Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Formação Social Política e Econômica do Brasil Retratos do Brasil Aula 4 Prof. Aline Vanessa Locastre Doutoranda em História ‐ UFPR Mestre em História ‐ UEL Resumo: Nesta aula, pensaremos sobre a construção do Brasil e dos brasileiros na historiografia. Ao mesmo tempo, veremos de que maneira, tais visões influenciam, ainda, o modo como nos enxergamos. Atividade Em poucas palavras, como você definiria o brasileiro? Quem é o brasileiro? Qual a sua identidade? Há muitas versões sobre o Brasil. Muitas vezes nos vemos por representações e identidades hegemônicas, instituídas por grupos que detém o poder. Minimizam um Brasil complexo e multifacetado. A identidade nacional brasileira é “histórica”, isto é, (re) construída em cada presente, em uma relação de recepção e recusa de passados e de abertura e fechamento aos futuros. E cada brasileiro continua a “reconhecer” em sua diferença a identidade histórica brasileira, apesar de reconstruída, heterogênea, contraditória, plural e múltipla”. (REIS, 2007, xviii) Malandragem Preguiça Pouca eficiência Predomínio da emoção sobre a razão. Visões que predominam: Vídeo Alô Amigos Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=CODjUu0Y6vs Sensualidade Alegria Hospitalidade Receptividade aos estrangeiros Visões que predominam: Atividade “Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos”. (RIBEIRO, 1995, p. 120) Em nossa História oficial, tal insensibilidade e crueldade mencionadas no texto foi retratada? RETRATOS DO BRASIL: Muitas visões que foram formuladas por pesquisadores, acabaram sendo difundidas pela escola como fieis retratos de um Brasil das elites. Varnhagen e Freyre são dois dos mais importantes. Minimiza‐se: Preconceito de gênero, étnico, religioso, social. Problemas de um passado colonial. Desigualdade social. Hierarquização cultural. Como o Brasil ainda é visto? É preciso conhecer para se posicionar. Eleger uma posição que mostre um Brasil que se deseja. Para Hegel, é preciso que um povo tenha consciência racional de sua vida. As definições de Brasil e de brasileiro Historiador profissional, vinculado ao IHGB. Sua versão da história legitimava o passado colonial estabelecido por portugueses. Via um futuro promissor, haja vista a instauração de um governo imperial. Francisco Adolfo de Varnhagen Elogia a conquista portuguesa e cita uma democracia racial. Minimiza ódios raciais ou sociais. A miscigenação não tornara o Brasil em uma sub‐ raça, mas criara um tipo ideal nos trópicos. Gilberto Freyre Vídeo Sobre a identidade negra no Brasil Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ATdBrTM3lW4 Atividade Para Darcy Ribeiro, para se viver em uma democracia racial seria preciso uma democracia social. Como podemos implementar esta democracia social em nosso país? HOMEM CORDIAL Afabilidade: cunhada por Rui Ribeiro Couto como característica latina à humanidade. Sérgio Buarque de Holanda Raízes do Brasil (1936) Diferente de polidez/ influência portuguesa. Cordialidade na esfera pública, que não se limita ao ambiente privado. Influências devido a compadrios; paternalismo; Avesso à disciplina. Em palavras atuais: “O jeitinho brasileiro”. Sérgio Buarque de Holanda Vídeo Jeca Tatu – Mazzaropi Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=IU5f8xeNC5U O quadro familiar torna‐se, assim, tão poderoso e exigente, que sua sombra persegue os indivíduos mesmo fora do recinto doméstico. A identidade privada precede sempre, neles, a entidade pública. A nostalgia dessa organização compacta, única e intransferível, onde prevalecem necessariamente as preferências fundadas em laços afetivos, não podia deixar de marcar nossa sociedade, nossa vida pública, todas as nossas atividades”. (Holanda, 1973, p. 50). Sérgio Buarque de Holanda Atividade Em que situações cotidianas podemos perceber este homem cordial em ação na esfera pública? Salienta a necessidade de um projeto de nação. Defendeu: racionalidade na administração pública; separação entre o público e o privado; fim dos privilégios; a integração da população excluída à cidadania; superação de nossas raízes ibéricas. (REIS, 2007, xxii) Sérgio Buarque de Holanda Ligado ao pensamento veiculado pela esquerda da década de 1950/60. Buscava autonomia para o Brasil em detrimento de modelos estrangeiros. Como se desenvolver e superar o subdesenvolvimento? Caio Prado Junior Pensava sobre esta dependência brasileira e que parecia intransponível. Para a mudança ocorrer deveria haver uma teoria adequada e ação eficiente. Florestan Fernandes A mudança significaria: democracia política, participação popular, crescimento econômico e soberania nacional”. (REIS, 2007, xxiii) Buscou uma redefinição para o conceito de soberania nacional das esquerdas. As elites do país deveriam garantir o desenvolvimento do país mesmo em meio à dependência. Para haver desenvolvimento, não era preciso romper com o exterior, mesmo na dependência. Integração do Brasil ao capitalismo. Fernando Henrique Cardoso A ruptura com o externo não era condição essencial ao desenvolvimento; pelo contrário, seria preciso atrair os capitais externos e torna‐ los mobilizadores das energias brasileiras. A solução para o crescimento econômico associado à democracia política e à distribuição justa de riqueza seria a ‘internacionalização do mercado interno’, a abertura do Brasil ao mundo e não seu afastamento e isolamento”. (REIS, 2007, xxiii) Dependência submissão. Dependência = articulação, interação, negociação, integração, desenvolvimento. Pontos a serem retomados: Construção de uma identidade a partir das elites. Teorias conservadoras e revolucionárias. Devemos conhecer para pensar em novos caminhos para o Brasil. HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 7. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. REIS, José Carlos. Identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 9. ed. ampl. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007. RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: A formação e o sentido de Brasil. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Referências bibliográficas
Compartilhar