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CONCEITO DE ALMA PROS CLASSICOS.odt

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O CONCEITO DE ALMA EM SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES
É neste contexto intelectual que surge Sócrates (470-399 a.C.), apontando o próprio homem como a verdadeira matéria realmente digna de estudo, e preocupando-se com este homem numa perspectiva moral. Razão, caráter, justiça, virtude, direito, felicidade, beleza compõem a verdadeira essência do homem, estão dentro dele em estado puro, e podem ser encontradas se esse homem se dispuser a apreender o verdadeiro conhecimento. O método intelectual desenvolvido por Sócrates é muito rico e interessante. Na leitura “A República”, de Platão, é possível apreender o ângulo de sua filosofia. A concepção socrática de alma é inseparável de uma filosofia da sabedoria e engloba necessariamente justiça, coragem, direito, etc. Sócrates aproxima o homem do conhecimento de si mesmo, pois acredita, profundamente, que a atitude de autoconhecimento, de reconhecimento da própria ignorância e da busca determinante do conceito dos fenômenos irá garantir sua firmeza moral.
Esta discussão é continuada por Platão (428-347 a.C.), que nos oferece uma compreensão de alma diferente da de Sócrates e lança um pensamento que dominará durante séculos. Platão divide o homem em corpo e alma, sendo que sua teoria sobre esta é no mínimo intrigante. Para ele, o verdadeiro conhecimento está inserido no mundo das idéias, que faz parte de uma alma já inteligente antes de habitar e se tornar prisioneira do corpo. Nesse sentido, ela é soberana, sábia e dona do verdadeiro conhecimento. Seu intrincado pensamento pode ser reconhecido na leitura do famoso “Mito da Caverna”, encontrado em “A República”. Essa alma é tripartida e apresentada comparada a uma “parelha de cavalos conduzidos por um cocheiro. O cocheiro simboliza a razão; um dos corcéis, a energia moral; o outro, o desejo” (Mueller, 1978 pp 37,8). Demonstrou em sua filosofia que o caráter da imortalidade da alma independe da durabilidade do corpo.
Chegamos a Aristóteles (384-322 a.C.) e a um novo conceito. Com o objetivo de assegurar a harmonia das funções vitais, a alma é a causa e o principio do corpo vivo, e é uma essência presente em “cada indivíduo em particular, desaparecendo com a morte desse individuo. Ela é a mesma em todos os indivíduos de uma mesma espécie porque todos são formados por dois co-princípios básicos: a matéria-prima e a forma-específica, que, unidos, formam a substância do ser” (Severino, 1992, pp 57,8)
Para Aristóteles, a alma assim se define: “Fosse o olho um ser vivo, a visão seria a sua alma: pois a visão é a essência do olho… A alma é no sentido primordial, aquilo por que vivemos, percebemos e pensamos… É com razão que pensadores têm julgado que a alma não pode existir sem um corpo, nem ser um corpo; pois não é um corpo, mas algo do corpo; e essa é a razão por que está em um corpo…” (De anima, II, 2, 414 a 15-20)
Com Aristóteles chega-se ao ponto mais alto da Filosofia Grega.

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