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Cidadania, Informação e Direito à Comunicação – Aline Silva Corrêa Maia resenha

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Universidade Estadual de Santa Cruz
	Data de entrega: 18/03/2015
	Curso: Comunicação Social-Rádio e TV
	Prof.(a): Verbena Almeida
			Discente
	Wilyans Oliveira Pereira
 
Cidadania, Informação e Direito à Comunicação – Aline Silva Corrêa Maia
Direito, palavra amplamente utilizada nos debates que envolve receptor e meios midiáticos. E, é essa palavra o gancho para Aline Silva Corrêa Maia escrever seu artigo; propondo um debate articulado desta palavra e tudo que ela abarca com a realidade dos meios de comunicação no Brasil. Enfatizar o papel que os veículos de comunicação têm como transformadores culturais, sentido, visões na vida dos seres humanos é nítido. Falar em direito, já é importante. Imagine então falar em comunicação como um direito humano, é ainda mais, uma vez que o direito a comunicação como elo fundamental na vida do homem em sociedade precisa ser reafirmado.
Para entender a dimensão em que tal temática repercute não precisamos ir muito longe. Tomemos como exemplo as principais redes de TV, rádio e escritos (jornais/revistas) e observemos que os mesmos estão nas mãos de poucos e “controlando” muitos, sobretudo as camadas mais abastardas. Neste ponto é preciso ter a dimensão de que o cidadão também possui um papel social frente aos meios de comunicação, não apenas como caixas “vazias”, receptáculos de ideias e ideologias de terceiros sobre tudo. A Constituição de 1988 garante os direitos do homem não só como receptores, mas também como emissores. Constituindo assim, uma relação dinâmica em que a emersão de sentidos aconteça com a participação popular, portanto pluralizada.
Esse engajamento da autora no primeiro momento nos parece distante da realidade encontrada em nosso país. Uma vez que os meios de comunicação parecem estar alinhados a uma única frente de raciocínio, estando assim, alinhados política e ideologicamente. São as grandes empresas da mídia que decide o que é notícia, o que não é e a validade da mesma. Essa centralização de poder faz pensar se há realmente chances para mudança, pois até mesmo as emissoras públicas de TV e rádio, por exemplo, tem pouco conhecimento do público quanto a sua existência.
As ideias no texto de Aline Silva Corrêa Maia estão muito bem intercaladas, e suscitar o debate da comunicação como direito humano abre espaço para a segunda ideia fortemente discutida: o papel do exercício da cidadania como fomentadora da comunicação comunitária e, esta como um movimento popular. Ao levantar a bandeira da cidadania em seu artigo, fica claro a necessidade de compreender esta palavra além da confecção de leis que garantem direitos e deveres do cidadão como bem lembra a autora, mas sim como o colocar em prática até a discussão de leis, ou seja, cidadania está também para a busca, luta e reivindicação dos direitos de ser um agente ativo na construção dos processos de geração de conteúdo. 
Entender a comunicação comunitária como um fomentador de novas práticas para os cidadãos, uma vez que ela torna-se expressiva. Expressividade é a palavra maior aqui, por ser também cidadã. Aqui é preciso uma pausa para pensar se de fato este modelo de interação cidadão-mídia, existe no país. De fato, hoje com o desenvolvimento das tecnologias (celular, tablet, etc) o receptor pode interagir de maneira muito mais fácil, direta e rápida com as tv’s, rádio, jornais, enfim. É válido reafirmar as palavras da autora da necessidade de ação, envolvimento com mídia, mas é preciso lembrar que mesmo havendo uma abertura maior as tecnologias da informação, uma grande parcela da população ainda vê a TV como única fonte de informação. Pois verdade seja dita uma boa parte da população ainda não tem acesso a internet, seja pelo preço ou pela falta de equipamento necessário. O que impede que essa parcela da população seja cidadã também, creio que não.

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