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Apostila 004 Direitos Políticos

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Professor Zélio Maia 
Direito Constitucional 
Material das Aulas 18 a 21 
 
 
1 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 
 
1. DIREITOS POLÍTICOS - CONCEITO 
 
Os direitos políticos são o conjunto de condições que permitem ao cidadão intervir na vida política do país, 
votando e sendo votado. 
Os direitos políticos decorrem de desdobramentos da soberania popular que afirma que todo poder emana 
do povo. 
 
2 – MODALIDADES DE DIREITOS POLÍTICOS 
 
Os direitos políticos se distinguem em ativos e passivos. 
O direito político ativo é o direito de alistamento eleitoral e voto. O direito político ativo pode ser 
obrigatório ou facultativo. 
O direito político passivo é o direito de ser votado. 
ATENÇÃO 
A faculdade, quando constitucionalmente 
prevista, é tanto para o alistamento quanto para o voto. 
Ser alistado não gera obrigatoriedade do voto. 
 
3 – ALISTAMENTO E VOTO OBRIGATÓRIOS 
 
A regra é de que o alistamento e o voto são obrigatórios aos maiores de 18 anos. O texto constitucional 
não especifica, mas tal obrigatoriedade exclui os maiores de 18 desde que tenha mais 70 nos, seja conscritos ou 
analfabeto. A estes, pois, apesar de ter mais de 18 anos o voto é facultativo. 
 
4 – ALISTAMENTO E VOTO FACULTATIVOS 
 
Aos maiores de 16 e menores de 18 anos, aos analfabetos e aos maiores de 70 anos, tanto o voto quanto o 
alistamento eleitoral são facultativos. Veja que, mesmo sendo alistadas (portadoras de título eleitoral), essas 
pessoas não são obrigadas a votar, ou seja, o exercício de tal direito é facultativo. 
 
4.1 – QUESTÕES ESPECÍFICAS 
1) Aquele que contar 17 anos e votar no primeiro turno estará ele obrigado a votar nas eleições de 
segundo turno, se já contar com 18 anos de idade? Sim. 
2) Se essa mesma pessoa estiver com 17 anos no primeiro turno e optar por não votar, mesmo já tendo 
título de eleitor, estará obrigada a votar no segundo turno se já contar com 18 anos? Sim. 
3) Se essa mesma pessoa estiver com 17 anos no primeiro turno e votar, estará obrigada a votar no 
segundo turno por ter votado no primeiro turno mesmo tendo ainda 17 anos? Não. 
 
 
Professor Zélio Maia 
Direito Constitucional 
Material das Aulas 18 a 21 
 
 
2 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 
 
ATENÇÃO 
Regra simples para entender essas diversas 
situações é: cada turno de eleição é uma eleição 
autônoma sendo, pois, regidas pela idade que a pessoa 
tiver em sua época. 
 
5 – DIREITO POLÍTICO PASSIVO 
Como já dito, é o direito de ser votado e esse direito inicia aos 18 anos e se forma em sua plenitude aos 35 
anos de idade conforme o cargo pretendido. 
Aos 18 anos, adquire-se o direito político passivo de ser candidato a vereador; aos 21 anos, além de 
vereador, a pessoa pode ser candidata a prefeito, vice-prefeito, deputado (federal, estadual ou distrital) e a juiz de 
paz; aos 30 anos, pode ser candidata aos cargos antecedentes e ainda a governador e vice-governador, e, aos 35 
anos, pode ser candidato a qualquer cargo, inclusive senador, presidente da República e vice-presidente da 
República. 
6 – SOBERANIA POPULAR 
A soberania popular tem sua origem nas idéias da escola contratualista do século XVIII, tendo como grande 
nome Jean-Jacques Rousseau – antes dele Hobbes e Locke. Para essa doutrina o governo só pode buscar 
fundamento na vontade do povo e uma vez unidos cada um abria mão de parcela de sua liberdade em proveito de 
uma liberdade protegida pelo Estado deixando para trás assim os riscos de um estado de natureza. 
Na CF brasileira a soberania popular está expressamente contemplada em seu art. 14 especificando “A 
soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos...”. 
Veja que essa soberania popular é desdobramento daquela soberania prevista no art. 1°, parágrafo único 
da CF. Assim, a soberania popular, prevista no art. 1°, parágrafo único pode ser sistematizado como segue. 
Soberania popular exercida indiretamente – o povo escolhe seus representantes para, indiretamente, 
tomar as decisões em nome dos mandatários (o povo). 
Soberania popular direta – pode ser manifestada pelo plebiscito, referendo ou iniciativa popular1. 
Por seu turno o art. 14 especifica o modo específico da manifestação popular de forma direta que ocorre 
por plebiscito, referendo e iniciativa popular. 
 
6.1 – PLEBISCITO 
No plebiscito a vontade criadora inicial é do povo, é quem diretamente e de forma livre escolhe o que 
deseja que seja inserido na ordem institucional já estabelecida. Uma vez criada a nova realidade pela vontade 
plebiscitária (um estado-membro por exemplo), e considerando que vivemos sob a égide do princípio da reserva 
legal, se faz necessária a elaboração da norma que visa formalizar a vontade popular. Em razão disso é comum ouvir 
que o plebiscito é anterior à norma. 
 
 
1
 Alguns doutrinadores veem a iniciativa popular como forma semi direta de exercício do poder pelo povo. Essa abordagem não 
é usual em concurso mas considerando que a maioria dos manuais apontam como forma direta de participação do povo, como 
tal deve ser considerado pelo candidato. 
 
 
Professor Zélio Maia 
Direito Constitucional 
Material das Aulas 18 a 21 
 
 
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6.2 – REFERENDO 
No referendo, ao contrário do plebiscito, o povo já recebe uma situação previamente definida onde apenas 
é consultado se concorda ou não, ou seja: se referenda ou não. Ao referendar o povo nada mais faz que concordar 
com uma situação previamente estabelecida. Daí ser comum ouvir que no referendo o povo é consultado após a lei 
já estar pronta. 
 
6.3 – INCIATIVA POPULAR 
A iniciativa popular decorre da possibilidade do povo diretamente apresentar projeto de lei perante as 
casas legislativas (federal – Câmara, estadual ou municipal). Para tanto o projeto deve ser subscrito por pelo menos 
1% do eleitorado nacional, representado em pelo menos 5 Estados e em cada Estado desses deve ter a assinatura de 
pelo menos 0,3% do eleitorado local (art. 61, § 1° da CF). Esses requisitos são cumulativos. 
 
7 – INALISTÁVEIS 
Os inalistáveis vem especificados no § 2º, do art. 14 e são: os estrangeiros e, durante o período do serviço 
militar obrigatório, os conscritos. 
Deve ser lembrado que o português com reciprocidade está equiparado a brasileiro naturalizado, logo tem 
direito político ativo e passivo, ressalvado-se, apenas a impossibilidade de ocupar cargos privativos de brasileiros 
natos. 
Conscritos são os jovens brasileiros que completam 18 anos no ano em que participam do processo de 
seleção para o serviço militar obrigatório. São igualmente conscritos os médicos, dentistas, farmacêuticos e 
veterinários que, para conclusão de seus respectivos cursos superiores, não prestaram o serviço militar obrigatório. 
A estes últimos o serviço militar é obrigação postergada para após a conclusão do curso. 
 
8 – REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS PASSIVOS – CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE 
As condições para elegibilidade vem contempladas no § 3º do art. 14 e são: a nacionalidade brasileira, 
pleno exercício dos direitos políticos, alistamento eleitoral, domicílio eleitoral na circunscrição, filiação partidária, 
idade mínima contemplada na constituição. 
Esses requisitos são cumulativos devendo mais uma vez ficar ressaltado que somente pode candidatar-se a 
cargo público eletivo aquele que tiver nacionalidade brasileira; entretanto tal regra é quebrada na hipótese de 
português com reciprocidade, nos termos do disposto no art. 12, § 1.º, da CF.9 – INELEGIBILIDADES 
A Constituição especifica nos parágrafos quarto ao sétimo situações de inelegibilidades que podem ser 
absolutas ou relativas. 
 
9.1 – INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS 
São inelegibilidades absolutas imposições constitucionais que impeçam a pessoa de se candidatar a 
qualquer cargo público eletivo, ou seja: a pessoa pode até ter direito político ativo, mas não tem qualquer direito 
 
 
Professor Zélio Maia 
Direito Constitucional 
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político passivo. As inelegibilidades absolutas vem especificas no § 4° que são os inalistáveis (conscritos e 
estrangeiros - com exceção do português) e os analfabetos que são inelegíveis para qualquer cargo, daí tratar-se de 
inelegibilidade absoluta. 
 
9.1.1 – ESTRANGEIROS E CONSCRITOS 
São inelegíveis os estrangeiros e os conscritos. 
Como já visto anteriormente, os conscritos são o jovens brasileiros que completam 18 anos no ano em que 
participam do processo de seleção para o serviço militar obrigatório e os médicos, dentistas, farmacêuticos e 
veterinários que, para conclusão de seus respectivos cursos superiores, não prestaram o serviço militar obrigatório. 
 
9.1.2 – ANALFABETOS 
Os analfabetos tem direitos políticos ativos (direito de votar), mas não tem direitos políticos passivos 
(direito de ser votado). Tal limitação é de todo compreensível, haja vista que o político é o representante dos 
interesses do povo e, como tal, deve ter instrução suficiente para bem representar a sociedade. 
Para ser considerado alfabetizado, não basta saber assinar o nome, como na prática se vê muitas vezes, 
mas tem de ter o mínimo de compreensão para ler e escrever. Alfabetizado, portanto, é aquele que tem o nível de 
compreensão mínimo para ler e escrever, sob pena de indeferimento de seu pedido de registro de candidatura, 
podendo, inclusive, o juiz eleitoral proceder à avaliação para aferir a alfabetização dos candidatos. Esse é, inclusive, o 
entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, que assim se tem pronunciado sobre a matéria: 
“Consulta. Elegibilidade de candidato. Falta de escolaridade. São inelegíveis, para qualquer cargo, os 
analfabetos (art. 14, § 4.º, CF, e art. 1.º, I, a, da LC n. 64/90). Comprovada a capacidade do candidato de ler e 
escrever, não há que falar em inelegibilidade. Decisão: O Tribunal, por unanimidade, respondeu 
afirmativamente à consulta. DJ, 23 abr. 1992”. 
Ainda sobre prova de aferição, assim se manifestou o Tribunal Superior Eleitoral: 
“Inelegibilidade do analfabeto: submissão a prova elementar de alfabetização, perante o juiz, de 
candidato que não apresentou documento de escolaridade mínima” (15-9-1992). 
Acrescente-se que o analfabetismo que gera a inelegibilidade absoluta é o denominado analfabetismo 
funcional; mesmo que comprove a alfabetização formal, se restar comprovado que, de fato, a pessoa é analfabeta, 
aplica-se a inelegibilidade. 
 
9.2 – INELEGIBILIDADES RELATIVAS 
Os parágrafos 5° a 7° tratam das inelegibilidades relativas, pelas quais tornam a pessoa inelegível apenas 
para alguns cargos. 
 
9.2.1 – IDADE 
A própria limitação de idade para se candidatar a algum cargo caracteriza inelegibilidade relativa na 
medida em que aquele que contar com 18 anos é, por exemplo, elegível para o cargo de vereador mas não o é para 
qualquer outro cargo. Logo temos aí uma forma de manifestação de inelegibilidade relativa decorrente da idade. 
 
 
 
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9.2.2 – REELEIÇÃO 
O parágrafo 5° especifica a regra da reeleição para cargos do executivo o que gera, por consequência, 
inelegibilidade relativa pelo fato de significar inelegibilidade para um terceiro mandato consecutivo. Assim especifica 
o referido parágrafo 5°: 
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e 
quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período 
subseqüente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) 
Trata esse dispositivo da possibilidade de reeleição introduzida pela emenda constitucional n° 16/97. Não 
houve previsão na referida emenda da necessidade de renúncia antes do pleito para que o titular pudesse se afastar 
da administração para pleitear o mesmo cargo que ocupa. O STF pronunciou-se no sentido de que não há a 
necessidade de renúncia, ou seja, o prefeito, governador ou presidente que quiser se candidatar a reeleição não 
precisa renunciar 6 meses antes do pleito. 
9.2.3 – INELEGIBILIDADE PARA OUTROS CARGOS 
O § 6º especifica que o prefeito, governador ou presidente para concorrerem a outros cargos devem 
renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. 
Assim especifica o parágrafo 6°: 
“§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e 
do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. 
Temos aqui mais uma inelegibilidade funcional decorrente de ser ocupante de cargo de chefia do 
executivo, seja federal, estadual, distrital ou municipal, constituindo, pois, mais uma hipótese de inelegibilidade 
relativa. 
O dispositivo constitucional é taxativo no sentido de, o ocupante do cargo do executivo, desejando 
concorrer a qualquer outro cargo precisa renunciar pelos menos seis meses antes do pleito para o qual quer 
concorrer. 
Cumpre esclarecer certa incoerência nesse preceito constitucional: o prefeito, para concorrer outra vez 
ao cargo de prefeito da mesma cidade (reeleição), não precisará renunciar (§ 5°); contudo, para concorrer a 
qualquer outro cargo (ex.: presidente da República) deverá renunciar 6 meses antes do pleito. Como dito, é 
incoerente, mas em razão da taxatividade do texto constitucional prevalece a necessidade de renúncia neste 
caso e não renúncia na situação apresentada pelo § 5°. 
ATENÇÃO 
Prefeito, governador ou presidente para se 
candidatar à reeleição, não precisam renunciar, 
entretanto, para se candidatarem a qualquer outro 
cargo precisam renunciar aos respectivos mandatos 6 
meses antes do pleito. 
 
 
 
 
 
Professor Zélio Maia 
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9.2.4 – INELEGIBILIDADES RELATIVAS REFLEXAS 
Aqui se faz necessário a transcrição do § 7º: 
“São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou 
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, 
do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, 
salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.” 
A textualidade constitucional nos remete a uma inelegibilidade relativa, na medida em que os parentes 
relacionados no parágrafo, assim como o cônjuge, não podem ser candidatos a qualquer cargo público eletivo na 
área onde seu parente ou cônjuge for titular do executivo. 
A única exceção prevista no dispositivo para o parente ou o cônjuge se candidatar é: já ser detentor de 
cargo eletivo e estiver buscando a reeleição (ex. vereador que quer se reeleger no Município). Sendo assim, um 
desses parentes do governador ou seu cônjuge não poderia ser candidato a deputado estadual se não estivesse 
buscando a reeleição. 
Indaga-se: e o próprio governador, pode ser candidato ao cargo de deputado estadual? Pode! Desde que 
cumpra o requisito especificado no § 6°, ou seja: renuncieao mandato seis meses antes do pleito. 
Bem, se o próprio detentor do mandato que gera a inelegibilidade reflexa pode, em relação a ele próprio, 
afastar a inelegibilidade pela renúncia, por que a inelegibilidade reflexa (relativa aos parentes) não seguir o mesmo 
rito e ser afastada pelo titular do cargo do executivo? Assim, acaso o prefeito, governador ou presidente venha a 
renunciar ao seu mandato 6 meses antes do pleito, ele estará afastando a inelegibilidade dele próprio em relação a 
outros cargos e também de seus parentes e cônjuge que eram atingidos pela inelegibilidade reflexa. 
Se o governador, nesse exemplo, pode ser candidato temos uma incoerência: o próprio governador pode 
mas o seu parente não pode! Assim, essa inelegibilidade dos parentes deve ser compatibilizada com o parágrafo 6° 
onde permite a candidatura desde que ocorra a renúncia do chefe do executivo até seis meses antes do pleito 
tornando-se ele próprio elegível para outros cargos assim como os seus parentes e cônjuge relacionados no 
parágrafo 7°. 
Assim, ao parágrafo 7° deve ser acrescentada outra hipóteses de afastamento da inelegibilidade reflexa 
que é a renúncia do titular 6 meses antes do pleito. 
ATENÇÃO 
1 - a inelegibilidade territorial é de cima para baixo, ou seja, presidente da 
república gera inelegibilidade em todo território nacional para seus parentes, 
o governador para o território do respectivo estado e prefeito apenas para o 
território do respectivo município. 
2 – quem gera inelegibilidade é o executivo, vale dizer, se alguém é ocupante 
de cargo do legislativo, tal cargo não gerará qualquer inelegibilidade. 
3 – a renúncia do titular do executivo faz cessar a inelegibilidade dos 
parentes até segundo grau e do cônjuge. 
 
9.2.4.1 – EXTENSÃO DA EXPRESSÃO CÔNJUGE 
Não podemos esquecer que a nossa Constituição foi elaborada por um conjunto de forças políticas onde os 
grupos organizados (servidores públicos, ruralistas, trabalhadores em geral, igreja, etc...) deram o tom dos debates e 
 
 
Professor Zélio Maia 
Direito Constitucional 
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das decisões finais. Nessa direção muitos textos foram aprovados já afastados da realidade da época. E o que se dirá 
de hoje! Dentre esses temas destaca-se a expressão CÔNJUGE. 
É evidente que o texto constitucional usa a expressão cônjuge como medida de restrição a outras formas 
de união familiar, entretanto a jurisprudência cuidou de reescrever essa expressão. 
A expressão cônjuge utilizada pela Constituição deve agora ser interpretado também como convivente 
(pessoas que convivem como se casados fossem em decorrência de união estável) independentemente de sexo, ou 
seja, à convivência homoafetiva também se aplica a inelegibilidade reflexa, portanto a união homoafetiva também 
se submete à inelegibilidade reflexa e assim como às suas exceções. 
Assim, a jurisprudência se firmou no sentido de que se o titular do cargo de prefeito, governador ou 
presidente renunciar seis meses antes do pleito, cessa a inelegibilidade aqui referida, seja em relação aos parentes 
referidos, seja em relação ao cônjuge assim como aos conviventes heterossexuais ou em decorrência de relações 
homoafetivas 
ATENÇÃO 
A expressão cônjuge se aplica à união estável 
heterossexual ou homossexual. 
 
Há ainda que se ressaltar que, se o chefe do executivo não quiser concorrer à reeleição o seu parente ou 
cônjuge pode ser candidato ao mesmo cargo, exigindo, é claro, que haja a renúncia 6 meses antes do pleito. 
Deve ainda ser lembrado que, nessa situação, se algum desses parentes vier a sucedê-lo não pode ser 
reeleito nem tampouco o antigo ocupante (parente ou cônjuge) poderá se candidatar outra vez. Se tal fosse possível 
estar-se-ia burlando a determinação constitucional de que somente pode haver uma reeleição. 
Em resumo: 
Situação 1 
“A” é prefeito de Anápolis em Goiás. Pode ser reeleito. Uma vez reeleito seu cônjuge ou parente não 
poderá ser candidato a nada no referido município, salvo se já detentor de cargo eletivo e estiver buscando a 
reeleição. Salvo também se “A” renunciar ao mandato seis meses antes e, neste caso, seus parentes atingidos pela 
inelegibilidade reflexa poderão ser candidatos a qualquer cargo, salvo apenas ao cargo de prefeito. 
Situação 2 
“A” é prefeito da cidade de Catolé do Rocha na Paraíba. Não se candidata a reeleição. Seu cônjuge ou 
parente não poderá ser candidato a nada no referido município, salvo se já detentor de cargo eletivo e estiver 
buscando a reeleição. Salvo também se “A” renunciar ao mandato seis meses antes do pleito e, neste caso, poderão 
ser candidatos a qualquer cargo no âmbito municipal, inclusive de prefeito. Sendo eleito a prefeito o parente ou 
cônjuge não poderá ser reeleito, nem tampouco “A” poderá, nas próximas eleições ser candidato a prefeito da 
mesma cidade. 
ATENÇÃO 
A união estável gera inelegibilidade reflexa, seja 
decorrente de conviventes heterossexuais ou 
homossexuais. 
 
 
 
 
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10 – O MILITAR E DIREITOS POLÍTICOS 
O militar se submete a regras específicas no que diz respeito aos direitos políticos e tais regras são 
contempladas no art. 14, § 8° e 142, § 3°, inc. V, todos da CF. Vejamos os referidos dispositivos constitucionais. 
“§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: 
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; 
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, 
passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.” 
De outra banda o art. 142 acima citado especifica: 
“V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;” 
Ora os dois preceitos constitucionais apresentam conflito eis que pelo primeiro fica evidente a 
possibilidade do militar ser candidato a cargo público eletivo e uma das condições para isso é estar filiado a partido 
político no entanto, ao militar é vedada a filiação partidária. O que fazer? 
Vamos á solução desse conflito normativo de índole constitucional. 
Esses preceitos constitucionais devem ser compatibilizados entre si em razão do princípio da unidade 
constitucional, na medida em que abstrai-se desse parágrafo que o militar, ainda na ativa pode ser candidato, tanto 
que as regras por ele a serem cumpridas estão especificadas de forma clara e taxativa. 
Por outro lado é requisito para se candidatar a qualquer cargo ser filiado a partido político (§ 3°, inc. V). 
Ocorre que o art. 142, §3°, inc. V da mesma Constituição especifica que o militar da ativa não pode ser 
filiado a partido político. Como visto, há um aparente conflito entre as normas que ora se cotejam. Indaga-se, para 
um início de interpretação constitucional: o constituinte quis dar ao militar a possibilidade de se eleger a cargo 
político? A resposta é sim! 
Logo deve o intérprete buscar uma solução para possibilitar ao militar a participação para exercer seus 
direitos políticos passivos (direito de ser votado). 
A solução encontrada deve ser no sentido de possibilitar ao militar candidatar-se mesmo sem a filiação 
partidária eis que a vontade última do legislador constituinte foi no sentido de o militar ocupar cargo público eletivo, 
tanto que a CF especificou com detalhamento o modo disso acontecer. Assim, e na busca de solucionar tal impasse 
normativo, o STF possibilita, e em caráter excepcional, que ocorra a candidatura sem a devida filiação partidária em 
homenagem ao preceito constitucional que assegura ao militar o direito a ocupar cargo públicoeletivo. No julgado o 
STF assim se pronunciou: 
“Militar da ativa (sargento) com mais de dez anos de serviço. Elegibilidade. Filiação partidária. (...) Se 
o militar da ativa é alistável, é ele elegível (CF, art. 14, § 8º). Porque não pode ele filiar-se a partido político 
(CF, art 42, § 6º), a filiação partidária não lhe é exigível como condição de elegibilidade, certo que somente a 
partir do registro da candidatura é que será agregado (CF, art. 14, § 8º, II; Cód. Eleitoral, art. 5º, parág. único; 
Lei n. 6.880, de 1980, art. 82, XIV, § 4º).” (AI 135.452, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 20-9-90, DJ 
de 14-6-91) 
Solucionada está, pois, a problemática do militar e seu direito de ocupar cargo público eletivo. 
 
ATENÇÃO 
O militar para ser candidato não precisa estar 
filiado a partido político. 
 
 
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11 – INELEGIBILIDADE LEGAL 
 
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de 
proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do 
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do 
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) 
 
As inelegibilidades contempladas na CF não exclui a possibilidade de criação, por lei, de outras 
inelegibilidades. Exige, no entanto, o texto do parágrafo 9° para o estabelecimento de outras inelegibilidades, tal 
matéria seja veiculada por lei complementar. Assim, verifica-se que o texto constitucional não exauriu o tema, 
remetendo à legislação a sua regulamentação. Há de ressaltar, no entanto, que a legislação somente pode criar de 
inelegibilidades relativas, não admitindo a criação de outras inelegibilidades absolutas, pois nesse campo o legislador 
constituinte tratou do tema exaustivamente. 
O texto constitucional não torna inelegível a pessoa que esteja sendo processada criminalmente, não é 
essa a vontade do constituinte, busca sim evitar a candidatura daquele que tenha uma vida pregressa que coloque 
em risco a ética daquele que está a buscar um cargo público eletivo assim como aquele que coloque em risco a 
própria lisura do processo eleitoral. 
Ao invés de impedir a candidatura de alguém que esteja sendo processado criminalmente, o legislador 
constituinte optou pela remessa do tema ao âmbito da normatização infraconstitucional (§ 9.º do art. 14 da CF), o 
qual especifica que a vida pregressa do candidato poderá ser motivo de inelegibilidade e o faz para “...proteger a 
probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a 
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, 
cargo ou emprego na administração direta ou indireta.”. 
ATENÇÃO 
Constituição apresenta rol exemplificativo de 
inelegibilidades, e não exaustivo, podendo a lei criar 
outras hipóteses de inelegibilidades relativas. 
 
Seguindo o que ficou aqui exposto, foi elaborada a denominada lei da ficha limpa (LC N°135/2010) que 
especificou que aquele que tiver condenação por colegiado, se torna inelegível por 8 anos. Estamos aqui diante de 
uma inelegibilidade relativa criada por lei. 
 
12 – CASSAÇÃO, PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS 
O tema proposto neste item vem disciplinado no art. 15 da CF nos seguintes termos: 
“Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
 
 
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II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, 
VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
 
12.1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS 
A Constituição não admite, sob qualquer condição, a cassação dos direitos políticos. O que o texto admite é 
a suspensão e a perda de direitos políticos (art. 15), jamais a cassação. 
A Constituição não discrimina quais são as hipóteses de perda e quais as hipóteses de suspensão, o que 
tem gerado alguns debates a respeito do tema. Ficou a cargo da doutrina e da jurisprudência tentar distinguir as 
hipóteses de perda e de suspensão dos direitos políticos. 
12.2 – PERDA 
É a privação dos direitos políticos sem prazo predeterminado, ou seja, uma vez excluído o direito político o 
atingido não sabe quando, ou até mesmo si, o terá de volta. Trata-se, pois, segundo José Afonso da Silva de privação 
definitiva dos direitos políticos2. 
São casos de perda o cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado, recusa de 
cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa nos termos do art. 5.º, VIII (escusa de consciência) e 
aquisição de outra nacionalidade que gere a perda da nacionalidade brasileira (esta não prevista expressamente no 
art. 15 da CF). 
12.3 – SUSPENSÃO 
A suspensão dos direitos políticos consiste na retirada com prazo predeterminado dos direitos políticos da 
pessoa, ou seja, com a privação do direito político o atingido já sabe exatamente a data de seu retorno. Estamos 
aqui, pois, de uma privação temporária de direitos políticos3. 
São casos de suspensão: incapacidade civil absoluta; improbidade administrativa e condenação criminal 
com trânsito em julgado. 
12.4 – ESCUSA DE CONSCIÊNCIA – POLÊMICA 
Quanto ao inciso IV do art. 15, que se refere à hipótese de recusa em cumprir obrigação a todos imposta 
ou alternativa prevista em lei, há certa divergência doutrinária: alguns apontam para a hipótese de perda e outros 
para a de suspensão. 
Tal discussão talvez tenha sido decorrente da previsão contida na Lei n. 8.239/91, que trata do Serviço 
Militar alternativo, pois em seu art. 4.º, § 2.º, especifica que o não-cumprimento das obrigações militares acarreta a 
suspensão de direitos políticos. 
A expressão “suspensão” contida na lei, no entanto, não deve servir de parâmetro para classificação como 
suspensão, eis que a idéia de perda está atrelada à não-previsão do fim da restrição aos direitos políticos, que é o 
 
2
 Curso de direito constitucional positivo, 15ª Ed., pág. 383. 
3
 José Afonso da Silva, in Curso de direito constitucional positivo, 15ª Ed., pág. 383. 
 
 
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que ocorre na situação da escusa de consciência, em que não há um prazo preestabelecido para o retorno dos 
direitos políticos. 
Não obstante essa polêmica, há de se ressaltar que por não haver prazo estipulado para o retorno do 
direito político, estamos aqui diante de típica hipótese de perda de direito político e não de suspensão. 
ATENÇÃO 
Não se admite cassação de direito político que 
somente podem ser suspensos ou perdidos. 
 
13 – LEI ELEITORAL E PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 
O dispositivo constitucional especifica que a lei que alterar o processo eleitoral entra em vigor de imediato 
mas só se aplica às eleições que forem realizadas após o primeiro ano de sua vigência. Assim especifica o art. 16 da 
CF: 
“Art. 16. A lei que alterar o processoeleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se 
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 4, de 1993) 
As relações humanas em sociedade devem ser regidas pelo princípio da segurança jurídica que encontra no 
princípio da anterioridade da lei um de seus principais referenciais a fim de evitar elaboração de leis para atender 
apenas a interesses específicos e momentâneos. O direito eleitoral, com mais razão ainda, deve seguir esse mesmo 
caminho onde a elaboração de lei que altere o processo eleitoral não pode ter em vista vicissitudes políticas 
momentâneas, sob pena de violar o princípio democrático da igualdade nas disputas eleitorais. 
É por isso mesmo que o constituinte contempla no artigo 16 da CF que a lei que alterar o processo 
eleitoral, não obstante entrar em vigor na data de sua publicação, somente poderá ser aplicada às eleições que 
venham a ocorrer após o transcurso do primeiro ano de sua vigência. 
O que se procura com essa limitação temporal é inviabilizar alterações legislativas que possam interferir, às 
vésperas das eleições, no processo eleitoral já em curso o que poderia gerar casuísmos em proveito principalmente 
daqueles que se encontram no poder. 
A expressão lei constante do referido artigo, segundo o STF, alcança também as emendas constitucionais, 
ou seja, as emendas que alterarem o processo eleitoral devem se submeter à anterioridade aqui analisada. (ADI 
3.685). 
14 – PARTIDOS POLÍTICOS 
As regras constitucionais sobre os partidos políticos estão contempladas no art. 17 da CF que ora se 
transcreve. 
“Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a 
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e 
observados os seguintes preceitos: 
I - caráter nacional; 
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de 
subordinação a estes; 
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; 
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 
 
 
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§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e 
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem 
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, 
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. 
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão 
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. 
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à 
televisão, na forma da lei. 
§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. 
 
14.1 – LIBERDADE DE FORMAÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
O Brasil pós 1988 estruturou-se democraticamente pautado no pluripartidarismo, possibilitando assim, de 
forma ampla, a criação de agremiações políticas, símbolo de qualquer sistema democrático. 
Essa liberdade associativa para finalidades partidárias, no entanto, não é, nem poderia ser, absoluta, eis 
que há de serem resguardados diversos princípios norteadores do sistema democrático pátrio. Assim o texto 
constitucional apresentou em seu art. 17 as regras a que estão submetidos os partidos político para sua criação e 
funcionamento. Esses regramentos estão estampados nos incisos I a IV e são: ter caráter nacional, proibição de 
recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes, obrigação de 
prestação de contas à Justiça Eleitoral e funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 
A Liberdade partidária referida no caput do art. 17 busca proteger os partidos políticos contra a ingerência 
do poder estatal na criação e funcionamento dessas entidades. Não podemos ainda esquecer que tal liberdade 
decorre do fato de que os partidos políticos são antes de tudo uma associação e que, pela sua finalidade, não 
poderia jamais perder a natureza de liberdade que marca todas as associações. 
14.2 – NATUREZA JURÍDICA DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
Os partidos políticos tem natureza jurídica de direito privado eis que são constituídos com suporte na 
legislação civil e posteriormente registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. Esse registro destina-se a 
proceder a fiscalização sobre o cumprimento, pelo partido, dos requisitos constitucionais que devem presidir a 
estrutura partidária. 
ATENÇÃO 
Partidos políticos são pessoas jurídicas de 
direito privado. 
 
14.3 – AUTONOMIA PARTIDÁRIA – COLIGAÇÕES E FIDELIDADE PARTIDÁRIA 
Os partidos políticos gozam de autonomia e os seus estatutos cuidam de estruturá-los em especial quanto 
à questão relacionada às coligações e a fidelidade partidária. 
Quanto às coligações o STF já decidiu que o afastamento de candidato eleito transfere a vaga para o 
suplente da coligação e não do partido eis que a coligação não se exaure com o pleito, permanecendo seus efeitos 
por todo o mandato. (MS 30.260 e MS 30.272). 
A infidelidade partidária gera perda do mandato eis que o eleito, no sistema eleitoral brasileiro, tem no 
partido político o elemento definidor das eleições, notadamente no sistema proporcional. Sob esse contexto, por 
exemplo, a mudança de partido gera a perda do mandato em prol do partido abandonado. Exceção a essa regra é 
quando o político se desvincula da legenda por justa causa onde a saída do partido, por decorrer de motivação não 
 
 
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gerada pelo candidato, não justifica a perda do mandato em prol do partido (ADI 3.999 e ADI 4.086). Exemplo disso 
é quando o partido, por reiterados atos, deixa de cumprir o seu programa político podendo, todo aquele que se 
sentir lesado em suas convicções políticas, se desvincular da agremiação sem prejuízo de eventual mandato que 
tenha sido obtido em pleito vinculado ao referido partido. 
Outra exceção admitida pela jurisprudência pátria é quando o político se desvincula do partido o qual foi 
eleito para fundar um novo partido. 
14.4 – COLIGAÇÕES NÃO VERTICALIZADAS 
Por força da emenda constitucional n° 52/2006 foi abolida a denominada “verticalização” que havia sido 
afirmada pelo STF. Pelo entendimento do STF as coligações firmadas no âmbito federal vinculavam as demais 
esferas, ou seja, se o partido “A” fizesse uma coligação na esfera federal com o partido “B” no âmbito estadual ou 
municipal, para aquela mesma eleição, deveria seguir a mesma coligação, engessando todas as esferas políticas 
(estadual, distrital e municipal). Pela emenda aqui referida, não há mais essa obrigatoriedade de vinculação. 
 
ATENÇÃO 
As coligações feitas entre partidos políticos na 
esfera federal não vincula as esferas estadual e 
municipal.

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