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2. GE. MRP na Era da Informação

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MRP – Planejamento de necessidades materiais
O MRP é um sistema computadorizado de controle de inventário e produção que otimiza a gestão de forma a minimizar os custos, mas mantendo os níveis de material adequados e necessários para os processos produtivos da empresa. Este sistema possibilita às empresas calcularem os materiais dos diversos tipos que são necessários e em que momento, assegurando que os mesmos sejam providenciados no tempo certo, de modo que se consiga executar os processos de produção. O MRP utiliza como informação de entrada os pedidos em carteira, assim como a previsão das vendas que provêm da área comercial da empresa.
Componentes de um Sistema MRP
Sistema computadorizado;
Sistema informativo de produção;
Inventário de produção;
Calendário de produção;
Sistema de gestão de entrada para produção;
Sistema de previsão de falhas produtivas.
Dados de Entrada do MRP
Os dados utilizados num sistema MRP provêm:
Plano Diretor de Produção (PDP);
Inventário geral;
Estrutura dentada dos produtos.
Plano Diretor de Produção
O plano diretor de produção permite-nos saber 
O que produzir;
Quando produzir;
O plano de produção alcançado através de previsões de vendas e encomendas firmes;
A dimensão suficiente do horizonte temporal de planejamento de modo a englobar os lead times (tempo de espera) de todos os componentes integrantes nos produtos finais.
Inventário Geral
O inventário geral contém informações sobre:
As existências disponíveis em armazém;
Necessidades brutas;
Recepções programadas;
Início das encomendas/ordens de fabrico dos produtos;
Tamanho dos lotes;
Lead-times;
Níveis de estoques de segurança;
Níveis limite de produtos defeituosos;
Alterações diárias.
Estrutura Dentada dos Produtos
Todos os produtos da linha de produção devem ser "expandidos" ao nível dos seus componentes, subcomponentes e peças (Conceitos básicos de MRP, MRPII e ERP). A estrutura dentada dos produtos possui dados sobre cada componente ou grupo necessário para a produção de produtos finais, discriminando:
Referência;
Descrição;
Quantidades.
Definir a partir da necessidade do produto, as necessidades dos componentes.
Quando utilizar o MRP
Os sistemas MRP são implementados quando uma ou mais condições das seguintes se ocorrem:
Quando a utilização (procura) de material é descontinua ou altamente instável durante o ciclo normal de operação de uma empresa. Esta situação é tipicamente classificada como produção intermitente ou operação job shop, ao contrário de um processo contínuo de produção ou mesmo produção em série;
Quando a procura de material depende diretamente da produção de produtos acabados ou de outro inventário específico. O MRP I pode ser visto como componente primário do planejamento da produção onde, a procura pelos componentes ou materiais depende da procura do produto final;
Quando o departamento de compras e os seus fornecedores, bem como as próprias unidades de produção da empresa possuem a flexibilidade para satisfazer encomendas e entregas semanalmente.
Quando o departamento de compras e os seus fornecedores, bem como as próprias unidades de produção da empresa possuem a flexibilidade para satisfazer encomendas e entregas semanalmente.
Vantagens do MRP
Algumas das vantagens de um sistema MRP
Diminuição dos estoques;
Controle Melhor da produção e das encomendas;
Processo Hierárquico;
Integração das várias áreas funcionais (ERP);
Estrutura formal de dados e procedimentos;
Simulações;
Integração JIT/MRP.
Desvantagens do MRP
O MRP I tem alguns contratempos e desvantagens que devem ser examinados minuciosamente por qualquer empresa que considere adoptar o sistema em questão. O MRP I não tem tendência a otimizar os custos de aquisição dos materiais. Como os níveis de stock são estabelecidos ao mínimo possível, os materiais têm que ser comprados em quantidades pequenas e de uma forma mais frequente, o que resulta num incremento dos custos de aquisição (ou também conhecidos como custos de aprovisionamento). Maiores custos de transporte são causa efeito visto que, a empresa está menos apta a descontos de encomendas de grandes quantidades. A empresa tem que comparar antecipadamente a redução nos seus custos de posse de material em stock face aos aumentos nos custos associados a encomendas frequentes e de pequenas quantidades. Outra desvantagem do MRP I é o potencial perigo de uma redução ou mesmo paragem da produção que acarrete em problemas de entrega não previstos e escassez de material. 
A existência de um estoque de segurança fornece à produção alguma proteção contra imprevistos. Como os stocks de segurança são reduzidos, este nível de proteção é perdido. A desvantagem final do MRP I é devido à utilização de pacotes de software standardizados que, podem ser difíceis de adaptar a situações específicas de produção de uma determinada empresa. O software tem então que ser adaptado e modificado pela empresa de forma a que consiga satisfazer as necessidades únicas de determinada situação. Estas desvantagens podem ser facilmente eliminadas através de uma parametrização do software utilizado. Nele podem ser definidos estoques de segurança e lotes mínimos de compra, que reduziriam dramaticamente os efeitos citados acima.
MRP II
O MRP I ainda é usado por muitas empresas, porém tem sido desenvolvido, adaptado e expandido de forma a incluir elementos de compras, financeiros, e marketing. Esta nova versão é chamada MRP II (manufacturing resource planning).O MRP II incluí um conjunto completo de atividades envolvendo o planejamento e controle de operações de produção.
Componentes de um sistema MRP II
O MRP II consiste numa variedade de módulos e funções que incluem: 
Planejamento de produção;
Planejamento das necessidades;
Calendário geral de produção;
Planejamento das necessidades dos materiais (MRP I);
Shop floor control (SFC);
Compras.
Vantagens do MRP II
Redução de estoques;
Maior rotação de estoques;
Maior consistência nos tempos de entrega ao cliente;
Redução nos custos de aquisição de material;
Redução nos tempos de mão-de-obra.
Aplicação de um sistema MRP II
A implementação de um sistema MRP II não se constitui, no seu âmago, e na generalidade, uma tarefa inteligível, compreendendo, na maioria das vezes, um espaço temporal de aprendizagem que poderá alcançar os 24 meses. Os dados oficialmente reconhecidos designam uma taxa de êxito (classe A de acordo com a classificação da consultora norte-americana Oliver Wight) nas implementações de apenas 25%. Nesta etapa, a empresa estará habilitada a executar simulações do tipo what-if, sendo que o sistema MRP proporciona um melhor entendimento das inter-relações estabelecidas em atividades como vendas, finanças, produção e suprimento. No entanto, para que uma empresa alcance este limiar, tem de procurar subjugar diversos fatores críticos, os quais se constituem a partir de uma composição limítrofe de aspectos técnicos e humanos, entre os quais (Barbastefano,1996):
 
Apoio dos altos cargos das empresas e organizações;
Definição translúcida de metas e objetivos;
Cooperação e comunicação interdepartamental;
Visibilidade da implementação;
Programa de treino profissionalmente construtivo e educação;
Staff comprometido e motivado;
Conhecimento dos princípios de MRP II, especialmente pelos elementos constituintes do sector de vendas;
Adequação de hardware e software;
Validade e incorruptibilidade dos dados;
Expertise em Tecnologia de Informação;
Comunicação e coordenação interdepartamental
Inúmeras vezes surgem conflitos provindos da inexistência de canais eficientes de coordenação e comunicação entre os vários departamentos que constituem uma organização, sendo que é, obviamente, fundamental para a vitalidade da empresa, evitar tais pleitos. É, assim, fulcral, para tornar exequível um fluxo de informações necessárias à edificação de dados externamente relevantes ao sistema MRP II, bem como para haver a possibilidade de previsão de vendas e planejamento da produção,a estruturação de um fluxo de comunicação entre departamentos.
Visibilidade da implementação
É, muitas vezes, sintomático que as grandes organizações considerem desnecessárias certas medidas de transparência, já que muitas delas podem, sob uma perspectiva imediata, mostrar-se tão claras que seria quase que risível a sua demonstração. No entanto, nem todos os membros de uma organização possuem a mesma disponibilidade mental e perceptiva para determinados entendimentos, sendo que, para evitar a ocorrência de surpresas desagradáveis, é imprescindível fornecer uma visão clara das mudanças que um sistema MRP II implica, e divulgar todas as etapas de implementação, de forma detalhada, aos membros da organização, fomentando também, dessa forma, o aparecimento de uma discussão global acerca das mudanças e a possibilidade de um maior entrosamento nas mesmas.
Staff comprometido e motivado
A motivação do staff é crítica já que são esses os principais utilizadores e alimentadores dos dados do dia-a-dia do sistema. É necessário, portanto, criar um ambiente de responsabilidade, dentro da organização, para a mudança. Para isso, deve-se tomar algumas medidas como o estímulo para que os funcionários assumam riscos junto com a aceitação de eventuais problemas que isto possa significar. Além disso, é totalmente repreensível atitudes como a repressão a fracassos, já que isso inibe, totalmente, a participação das pessoas no processo.
Adequação de software e hardware
Algumas das principais características no que concerne ao hardware e software necessários a uma implementação bem sucedida de um sistema MRP II.
Hardware: o sistema deve ser capaz de funcionar tanto em sistemas de grande porte, como em computadores ligados diretamente ao banco de dados e MRP;
Software: deve facultar facilmente a execução de determinadas tarefas, como é o caso da transferência de dados, atualização e registo das listas de materiais, determinação das paradas para preparação e manutenção de máquinas, e sobretudo permitir a execução de cenários do tipo what-if, comparando diversos programas de produção com base na eficiência, níveis de stock e serviço ao cliente
Validade e integridade dos dados
Um sistema MRP II para ser efetivo carece de uma base de dados válida e atualizada. Começar a utilizar o MRP II antes de serem obtidos níveis de validação de dados da ordem de 95%, no mínimo, relativamente às estruturas de produtos, registos de stock e lead-times, corresponde a assumir um grande risco de desconceituar o sistema junto aos seus utilizadores. O esforço de se alcançar altos níveis de validade de dados pode conduzir a um longo e exaustivo processo de mudanças de rotinas e procedimentos, as quais podem passar pela implantação de um regime de inventários cíclicos.
A importância dos projetos
A aplicação de projetos-piloto na execução de um sistema MRP II é extraordinariamente importante na medida em que dessa forma pode-se percorrer a curva de aprendizagem do sistema sem que ocorram problemas como por exemplo a queda de eficiência ou a perda da confiança por parte dos membros da organização.

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