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Resenha KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado. Construção à semântica dos tempos históricos

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Koselleck inicia seu texto fazendo uma citação, da perspectiva de história, vista por Schlegel para exemplificar seu pensamento através do método. Após a introdução do objeto de estudo, o autor define o trabalho que é feito pelo profissional da área, no caso, o historiador; já nos mostrando a maneira em que o historiador olha para o passado e usa de fontes, algo que virá a calhar mais á frente com o decorrer do texto para explicar o “espaço de experiência”.
Abordando então as denominações que dão título ao texto, Koselleck segue explicando e comparando-as com outras denominações históricas como “acordo de Potsdam”, “economia escravista antiga” ou “Reforma”, o autor quer dar o significado das expressões antes citadas como que elas dão nomes a processos já acontecidos na história. Contudo, “espaço de experiência” e “horizonte de expectativa” são apenas categorias formais: “elas não permitem deduzir aquilo de que se teve experiência e aquilo que se espera. [...] Trata-se de categorias do conhecimento capazes de fundamentar a possibilidade de uma história. [...] todas as histórias foram construídas pelas experiências vividas e pelas expectativas das pessoas que atuam ou que sofrem.” (pg. 306).
Partindo do pressuposto de que não há experiência sem expectativa o autor adentra a discussão sobre teria da história, pois esta não seria possível e nem imaginada sem essas categorias, que para ele, são “categorias adequadas para nos ocuparmos com o tempo histórico, pois elas entrelaçam o passado e futuro.” (pg.308) a partir da experiência que se obtém, você chega a um horizonte, mas logo após, este horizonte que agora é o seu espaço de experiência vai mais adiante e então terá que alcança-lo novamente. Além da história concreta, Koselleck explica ir além, remetendo temporalidade do homem e de certa forma meta-historicamente, à temporalidade da história. 
Tendo explicado o significado das expressões em um contexto histórico, Koselleck faz um parâmetro entre elas situando-as em passado do momento presente e também futuro. Mas não fazendo uma relação entre as duas à medida que entrelaça passado e futuro de maneira desigual. A partir disso, o autor entra inúmeros exemplos para o melhor entendimento de sua tese de “espaço de experiência” e “horizonte de expectativa”, e oferece esta categoria chamada por ele de meta-histórica como um novo meio de se analisar e estudar história. “A História só poderá reconhecer o que está em contínua mudança e o que é novo se souber qual é a fonte onde as estruturas duradouras se ocultam. Também estas precisam ser buscadas e investigadas, se quisermos que as experiências históricas sejam traduzidas para uma ciência da história” (pg. 327).

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