Buscar

Governos Populistas na América Latina

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 35
Entre a crise internacional de 1929 e meados do século XX, a América Latina foi marcada por movimentos político-sociais e governos que seriam chamados de populistas pelos estudiosos. Dentre os principais governos populistas estão os de Getulio Vargas no Brasil (1930-1945/1951-1954), o de Lázaro Cárdenas no México (1934-1940) e os de Juan Domingo Perón na Argentina (1946-1955). A crise internacional de 1929 e a Segunda Guerra Mundial (1939- 1945) aumentaram as tensões sociais e políticas na região e os governos tomaram medidas com o objetivo de intensificar o controle sobre o movimento operário. Por um lado, concederam direitos sociais e trabalhistas para amenizar problemas como, por exemplo, o analfabetismo, o desemprego, a fome, baixa remuneração e condições precárias de trabalho. Por outro lado, seguiram com práticas repressivas. Dentre as práticas repressivas podem ser destacadas a proibição de sindicatos opositores, a perseguição (censura, prisão, etc.) a membros destes sindicatos e a subordinação do movimento operário a centrais sindicais controladas pelos governos, como a Confederação Geral do Trabalho (CGT) na Argentina. De um modo ou de outro, pretendia-se afastar os trabalhadores do comunismo. A Revolução Russa tinha acontecido em 1917 e os governos e as elites temiam que o mesmo ocorresse na América Latina. A crise de 1929 afetou muito as economias latino-americanas, ainda essencialmente agro-exportadoras. O governo presidencial de Lázaro Cárdenas, ocorrido no México entre 1934 e 1940, inseriu-se dentro do que uma vasta gama de historiadores denominou de populismo, apesar de haver uma divergência sobre essa caracterização. Ainda dentro do populismo, inseriram-se os governos de Getúlio Vargas, no Brasil, e o de Juan Perón, na Argentina. O principal objetivo do governo de Lázaro Cárdenas foi o de modernizar a economia e a sociedade mexicana, medida expressa principalmente em seu Plano Sexenal. 
Cárdenas entrou na vida política ainda durante a Revolução Mexicana, quando em 1913 aderiu ao Exército revolucionário. Sua capacidade autodidata o favoreceu a galgar postos mais altos na hierarquia militar. Em 1928, Cárdenas tornou-se governador do estado de Michoacán. Em 1931, passou a ser o presidente do Partido Revolucionário Nacional (PRN), que se dizia herdeiro da revolução de 1910.  Na passagem do século XIX para o XX, a Argentina viveu um período próspero e estável logo após o fim da ditadura de Juan Manuel Rosas. O cenário político era regido por um Estado Liberal onde os grandes proprietários de terra e a burguesia financeira equilibrava-se no controle do poder. O crescimento da economia argentina ocorria a largos passos e aproveitou da crise econômica européia no início do século XX para ampliar seu parque industrial. O desenvolvimento econômico argentino trouxe um amplo processo de urbanização que concomitantemente ampliou os grupos trabalhadores do país. A ascendência desse novo cenário sócio-político estremeceu o controle político das oligarquias que se cristalizaram no poder. As tensões e disputas políticas ficaram assim marcadas pelo surgimento da União Cívica Nacional, que reunia diversos grupos políticos defensores do estado democrático seu apelo popular, usualmente dirigido aos “descamisados” da nação argentina, fez com que Perón ganhasse as eleições de 1946. A sua perspectiva política combinava elementos de traço populista e mecanismo de centralização do poder. O governo atuava diretamente na economia, monopolizando o comércio exterior e nacionalizando outros vários setores da economia. O poder de intervenção estatal aliado ao notável desenvolvimento econômico trouxe um cenário marcado por baixos preços e altos salários De acordo com o próprio Perón, essa seria a autêntica “justiça social” necessária ao povo. argentino. A fama desse seu discurso acabou dando nome ao seu estilo de governo, conhecido como “justicialista”. Os elementos paternalistas e nacionalistas de Juan Perón andavam de mãos dadas com um governo repressor que não aceitava protestos públicos e aniquilou a oposição política através de um sistema unipartidarista. 
. aula36

Continue navegando