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RESUMO DE PARASITOLOGIA: TOXOPLASMOSE, LEISHMANIOSE E DOENÇA DE CHAGAS TOXOPLASMOSE CLASSIFICAÇÃO Agente causador: Toxoplasma gondii Filo: Apicomplexa (“primo” da malária”) Gênero: Toxoplasma EPIDEMIOLOGIA Parasita intracelular obrigatório, ou seja, precisa estar dentro de uma célula para sobreviver. Pode ser encontrado em qualquer célula nucleada (não podem ser encontrados nas hemácias pois essas são células anucleadas). Sua afinidade maior é com células do sistema fagocítico mononuclear. Tem grande capacidade de penetrar em tecidos. Os hospedeiros definitivos do parasita são os felinos, pois é onde este completa seu ciclo de reprodução sexuada. A infecção pode ter como hospedeiro intermediário vários mamíferos, sendo que o principal é o homem. É no hospedeiro intermediário que ocorre a fase assexuada de reprodução. O mais importante felídeo infectado pelo protozoário é o gato, visto que ele é um animal domesticado e freqüentemente transmite a parasitíase ao homem. Ainda assim, transmissão não precisa necessariamente passar por um hospedeiro definitivo. O parasita tem caráter oportunista em pacientes imunocomprometidos. COMO O PARASITO INVADE A CÉLULA? A invasão dessas formas na célula hospedeira é um processo ativo que requer a motilidade e liberação controlada de proteínas e lipídeos das organelas do complexo apical. O parasito entra na célula hospedeira inicialmente pela adesão de sua parte apical na membrana da célula hospedeira e na sequência, secreta proteínas de micronemas, roptrias e grânulos densos, conforme sua entrada na célula hospedeira, formando em seguida o vacúolo parasitófilo. Durante a penetração, há uma visível constrição em volta do parasito, representando um movimento de junção entre a célula hospedeira e as membranas plasmáticas do parasito. Uma vez o parasito estando dentro da célula, a membrana do hospedeiro é selada formando o vacúolo parasitófilo. Esse vacúolo é derivado da membrana celular do hospedeiro invaginado. Posteriormente, o parasito modifica o vacúolo parasitóforo, secretando proteínas dentro do espaço vacuolar, tornando esse compartimento metabolicamente ativo para o crescimento do parasito. FORMA DO PARASITO O parasito apresenta uma morfologia múltipla dependendo do habitat e do estágio evolutivo. As formas infectantes que o parasito apresenta durante o ciclo evolutivo são: taquizoítos, bradizoítos e esporozoítos. As organelas celulares só podem ser vistas por microscopia eletrônica. Formas infectantes do T.gondii: Taquizoíto: Forma encontrada na fase aguda da infecção, sendo também denominada forma proliferativa, forma livre ou trofozoíto. É encontrada dentro do vacúolo parasitóforo de várias células. Multiplicam-se rapidamente. Possui forma de banana ou meia lua, com uma das extremidades mais afilada e outra arredondada, com o núcleo mais ou menos no centro Taquizoítos dentro de uma célula (no vacúolo parasitóforo) e fora dela A replicação progressiva dos taquizoítos leva ao rompimento celular, permitindo a infecção de novas células e disseminação para outros órgãos através da circulação sanguínea e linfática. Bradizoíto: Similar ao taquizoíto Dentro de um cisto tecidual (muscular) Forma encontrada em diversos tecidos (nervoso, retina, musculares esqueléticos e cardíacos) geralmente durante a fase crônica da infecção - Momento em que a doença estaciona, forma inativa, de replicação lenta. Os bradizoítos ficam dentro do vacúolo parasitóforo, cuja membrana forma a cápsula do cisto tecidual. A parede do cisto protege os bradizoítos da ação dos mecanismos imunológicos do hospedeiro. Taquizoítos podem invadir a célula e assumir a forma de bradizoítos. Cisto tecidual contendo bradizoítos Taquizoítos x Bradizoítos Oocisto: Forma de resistência que possui uma parede dupla e bastante resistente às condições do meio ambiente. São produzidos nas células intestinais dos felinos não imunes e eliminados imaturos juntos com as fezes. No ambiente eles se tornam maduros, gerando um oocisto com dois esporocistos, cada qual com 4 esporozoítos. No oocisto maduro é possível visualizar 2 núcleos. CICLO BIOLÓGICO Desenvolve-se em duas fases distintas: Fase assexuada: O hospedeiro ingere alimentos e água contaminada com oocistos maduros contendo esporozoítos, ou carne crua contaminada com cistos contendo bradizoítos. Ocorre formação de taquizoítos e rápida multiplicação em diversas células e tecidos (fase aguda). Essas células rompem e liberam mais taquizoítos, que invadem novas células. Com o aparecimento da imunidade, os parasitos extracelulares são eliminados do sangue, da linfa e dos órgãos viscerais, ocorrendo uma diminuição do parasitismo. Porém, alguns parasitos podem continuar nos tecidos e evoluírem para cistos. Fase sexuada Ocorre apenas no epitélio intestinal de gatos e outros felinos jovens não imunes. Um gato, quando infecta-se oralmente (ingestão de outros animais, como pássaros e ratos) por oocistos, cistos ou taquizoítos, desenvolve o ciclo sexuado. Após essa ingestão, os parasitos que estavam no estômago, vão para o intestino e penetram em seu epitélio, onde sofrerão um processo de multiplicação (esquizogonia), dando origem a vários merozoítos. O conjunto dos merozoítos formados dentro do vacúolo parasitóforo é denominado esquizonte maduro. O rompimento da célula parasitada libera os merozoítos que penetrarão em novas células epiteliais e se transformarão em formas sexuadas masculinas ou femininas: os gametócitos, que sofrem maturação e passam a ser chamados de microgametas (masculinos móveis, com dois flagelos) e macrogametas (femininos imoveis). O macrogameta permanecerá dentro de uma célula epitelial, enquanto os microgametas móveis sairão de sua célula e irão fecundar o macrogameta, formando um ovo ou zigoto. Este evoluirá dentro do epitélio, formando uma parede externa dupla, dando origem ao oocisto. A célula epitelial se romperá, liberando o oocisto ainda imaturo. Essa forma imatura é lançada para o meio ambiente e lá sofre maturação. O gato libera oocistos por cerca de 1 mês. Oocisto pode sobreviver até 18 meses no meio TRANSMISSÃO O ser humano pode adquirir o parasito por 3 vias principais: Ingestão de oocistos presentes em água, alimento ou solo contaminado Ingestão dos cistos teciduais presentes em carnes cruas ou mal passadas (o cisto tecidual resiste à ação de enzimas proteolíticas) Transmissão congênita (de mãe para filho) – Mães que tenham imunidade adquirida ao T.gondii antes da gravidez apenas transmitem a doença ao filho se estiver com imunocomprometimento. FORMA ADQUIRIDA Período de incubação: 1 a 4 semanas Normalmente assintomática Sintomas dependem do local de infecção e da carga parasitária. Febre Mialgia (dor muscular) Adenopatia (aumento dos gânglios linfáticos) Cefaléia (dor de cabeça Cronicidade da infecção Lesão ocular – retinocoroidite (é uma região boa para o parasito por ser de imunossupressão natural) Marcador sorológico – IgM / IgG Reativação da infecção Forma congênita: Para que a doença se instale, a gestante deve estar na fase aguda da doença ou tenha sofrido reativação relacionada à imunodepressão acentuada; Marcadores sorológicos: IgM (anticorpos de fase aguda) e IgA (anticorpos de superfície) As consequências dependerão do grau de exposição do feto ao parasito, da virulência da cepa e da capacidade de os anticorpos maternos protegerem o feto durante a gestação Risco de transmissão aumenta com o tempo de gravidez: Primeiro trimestre – 25% Segundo trimestre – 40% Terceiro trimestre – 65%. Relacionado com a quantidade de sangue circulante entre mãe e feto, que aumenta conforme o desenvolvimento do feto. Consequências: Hidrocefalia Calcificação cerebral Retardo mental Miocardite aguda Pneumonia Hepatite Retinocoroidite (10%) Estrabismo Microftalmia A toxoplasmose é uma doença oportunista em pacientes com HIV devido à imunossupressãodo doente. A neurotoxoplasmose é uma das doenças recorrentes, que gera abcesso cerebral. Outras doenças como tuberculose, candidíase, pneumonia e citomegalovirose, são exemplos de doenças oportunistas. DIAGNÓSTICO Fase aguda Parasitológico – demonstração do parasita Isolamento em cultura de células Inoculação de animais de laboratório Sorológico – detecção de IgM ou IgA (RIFI) Molecular – PCR Fase crônica Sorológico – detecção de IgG (RIFI) Toxoplasmose congênita Acompanhamento da Gestante Exame pré-natal Soropositiva IgG: infecção crônica Soronegativa: IgM e IgA trimestralmente No recém nascido Detecção de IgM ou IgA Sangue do cordão umbilical Soro Detecção de IgG (materna) Título de IgG da criança > mãe TRATAMENTO A toxoplasmose é considerada uma doença incurável devido à persistência dos cistos nos tecidos do hospedeiro. Os medicamentos utilizados atuam apenas contra as formas proliferativas (taquizoítos). Como as drogas apresentam efeito tóxico com uso prolongado, são recomendadas apenas nos seguintes casos: Pacientes imunocompetentes Gestantes: tratamento alternado Toxoplasmose ocular Paciente com AIDS PROFILAXIA • Saneamento (pessoal e ambiental) • Educação • Fezes e contato com gatos • Controle de roedores • Caixas de areias • Controle de insetos sinantrópicos • Não ingerir carne crua ou mal cozida • Não ingerir leite cru • Higienização adequada das verduras LEISHMANIOSE Dividida em 3 grandes blocos: Leishmaniose visceral Leishmaniose cutânea Leishmaniose cutânea-mucosa O que as doenças têm em comum? Estão relacionadas ao baixo desenvolvimento socioeconômico São causadas por parasitos do gênero Leishmania. Não é uma doença exclusiva de humanos, e pode ocorrer em outros vertebrados, como cães, gatos, ratos e outras espécies. Considera-se que os únicos hospedeiros invertebrados,responsáveis pela transmissão do agente em condições naturais, sejam fêmeas de insetos hematófagos conhecidos como flebotomíneos, onde ocorre desenvolvimento biológico do protozoário. Leishmania spp. Classificação: Ordem Kinetoplastida Família Trypanosomatidae (parente do Trypanossoma cruzi) Gênero Leishmania spp. Unicelular, flagelado, com uma estrutura característica chamada cinetoplasto. O cinetoplasto é uma estrutura que contém o DNA mitocondrial. Fica próxima do núcleo. Há várias espécies do protozoário, que são responsáveis pelas manifestações clínicas. As principais são: Tegumentar (cutânea) Úlcera-de-Bauru, Botão do-oriente Mucosa Espúndia Visceral Calazar L. Braziliensis L. Amazonensis L. Guyanensis L. Major L. braziliensis; L. infantum L. donovani; Formas biológicas: Promastigota: Encontradas no trato digestivo do flebotomíneo. São alongadas, com um flagelo livre e longo, emergindo do corpo do parasito na sua porção anterior. O cinetoplasto está localizado entre a extremidade anterior e o núcleo Amastigota: Ficam livres ou presentes nas células fagocitárias. Aparecem na microscopia como organismos esféricos, ovais ou fusiformes, com núcleo grande e arredondado. Nessa forma não há flagelo livre. CICLO BIOLÓGICO Hospedeiros vertebrados são infectados quando promastigotas são inoculadas pela fêmea do inseto vetor. Esses insetos possuem aparelho bucal adaptado para dilacerar o tecido e vasos sanguíneos do hospedeiros e a saliva possui componentes que agem como anticoagulante, vasodilatador e antiagregador plaquetário. Um pouco desse material infectado pode ir para o sangue, ou ficar na pele. Os macrófagos fagocitam os protozoários e esses ficam retidos no vacúolo fagocitário. Lá ele passa para a forma amastigota e se multiplica por divisão binária. A grande quantidade de amastigotas gera a lise do macrófago. O processo infeccioso gerado pela lise dos macrófagos atrai mais macrófagos, e as amastigotas os infectam. Os macrófagos deixam de exercer sua função de defesa. Em dado momento, esses macrófagos vão para a corrente sanguínea, e o inseto capta a forma amastigota, e em seu intestino o protozoário assume a forma de promastigota. Por que o protozoário escolhe o macrófago? Possui núcleo e citoplasma similar ao da ameba Possui alta atividade metabólica – Grande quantidade de energia Nicho estável – O macrófago tem longa vida, e nesse local ele terá tempo para se multiplicar. Circula por diversos tecidos O que desfavorece a sobrevivência do protozoário: Produz radicais livres – 02 e N2 reativos Produz peptídeos antimicrobianos e lisosimas O macrófago faz autofagia – processo de autodigestão celular Indução de processo inflamatório devido à liberação de antígenos sinalizadores intracelulares do macrófago. VETORES NAS AMÉRICAS: Ordem: Diptera Gen. Lutzomyia spp. Leishmaniose tegumentar: L. intermedia, L. migonei, L. fischeri L. pessoai, L. wellcomei, L. Whitmani Flebotomíneo Mosquito palha Birigui Leishmaniose visceral - L. Longipalpis RESERVATÓRIOS NAS AMÉRICAS Tegumentar: Roedores, Marsupiais (gambá), Edentados (Tatu, tamanduá,preguiça), cão doméstico. Visceral: Canídeos silvestres e cão doméstico. É uma doença que está associada ao desmatamento, pois os animais selvagens e o mosquito adaptam sua sobrevivência a ambientes mais próximos dos humanos. LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA) É uma doença infecciosa, causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, que acomete pele e mucosas. L. Braziliensis L. Amazonensis L. Guyanensis L. Major Maior prevalência na América latina e na Índia. No Brasil: Regiões mais altas e quentes – maior prevalência no norte do país. Período de incubação – Período entre a picada do inseto e o aparecimento da lesão – pode variar entre duas semanas e 3 meses. É uma doença de progressão lenta; Lesão indolor; Úlcera de bordas elevadas e fundo granuloso e úmido – As lesões iniciais são semelhantes, independentemente da espécie do parasito EVOLUÇÃO CLÍNICA DA LTA Lesões cutâneas Inicia com uma pequena inflamação (parasitemia elevada) • Pode evoluir para uma úlcera rasa de bordo saliente e endurecido (parasitemia baixa); pode evoluir para cura espontânea • Tendência à cronicidade com evolução lenta Lesões Cutâneo-Mucosas • Lesões na porção cartilaginosa do septo nasal • Perfuração do septo e/ou do palato • As lesões podem ser primárias ou secundárias Lesões Difusas • Pacientes imunodeprimidos/imunocomprometidos • Lesões não ulcerativas LEISHMANIOSE VISCERAL (CALAZAR) L. Chagasi (mais presente no Brasil), L. Infantum (mais presente na Índia), L. Donovani (Continente africano e parte da Europa) Prevalência maior na Índia do que no Brasil. No Brasil, há prevalência da doença na região Nordeste. Em SC, no Norte/Nordeste do estado (dados de 2009) Período de incubação – 2 a 6 meses Acomete os órgãos linfóides – fígado, baço, linfonodos, medula óssea - Prejudicial à formação de novas células de defesa Problemas no metabolismo: Acomete o fígado, que é o órgão central do metabolismo. Formas clínicas: A doença pode ser assintomática, a fase aguda pode ser fatal, durando de 20 a 40 dias, e pode assumir a forma crônica. Sintomas Febre irregular persitente Anemia Perda de peso Astenia (Fraqueza prolongada) Hepatomegalia Esplenomegalia Hipergamaglobulinemia Hipoalbuminemia DIAGNÓSTICO Clínico: Aspecto da lesão, história não define LTA, LCM, LCD Visualização do parasito (amastigota no macrófago) PCR – Sequenciamento do material genético Sorologia – Titulação de anticorpos Imunofluorescência direta – Procura de antígenos Biópsia da borda das lesões Cultura de células Intradermorreação ou Montenegro – Inoculação de um pool de antígenos na pele para verificar sensibilidade. Se a pessoa já teve a doença, haverá anticorpos, e esses irão gerar uma resposta inflamatóriana pele. LV Punção de medula óssea ou hepática – esfregaço, cultura Imunofluorescência Indireta, ELISA, PCR TRATAMENTO Injeção de antimônio – é tóxico para o parasita e para o ser humano. É difícil para o paciente manter o tratamento, pois é caro e doloroso e o hospital tem dificuldade em manter o doente. O Tratamento canino com drogas humanas é proibido Não impede ação de reservatório Eutanásia de animais sororreagentes Medidas emergenciais: Pesquisa de vetores Pesquisa de reservatórios Sorologia censitária PROFILAXIA LTA – Medidas de proteção individual (uso de repelentes, vestimentas adequadas, evitar o contato com áreas de transmissão nos horários de maior atividade do vetor, etc) LTA Peridomiciliar – limpeza no peridomicílio, controle de roedores, aplicação de inseticidas de ação residual, eliminação de reservatórios infectados, etc) LV – eliminação de cães infectados, aplicação de inseticidas de ação residual no ambiente peridomiciliar e domiciliar, detecção e tratamento dos casos positivos, etc. DOENÇA DE CHAGAS Doença descrita por Carlos Chagas Buscava-se o parasito em pessoas com residências infectadas pelo barbeiro Contribuições de Carlos Chagas: Agente etiológico – T. cruzi Biologia em hospedeiros invertebrados e vertebrados Alvo: Coração e pulmões Reservatórios naturais Aspectos da patogenia e sintomatologia (fase aguda) Propostas de controle do vetor CLASSIFICAÇÃO Agente etiológico: T.cruzi Ordem Kinetoplastida Família Trypanosomatida Gênero Trypanosoma spp Nucleado, flagelado, cinetoplasto (DNA mitocondrial) DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Primordialmente nas américas (regiões sul e central) – Áreas tropicais Associada a baixo saneamento – está no grupo de doenças negligenciadas Relacionada ao aumento dos desmatamentos Doença silenciosa MORFOLOGIA Tripomastigota: Cinetoplasto. Forma infectante. Evade fagolisossomo. Sangue vertebrado (extracelular) Reto do inseto No tripomastigota, o cinetoplasto se encontra posteriormente ao núcleo, e o flagelo percorre o corpo do parasito Epimastigota: Forma presente no intestino do barbeiro, onde se multiplica. Pode ser observado em cultura de células “Epi” significa perto – o cinetoplasto está localizado perto do núcleo e anteriormente ao corpo. Amastigota: Alta capacidade proliferativa Intracelular Hospedeiro vertebrado 5-6 dias para lisar células 9 “rounds” de replicação. Os amastigotas formam um “ninho” nas células musculares cardíacas VETORES Invertebrados (Inseto barbeiro) Hemípteros hematófagos da Família Reduviidae (comem sangue) Principais gêneros: Triatoma infestans Panstrongylus megistus Rhodnius prolixus HOSPEDEIROS Diversos tipos de mamíferos Primata, rodentia, carnívora, edentata. CICLO BIOLÓGICO Formas no hospedeiro invertebrado: Epimastigota - no intestino (NÃO se desenvolvem nem se multiplicam nos vertebrados) Tripomastigota – No reto. O Tripomastigota metacíclico é a forma natural de infecção. Ciclo no vertebrado: Tripomastigotas, eliminados nas fezes e urina do vetor durante ou após o repasto sanguíneo, interagem com as células da pele e mucosas do hospedeiro; Ocorre transformação de tripomastigotas em amastigotas, que são liberadas pela célula hospedeira no interstício; Os tripomastigotas caem na corrente sanguínea e atingem células de qualquer tecido ou órgão, para cumprir novo ciclo celular, podendo ser destruídas por células do sistema imune ou ingeridas pelo triatomíneo. Na fase aguda a parasitemia é mais elevada. Quando a imunidade do hospedeiro é eficaz, diminui a parasitemia e a doença tende a cronificar. Ciclo no invertebrado: Tripomastigotas infectam os triatomíneos; No estômago do inseto se transformam em epimastigotas No intestino médio, epimastigotas se multiplicam (manutenção da infecção no vetor) Na porção terminal do instestino, as epimastigotas se transformam em tripomastigotas e são liberadas nas fezes ou na urina do vetor. TRANSMISSÃO Pode ocorrer por: Picada do vetor (maioria dos casos) Transfusão sanguínea Transmissão congênita Acidentes de laboratório Transmissão oral (animais infectados) Caldo de cana A DOENÇA Forma aguda Pode ser sintomática ou assintomática, depende do estado imunológico do infectado. Há predomínio da forma sintomática na primeira infância, podendo levar à morte. Geralmente as causas de óbito são meningoencefalite e raramente falência cardíaca consequente da miocardite aguda difusa. Maior parasitemia Manifestações locais: T. cruzi penetra na conjuntiva (Sinal de Romana – edema nas pálpebras) ou na pele (chagona de inoculação) – essas lesões regridem em um ou dois dias Manifestações gerais são representadas por febre, edema localizado e generalizado, hepatomegalia, esplenomegalia, e às vezes, insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas. Forma crônica Certo número de chagásicos permanecem assintomáticos por vários anos e depois passam a apresentar sintomas relacionados ao sistema cardiocirculatório (forma cardíaca), digestivo (forma digestiva) ou ambos. Nesses casos há grande ativação do processo inflamatório, com danos nesses órgãos, nem sempre relacionada com a instensidade do parasitismo, que se encontra escasso nessa fase. Forma cardíaca: Insuficiência cardíaca congestiva, devido à diminuição de massa muscular que é substituída por áreas de fibrose. O retardamento da circulação leva a problemas tromboembólicos – trombos podem gerar infartos no coração, pulmões, rins, baço, encéfalo, etc. Forma digestiva: Megaesôfago, megacólon (dilatações nos cólons sigmoide e reto) - esses fatos agravam muito em desnutrição. Pode ocorrer obstrução intestinal e perfuração, levando à peritonite. DIAGNÓSTICO Fase Aguda Fase crônica Microhematócrito Exame direto Esfregaço corado Gota espessa PCR Sorologia (IgM e IgG) Sorologia (IgG) Xenodiagnótico Hemocultura PCR PROFILAXIA Melhoria das habitações Controle vetorial com inseticidas Controle de espécies de triatomíneos peridomés>cas Controle de doadores de sangue Testes de diagnóstico de alta sensibilidade e especificidade EM SC: • Ciclo silvestre do T. cruzi • Reservatórios : Gambá e roedores • Vetores : Panstrongylus megistus - Triatoma -biamaculata - Rhodnius domes-cus TRATAMENTO Eficaz na fase aguda e pouco eficaz na fase crônica Nifurtimox: formas sanguíneas e teciduais (?) Benznidazol
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