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CAPITAL SOCIAL
Prof. Robson Ap. A Kublickas
Capital Social. 
De acordo com o Art. 981 do Código Civil:
Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
O Capital Social consiste na contribuição dos sócios para a formação de um montante pecuniário pertencente à pessoa jurídica. Esta contribuição pode se ocorrer em espécie, bens ou créditos. 
Nestes dois últimos casos, a responsabilidade por eventuais vícios redibitórios, evicção ou não satisfação do crédito, recai sobre o sócio que apresentou o respectivo bem ou crédito como forma de realização do capital social. 
Excepcionalmente, temos a contribuição em forma de serviços, caso único previsto no Novo Código Civil, quando dispõe o legislador a respeito das sociedades simples. 
A finalidade do capital social é oferecer garantia aos credores. 
Na realidade, apesar de integrar o patrimônio da sociedade, em conjunto com outros bens, o capital social não se confunde com este.
 Isso ocorre porque o capital social é estático enquanto que o patrimônio é dinâmico
São três os princípios que regem o capital social: 
→intangibilidade, o capital social mostra-se intangível, ou seja, não é um capital para ser utilizado como capital de giro. 
 →veracidade, A veracidade determina que deva haver uma transparência entre o montante declarado no contrato social e o valor real existente do capital social. 
→ unicidade. O último princípio perpetua que cada sociedade apresenta um único capital social. 
O capital social poderá ser modificado e, isso, não contraria o princípio da intangibilidade. Com efeito, a alteração só ocorre por provocação dos sócios, em procedimento assemblear anterior
Capital Social
Código Civil 
Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio.
► Cada sócio subscreverá uma parte do capital, ficando consequentemente, responsável pela sua respectiva integralização, a qual pode ser feita em bens ou em dinheiro, mas nunca através de prestação de serviços (art. 1055 § 2º CC).
§ 2o Sem prejuízo do disposto no art. 1.052, os condôminos de quota indivisa respondem solidariamente pelas prestações necessárias à sua integralização.
Art. 1055 § 1º: Quando algum sócio contribui com o capital social com bens, todos os sócios respondem solidariamente até o prazo de 5 anos da data do registro da sociedade.
§ 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade.
Indivisibilidade das Quotas: 
Art. 1.056. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de transferência, caso em que se observará o disposto no artigo seguinte.
§ 1o No caso de condomínio de quota, os direitos a ela inerentes somente podem ser exercidos pelo condômino representante, ou pelo inventariante do espólio de sócio falecido
O capital social pode ser divido em quotas iguais ou desiguais, porém não se admite, em princípio, a divisão de uma quota, “salvo para efeito de transferência”, caso em que se estabelecerá um condomínio de quotas, interessante novidade trazida pelo Código Civil.
Aumento do Capital Social
Art. 1.081. Ressalvado o disposto em lei especial, integralizadas as quotas, pode ser o capital aumentado, com a correspondente modificação do contrato.
§ 1o Até trinta dias após a deliberação, terão os sócios preferência para participar do aumento, na proporção das quotas de que sejam titulares.
§ 2o À cessão do direito de preferência, aplica-se o disposto no caput do art. 1.057.
Redução do Capital Social
Redução do Capital Social
Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente modificação do contrato:
I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis;
II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade.
Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução do capital será realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das quotas, tornando-se efetiva a partir da averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis, da ata da assembleia que a tenha aprovado.
Art. 1.084. No caso do inciso II do art. 1.082 a redução do capital será feita restituindo-se parte do valor das quotas aos sócios, ou dispensando-se as prestações ainda devidas, com diminuição proporcional, em ambos os casos, do valor nominal das quotas.
A redução não depende tão-somente da vontade dos sócios, já que algum credor que se sinta prejudicado pode apresentar impugnação.
Art. 1084 § 2o A redução somente se tornará eficaz se, no prazo estabelecido no parágrafo antecedente, não for impugnada, ou se provado o pagamento da dívida ou o depósito judicial do respectivo valor
A notificação é necessária porque sendo o capital social uma garantia para os credores, devem esses tomar ciência que tal garantia está sendo reduzida. A não notificação aos credores acarreta a possibilidade do seu pedido de falência (Lei 11.101/2005).
A RESPONSABILIDADE DO SÓCIO QUOTISTA.
A RESPONSABILIDADE DO QUOTISTA.
Art. 1052: A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital.
 Em regra, 
os sócios não devem responder, com seu patrimônio pessoal, pelas dívidas da sociedade. Por ser Pessoa Jurídica com existência própria, possui em consequência responsabilidade patrimonial própria.
Art. 1024 CC: Os bens dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.
● A responsabilidade dos sócios por dívidas da sociedade é sempre subsidiária.
 
● Em situações normais, somente em caso de insolvência da sociedade é que poderá, eventualmente, ter seus bens pessoais executados por dívidas sociais.
 
● Enquanto a sociedade possuir bens, o sócio não poderá ser executado pessoalmente em virtude do benefício de ordem que lhe confere a norma do artigo 1024 do CC.
A RESPONSABILIDADE PESSOAL DOS SÓCIOS VAI VARIAR, AINDA, CONFORME O CAPITAL DA SOCIEDADE ESTEJA OU NÃO TOTALMENTE INTEGRALIZADO.
→ Se o capital estiver totalmente integralizado, 
os sócios não devem responder com seu patrimônio pelas dívidas da sociedade.
→ Se o capital não estiver totalmente integralizado, 
os sócios responderão com seu patrimônio pessoal pelas dívidas sociais, até um certo limite.
Que limite é esse? O montante que faltar para a integralização.
Art. 1052: Os sócios de uma sociedade limitada são solidariamente responsáveis pela integralização do capital social.
Assim, pois, é que se dá a responsabilidade limitada dos quotistas.
Se o capital social estava totalmente integralizado, não se deve executar a dívida social pendente no patrimônio dos sócios.
 
Caso porém, o capital social não estivesse totalmente integralizado, todos os sócios respondem solidariamente pela dívida da sociedade até o limite da integralização.
Natureza Personalista ou Capitalista da 
Sociedade Limitada.
Segundo classificação estudada anteriormente que leva em conta as condições de alienação da participação societária as sociedades podem ser de pessoas ou de capital.
As sociedades limitadas são sociedades de pessoas ou de capital?
A resposta não é simples.
 Em razão da natureza contratual da sociedade limitada, os sócios podem conferir a ela uma natureza Personalista ou Capitalista. Tudo vai depender da previsão no contrato social.
Se o contrato social, condiciona a cessão ou a alienação de quotas ao prévio consentimento dos demais sócios, está conferindo uma natureza Personalista à sociedade.
Se do mesmo modo, se o contrato social estabelece, em caso de morte de sócio, que se proceda à liquidação de sua quota, com a consequente dissolução parcial da sociedade, também estará conferindo uma natureza Personalista a sociedade.
Em contrapartida:
 
Se o contrato não
condiciona a cessão ou a alienação de quotas à audiência prévia dos demais sócios, bem como se estabelece, em caso de morte de sócio, a transferência das suas quotas aos respectivos sucessores, está conferindo à sociedade, nesses casos, natureza capitalista.
A sociedade limitada será portanto, considerada uma sociedade de pessoas ou de capital a depender do que os sócios estabelecerem no ato constitutivo da sociedade: O contrato Social.
Resposta:
Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social
Mas e se o contrato social for Omisso?
Art. 1028 CC: é referente às sociedades simples, mas aplicável subsidiariamente às sociedades limitadas.
 Seção V
Da Resolução da Sociedade em Relação a um Sócio
Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo:
I - se o contrato dispuser diferentemente;
II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade;
III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido.
Na omissão do contrato social o Código deu uma feição Personalista à sociedade limitada, protegendo os sócios quanto à entrada de estranhos ao quadro social. Em princípio, todavia, cabe aos sócios definir qual feição querem dar à sociedade que estão constituindo.
O QUE OCORRE NA PRÁTICA É O SEGUINTE:
Quando os Sócios desejam dar uma feição mais capitalista à sociedade limitada, eles, por exemplo adotam:
Adotam a LSA como diploma de regência supletiva;
II) Optam pela denominação social como espécie de nome empresarial;
III) Preveem livre negociação das quotas sociais;
Quando desejam conferir à sociedade uma feição mais personalista:
 Preferem a regência subsidiária das normas das sociedades simples;
II) Utilizam a firma social como nome empresarial
III) Conferem maior estabilidade ao quadro societário, condicionando a entrada de estranhos ao quadro social à prévia manifestação dos sócios.
A TEORIA DA IMPENHORABILIDADE DAS QUOTAS SOCIAIS.
Introdução: A classificação das sociedades que divide em Sociedade de Pessoas e Sociedades de Capital, destaca-se a importância prática interessante deste critério classificatório, decorrente da denominada “teoria da impenhorabilidade das quotas sociais”.
Segundo a corrente doutrinária, que encontra certo respaldo na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, as quotas de uma sociedade limitada “de pessoas” são impenhoráveis, em obediência à vontade societária manifestada no contrato social e ao princípio da affectio societatis.
Com efeito, em se tratando de uma sociedade de pessoas, na qual a entrada de estranhos ao quadro social depende da anuência dos demais sócios, a possibilidade de penhora de quotas pode acarretar um forte abalo no vínculo societário, podendo até mesmo desaparecer a affectio Societatis, o que culminaria na dissolução da sociedade.
A Penhora das Quotas e o STJ. (arts. 1026 e 1031 do CC)
O STJ ainda não consolidou definitivamente um entendimento acerca da possibilidade da penhora de quotas da Sociedade Limitada.
O que parece prevalecer na jurisprudência pretoriana é uma posição intermediária, que permite a penhora das quotas, mas resguardada a affetio societatis, na medida em que permite à sociedade remir a execução, impedindo a entrada de estranho ao quadro social.
 
Após o Novo Código Civil, todavia, parece-nos que a possibilidade de penhora de quotas para garantia de dívida pessoal do sócio é admitida (art. 1026 e 1031 CC).
Art. 1.026. O credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação.
Parágrafo único. Se a sociedade não estiver dissolvida, pode o credor requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor, apurado na forma do art. 1.031, será depositado em dinheiro, no juízo da execução, até noventa dias após aquela liquidação.
 
Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado.
§ 1o O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota.
§ 2o A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário.
● PORTANTO, AS QUOTAS DA SOCIEDADE LIMITADA SÃO HOJE PENHORÁVEIS PARA A GARANTIA DE DÍVIDAS PESSOAIS DO SÓCIO;
 
●NESSE CASO, O CREDOR NÃO INGRESSA NA SOCIEDADE;
 
●A QUOTA SERÁ LIQUIDADA, E O VALOR SERÁ USADO PARA O PAGAMENTO DO CREDOR PARTICULAR DO SÓCIO. 
O SÓCIO QUE TEVE SUAS QUOTAS PENHORADAS, POR SUA VEZ, SERÁ EXCLUÍDO DA SOCIEDADE, CONFORME DETERMINA O ART. 1030, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CC.

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