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Papel das citocinas no choque séptico e anafilático

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Papel das citocinas no choque séptico e 
anafilático. 
 
As citocinas são proteínas que modulam a função de outras células ou da própria 
célula que as geraram. São produzidas por diversas células, mas principalmente 
por linfócitos e macrófagos ativados, sendo importantes para o controle da 
resposta imune. 
As citocinas dependem da ligação com receptores específicos da membrana 
celular para desempenharem sua função. Normalmente, há a necessidade da 
ação de mais de uma citocina para uma resposta imune, por isso elas agem em 
conjunto, formando uma rede complexa, na qual a produção de uma citocina 
influenciará a produção ou resposta de outras. Elas possuem como principais 
funções Regular a duração e intensidade das respostas especificas; 
Recrutar células efetoras para as áreas onde se desenvolvem respostas e induzir 
a geração e maturação de novas células a partir de precursores. 
O choque séptico é uma condição grave que ocorre em decorrência da sepse e 
traz risco de vida. Ocorre quando um agente infeccioso, como bactérias, vírus 
ou fungo, entra na corrente sanguínea de uma pessoa. Essa infecção afeta todo 
o sistema imunológico, desencadeando uma reação em cadeia que pode 
provocar uma inflamação descontrolada no organismo. Esta resposta de todo o 
organismo à infecção produz mudanças de temperatura, da pressão arterial, 
frequência cardíaca, contagem de células brancas do sangue e respiração. 
Na vigência do choque séptico muitos mediadores humorais são liberados na 
reação inflamatória, tais como citocinas, enzimas, metabólitos teciduais, etc. 
Essas substâncias podem ser utilizadas como marcadores de choque séptico, 
que favorecem um diagnóstico precoce, dentre eles a citocina. 
Após a inoculação de endotoxinas, várias células do organismo começam a 
liberar na circulação sanguínea pequenas proteínas (citocinas) que induzem 
respostas por meio da ligação a receptores específicos. A seqüência clássica é 
a liberação do fator de necrose tumoral (TNF-α) seguido das interleucinas 1 (IL-
1), 6 (IL-6) e 8(IL-8), que são chamadas citocinas pró-inflamatórias. 
Altos níveis de TNF-α livre estão associados com morbidade e aumento da 
mortalidade no choque acompanhado de bacteremia por bacilos gram-negativos. 
É uma citocina importante que ativa a contenção da infecção local, mas induz 
choque se liberado sistemicamente. Uma vez que a infecção se dissemina para 
a corrente circulatória, os mesmos mecanismos por meio dos quais o TNF-α 
reprime a infecção local com tanta eficiência, tornam-se catastróficos. A 
liberação sistêmica de TNF-α causa vasodilatação e perda de volume 
plasmático, devido a um aumento da permeabilidade vascular, conduzindo ao 
choque. No choque séptico, a coagulação intravascular disseminada (CIVD) é 
igualmente deflagrada pelo TNF-α, levando à formação de coágulos nos 
pequenos vasos e ao consumo de proteínas da coagulação, de modo que o 
paciente perde a capacidade de coagular o sangue de maneira apropriada. Tal 
condição leva frequentemente à falência dos órgãos vitais, como rins, fígado, 
coração e pulmões, que são rapidamente comprometidos pela insuficiência de 
perfusão normal (13). A interleucina-1 (IL-1) promove, em condições normais, a 
ativação e maturação linfocitária, mas se comporta como mediador humoral 
danoso no choque séptico quando é liberada em níveis elevados, provocando 
hipermetabolismo intenso e alterações sanguíneas: proteólise muscular, febre, 
hipermetabolismo, proliferação de neutrófilos e linfócitos. 
A anafilaxia, ou choque anafilático, é uma reação alérgica grave e 
potencialmente fatal. 
Toda alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a alguma 
substância estranha ao nosso organismo. Os sintomas comuns das alergias não 
são causados primariamente por comidas, picadas de insetos, pólen, drogas ou 
qualquer outra substância alérgica; os sintomas são causados pela ação das 
células de defesa chamadas de mastócitos e basófilos, pelo anticorpo do tipo 
IgE e pela grande liberação de uma substância chamada histamina. 
Neste caso são liberadas várias citocinas, incluindo IL-6, IL-33 e TNF-α, que 
participam da fase tardia da anafilaxia. Os mastócitos e basófilos liberam 
citocinas e quimiocinas que contribuem principalmente para a fase tardia da 
reação anafilática bifásica. A atuação de citocinas e quimiocinas resulta no 
recrutamento e ativação de células envolvidas na inflamação alérgica e na 
potencialização da resposta anafilática. Os mastócitos ativados liberam IL-1, IL-
3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-8, IL-10, IL-16, IL-18, IL-22, IL-33, TNF-α e GM-CSF. Os 
basófilos são a principal fonte de IL-4, IL-13 e quimiocinas. Na anafilaxia, a IL-4 
aumenta em três a seis vezes a responsividade das células-alvo à ação de 
mediadores vasoativos, incluindo a histamina, PAF e leucotrienos cisteínicos1 
 
 
 
 
 
 
 
Scielo, B. Anafilaxia: Diagnóstico. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.59 no.1 São 
Paulo Jan./Feb. 2013. Acessado em 30 abr 2017. 
Tizard, I. R., Imunologia Verterinária Uma introdução. 8º edição, Elsevier. 
ZAVARIZ, S. M. R., et al. Marcadores laboratoriais do choque séptico. Scientia Medica, Porto 
Alegre: PUCRS, v. 16, n. 1, jan./mar. 2006. Acessado em 28 abr 2017.

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