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Responsabilidade Civil

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Responsabilidade Civil:
Introdução: 
A palavra “responsabilidade” tem sua origem do latim respondere, significando a obrigação que alguém tem de assumir com as consequências jurídicas de sua atividade.
Responsabilidade Civil: Aquele que por descumprir o seu dever jurídico e, com a conduta omissiva ou comissiva, causar danos a outrem, haverá de ressarci-lo na exata medida dos prejuízos. De modo geral é necessária a exigência de culpa do autor (dolo, imprudência ou imperícia), mas há hipóteses em que prevalece a teoria do risco.
Art. 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187: Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Se uma pessoa, dolosa ou culposamente, causar prejuízo a outrem, fica obrigada a reparar o dano.
Art. 927: Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Art. 935: A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Ato ilícito: 
Art. 188: Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Para que um ato seja considerado ilícito e dar fundamento à reparação civil, indispensável é a presença de um destes dois elementos, ao lado dos demais: ação ou omissão do agente, dano a outrem, nexo de causalidade entre a conduta e o dano.
Ato ilícito é modalidade de fato jurídico, uma vez que gera ou modifica a relação jurídica entre o autor do dano e a vítima ou seus dependentes, impondo àquele o dever de reparação e a estes o poder de exigi-la. A conduta antijurídica pode caracterizar, ao mesmo tempo, o ilícito civil e o criminal. Este se caracteriza quando a conduta se enquadra em um tipo penal e o agente for imputável.
Elementos da responsabilidade civil:
A ação (ou omissão) humana voluntária é pressuposto necessário para a configuração da responsabilidade civil. Trata-se, em outras palavras, da conduta humana, positiva ou negativa (omissão), guiada pela vontade do agente, que desemboca no dano ou prejuízo. 
O núcleo fundamental, portanto, da noção de conduta humana é a voluntariedade, que resulta exatamente da liberdade de escolha do agente imputável, com discernimento necessário para ter consciência daquilo que faz. 
Primeiro elemento da responsabilidade civil, não traduz necessariamente a intenção de causar o dano, mas sim, e tão somente, a consciência daquilo que se está fazendo. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Conduta do agente: esta pode se manifestar por ação ou omissão que, violando a lei ou a cláusula contratual, provoca dano material ou moral a outrem.
Conduta comissiva: O ilícito civil, fonte geradora de responsabilidade, decorre sempre de uma ação ou omissão. Na ação, o agente parte da inércia, e movimenta o mundo fático; na omissão, revela-se negligente. Na responsabilidade subjetiva, a prática é intencional ou decorre de negligência, imperícia ou imprudência. A conduta é um dos requisitos básicos do ato ilícito. Nem sempre o autor da conduta é o responsável civilmente e isto ocorre nas chamadas culpas in vigilando e in eligendo. 
Omissão do agente: A conduta omissiva caracteriza o ilícito civil quando o agente possui dever jurídico comissivo ou positivo. Exemplo: o médico que, podendo, deixa de prestar socorro a alguém. Já a conduta comissiva gera a responsabilidade civil quando o dever jurídico for omissivo. Exemplo: o agente que denigre a honra de uma pessoa.
Imputabilidade:
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Imputabilidade: A responsabilidade pelo dano exige do autor o poder de autodeterminação diante de fatos. É indispensável, pois, que a pessoa seja capaz de avaliar os fatos e agir conscientemente.
Culpa:
O ato ilícito exige do agente o elemento culpa. Em sentido amplo, esta compreende o dolo (intenção deliberada) e a culpa stricto sensu (imprudência, negligência, imperícia).
Noção e importância: Culpa, é o elemento subjetivo da conduta, sem a qual inexiste ato ilícito. O dolo da responsabilidade civil, que significa intencionalidade de provocar dano a alguém, ou o risco consciente da possibilidade de dano, não se confunde com o dolo como vício do negócio jurídico. Este constitui manobra ardilosa para induzir alguém a erro na prática de ato negocial. A essência da culpa é a previsibilidade e a evitabilidade. Ou seja, ao praticar a conduta, o agente possuía o controle da situação, podendo ou não praticar a conduta danosa. Com o surgimento da Era Industrial, quando o progresso gerou a sociedade de risco, dada a inevitabilidade da criação de engenhos perigosos para a vida e saúde, já não bastou a noção de culpa na teoria da responsabilidade. Em outras palavras, a teoria subjetiva da responsabilidade deixou de ser soberana. Para algumas situações adotou-se a fórmula da culpa presumida, como nos contratos de transporte de passageiros, dado que o transportador assume a obrigação de transportar o passageiro, são e salvo, do ponto de partida ao de chegada.
Intensidade da culpa: O quantum da indenização deve ser medido pela extensão do dano. Assim, de um modo geral, a fixação do valor independe da intensidade da culpa, entretanto, ao juiz é dado reduzir o montante quando houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano.
Considerado o elemento culpa em sentido amplo, a sua forma de manifestação mais grave é a dolosa, quando o agente atua deliberadamente, certo de que a sua conduta implicará dano a outrem (dolo direto), ou, embora sem a intenção de prejudicar alguém, possui a consciência do risco e o assume (dolo eventual).
Culpa concorrente: Se a causa do dano for provocada apenas pela vítima, a esta não assistirá direito à indenização. Se a culpa for concorrente, ou seja, da vítima e de outrem, este indenizará proporcionalmente à sua contribuição para o resultado. Se ambas as partes contribuíram para o fato e tiveram danos estes se compensarão.
Art. 945. Se a vítima tiver concorridoculposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Responsabilidade objetiva e subjetiva:
Responsabilidade objetiva e responsabilidade subjetiva. Diz-se que a responsabilidade é objetiva quando independe de dolo ou culpa do agente causador do dano, como se verifica no contrato de transporte. A regra geral é a responsabilidade subjetiva, que requer dolo ou culpa (imprudência, negligência ou imperícia). Há a chamada teoria do risco criado, quando a atividade é geradora de riscos (art. 927, parágrafo único, do Código Civil).
Risco:
Como regra geral, na responsabilidade civil prevalece a teoria subjetiva, ou seja, haverá ato ilícito se houver dolo ou culpa em sentido estrito. Modernamente, para determinadas situações, como já se destacou, prevalece a teoria objetiva ou do risco, quando o agente se torna obrigado a indenizar mesmo sem culpa. O parágrafo único do art. 927 do Código Civil admite a teoria objetiva: a) nos casos previstos em lei; b) quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, riscos para os direitos de outrem.
De acordo com a teoria objetiva, consagrada pelo Código Civil de 2002 nos termos do parágrafo único do art. 927, desde que um dano decorra de uma atividade normalmente geradora de riscos torna-se dispensável a culpa, pois o agente será responsável pelo único fato de possuir o controle da fonte geradora. Em sua defesa poderá apenas sustentar a falta de causalidade entre a atividade geradora de risco e o dano.
Modalidade de risco: A teoria objetiva é concebida, doutrinariamente, sob várias modalidades de risco: risco-proveito, risco criado, risco profissional e risco integral.
Risco-proveito: Pela teoria do risco-proveito, responsável pelos prejuízos individuais ou transindividuais é quem se beneficia das atividades de risco.
Risco criado: Por esta teoria, deve-se fazer abstração dos efeitos pessoais que a atividade de risco proporciona ao agente. O fundamental para que este assuma a responsabilidade é o fato de ser o criador da fonte geradora de perigo.
Risco profissional: A responsabilidade objetiva se patenteia, segundo esta teoria, quando o agente desenvolve com habitualidade as tarefas ou atividades perigosas, capazes de causarem danos às pessoas.
Risco integral: Por ela, basta o dano para a configuração da responsabilidade, dispensando-se a culpa, excludentes de responsabilidade e o nexo de causa e efeito.
Dano:
Nos termos da Lei Civil, somente haverá ato ilícito em caso de dano material ou moral. Daí poder-se afirmar que o elemento dano é essencial à caracterização do ato ilícito. O vocábulo dano provém do latim damnum e significa lesão de natureza patrimonial ou moral. Tanto os prejuízos de pequeno porte como os de grande expressão são suscetíveis de reparação. Sem a comprovação do prejuízo o ex adverso não poderá ser condenado a reparações. Somente haverá dano reparável quando ocorrer a violação de direito subjetivo de outrem. Nem toda violação, porém, implica a produção de dano.
Perda de chance: Em se tratando de danos materiais, são passíveis de reparação tanto os emergentes, que desfalcam o patrimônio, quanto os lucros cessantes, ou seja, aqueles que se deixou de ganhar. A perda de chance, real e concreta, configura a última hipótese. Se um motorista, por imprudência, provoca colisão de veículos, impedindo a apresentação da vítima em um espetáculo musical no qual, por contrato, faria jus a um determinado cachet, sujeita-se a indenizá-la por danos materiais causados por perda de chance. Esta não se caracteriza diante de mera ou remota probabilidade.
Dano presumido: Desde que a ciência forneça elementos seguros no sentido de que, sempre que ocorrer um determinado fato, advirão efeitos nocivos, será possível a postulação em juízo, pleiteando-se com fundamento em dano presumido.
A admissão do dano presumido deve estar condicionada à presença de elementos indutores da convicção de que o requerente efetivamente sofreu lesão patrimonial ou extrapatrimonial.
Na doutrina encontramos estudos preconizando a responsabilidade civil também por dano presumido. Este teria lugar para as modalidades de dano de difícil constatação, notadamente nos danos ambientais.
Nexo de Causalidade:
Para que a responsabilidade por um dano possa ser imputada a alguém, é imprescindível que haja o nexo de causalidade, ligando a conduta do agente ao dano sofrido pela vítima. Em outras palavras, não houvesse a conduta inexistiria o dano.
Causalidade e teoria do risco: O nexo entre causa e efeito é necessário, ainda que se trate de responsabilidade objetiva. Entretanto, há autores que sustentam a teoria do risco integral, segundo a qual, em determinadas modalidades de danos, como os nucleares, o nexo não seria imprescindível. Não preconizamos dispensa da causalidade, apenas a prova de sua ocorrência pela vítima e justamente quando as circunstâncias deixam claro que o agente, por sua atividade e conhecidos riscos, produz aquele tipo de efeito nocivo.
Caso fortuito ou força maior: Se o dano foi provocado por motivo alheio ao agente, isto é, se decorreu de forças da natureza ou de fato de terceiro, tem-se a exclusão da responsabilidade. Caso fortuito e força maior possuem como característica comum a imprevisibilidade ou inevitabilidade. Esta se exclui também quando a causa consiste em um conjunto de normas jurídicas emanadas do Estado. O cumprimento de determinadas cláusulas contratuais se torna impossível à vista de disposições legais supervenientes.
Culpa exclusiva da vítima: Em caso de culpa exclusiva da vítima, o agente não será responsável pelo dano, pois inexistirá causalidade entre a sua conduta e o resultado lesivo. Em caso de culpa concorrente, quando agente e vítima contribuem na formação da causa, aquele será parcialmente responsável pelo ilícito. Geralmente os tribunais impõem-lhe a condenação pelo valor correspondente à metade do dano.
Fato de terceiro: Tem-se esta modalidade quando a causa do dano decorre de pessoa aparentemente alheia à causa, a responsável, e não da pessoa acusada. A doutrina e a jurisprudência consideram o fato de terceiro, relativamente ao agente, como um caso fortuito ou força maior.

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