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04 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL Prof. Luis Miguel Barudi de Matos

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CURSO DE DIREITO UDC 
DIREITO CIVIL IV – CONTRATOS 
PROFESSOR: ME. LUIS MIGUEL BARUDI DE MATOS 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
- GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil: contratos – tomo I e II. Vol. IV. São Paulo: Saraiva 
- GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: contratos e atos unilaterais. Vol. III. São Paulo: Saraiva 
- TARTUCE, Flávio. Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. Vol. 2. São Paulo: Método 
- TARTUCE, Flávio. Direito civil: Teoria geral dos contratos e contratos em espécie. Vol. 3. São Paulo: Método 
O PRESENTE MATERIAL SERVE DE ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO QUE DEVE SER EMBASADO NA 
BIBLIOGRAFIA INDICADA 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 
 
NOÇÃO GERAL 
 
 O direito contratual é regido por diversos princípios que são a linha mestre de 
orientação para sua formação, validade, eficácia, interpretação e execução. 
 
 Alguns desses princípios foram concebidos e adotados desde o surgimento do instituto 
do contrato. Outros, por sua vez, surgiram juntamente com a evolução social e a 
decorrente evolução do Direito Contratual. 
 
 Os princípios aplicáveis ao Direito Contratual são: 
 
- da autonomia da vontade 
- da supremacia da ordem pública 
- do consensualismo 
- da relatividade dos efeitos 
- da obrigatoriedade 
- da revisão ou onerosidade excessiva 
- da função social do contrato 
- da boa-fé objetiva 
 
PRINCÍPIOS SOCIAIS DO DIREITO CONTRATUAL 
(FUNÇÃO SOCIAL / BOA-FÉ OBJETIVA) 
 
FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO 
 
 O CC de 2002, em decorrência da imposição da Constituição Federal com 
relação, em especial, aos fundamentos, objetivos e princípios (socialização do 
Direito contemporâneo), se afasta da visão individualista do CC de 1916 e 
adota o princípio da socialidade, que reflete a superioridade dos valores 
coletivos (sociais) sobre os individuais, mantendo o equilíbrio necessário no que 
diz respeito à dignidade da pessoa humana. 
 
 Nesse sentido, o CC de 2002 traz como inovação a positivação da função social 
do contrato em seu art. 421. 
 
 Essa concepção social do contrato é um dos pilares fundamentais da teoria 
contratual moderna e tem por objetivo promover a realização de uma justiça 
comutativa, trazendo equilíbrio entre os contratantes (equivalência material em 
contraposição à equivalência formal). 
 
 O princípio da função social do contrato subordina/limita a liberdade contratual 
e os demais princípios aplicáveis ao Direito Contratual, seja na sua formação, 
interpretação ou execução. 
 
 Cláusulas gerais: são normas que informam diretrizes indeterminadas e que 
não trazem expressamente uma solução jurídica (conseqüência). Não 
estabelecem a priori o significado do termo (pressuposto). 
 
 Conceito jurídico indeterminado: são expressões contidas na norma de forma 
vaga/imprecisa. A indeterminação encontra-se no significado (pressuposto) e 
não na conseqüência decorrente de sua violação. 
 
 A função social do contrato pode ser observada sob 2 aspectos: individual ou 
intrínseco e público ou extrínseco. 
 
 Intrínseco: o contrato analisado como relação jurídica entre as partes, sendo 
obrigatória a presença da lealdade contratual e da boa-fé objetiva, buscando a 
equivalência material (equilíbrio) entre os contratantes. 
 
 Extrínseco: o contrato analisado sob o prisma da coletividade, verificando o 
impacto que a relação contratual tem na sociedade frente sua finalidade 
(distribuição de riqueza) for atingida de forma justa (equilíbrio social). 
 
 É norma de ordem pública, de natureza cogente, sendo o juiz obrigado a 
aplicá-la de ofício, independente de requerimento da parte. 
 
EQUIVALÊNCIA MATERIAL 
 
 A equivalência material diz respeito ao equilíbrio que deve existir entre as partes 
contratante. 
 
 Não apenas equilíbrio formal, mas equilíbrio material. 
 
 Na relação contratual deve haver de fato equilíbrio real entre direitos e deveres das 
partes, antes, durante e depois da execução. 
 
 Visa preservar a posição da parte vulnerável da relação contratual. 
 
 Deve ser observada inicialmente para impor a proporcionalidade (equilíbrio) ou 
incidentalmente para corrigir desequilíbrios posteriores (previsíveis ou não). 
 
 Possui 2 aspectos: 
 
- subjetivo: identifica a posição contratual dominante (poder) e define a presunção 
legal de vulnerabilidade (consumidor, inquilino, empregado). 
 
- objetivo: considera o real desequilíbrio de direitos e deveres contratuais presentes 
na celebração do contrato ou aqueles decorrentes de fato superveniente (onerosidade 
excessiva). 
 
BOA-FÉ OBJETIVA 
 
 Boa-fé subjetiva: estado psicológico do agente que realiza determinada conduta sem 
ter ciência do vício existente. 
 
 Boa-fé objetiva: regra de conduta (comportamento) de fundo ético e com exigibilidade 
jurídica. 
 
 Na relação contratual as partes devem manter entre si a lealdade e o respeito 
esperado do homem comum. 
 
 A boa-fé objetiva tem como função na relação contratual: 
- interpretativa e integrativa 
- criadora de deveres conexos ou de proteção (lealdade, confidencialidade, informação, 
assistência) 
- delimitadora do exercício de direitos subjetivos (liberdade contratual) 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO CONTRATUAL 
 
AUTONOMIA DA VONTADE 
 
 Tradicionalmente as pessoas são livres para contratar se quiserem, com quem 
quiserem e sobre o que quiserem. 
 
 Têm o direito de contratar ou não contratar, de escolher a pessoa com quem 
contratar e de estabelecer o conteúdo do contrato. 
 
 Essa liberdade de contratar é limitada aos pressupostos de validade do contrato 
e aos princípios sociais do contrato. 
 
 A liberdade contratual também é limitada pelas características da sociedade 
atual (pós-modernidade). 
 
 
SUPREMACIA DA ORDEM PÚBLICA 
 
 Inicialmente a questão de ordem pública era vinculada à noção de licitude, bons 
costumes e moralidade. 
 
 Atualmente, nesse princípio se subsume a idéia de interesses de ordem pública no 
sentido de que o contrato deve atender os interesses da sociedade quanto aos seus 
fins. 
 
CONSENSUALISMO 
 
 De acordo com o princípio do consensualismo, para o aperfeiçoamento do contrato 
basta o acordo de vontades, contrapondo-se ao formalismo e o simbolismo que eram 
primordiais anteriormente. 
 
 Por esse princípio, o contrato se torna válido e eficaz já no momento da constituição 
do consenso, sem a necessidade da entrega da obrigação contratada. 
 
 É a regra geral, sendo que existem algumas exceções (contratos reais), nos quais o 
aperfeiçoamento se dá apenas na entrega da coisa. Ex.: contrato de depósito, 
comodato, mútuo. 
 
RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO 
 
 Os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, vinculando-os ao seu 
conteúdo pela manifestação da vontade, não afetando terceiros. 
 
 Este princípio encontra-se atenuado pela função social do contrato, que permite, em 
tese, a intervenção de terceiros que são ou podem ser afetados pelos efeitos do 
contrato indiretamente. 
 
OBRIGATORIEDADE OU FORÇA VINCULANTE DOS CONTRATOS 
 
 Representa a força vinculante das obrigações contraídas. 
 
 Ninguém é obrigado a contratar e, se o fizer, de forma válida e eficaz, será obrigado a 
cumprir o que contratou. 
 
 Tem por fundamentos a necessidade de segurança nos negócios jurídicos e a 
intangibilidade ou imutabilidade do contrato (pacta sunt servanda). 
 
 Tradicionalmente, as exceções se resumiam ao caso fortuito ou força maior. 
 
 
 
 
REVISÃO DOS CONTRATOS OU ONEROSIDADE EXCESSIVA 
 
 Princípio que se opõe à obrigatoriedade permitindo aos contratantes recorrerem ao 
Poder Judiciário para obterem a revisão das cláusulas contratadas e adequá-las à 
condições mais humanas (dignidade dapessoa humana). 
 
 Tem por fundamento a possibilidade, nos contratos de trato sucessivo, de que fatores 
externos ao contrato podem gerar uma situação diversa da acordada inicialmente no 
momento da execução (rebus sic stantibus). 
 
 A obrigatoriedade então estaria vinculada a inalterabilidade das condições 
contratadas. Sendo que, havendo alteração substancial nessas condições que tornem 
a execução excessivamente onerosa para uma das partes é possível a revisão. 
 
 Esse fato superveniente deve ser imprevisível (art. 478, 479 e 480).

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