo: vários réus 
2) Quanto ao tempo de formação: 
 Inicial: o litisconsórcio existe desde a propositura da ação 
 Ulterior/ Incidental: o litisconsórcio surge após a formação da relação jurídica, devido algum fato 
posterior à propositura da ação – como nos casos em que terceiros ingressam no processo 
- Não poderá haver o ingresso de terceiros no polo ativo do litisconsórcio, pois essa ação fere o princípio 
do juiz natural – a parte não pode determinar qual magistrado irá tutelar sua causa. Fazendo parte do 
processo posteriormente a propositura da ação, permite que o terceiro saiba que juiz julgará o mérito 
3) Quanto a obrigatoriedade: 
 Necessário: estabelecido pela lei ou pela natureza da relação jurídica 
 Facultativo: estabelecido pela vontade do autor 
4) Quanto ao alcance de seus efeito: 
 Simples: a natureza da causa permite que o juiz profira diferentes para cada polo da ação 
 Unitária: decisão uniforme para ambas as partes 
- Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, 
exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas 
os poderão beneficiar – Art. 117 
- Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo – possuem autonomia –, e todos 
devem ser intimados dos respectivos atos – Art. 118 
- Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de 
todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo – Art. 
115, p. u. 
- Caso não seja verificada a necessidade de citra um terceiro e o processo tenha sido julgado, a decisão 
será tida como nula¹ ou ineficaz² - Art. 115 
¹. Quando os efeitos do litisconsórcio forem unitários 
². Quando os efeitos forem simples 
 Advogado 
- Para o advogado a comprovação da capacidade processual se da com a juntada da procuração 
- Procuração: instrumento através do qual o sujeito outorga poderes para outra praticar em seu nome 
- Através da procuração o advogado pode praticar atos do processo/ constantes da cláusula geral para o 
foro – cláusula ad judicia – Art. 105 
- Algumas cláusulas dispõem poderes específicos, apontados no art. 105 
- Via de regra o advogado não pode atuar sem procuração, salvo em situações de emergência ou para 
evitar a prescrição, preclusão ou decadência – Art. 104 
+ Nesses casos há o prazo de 15 dias (prorrogável por outros 15) para juntar a procuração, sem 
necessidade de prestar garantias. Passado o prazo o ato é considerado ineficaz 
- O sujeito pode revogar os poderes outorgados ao advogado, assim como o advogado pode renunciar seus 
poderes 
- A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma 
o patrocínio da causa. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 dias, o processo será 
suspendido como dispõe o art. 76 – Art. 111 
+ Caso não regularize a parte seja autora, o processo será extinto. Na posição de ré, o processo segue em 
revelia 
- O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Código, 
que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor – Art. 112 
+ Dispensa-se a comunicação referida quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a 
parte continuar representada por outro, apesar da renúncia – Art. 112, §2º 
- Substabelecimento: instrumento através do qual um advogado transfere poderes a outro 
- A transferência pode ser com reservas – quando o advogado compartilha seus poderes com outro – ou 
sem – quando o advogado deixa de representar a parte e outro assume sua posição 
 Intervenção de Terceiros 
- Existem 5 hipóteses de participação de terceiros no processo, as mesmas podem ocorrer de forma 
voluntária¹ ou forçada² 
¹. O terceiro, espontaneamente, manifesta sua vontade de participação 
². A participação é decorrente é decorrente da vontade do juiz ou de uma das partes 
- A intervenção de terceiros pode ocorrer através de: 
1) Assistência: 
- Espécie voluntária de participação 
- O assistente pode ingressar no processo a qualquer momento, devendo justificar seu interesse 
- É admitido no processo nas situações em que possui interesse jurídico na decisão que será proferida 
naquele litígio. 
+ Interesses econômicos ou afetivos não são aceitos 
- O terceiro pode ser rejeitado liminarmente pelo juiz, no caso desse achar desnecessária a intervenção do 
sujeito 
+ Caso seja admitida a participação e uma das partes se mostrar contrária, o juiz deverá analisar o 
interesse do terceiro novamente 
- Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a 
sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. 
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, 
recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre. 
- Art. 120. Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para 
intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo. 
 Espécies de Assistência: 
- Simples: o terceiro é visto como mero coadjuvante; possui relação jurídica com o assistido, mas essa não 
é objeto no processo, pelo menos de forma direta 
- Litisconsorcial: o sujeito faz parte do processo, possui relação jurídica com ambas as partes envolvidas e 
essa é objeto de discussão 
- Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e 
sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será 
considerado seu substituto processual 
- Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, 
em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: 
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de 
produzir provas suscetíveis de influir na sentença; 
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se 
valeu. 
2) Amicus Curiae 
- A participação pode se dar de forma voluntária ou forçada 
- O terceiro não possui interesse próprio na decisão 
- Objetiva uma solução justa para ambas as partes através de sua colaboração 
- Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da 
demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a 
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa 
natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 
(quinze) dias de sua intimação. 
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição 
de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. 
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do 
amicus curiae . 
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão quejulgar o incidente de resolução de demandas 
repetitivas. 
3) Denunciação da Lide 
- Participação forçada de terceiros 
- A denunciação da lide serve para que uma das partes, normalmente o réu, possa exercer contra terceiros 
seu direito de regresso, caso seja vencido em uma ação – Art. 125 
- Uma das partes do processo, vencida na ação, tem direito de regresso contra um terceiro. Por economia 
processual, pode trazer para o processo seu garantidor 
- Formam-se 2 lides, uma do autor com relação ao réu (principal) e outra de uma das partes contra o 
terceiro denunciado (secundária/ eventual) 
+ A lide secundária só ocorrerá no caso da parte ser condenada 
- A citação do terceiro denunciado deve ocorrer em 30 dias caso esteja na mesma comarca e 2 meses 
estando em outra ou em lugar incerto – Art. 126 e 131 
- O denunciado NÃO FAZ PARTE DO PROCESSO, sua relação é apenas com o denunciante 
- Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação 
principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; 
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente 
oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; 
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá 
prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de 
regresso. 
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o 
cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação 
regressiva. 
- Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da 
lide. 
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, 
sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do 
denunciado. 
4) Chamamento ao Processo 
- Participação forçada de terceiro 
- Realizada pelo réu, quando esse chama ao processo, durante a CONSTESTAÇÃO, um terceiro que 
responde pela ação tanto quanto ele, formando um litisconsórcio passivo ulterior facultativo 
- Fora da contestação o réu só poderá propor ação autônoma 
- A citação do terceiro denunciado deve ocorrer em 30 dias caso esteja na mesma comarca e 2 meses 
estando em outra ou em lugar incerto 
- Havendo a condenação do réu, esse deverá satisfazer o autor, posteriormente podendo cobrar sua cota 
dos terceiros envolvidos no mesmo processo – Art. 132 
DIFERENÇA ENTRE CHAMAMENTO AO PROCESSO E DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
CHAMAMENTO AO PROCESSO DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
Exclusivo do réu Facultativo ao autor e o réu 
Relação jurídica entre os chamados e o autor 
(adversário daquele que realiza o chamamento) 
Não existe relação jurídica entre o denunciado e 
o adversário do denunciante 
O chamado poderia ter sido parte na 
demanda como litisconsorte do réu 
O denunciado não poderia ter sido parte 
O ressarcimento será, como regra, proporcional à cota-
parte do chamado 
Ressarcimento integral, nos limites da 
responsabilidade regressiva 
O chamado poderia ser admitido no processo como 
assistente litisconsorcial 
O denunciado, como regra, poderia ser 
admitido como assistente simples 
 
5) Incidente de desconsideração da Personalidade Jurídica 
- Ao assumir uma obrigação, é possível que o sujeito possa tentar fraudar uma relação com a 
personalidade jurídica, evitando que venha a cair a responsabilidade sobre sua pessoa. Através da 
desconsideração da personalidade jurídica é possível responsabilizar pessoalmente o integrante da pessoa 
jurídica 
- Art. 50, CC. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber 
intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações 
sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados 
direta ou indiretamente pelo abuso 
+ TEORIA MAIOR 
+ A teoria contém matérias ambientais, trabalhistas e do consumidor 
- Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no 
cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial 
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida 
na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º 
- Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as 
provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias 
+ Suspendendo o processo 
 
Atos Processuais 
- Intrinsicamente o processo pode ser compreendido como uma sucessão ordenada de atos práticos pelos 
sujeitos do processo 
 
- Atingindo a finalidade do conteúdo, não há o que se discutir quanto a forma utilizada 
 Atos das Partes: 
- Manifestação dos envolvidos que, via de regra, se da através de petição escrita pelo advogado 
+ Há casos em que a parte pode se manifestar pessoalmente de forma oral em qualquer fase do processo, 
normalmente em interrogações informais¹ e prestações de depoimento pessoal² 
¹. A interrogação é querida pelo juiz, a fim de realizar esclarecimentos/ ². O depoimento é requerido pela 
parte contrária do processo, objetivando uma confissão 
+ A ausência da parte em depoimento pode possuir pena de confissão 
- O ato das partes produzem efeitos imediatos, EXCETO a desistência, que só produzirá efeitos após 
homologação judicial – Art. 200 
+ Caso réu já tenha sido citado e realizado contestação, a desistência do autor dependerá de seu 
consentimento 
 Atos dos Serventuários – Art. 206 -211, CPC 
 Atos do Juiz: 
- São voltados para condução do feito e solução da lide 
- Podem ser materiais¹ e normativos² 
¹. Atos que não consistem em pronunciamento 
². Pronunciamentos 
- Em primeiro grau os pronunciamentos são singulares. Diferentemente, em 2º grau as decisões são 
tomadas por grupo 
- O pronunciamento não significa, necessariamente, que o juiz está determinando algo. Pode ser 
simplesmente um impulso ao processo 
- Dentro do processo o juiz pode decidir questões processuais¹ ou materiais/de mérito 
¹. Competência, capacidade, legitimidade, interesse, etc. 
 
 Tempo dos Atos Processuais – Art. 212 – 216: 
- Os atos processuais devem ser praticados em dias úteis, no período das 06:00 às 20:00 
+ Os atos praticados através de petição devem observar o horário do fórum ou Tribunal local. Por meio 
eletrônico independe o horário 
- Art. 212, §2º: Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão 
realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário 
estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso XI, da Constituição Federal 
- Art. 216: Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias 
em que não haja expediente forense 
 Local dos Atos Processuais: 
- O Código estabelece a sede do juiz (fórum ou tribunal), no entanto, em algumas situações ocorrem em 
outro lugar, em razão da pessoa, lugar ou objeto a ser avaliado/ discutido 
 Nulidades/ Invalidades processuais: 
- Ocorrem quando há desrespeito a algum requisito que assegura as garantias mínimas do devido processo 
legal 
+ Consequência de atos que não atingem suas finalidades 
- Não maculando o ato não há o que se falar sobre nulidade 
- Podendo ser sanado algum erro no ato processual, a nulidade não será decretada 
- A nulidade deve ser decretada pelo órgão jurisdicional, ou seja, essa não existe sem o pronunciamentodo 
juiz 
+ Os atos que são atingidos pela nulidade devem ser apontados para que haja retificação 
- Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos 
autos, sob pena de preclusão 
- Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o 
feito em que deva intervir. 
§ 1º Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, o juiz invalidará 
os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado. 
§ 2º A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre a 
existência ou a inexistência de prejuízo. 
- A nulidade só existe nos casos em que houver prejuízo nas garantias das partes envolvidas no processo 
- Havendo algum desvio deve se verificar o ato para se verificar a existência ou não de prejuízos 
 
 Comunicação dos Atos processuais: 
- Transmissão de informações dos atos do processo para os sujeitos envolvidos 
- São atos de comunicação: cartas, citações e intimações 
 Cartas (art. 260, ss): 
- São instrumentos de comunicação entre órgãos do judiciário 
> Carta Precatória: através desse instrumento, um juízo requer de outro (de mesmo grau e competência 
material) a realização de determinado ato processual 
+ De deprecante para deprecado 
> Carta de Ordem: São expedidas por órgãos jurisdicionais hierarquicamente superiores para realização de 
atos processuais por outro subordinado a esse 
> Carta Rogatória: Tem por finalidade realizar atos em território internacional 
 Cooperação Nacional: 
- Existe para completar a comunicação 
- Exemplos expostos no art. 69, CPC 
- O Código expressa que os pedidos de cooperação devem ser prontamente atendidos – Reciproca de 
cooperação 
 Citação: 
- Ato através do qual uma pessoa é chamada/ convocada para integrar a relação processual que se irá se 
triangular 
- Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as 
hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. 
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo 
a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução 
- A partir da citação demarca-se a litispendência, ou seja, a partir desse ato não é possível propor outra 
ação com as mesmas partes, causa de pedido e pedido 
- Via de regra, é pessoal 
- No caso dos Estados, União, DF, Municípios, autarquias e fundações de direito público, serão realizadas 
perante órgãos da advocacia pública, responsável pela sua representação 
- A citação pode ser realizada em qualquer lugar que o réu se encontre 
- A lei veda a citação daquele que: 
a) estiver participando de culto religioso 
b) esteja de luto – dia do falecimento e os próximos 7 dias 
c) Lua de mel – 3 dias 
d) Pessoas doentes, enquanto grave o seu estado 
e) Doentes mentais – receberão curadores especiais na falta de um representante determinado em juízo 
- Existem 2 espécies de citação: real/ efetiva ¹ e ficta/ presumida² 
¹. Há a certeza de que o réu teve ciência da propositura da ação 
². Não há certeza, trata-se de uma ficção/ presunção, que ocorre em casos excepcionais 
- A citação real ocorre por meio eletrônico, correio (como regra – art. 247), oficial de justiça/ escrivão ou 
chefe de secretaria. Já a ficta por edital ou hora certa – Art. 246 
- Mandato deve conter os requisitos expressos no art. 250 
- Os arts. 252, 256 e 257 são referentes ao prazo de edital 
 Intimação: 
- Ato através do qual se da ciência a alguém sobre os atos e termos do processo, ocorre por meio 
eletrônico, órgão oficial, pessoalmente, carta, escrivão ou oficial de justiça – Art. 274 
Prazos 
- A prática de atos processuais é presa a limites temporais, o que chamamos de prazos 
- Os prazos possuem um termo inicial (dies a quo) e final (diess ad quem) 
- A não realização de atos processuais dentro de seus respectivos prazos pode gerar consequências 
 Classificação dos Prazos: 
1) Quanto à Origem 
- O prazo pode se originar de forma: 
a) Judicial: por determinação do magistrado 
b) Legal: a partir do texto legal 
+ Quando a lei não prevê o prazo, cabe ao juiz determina-lo – Art. 218, CPC 
2) Quanto à Alterabilidade 
- Os prazos podem ou não serem alterados pelo juiz e pelas partes 
a) Dilatórios: PODEM ser alterados pela vontade das partes ou do juiz 
b) Peremptórios: NÃO podem ser alterados pelo juiz sem a anuência das partes 
3) Quanto ao Descumprimento 
a) Próprio: são aqueles prazos que se descumpridos geram alguma consequência, como a preclusão. Diz 
respeito à prática de ato processual das partes 
b) Impróprio: Se descumprido o prazo, não gera preclusão. Destinado a prática de um ato pelo juiz ou 
serventuário 
+Eventualmente, gera responsabilidade administrativa, não processual 
4) Quanto à Exclusividade 
a) Exclusivo/ Particular: o prazo é destinado à atuação de uma das partes 
b) Comum: prazo destinado a ambas as partes do processo 
5) Quanto à Atuação: 
a) De atuação: se espera que algo seja realizado pelas partes 
b) De espera: algo será aguardado 
 Contagem dos Prazos: 
- Os prazos podem ser contados em minutos, horas, dias, meses ou até anos 
+ Prazos em horas serão contados minuto – minuto – Art. 132, §4º, CC 
- A contagem mais comum é a de prazos em dias 
- Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o 
dia do vencimento. 
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se 
coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal 
ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica. 
§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da 
informação no Diário da Justiça eletrônico. 
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação. 
- Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os 
dias úteis. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais. 
 Quanto ao início do Prazo (Art. 230, 231*,ss, CPC): 
 
 Suspensão e Interrupção de Prazos: 
- Em caso de suspensão, o prazo continua a correr depois do dia em que parou, contando-se apenas os dias 
restantes. Assim, se determinado prazo de 10 dias for suspenso quando já tenham decorrido 4 dias, ao 
final da suspensão restarão mais 6 dias de prazo 
- Nos casos de interrupção, o que ocorre é que, interrompido o prazo, ele não mais levará em conta o 
período já decorrido, antes da interrupção, mas começará a correr novamente, como se não tivesse havido 
qualquer prazo anteriormente 
- Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de 
janeiro, inclusive 
- Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a 
interposição de recurso 
 Prerrogativas de Prazo: 
- Alguns sujeitos possuem prerrogativas e os prazos são contados em dobro 
- Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, 
terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, 
independentemente de requerimento 
- Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a 
partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º 
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz 
requisitará os autos e dará andamento ao processo 
- Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações 
de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestaçõesprocessuais, cuja 
contagem terá início a partir da intimação pessoal 
- Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais 
 Preclusão: 
- Quando um ato processual não é realizado dentro de seu prazo, ocorre o que chamamos de preclusão 
temporal 
- A preclusão é a perda da faculdade/ possibilidade processual ou extinção do direito que a parte tem 
realizar o ato – Art. 223 
+ Visa dar seguimento ao processo 
> Preclusão consumativa: a perda da possibilidade de praticar o ato pode acontecer porque a parte pratica 
o ato dentro do prazo e uma vez praticado não pode ser consumado novamente 
> Preclusão lógica: pretensão de praticar um ato incompatível com o ato já praticado 
- Nenhum tipo de preclusão está sujeito as questões de ordem pública 
 
Aspectos Econômicos do Processo 
- Todo processo possui, que engloba as despesas processuais e honorários advocatícios 
 Despesas Processuais – Art. 84, CPC: 
- Abrange a taxa judicial, custos de certos de determinados atos e eventualmente multas 
- Podem implicar em responsabilidade provisória ou definitiva 
+ Responsabilidade Provisória > daquele que requer ou realiza a prática do ato 
- Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover as despesas 
dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a 
sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título. 
§ 1º Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica. 
§ 2º A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou. 
- Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as 
custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma 
da lei. 
§ 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e 
pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência. 
§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição 
suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao 
trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de 
insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais 
obrigações do beneficiário 
- Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública, do Ministério 
Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido 
 Honorários de Sucumbência: 
- O vencido além de pagar as custas da outra parte, deve pagar ao advogado dessa honorários de 
sucumbência 
- Honorários de sucumbência ≠ Honorários contratuais – estabelecido contratualmente entre cliente e 
advogado 
- A Lei 8906/94 expressa em seu art. 22 que a prestação de serviço profissional, assegura aos inscritos na 
OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento e aos de sucumbência 
-Art. 23. Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao 
advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o 
precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor 
- A toda causa deve ser atribuído um valor, ainda que não exista conteúdo econômico 
- Art. 85, §3º, §8º 
- Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão proporcionalmente distribuídas entre 
eles as despesas. 
Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, 
pelas despesas e pelos honorários. 
 
Aspectos Éticos do Processo 
- O processo possui uma série de regras e fundamentos que de alguma forma limitam a atuação das partes, 
magistrado e advogados para garantir a ética processual 
- O CPC prevê limites e deveres que podem promover sanções nos casos de deslealdade, vão desde a perda 
de uma faculdade até a aplicação de multa – Art. 77 
- O principal dever previsto no CPC é a boa-fé 
- Artigo 77 
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que 
sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça. 
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o 
juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até 
vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta. 
+ Valor da multa direcionado ao Estado 
+ Não havendo o pagamento da multa, dentro de seu prazo, haverá inscrição dessa na divida ativa da 
União 
- Quando o ato atentatório é cometido para um advogado público, membro da Defensoria Pública ou 
Ministério Público, é o órgão ao qual este agente pertence que irá aplicar sanção 
- Art. 77, § 7º Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o restabelecimento do 
estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem 
prejuízo da aplicação do § 2º - Medida mais grave 
- Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério Público e da 
Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos 
escritos apresentados 
- Litigância de má-fé – Art. 80 – resulta a responsabilidade de indenizar por perdas e danos a parte 
prejudicada – art. 79 e 81 
+ Pode ocorrer em qualquer momento no processo

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