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Migração das espécies marinhas: Causas e efeitos da migração dos Delfinídeos

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Introdução
Migração é o fenómeno de deslocamento dentro de um espaço geográfico de forma temporária ou permanente. Não obstante ocorrer frequentemente nos humanos, esta pesquisa se centrará nas migrações ocorrentes em outros animais, neste caso, os da família Delfinidae (tendo os golfinhos como representantes). Vários são os factores que podem influenciar sobre a migração desta família, considera-se que estes não seriam apenas naturais (fluxo ambiental normal), mas também pelas ameaças causadas pelo homem (pesca, poluição acústica, mudanças no ecossistema, etc.), que tenderão a aumentar no futuro. 
Motivados a conhecer as causas e efeitos deste fenómeno e fazer uma análise teórica no âmbito biológico-ambiental, os autores iniciaram esta pesquisa não apenas pela necessidade urgente de conhecer, mas também de informar certas situações que poderão comprometer a liberdade comportamental, ou até a futura existência dos delfinídeos.
Antecedentes
Em 1999, a bióloga brasileira Cristiane Barreto elaborou uma monografia de fim de curso sobre a "interacção entre pescadores e mamíferos marinhos no litoral do Paraná" falando sobre a interacção positiva e negativa entre os homens e os *cetáceos* durante a actividade pesqueira.
No ano de 2000, Ana Maria Jacobina publicou um trabalho sobre os cetáceos (ordem de mamíferos aquáticos). Fala sobre as adaptações desta ordem, o seu comportamento de acordo com as diferentes espécies. Também aborda sobre a migração e do encalhe deste grupo nas praias, podendo ou não causar a sua morte.
Em marco de 2014, a bióloga portuguesa Ana Margarida Dinis elaborou uma *tese doutoral* sobre a “conservação e ecologia dos Bottlenose delphins no arquipélago da madeira” onde retracta a ecologia da população desta espécie, focando-se na sua estrutura, residência, sobrevivência, distribuição espacial…
Em 29 de Agosto de 2014, Sara Malm publicou na Dailymail online uma notícia sobre 100mil golfinhos que migraram ao longo da costa da Africa do Sul.
Actualidade
Como golfinhos são abatidos no Japão e porque essa prática gera ultraje
Pescadores japoneses abateram na sexta-feira (9) cerca de 20 golfinhos na pequena cidade costeira de Taiji, da província de Wakayama, no Japão, segundo informações do jornal “The Mainichi”. Anualmente, o governo da província de Wakayama permite a caça de até 2.000 golfinhos em sua costa, em geral a partir do dia 1 de setembro ao dia 1 de março. A maior parte é morta para a obtenção de carne, mas outra é capturada e vendida para aquários ao redor do mundo. 
Dezassete golfinhos morreram, no dia 22 de Julho de 2016 (sexta-feira), cerca das 16 horas, depois de terem sido apanhados acidentalmente nas redes de pescadores de arte xávega, na praia de Mira.
Os golfinhos mortos pertenciam a "um grupo heterogéneo, com adultos e juvenis, que se aproximou muito da costa. Estavam atrás de alimento ou de passagem", explicou Marisa Ferreira, bióloga do CRAM-Q, confirmando que estes cetáceos podem formar grupos de 200 elementos. A captura acidental não é rara, mas tem diminuído devido à colocação de sensores nas redes, que emitem sinais sonoros de baixa intensidade para afastar os golfinhos. Raul Almeida, presidente da Câmara de Mira, diz que "foi confirmado que os sensores estavam a funcionar", mas não foi o suficiente para impedir a tragédia.
Filhote de golfinho morre após série de selfies com turistas na Argentina
Um filhote de golfinho morreu após ser retirado da água para realizar diversas selfies com turistas na praia de Santa Teresita, na Argentina. O incidente ocorreu alguns dias depois que dois golfinhos foram retirados do mar para fazer as fotos.
Um deles não resistiu e morreu de desidratação, segundo denunciou a fundação Vida Silvestre.
Novidade ou Valor social
O valor social desta pesquisa centra-se no facto de que esta irá tratar não só da migração de delfinídeos de uma forma geral, mas também da acção do homem nesta, até à mortalidade dos delfinídeos, atentando para a importância de conhecer para preservar.
Aporte
Este trabalho visa trazer um contributo científico-informativo.
Problema
Quais as causas da mortalidade dos Delfinídeos durante as migrações?
Objecto
Migração dos Delfinídeos.
Campo de acção
Acção humana na migração dos Delfinídeos.
Hipótese
A acção humana nos ecossistemas não exerce influência sobre a migração dos Delfinídeos.
Objectivos
Objectivo Geral:
Identificar as principais causas que agem sobre a migração dos Delfinídeos e os seus efeitos.
Objectivos específicos:
Determinar se a acção humana realmente influencia sobre a migração dos Delfinídeos;
Conhecer os motivos da mortalidade dos Delfinídeos durante as migrações.
Tarefas da investigação
	
	Agosto
	Setembro
	Outubro
	Novembro
	Escolha do Tema e do Título
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	Pesquisa Bibliográfica
	
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	Elaboração do modelo teórico
	
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	Finalização do trabalho
	
	
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	Apresentação do trabalho
	
	
	
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Métodos e técnicas da investigação
	Para esta investigação usou-se como método a Revisão Bibliográfica.
Revisão Bibliográfica
Migração animal. Conceitos gerais.
Migrações animais são os deslocamentos realizados, periodicamente ou não, em limites de espaço e tempo significativos em relação ao tamanho e à duração da vida da espécie. Podem-se observar migrações com periodicidade inferior a um ano, migrações sem retorno, migrações erráticas, entre outras. Às vezes, essas migrações, que provavelmente estão ligadas à alimentação, coincidem com certa estação do ano.
Consideram-se também migrações, embora não típicas, os deslocamentos dos limites de distribuição de uma população. Esses deslocamentos se processam de forma mais lenta que as migrações propriamente ditas e em geral se relacionam a alterações recentes do clima. Alguns especialistas acreditam que o elemento impulsionante da migração, seja ela longa ou curta, é sempre directa ou indirectamente alimentar.
Características gerais dos Delfinídeos
A família dos Golfinhos ou Delfinídeos é a mais rica de toda a ordem, compreendendo 34 espécies. Todas elas têm uma característica anatómica comum: a fusão das duas primeiras vértebras cervicais, que limita os movimentos da cabeça. Em algumas espécies, o rosto é em forma de bico. A família está subdividida em dois grupos: os pequenos delfinídeos que não ultrapassam os 4m de comprimento, dos quais o roaz-corvineiro (Tursiops truncatus) é o mais conhecido, e os grandes delfinídeos, ás vezes chamados impropriamente “Baleias”. Dentro desta vasta família consideraremos um grupo específico vulgarmente chamado “Golfinhos”.
Também chamado de "delfim", o golfinho é um cetáceo que pode mergulhar a grandes profundidades. Vivem 25 a 30 anos e são animais de vida em grupo. São predadores e na cadeia alimentar se colocam nos níveis superiores. Em outras palavras, são poucos os animais que os predam, enquanto eles consomem enormes quantidades de peixes e de moluscos. Mas as espécies de pequenas dimensões, como os Stenella, os golfinhos-lacustres-chineses do género Sousa e até os roazes-corvineiros, podem tornar-se presas de superpredadores, como as orcas ou os tubarões. Nadam a uma velocidade de 20 km/h à 61 km/h orientando-se pelos ecos dos sons que produz (ecolocação). O formato de sua cabeça funciona como uma caixa acústica. O sonar dos golfinhos opera com uma precisão de detalhes maior do que o sonar electrónico. São capazes de cobrir distâncias enormes à procura de alimento e contam-se entre os animais mais móveis da terra, sendo recorrentemente migratóriose deslocando-se em função das estações.
Causas das migrações
	Algumas causas que impulsionam a migração dos Delfinídeos podem ser:
A migração das presas e as oscilações da temperatura da água;
 A degradação ambiental e as actividades relacionadas ao turismo, como a circulação de lanchas e motos aquáticas, degradação do meio ambiente e poluição sonora; 
Outras são os químicos (alteração da composição da água) que podem causar desde problemas respiratórios, câncer, teratogénese (dano ao embrião ou feto durante a gravidez que causa malformação), entre outras doenças. OBS: ressalta-se que esta causa não influi apenas na migração, mas também na mortalidade.
Efeitos da migração
 
A migração de delfinídeos tem como efeitos principais: a modificação da distribuição de algumas espécies de delfinídeos ao longo da hidrosfera e a interação entre as espécies de vários conjuntos. De forma natural a migração não exerce efeito negativo, porém os efeitos drásticos que poderiam surgir por meio das migrações seriam aqueles que remetem a acção humana: o turismo, a pesca desordenada, a actividade industrial, entre outras, durante as migrações podem provocar distúrbios no fluxo normal deste grupo levando a danos irreparáveis.
Mortalidade durante as migrações
O dar à costa em massa é bastante frequente em algumas espécies: os golfinhos particularmente sociáveis que vivem em grupos muito numerosos, se por acaso o golfinho dominante do grupo der à costa por qualquer motivo, é muito provável que os companheiros o sigam sendo feridos pelas hélices dos barcos (mutilação), ou ficando presos nas redes dos pescadores (afogamento). Se as infecções bacterianas e parasitárias (o parasita nasitrema, por exemplo, se instala no cérebro e no interior do ouvido fazendo com que percam a capacidade de virar e de evitar os obstáculos) podem ser consideradas responsáveis por este fenómeno (mortalidade migratória), não menos graves são as perturbações devidas à poluição do ambiente marinho (esgotos domésticos, descargas industriais, mineração, escorrimento de agrotóxicos e de lixo). É indispensável que em todo o Mundo sejam tomadas medidas capazes de prevenir esses acidentes, de modo que às causas naturais não venham somar-se às que são imputáveis ao descuido dos homens. 
Materiais e Métodos
Materiais:
Bloco de anotações
Esferográfica
Lápis 
Borracha
Folhas de papel
Computadores
Impressora
Pen drive
Internet
Métodos:
Revisão e pesquisa bibliográfica
Resultados
Obteve-se como resultado desta pesquisa a confirmação de que a acção humana nos ecossistemas influencia sobre a migração dos delfinídeos, fazendo com que se possa verificar a hipótese, neste caso refutá-la. Obteve-se também, mediante a revisão bibliográfica a resposta ao problema, pois descobriram-se as causas da mortalidade durante as migrações (hélices de barcos, redes de pesca, parasitas, poluição, etc.).
Conclusão
Por todo mundo, muitas das migrações mais espectaculares são ameaçadas por uma serie de factores, incluindo a destruição de habitats, criação de obstáculos e barreiras ou vedações, exploração excessiva e mudanças climatéricas. Apesar de esforços de numerosos grupos de pesquisa e projectos de conservação que estudam e defendem espécies marinhas, ainda hoje os cetáceos encontram-se, de certa forma ameaçados devido à actividade humana na caça destas espécies e sua interferência nos ecossistemas marinhos: barulho, perturbação directa (afectando a orientação), falta de alimento, contaminação, e mudanças climáticas, têm como consequência ferimentos e até mesmo a mortalidade destes indivíduos.
À medida que passa o tempo crescem novas ameaças para esta família, como os testes sísmicos e actividades relacionadas com a produção de gás e óleo dentro e em redor do seu habitat. Fazendo com que o número dos golfinhos caia drasticamente todos os anos.
Em suma, pode-se dizer que nesta pesquisa:
Os objectivos foram atingidos;
Refutou-se a hipótese;
O problema foi resolvido.
Desta forma, considera-se que esta pesquisa alcançou uma longevidade considerável.
Recomendações
	Devido ao facto de ser dever do biólogo amar, proteger e defender a vida, na qualidade de aspirantes a biólogos os autores recomendam que haja maior sensibilização às populações principalmente aos pescadores de modo a estes tomarem medidas precativas (como sensores nas redes e maior cuidado na navegação) para diminuírem a mortalidade dos delfinídeos durante as migrações; e aos turistas e restantes membros das populações, para que estes aprendam a lidar com os casos de “dar à costa”. Chama-se aqui, mais uma vez à atenção para a importância de preservar o ambiente, pois a poluição para além de contribuir para que as espécies marinhas sejam dizimadas, também contribui para um “planeta doente”.
Referências bibliográficas
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/18/internacional/1455786405_646420.html
http://golfinhos.net/2-artigos?start=50
http://golfinhos.net/portal/especies
https://pt.mongabay.com/2015/07/07/a-populacao-dos-golfinhos-maui-reduz-se-para-menos-de-50-individuos/
http://www.jn.pt/local/noticias/coimbra/mira/interior/dezassete-golfinhos-mortos-em-captura-acidental-de-pescadores-5300540.html#ixzz4LZVT7U4w
http://www.natgeotv.com/pt/grandes-migracoes/conservacao
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/09/10/Como-golfinhos-s%C3%A3o-abatidos-no-Jap%C3%A3o-e-por-que-essa-pr%C3%A1tica-gera-ultraje
http://www.webciencia.com/14_golfinho.htm
Anexos
Fig. 1: Golfinhos abatidos no Japão
Fig. 2: Golfinhos a aproximarem-se de um barco de pesca
Fig. 3: Golfinhos mortos depois de terem sido apanhados acidentalmente nas redes de pescadores
Fig. 4: Filhote de golfinho retirado da água por turistas para realizar diversas selfies na praia

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