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Resumo - Amostragem

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS
FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE
CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE
TRATAMENTO DE MINÉRIOS I: RELATÓRIO SOBRE AS TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM
AMANDA SAYURI DE SOUZA NAKATA
ELIZÂNE VIEIRA DE ANDRADE
ÉLYLA CHRISTAL BARBOSA MARTINS
ESTER DE OLIVEIRA SILVA
JOÃO PEDRO MIRANDA DOS REIS JÚNIOR
LÉO RICHARD DA SILVA FREITAS
Marabá/PA
2017
AMANDA SAYURI DE SOUZA NAKATA
ELIZÂNE VIEIRA DE ANDRADE
ÉLYLA CHRISTAL BARBOSA MARTINS
ESTER DE OLIVEIRA SILVA
JOÃO PEDRO MIRANDA DOS REIS JÚNIOR
LÉO RICHARD DA SILVA FREITAS
TRATAMENTO DE MINÉRIOS I: RELATÓRIO SOBRE AS TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM
 
	Relatório apresentado no Curso de Engenharia de Minas e Meio Ambiente, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, como requisito da disciplina de Tratamento de Minérios I.
 Professor Dr. Denilson Da Silva Costa
Marabá/PA
2017
INTRODUÇÃO
A amostragem é um processo formado a partir de várias operações que consiste em determinar características de interesse de um Universo (massa original do material) a partir de análises de porções representativas. A amostragem está presente em diversas áreas, como a avaliação de depósitos minerais, controle de processos e dentro da área de tratamento de minérios, é de suma importância para se obtiver conhecimento sobre concentrações de elementos, balanço de massa e etc.
Apesar do avanço da amostragem ao longo do tempo, esse processo ainda não tem a atenção devida, sendo muitas vezes empregado de forma desleixada, não acurada e resultando na falta de representatividade da amostra. Dessa maneira, as várias amostras recolhidas para amostragem podem apresentar significativas variações, onde a representação do universo é remota, resultando em prejuízos. 
Há diversos modelos de amostragem, manuais ou mecânicos, a depender das necessidades da empresa/profissional que almeja fazer esse processo. Por se tratar de uma operação extremamente complexa, uma vez que a possibilidade de erros é iminente, é de grande relevância que haja uma rigorosidade ao efetua-la, assegurando, assim, a representatividade da amostra. Por este motivo, é imprescindível o estudo teórico profundo desse processo. 
Neste trabalho abordaremos as técnicas de amostragem que foram apresentadas em laboratório, bem como os demais métodos conhecidos nesse processo, manuais e mecânicos, além dos erros que podem ocorrer e os tipos de equipamentos utilizados.
CONCEITOS BÁSICOS
Para compreensão dos itens discutidos, a seguir, tem-se a definição dos principais termos utilizados nos processos de amostragem:
Amostragem: é o conjunto de operações destinadas à obtenção de uma amostra representativa de uma dada população ou universo. Uma amostra é considerada representativa quando as propriedades do universo (teor dos diversos elementos, constituintes mineralógicos, massa específica, distribuição granulométrica, etc.), estimadas com base nessa amostra, inserem uma variabilidade estatisticamente aceitável;
Amostra: é uma quantidade representativa do todo que se deseja amostrar. O método de retirada da amostra deve garantir que ela seja representativa deste todo, no que diz respeito à(s) característica(s) de interesse;
Incremento: é uma quantidade modular de material retirado do todo que se deseja amostrar, para composição de uma amostra;
Lote: é uma quantidade finita de material separada para uma utilização específica;
Amostra primária ou global: é a quantidade de material resultante da etapa de amostragem propriamente dita;
Amostra final: é uma quantidade de material, resultante das etapas de preparação da amostra primária, que possui massa e granulometria adequadas para a realização de ensaios (químicos, físicos, mineralógicos etc);
Universo: pode ser definido como a massa original de um dado material do qual se deseja conhecer propriedades específicas, segundo as análises realizadas em uma amostra;
Quarteamento: é a operação que tem como objetivo a divisão da amostra primária em alíquotas de menor massa para obtenção da amostra final.
ERROS
Do Erro Total de Amostragem () - Segundo Pierre Gy: O erro total de amostragem é o somatório do erro de amostragem propriamente dita () e do erro de preparação da amostra primária (), para obtenção da amostra final.
Erro de Amostragem (): O erro de amostragem propriamente dita é o somatório de sete erros independentes, resultantes do processo de seleção da amostra primária, e provenientes, principalmente, da variabilidade do material que está sendo amostrado.
Onde:
 = erro de ponderação, resultante da não uniformidade da densidade ou da vazão do material;
= erro de integração - termo regional, resultante da heterogeneidade de distribuição das partículas, a longo prazo, no material;
 = erro de periodicidade, resultante de eventuais variações periódicas da característica de interesse no material;
 = erro fundamental, resultante da heterogeneidade de constituição do material. Depende fundamentalmente da massa da amostra e, em menor instância, do material amostrado. É o erro que se comete quando a amostragem é realizada em condições ideais;
 = erro de segregação, resultante da heterogeneidade de distribuição localizada do material;
= erro de delimitação, resultante da eventual configuração incorreta da delimitação da dimensão dos incrementos; e
 = erro de extração, resultante da operação de tomada dos incrementos.
Erro de Preparação (Ep): O erro de preparação é o somatório de cinco erros independentes, provenientes das operações de redução de granulometria, homogeneização e quarteamento a que a amostra primária é submetida.
Onde:
 = perda de partículas pertencentes à amostra;
 = contaminação da amostra por material estranho;
 = alteração não intencional da característica de interesse a ser medida na amostra final;
= erros não intencionais do operador (como a mistura de subamostras provenientes de diferentes amostras); e
 = alteração intencional da característica de interesse a ser medida na amostra final.
Os erros não podem ser definidos quantitativamente. Suas médias e variâncias podem ser estimadas a partir de resultados de experimentos variográficos.
As técnicas de amostragem manual podem ser realizadas com materiais em movimento ou estáticos. Embora sejam largamente utilizadas na indústria mineral, são técnicas pouco recomendáveis, uma vez que estão usualmente associadas a uma série de pequenos erros, tais como: 
1 - Variação no intervalo de tempo de coleta das amostras ou incrementos; 
2 - Variação na velocidade de coleta dos incrementos; 
3 - Perda de partículas durante a coleta dos incrementos; 
4 - Contaminação por material diferente e heterogeneidade do material; 
5 - Segregação localizada do materia.
TÉCNICAS DE HOMOGENEIZAÇÃO E QUARTEAMENTO 
Antes de iniciar o relato dos processos de homogeneização e quarteamento, é tão importante abordá-los de maneira definitória:
Homogeneização: Ato, ou efeito de tornar homogêneo, tornar único, misturar, igualar-se. A homogeneização de uma amostra primária tem por objetivo obter uma distribuição mais uniforme dos constituintes, permitindo assim o quarteamento em frações de menor massa. Os métodos de homogeneização mais utilizados são as pilhas, na forma de tronco de cone, cônicas ou longitudinais. Estas também são conhecidas como pilhas prismáticas de homogeneização.
Quarteamento: É uma técnica que visa à redução de massa das amostras – divisão da amostra global em alíquotas com massa menor, para obtenção da amostra final de acordo com o planejamento inicial. Essas operações são realizadas a seco e podem sermanuais ou utilizando equipamentos de concepção simples, mas de grande importância na obtenção de amostras finais, com características similares do ponto de vista estatístico.
No laboratório de Tratamento de Minérios, todas as etapas de preparação foram feitas observando-se técnicas de homogeneização e quarteamento. Para isso, utilizaram-se pilhas e/ou equipamentos auxiliares.
Pilhas: No processo laboratorial, primeiro foi feito o arranjo de pilha cônica. O rejeito de ouro foi colocado sobre uma lona quadrada, levantando-se os vértices do quadrado alternadamente, garantindo que o material da base da pilha de um dos lados fosse colocado no topo da pilha. O objetivo de se formar uma pilha cônica foi obter uma pilha, na qual a segregação deve ser simétrica em relação ao vértice do cone. Depois de feito o cone, o vértice foi achatado para facilitar a divisão, e dividiu-se o material em quatro porções, segundo dois planos verticais que se cruzam no eixo geométrico do cone. Duas frações, em diagonal, foram reunidas e as outras duas rejeitadas. Se fosse preciso uma amostra menor, repetia-se o processo. 
Figura 1: Quarteamento em pilhas cônicas.
Posteriormente, a construção das pilhas longitudinais foi realizada distribuindo-se o material, longitudinalmente, em uma bancada, mediante sucessivas passagens. Construída a pilha, as extremidades foram retomadas e novamente espalhadas sobre seu centro. A pilha formada teve a seção em tronco de pirâmide. 
A pilha formada foi dividida em segmentos, utilizando-se a largura da pá como medida, os quais foram numerados como mostrado na Figura a seguir. O quarteamento foi feito formando-se duas novas pilhas com as seções alternadas. A primeira tomando-se as porções de índices pares e a outra, as de índices ímpares. Caso fosse necessário, repetia-se a operação com uma das pilhas. Na Figura a seguir estão ilustradas as etapas de formação da pilha longitudinal.
Figura 2: Etapas de preparação da pilha longitudinal.
Fonte: Sampaio, J.A.; França, S. C. A. e Braga, P. F. A. Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007, p.29.
Figura 3: Representação esquemática da construção da pilha cônica e longitudinal.
Fonte: Sampaio, J.A.; França, S. C. A. e Braga, P. F. A. Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007, p.24.
Depois da confecção das pilhas, foi hora de arranjar as pilhas em pazada:
Pazada fracionada: consistiu em retomar um lote de material com uma pá (manual ou mecânica) e colocar a primeira pazada no topo da alíquota E1, a segunda no topo da alíquota E2, a terceira em E1 e assim sucessivamente. Obtiveram-se duas frações gêmeas em E1 e E2.
A divisão foi correta, pois a taxa de enchimento da pá foi sucessivamente constante. A separação foi correta levando em conta que o operador procedeu “cegamente”, seguindo regularmente o contorno do lote, até o esgotamento.
O quarteamento foi equitativo, correspondendo efetivamente, a uma separação em P amostras potencialmente gêmeas e a escolha da amostra real foi feita ao acaso, dentre aquelas. Como a variância () só depende da massa da amostra (P), na prática, para reduzir o erro de segregação para valores aceitáveis com a economia do processo, admitiu-se que cada fração gêmea seja constituída por 30 pazadas. Assim, a dimensão média da pazada foi dada pela expressão da Equação a seguir:
Onde:
 - Massa do lote; 
P - taxa de redução escolhida.
Figura 4: Pazada fracionada
Fonte: Sampaio, J.A.; França, S. C. A. e Braga, P. F. A. Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007, p.33.
Figura 5: Pazada Alternada.
Fonte: Sampaio, J.A.; França, S. C. A. e Braga, P. F. A. Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007, p.33.
Este método é importantíssimo por ser mais preciso, confiável, seguro, barato, rápido e requerer menos espaço. 
Apesar disso, o método de pilhas cônicas é mais recomendado para amostragem de minérios muito heterogêneos e de granulometria grossa. Sua aplicação é generalizada devido à facilidade de sua execução.
TIPOS DE AMOSTRAGEM
O procedimento de amostragem deve ser acurado e preciso para garantir a qualidade da avaliação, garantindo a representatividade. Uma boa amostragem é feita com o minério totalmente seco ou então sob a forma de polpa. A umidade pode favorecer a formação de agregados de partículas finas, aumentando o erro devido à segregação. Na prática laboratorial, o minério utilizado era rejeito de ouro e estava seco, o que favoreceu o procedimento de amostragem.
A amostragem pode ser feita manual ou automaticamente. Os resultados obtidos com amostragem automática são mais confiáveis que aqueles oriundos da amostragem manual, embora seja esta mais utilizada em tratamento de minérios. As técnicas de amostragem manual podem ser realizadas com materiais em movimento ou estáticos. Embora sejam largamente utilizadas na indústria mineral, são técnicas pouco recomendáveis, uma vez que estão usualmente associadas a uma série de pequenos erros, tais como: variação no intervalo de tempo de coleta das amostras ou incrementos; variação na velocidade de coleta dos incrementos; perda de partículas durante a coleta dos incrementos; contaminação por material diferente e heterogeneidade do material; segregação localizada do material.
Mesmo com os problemas discutidos, a amostragem manual é frequentemente utilizada na indústria mineral, em função dos elevados custos dos amostradores automáticos. Ressalta-se que, devido às suas limitações, os critérios de execução devem ser os mais rígidos possíveis, de modo a permitir a obtenção de amostras com erros estatisticamente aceitáveis. 
Dessa forma, faz-se necessário compreender os diversos tipos de amostragem existentes, e assim, de acordo com as necessidades da empresa/profissional que almeja fazer esse processo, os custos de investimento, entre outros fatores, optar pelo melhor procedimento de amostragem.
AMOSTRAGEM ALEATÓRIA
É normalmente utilizada quando se dispõe de pouca informação sobre o material a ser amostrado. Nela, os incrementos são escolhidos de maneira fortuita, fazendo, dessa maneira, com que todas as partes do material possuam a mesma probabilidade de serem selecionados. Na realidade, a amostra verdadeiramente aleatória é de difícil obtenção, dando vez, na prática, uma amostra sistemática, já que o operador, com o propósito de cobrir todas as partes do material a ser amostrado, o subdivide grosseiramente em áreas iguais, nas quais seleciona incrementos.
AMOSTRAGEM SISTEMÁTICA
É aquela onde os incrementos são coletados a intervalos regulares, definidos a priori. Deve-se ter em mente a possibilidade de existência de ciclos de variação do parâmetro de interesse e desses ciclos coincidirem com os períodos de retiradas dos incrementos; neste caso não se recomenda a utilização da amostragem sistemática. Por outro lado, se a ordem de retirada dos incrementos não tiver qualquer relacionamento com os ciclos de variação do parâmetro de interesse, então a amostragem sistemática terá efeitos equivalentes à amostragem aleatória, podendo ser usada sem restrições.
AMOSTRAGEM ESTRATIFICADA
É uma extensão da amostragem sistemática, envolvendo a divisão do material em grupos distinguíveis segundo características próprias. Esses são normalmente amostrados proporcionalmente a seus pesos. Podem ser citados como exemplos: amostragem de material em vagões, caminhões ou containers, material em polpa onde ocorra sedimentação e não seja possível a homogeneização, amostragem de minério vindo de diferentes frentes de lavra etc.
TIPOS DE AMOSTRAGEM EM LOTES MANUSEÁVEIS
AMOSTRAGEM EM CORREIA TRANSPORTADORA
A amostragem em uma correia transportadora pode ser realizada manual ou automaticamente. Para coleta manual de incrementos de material, aconselha-se fazê-lo no final da correia, sempre que for possível o acesso a este ponto. Na Figura 6 pode ser observada a forma de coleta deincrementos no final da correia. Ainda na mesma figura, à direita, consta o desenho esquemático do procedimento da amostragem manual em um transportador de correia.
Figura 6: Amostragem manual na extremidade final de uma correia transportadora.
Fonte: Sampaio, J.A.; França, S. C. A. e Braga, P. F. A. Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007, p.13.
Para este tipo de amostragem é necessário que o material coletado caia livremente e não deslize na calha; que o tamanho da abertura da caneca de amostragem tenha, no mínimo, três vezes o tamanho da maior partícula da amostra; que o movimento da caneca percorra toda a seção transversal do fluxo e a remoção da mesma tenha uma velocidade tal que não haja transbordamento, por isso, o volume da caneca deve ser devidamente dimensionado; que a amostra final seja formada pela mistura de mais de uma amostra passada pelo fluxo.
Outro procedimento utilizado, quando não é possível o acesso ao fluxo de material no final da correia, é a amostragem sobre a correia. Para que essa amostra seja tomada manualmente, faz-se necessário parar a correia. Nesse caso, devem ser tomadas medidas de segurança, tais como o bloqueio elétrico do movimento da correia, etc. Após a parada do transportador, pode-se retirar uma amostra bem determinada sobre a correia, com o auxílio de um dispositivo tipo armação, desenvolvido para amostragem. Esse dispositivo é constituído de placas que são colocadas sobre o material e pressionadas para baixo, até que suas extremidades toquem a correia. O material fora da armação é afastado e o que está entre as placas é coletado, constituindo a amostra. 
Uma alternativa para amostragem na extremidade final de uma correia transportadora é a utilização de amostradores automáticos que cortam o fluxo completo da correia com velocidade constante, conforme se observa na Figura 7, bem como o seu princípio de funcionamento.
Figura 7: No primeiro plano, um amostrador automático instalado na
correia transportadora e, no segundo plano, sua representação esquemática.
Fonte: Sampaio, J.A.; França, S. C. A. e Braga, P. F. A. Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007, p.16
AMOSTRAGEM EM SACOS
Para a amostragem de material em laboratório e materiais acondicionados em sacos, faz-se uma seleção aleatória ou sorteio dos sacos. Cada saco selecionado deverá ser examinado, individualmente. Para isso, é importante obter amostras representativas de cada saco, as quais deverão ser examinadas separadamente, de forma a permitir uma estimativa da variância entre as amostras do mesmo saco e avaliar se esta variância se encontra em nível aceitável.
A amostragem poderá ser feita utilizando espátulas. Neste caso, supõe-se que o material no ponto de inserção da espátula seja representativo do todo. Para a retirada da amostra de material granular, a haste é pressionada sobre o material mantendo a câmara interna fechada. Quando na posição desejada, o tubo interno é girado para permitir que o material penetre na câmara interna. Após o enchimento da câmara de amostragem, o tubo interno é girado para a posição fechada, retirando-se a haste. A câmara de amostragem da haste, tipo 1, ocupa o seu comprimento total, permitindo a obtenção de uma amostra correspondente à média da seção transversal do saco. No tipo 2, a câmara de amostragem está no final da haste, permitindo retiradas de amostras pontuais. No tipo 3 existem três ou mais câmaras de amostragem separadas ao longo da haste. 
As espátulas e hastes não devem ser utilizadas para amostragem de materiais com grande variação granulométrica e quantidade significativa de finos, porque estes últimos percolam através dos grossos e geram, nessas condições, amostras que podem não ser representativas. Além disso, nas amostragens por hastes algumas partículas podem ficar presas entre os dois tubos, dificultando o seu fechamento. Em termos de precisão, a espátula e a haste são semelhantes.
AMOSTRAGEM EM PILHA DE HOMOGENEIZAÇÃO
Essa técnica de amostragem é muito útil na obtenção de amostras para caracterizar e alimentar um circuito contínuo de concentração mineral. Antes de se iniciar a formação deste tipo de pilha, deve-se realizar uma pré-homogeneização do material, segundo pilhas cônicas ou tronco de pirâmide, que auxiliam na dissipação de agrupamentos de partículas de qualquer natureza e, portanto, minimizam o erro de segregação. As pilhas de homogeneização são muito práticas nos trabalhos de campo, porque não utilizam equipamentos sofisticados.
AMOSTRAGEM EM POLPAS
Uma vez que a maioria das usinas de concentração mineral e de hidrometalurgia processam os minérios a úmido, a amostragem de fluxos de polpa é muito utilizada para acompanhamento da qualidade dos fluxos intermediários e finais nos circuitos piloto e industrial. 
A amostragem de polpas pode ser realizada por meio de diversos tipos de amostradores automáticos. Estes amostradores possuem como, característica comum o corte de todo o fluxo num determinado intervalo de tempo. 
A amostragem manual de polpa pode ser realizada de diversas maneiras, mas as seguintes recomendações são fundamentais para garantir a representatividade da amostra coletada: o movimento da caneca através do fluxo de material deve percorrer toda a seção transversal desse fluxo; o tamanho da abertura da caneca de amostragem deve ser proporcional ao tamanho da maior partícula da amostra, ou seja, no mínimo três vezes maior; o tamanho da caneca deve ser tal que, em uma passada, tenha capacidade de armazenar o volume equivalente ao material da seção transversal do fluxo; deve-se mover a caneca a uma velocidade tal que não haja transbordamento, logo, o volume da caneca deve ser compatível com o volume de polpa no fluxo; após a coleta de um fluxo, parte da amostra coletada não deve ser retornada, caso o tamanho da amostra assim obtida seja muito grande, para redução de sua massa é necessário homogeneizar e quartear o volume amostrado em um quarteador de polpa; a amostra final deve ser formada pela mistura de vários incrementos coletados na passagem da caneca, pelo fluxo estabelecido em um plano de amostragem; deve ser estabelecido um volume padrão de amostragem que permita a comparação entre os resultados.
EQUIPAMENTOS
Visando uma melhor eficiência e otimização do processo de amostragem são usados equipamentos que facilitam e proporcionam uma maior qualidade no procedimento. Existem ferramentas específicas para o processo de retirada do material para a amostragem (amostradores para correias transportadoras e para polpas) e quarteamento tanto para material particulado e para polpa.
Amostradores automáticos para correias transportadoras ficam posicionados na parte final da correia, como mostra na figura abaixo. Tal amostrador, em um tempo programado faz um corte de todo fluxo da correia retirando o incremento necessário para a amostragem. Tais amostradores podem ser tanto de trajetória retilínea quanto de trajetória circular.
Figura 8: Amostrador com trajetória retilínea no lado esquerdo e amostrador com trajetória circular à direita.
Fonte: Luz, A. B.; Sampaio, J.A e França, S. C. A. . (Ed.). Tratamento de minérios. 5a ed. Rio de
Janeiro: CETEM/MCT, 2010, p.35-36.
Para amostragem de polpa assim como os amostradores de correia, fazem um corte de todo fluxo em um tempo determinado. Um amostrador que é ideal para amostragem de fluxo contínuo, com um volume constante e pequeno do material que alimenta um tanque bem agitado, com uma ranhura que retira uma amostra que seja representativa. 
Figura 9: Amostrador de polpa para fluxo contínuo.
Fonte: Sampaio, J.A.; França, S. C. A. e Braga, P. F. A. Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007, p.19.
O processo de quarteamento também pode ser auxiliado com equipamentos assim como foi visto anteriormente no processo de retirada da amostra. O quarteador bastante conhecido é o quarteador tipo Jones. Trata-se de um equipamentocomposto por uma série de calhas com ângulo de inclinação maior que quarenta e cinco graus, dispostas alternadamente. Na parte inferior há duas caixas colocadas paralelamente encostada uma na outra, com a função de acomodar o material que desce das calhas.
	O procedimento para utilização do quarteador Jones é simples, porém deve haver atenção no manuseio do mesmo. Antes do procedimento a amostra deve ser homogeneizada, na qual deve conter o mínimo de umidade possível, para que não fique parte do material preso entre as calhas. O material deve ser despejado no quarteador de modo uniforme e contínuo no centro das calhas. A amostra será dividida em duas partes iguais, cada uma depositando-se na caixa corespondente ao seu lado de saída. O procedimento deve ser repetido vinte vezes para que haja uma confiabilidade no processo. Em seguida, deve selecionar uma das amostras contida em uma das caixas e repetir o procedimento, até que se tenha a quantidade de amostra que seja representativa.
Figura 10: Quateador Jones e caixas coletoras.
	
Para o quarteamento da polpa, o próprio equipamento faz também a parte de homogeneização. O quarteador de polpa é constituído de um na parte superior de um alimentador, no qual, possui um disco giratório que é responsável por deixar a amostra sempre homogeneizada. Na parte inferior o material cai em um recipiente giratório, dividido em várias repartições. Cada repartição corresponde ao alojamento de uma fração do quarteamento.
Figura 11: Quarteador de polpa.
Fonte: Luz, A. B.; Sampaio, J.A e França, S. C. A. . (Ed.). Tratamento de minérios. 5a ed. Rio de
Janeiro: CETEM/MCT, 2010, p.42
		
Outro equipamento responsável por homogeneizar e quartear a amostra é a mesa homogeneizadora/divisora. Trata-se de uma calha com vibrações, que possui altura e vazão de descarga diferente. No qual, forma um caminho circular. O material desce de um silo acoplado e conforme a vibração da calha forma uma pilha circular que pode ser quarteado com o auxílio de um equipamento que contém dois interceptores triangulares.
Figura 12: Mesa homogeneizadora/divisora.
Fonte: Sampaio, J.A.; França, S. C. A. e Braga, P. F. A. Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007, p.33.
CONCLUSÃO
Através do conhecimento sobre amostragem adquiridos em sala/laboratório e pesquisa sobre o processo, foi possível entender a importância dessa técnica dentro do mundo da mineração. Observou-se o emprego de metodologias, bem como os equipamentos utilizados e, outrossim, verificou-se a relevância dos possíveis erros, de modo que, conhecendo-os, torna-se mais acessível minimizá-los, ressaltando que é preciso levá-los em consideração para que a amostragem seja bem conduzida. 
Ademais, conclui-se, assim, que a amostragem é uma das mais complexas operações dentro do âmbito mineral devido a propensão a erros e para que haja resultados satisfatórios e representativos, é necessário que se estabeleça métodos sistemáticos e acurados, a fim de atender os critérios de confiabilidade dentro do processo. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Goes, M. A. C.; Luz, A. B. e Possa, M. V. Amostragem. In: Luz, A. B.; Sampaio, J. A. e Almeida, S. L. M. (Ed.). Tratamento de minérios. 4a ed. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2004, p.19-54.
Luz, A. B.; Sampaio, J.A e França, S. C. A. . (Ed.). Tratamento de minérios. 5a ed. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2010, p.23-43.
Sampaio, J.A.; França, S. C. A. e Braga, P. F. A. Tratamento de Minérios: Práticas Laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007, p.03-34.

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