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Introdução à Comunicação Social - Unicesumar

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PROFESSOR
Dr. Rodrigo Robinson
INTRODUÇÃO À 
COMUNICAÇÃO 
SOCIAL
ACESSE AQUI O SEU 
LIVRO NA VERSÃO 
DIGITAL!
EXPEDIENTE
Coordenador(a) de Conteúdo 
Feranda Gabriela de Andrade Coutinho
Projeto Gráfico e Capa
André Morais, Arthur Cantareli e 
Matheus Silva
Editoração
Lavígnia da Silva Santos
Design Educacional
Giovana Vieira Cardoso
Curadoria
Fernanda Feitoza de Brito
Revisão Textual
Anna Clara Gobbi dos Santos
Ilustração
Welington Oliveira
Fotos
Shutterstock
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia 
Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de 
Design Educacional Paula R. dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas 
Thuinie M.Vilela Daros Head de Recursos Digitais e Multimídia Fernanda S. de Oliveira Mello Gerência de 
Planejamento Jislaine C. da Silva Gerência de Design Educacional Guilherme G. Leal Clauman Gerência de Tecnologia 
Educacional Marcio A. Wecker Gerência de Produção Digital e Recursos Educacionais Digitais Diogo R. Garcia 
Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Supervisora de Design Educacional e Curadoria Indiara Beltrame
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino 
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. ROBINSON, Rodrigo.
Introdução à Comunicação Social. Rodrigo Robinson. 
Maringá - PR.: Unicesumar, 2022. 
172 p.
ISBN 978-65-5615-887-7
“Graduação - EaD”. 
1. Introdução 2. Comunicação 3. Social. 4. EaD. I. Título. 
CDD - 22 ed. 302.2 
FICHA CATALOGRÁFICA
Reitor 
Wilson de Matos Silva
A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história 
avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, 
ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diaria-
mente para que nossa educação à distância continue 
como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre 
quatro pilares que consolidam a visão abrangente 
do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o 
profissional, o emocional e o espiritual.
A nossa missão é a de “Promover a educação de 
qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, for-
mando profissionais cidadãos que contribuam para o 
desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. 
Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio impor-
tante para o cumprimento integral desta missão: o 
coletivo. São os nossos professores e equipe que 
produzem a cada dia uma inovação, uma transforma-
ção na forma de pensar e de aprender. É assim que 
fazemos juntos um novo conhecimento diariamente.
São mais de 800 títulos de livros didáticos como este 
produzidos anualmente, com a distribuição de mais 
de 2 milhões de exemplares gratuitamente para nos-
sos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 
polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, 
Ponta Grossa e Corumbá, o que nos posiciona entre 
os 10 maiores grupos educacionais do país.
Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima 
história da jornada do conhecimento. Mário Quin-
tana diz que “Livros não mudam o mundo, quem 
muda o mundo são as pessoas. Os livros só 
mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportu-
nidade de fazer a sua mudança!
Tudo isso para honrarmos a 
nossa missão, que é promover 
a educação de qualidade nas 
diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais 
cidadãos que contribuam para 
o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Dr. Rodrigo Robinson
Olá Gente querida,
Vamos caminhar juntos nessa disciplina e gostaria de 
me apresentar um pouco, para além do meu currículo, 
para que você possa me conhecer um pouco melhor. 
Eu sou o primeiro da minha família a ter curso superior, 
essa não era uma realidade da minha família, que sempre 
teve uma vida muito prática, trabalhando desde cedo. Eu 
também trabalhei pra pagar minha faculdade, talvez seja 
a sua história também. Me aproximei da Comunicação 
Social, mais especificamente da publicidade porque sem-
pre fui comunicativo, mas especialmente porque eu amo 
as artes. Eu toco violão, mas não sou bom o suficiente 
para viver de música. Eu amo as artes visuais, o cinema, 
o teatro, enfim todas as expressões artísticas, mas por ter 
herdado um senso prático, não me via como um artista, 
achava que tudo isso poderia ser utilizado para comuni-
car. Para transmitir mensagens claras. Foi assim que me 
tornei um comunicador social.
Trabalhei em agências de comunicação e de design, 
no início, na criação, produzindo muitos materiais para 
campanhas, cartazes, banners, folders, diagramei revistas 
e inclusive fazendo curadoria de conteúdo. Com o passar 
do tempo fui assumindo cargos de gestão das pessoas 
criativas que trabalham nesses lugares, uma experiência 
muito desafiadora. Eu gostava da criação e de todo esse 
envolvimento, mas o meu trabalho principal era cobrar 
as pessoas para que os prazos fossem cumpridos, isso 
era muito desanimador para mim. 
Foi aí que dei uma guinada na minha carreira. Nessa 
época eu morava em Curitiba e não aguentava mais o 
frio de lá. Eu já tinha dois filhos e eles viviam presos no 
apartamento, ou doentes por tomar um frio na orelha 
pra brincar no parquinho. Fiz uma especialização e lem-
brei que gostava de estudar. Decidimos mudar para o 
interior do estado do Paraná e foi uma oportunidade de 
me dedicar aos estudos. Fiz Mestrado e Doutorado em 
Administração e desde então sou professor e pesquisa-
dor de tempo integral. Na verdade, de tempo parcial, de 
tempo integral mesmo eu sou pai do Rafael, do Leonardo 
e da Sofia, que veio no meio do doutorado. Encontrei na 
relação com os alunos, na pesquisa e na produção de 
conteúdo para livros, artigos e para as aulas uma nova 
forma de expressar e vivenciar minha criatividade!
Link currículo lattes: http://lattes.cnpq.
br/7314552213694334 
http://lattes.cnpq.br/7314552213694334 
http://lattes.cnpq.br/7314552213694334 
Você é um jovem antenado, conectado com tudo o que acontece no mundo e no seu 
mundo. As informações estão disponíveis e acessíveis para você em todos os momen-
tos, você está on-line 24 horas por dia. Mas quais são os assuntos do seu interesse? 
Quais são as pesquisas que você faz na internet? com quem você conversa ou o de 
quem você procura a opinião quando está em dúvida?
É possível que você nem perceba, mas muito dos assuntos que você discute, dos in-
teresses de suas pesquisas foram despertados pelos meios de comunicação de massa. 
Mesmo que você não assista televisão ou não ouça rádio, ou nem mesmo se interesse 
por cinema, os meios de comunicação moldam nossos interesses.
É por isso que se torna importante refletir sobre a comunicação social e trazer à 
consciência a influência que ela tem em nossas vidas.
Qual o assunto mais falado dessa semana? Quem está falando sobre ele? Quais as 
opiniões ou lados da história estão disponíveis? Você pode fazer uma lista respondendo 
a essas perguntas e tentar identificar nos meios de comunicação e nas mídias sociais 
se os assuntos são os mesmos, ou parecidos, ou mesmo derivações uns dos outros. 
Então você poderá refletir a partir desses assuntos, quais as intenções, quais os 
interesses de quem está falando e as posições disponíveis. Você poderá perceber que 
mesmo as posições pessoais das redes sociais, partem de um padrão, de um modelo, 
de uma posição já construída que apenas está sendo repetido por algum motivo. Esses 
modelos são oferecidosa todo o momento pelos meios de comunicação.
Chegou a sua vez entender a mídia e seus interesses. Perceber os movimentos 
sociais e a relação com a comunicação. Aproveite essa disciplina para ampliar seus 
horizontes e desenvolver a capacidade de interpretar os sentidos da comunicação.
Ao final dessa disciplina, avalie se a sua visão sobre os meios de comunicação 
mudou, e de que forma você entende agora a influência da mídia sobre a sua vida e 
a sociedade.
INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO SOCIAL
IMERSÃO
RECURSOS DE
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento.
PENSANDO JUNTOS
NOVAS DESCOBERTAS
Enquanto estuda, você pode aces-
sar conteúdos online que amplia-
ram a discussão sobre os assuntos 
de maneira interativa usando a tec-
nologia a seu favor.
Sempre que encontrar esse ícone, 
esteja conectado à internet e inicie 
o aplicativo Unicesumar Experien-
ce. Aproxime seu dispositivo móvel 
da página indicada e veja os recur-
sos em Realidade Aumentada. Ex-
plore as ferramentas do App para 
saber das possibilidades de intera-
ção de cada objeto.
REALIDADE AUMENTADA
Uma dose extra de conhecimento 
é sempre bem-vinda. Posicionando 
seu leitor de QRCode sobre o códi-
go, você terá acesso aos vídeos que 
complementam o assunto discutido.
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
OLHAR CONCEITUAL
Neste elemento, você encontrará di-
versas informações que serão apre-
sentadas na forma de infográficos, 
esquemas e fluxogramas os quais te 
ajudarão no entendimento do con-
teúdo de forma rápida e clara
Professores especialistas e convi-
dados, ampliando as discussões 
sobre os temas.
RODA DE CONVERSA
EXPLORANDO IDEIAS
Com este elemento, você terá a 
oportunidade de explorar termos 
e palavras-chave do assunto discu-
tido, de forma mais objetiva.
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do 
aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881
APRENDIZAGEM
CAMINHOS DE
1 2
3 4
5
HISTÓRIA DOS 
MEIOS DE 
COMUNICAÇÃO
9
DEFINIÇÕES E 
MODELOS DE 
PROCESSOS DE 
COMUNICAÇÃO
41
73
A IMPORTÂNCIA DA 
MÍDIA E DE SEUS 
INSTRUMENTOS PARA 
A CONFIGURAÇÃO 
DA SOCIEDADE 
ATUAL
109
ESTRUTURAS 
SOCIAIS E OS 
MECANISMOS 
QUE INTERFEREM 
NA FUNÇÃO DA 
COMUNICAÇÃO
139
A RELEVÂNCIA 
DOS MEIOS DE 
COMUNICAÇÃO 
DE MASSA EM 
UMA SOCIEDADE 
DE CONSUMO
1História dos meios de comunicação
Dr. Rodrigo Robinson
Nesta Unidade vamos fazer uma viagem sobre a história dos meios de 
comunicação e sua relação com o desenvolvimento das sociedades. 
Você vai compreender o contexto histórico e cultural do surgimento da 
impressão gráfica e o impacto que cada novo meio de comunicação, 
passando pelo rádio a televisão, até as novas mídias e as novas formas 
de interação no ciberespaço.
UNIDADE 1
10
Imagine que um homem tenha sido congelado na Europa em 1860, quando gran-
des invenções como o telefone e o rádio começaram a impactar as comunicações, 
e tenha somente acordado um século depois, nos anos 1960. Com certeza, muitas 
inovações surgiram nesse longo período, entre elas a televisão em 1920. Os anos 
de 1860 foram um período de grandes nomes das artes de como Cézanne, Monet, 
Renoir, Van Gogh e Alphonse Mucha. Período do surgimento da Art Nouveau 
e do grande arquiteto Gaudi. Um século de grandes pensadores como Darwin, 
Marx, Spencer, Dostoiévski, Peirce, Nietzshe e Freud, e de revoluções políticas na 
Espanha, em Cuba, na Rússia, guerras civis nos Estados Unidos, e de lutas sociais 
com o surgimento do Apartheid na África do Sul em 1948.
O mundo mudou, mas imagine que esse homem trabalhava em uma linha 
de produção em uma fábrica, ou mesmo em um escritório de advocacia. Com 
certeza ele estranharia as roupas e o mundo todo ao seu redor, no entanto, ele 
conseguiria entender a lógica do trabalho nessas duas esferas produtivas, quem 
sabe até pudesse utilizar o seu terno antigo, se fosse um advogado.
Agora vamos imaginar que alguém tenha sido congelado em 1960, e tenha 
acordado apenas 50 anos depois, em 2010. É possível que essa pessoa tivesse mui-
to mais dificuldade de compreender o mundo do trabalho do que o seu amigo de 
1860 teve ao acordar um século depois. O impacto da internet e das novas formas 
de comunicação que surgiram a partir dos anos 1970 modificaram radicalmente 
a lógica do trabalho e a forma como vivemos.
É possível que você esteja tão acostumado a estar conectado e disponível 
para a comunicação com qualquer parte do mundo em tempo real, mas já parou 
para pensar como essas mudanças na comunicação impactam as sociedades e os 
formas como vivemos? 
Conhecer a história dos meios de comunicação nos ajuda a compreender o 
impacto que cada um deles produziu nas sociedades de suas épocas. Essa percepção 
nos permitirá compreender como essas formas de se comunicar coletivamente 
moldaram as capacidades humanas. Os meios comunicacionais são parte do desen-
volvimento biopsicossocial do ser humano, ou seja, a comunicação nos modifica. 
Desde os primeiros sons vocais dos períodos pré-históricos, até a natureza 
cibernética das novas tecnologias, as diferentes invenções foram nos modificando 
e nos trouxeram até esse momento. 
11
A invenção da prensa gráfica e as primeiras publicações em grande quan-
tidade permitiram a difusão de ideias que sustentaram grandes mudanças nas 
sociedades, como por exemplo a Reforma Protestante. A imprensa surge com essa 
possibilidade de impressão e os primeiros jornais semanais começaram a circular.
Mais tarde, o telefone e o rádio, que surgem na mesma época, modificam para 
sempre as formas de comunicação. Primeiro usados de maneira restrita por grupos 
fechados e pelos exércitos, foi o poder da comunicação sem fio que as ondas de 
rádio proporcionaram que nos fizeram imaginar um mundo sem fronteiras físicas.
A televisão e o cinema são até hoje espelhos daquilo que as sociedades conside-
ram bonito. O senso estético, as formas de se comportar, as ideias que circulam pela 
sociedade, sem sombra de dúvida são moldadas por esses meios de comunicação.
É possível perceber o impacto que esses processos comunicacionais têm sobre 
o dia-a-dia das novas vidas, dessa mesma forma cada inovação na forma de nos 
comunicarmos teve um impacto na constituição das sociedades. A comunicação 
em massa, o rádio, a televisão, o cinema, e outras mídias, oferecem modelos do que 
significa ser um homem ou mulher bem-sucedidos, ou fracassados, ou seja, os sig-
nificados culturais são construídos de forma muito poderosa através desses meios. 
Sem conhecer a história de cada meio de comunicação, temos uma visão 
muito limitada e parcial de sua importância e do impacto social que eles possuem, 
por isso aprofundaremos esses tópicos durante essa unidade.
Pense na dificuldade que tínhamos até muito pouco tempo atrás de expressar 
determinadas situações por telefone. Mesmo com o surgimento do celular, ainda 
sem câmeras e aplicativos de conversa em tempo real, era necessário narrar as si-
tuações que gostaríamos de comunicar. O telefone e o celular só permitiam a co-
municação através de áudios em tempo real. Com o surgimento dos smartphones 
a comunicação em tempo real ganhou muitas outras possibilidades: enviar fotos, 
enviar áudios gravados, e algo que parecia coisa de ficção científica, as chamadas 
de vídeo, são uma realidade tão comum nos dias atuais que talvez nem tenhamos a 
noção de como essas inovações nos modificam e modificam a nossa comunicação.
Para experimentar essas limitações, faça uma pesquisa na internet com os se-
guintes termos “Alexander McQueen conceitual”. Você encontrará imagens de roupas 
conceituais do estilista McQueen. Observe as imagens e grave em seu celular um 
áudio de um minuto descrevendo as características do estilo das roupas que você 
encontrar. Imagine que você precisa comunicar como é o estilo das roupas criadas 
por esse estilista para alguémque não está vendo e não tem acesso a essas imagens. 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
12
A cultura se constitui a partir da participação de muitos elementos, inclusi-
ve os meios de comunicação. As imagens são fundamentais não apenas para a 
comunicação, mas para a constituição de nossa própria vida, nos dias de hoje. 
Na atividade proposta anteriormente, você poderia iniciar descrevendo ele-
mentos amplamente conhecidos, como por exemplo, “o estilista desenvolve suas 
criações em vestidos longos e curtos para mulheres”, e a partir daí encontrar os 
elementos de diferenciação do que sempre se viu, como por exemplo, “no entanto 
diferente de tudo o que você já viu, ele busca elementos contrastantes com muito 
volume, e formas inusitadas que às vezes lembram elementos da natureza como 
uma rosa ou penas, e as vezes futuristas, como um chapéu de astronauta…”
Podemos entender a cultura como uma atividade participativa na qual as 
pessoas produzem as sociedades e as suas identidades. Essa cultura tem impacto 
sobre as pessoas, moldando seus comportamentos, estabelecendo as capacidades 
e as formas de agir. Pense como as novelas, os filmes e os influenciadores digitais 
moldam as suas escolhas. O que você considera bonito ou feio, as roupas que vai 
utilizar, as músicas que você ouve e assim por diante.
A mídia nesse sentido se torna um espaço de disputa de poder. Isso porque ao 
moldar os comportamentos a cultura reforça, ou modifica as posições de poder 
na sociedade. Os meios de comunicação de massa têm a capacidade de fortalecer 
sentidos e ideologias, fornecendo as linhas principais que estruturam o imagi-
nário social. Esse poder que estava concentrado nas grandes redes de rádio e 
televisão, passou ao longo do tempo por um processo de democratização. 
É a partir desse contexto que eu te convido a refletir sobre o papel dos meios 
de comunicação na produção dos sentidos e das identidades das nossas socieda-
des. Ao aprofundarmos os contextos históricos do surgimento das mídias, que-
remos refletir sobre seu impacto na forma como vivemos e como entendemos o 
mundo em que vivemos.
Agora que você já experimentou como os meios de comunicação moldam 
nosso dia-a-dia, registre em seu Diário de Bordo as suas percepções e questio-
namentos sobre esse tema. Você já comprou algum produto porque viu em uma 
novela, ou um influenciador digital falou sobre ele? De onde você tira suas refe-
13
Caro(a) aluno(a), a partir de agora iremos mergulhar na história da impressão 
gráfica. Vamos além de apenas compreender os aspectos tecnológicos das ino-
vações que permitiram o homem a imprimir textos, buscaremos compreender o 
contexto social e cultural, e o impacto dessa nova forma de comunicação.
A impressão de textos e imagens já era praticada há muito tempo na China e 
no Japão, contudo foi a prensa móvel de Gutenberg, na Alemanha em 1450, que 
viabilizou o surgimento da imprensa no mundo ocidental. Isso porque as impres-
sões feitas na China e no Japão eram feitas a partir de um bloco de madeira enta-
lhada para imprimir uma única página de um texto específico. Esse modelo era 
viável para essas culturas que utilizam milhares de ideogramas para comunicar, 
mas inviável para um alfabeto de vinte ou trinta letras (BRIGG; BURKE, 2016). 
A invenção de Gutenberg utilizava letras de metal que podiam ser retiradas 
e reorganizadas permitindo a impressão de diferentes páginas de textos. Cada 
página era montada com centenas de letras organizadas uma a uma. A tinta era 
passada sobre as letras que eram prensadas pela máquina, contra o papel.
rências para escolher suas roupas? Quem são as pessoas famosas que você con-
sidera bem sucedidas? Como você ficou sabendo sobre elas? Como seria a sua 
vida se não existisse nenhum meio de comunicação?
UNICESUMAR
UNIDADE 1
14
Descrição da Imagem: A imagem apresenta uma fotografia, no centro há uma caixa de metal onde letras 
e números entalhados também em metal estão dispostos aleatoriamente, não formando nenhuma pa-
lavra, mas completando quase toda a caixa. À direita da imagem aparece uma mão feminina apontando 
para as peças.
Figura 01 - Placas com letras de metal
Uma curiosidade é que os termos “caixa alta” e “ caixa baixa” surgiram da organi-
zação das caixas tipográficas da prensa de Gutenberg, isso porque as minúsculas 
ficavam na parte baixa, enquanto as maiúsculas eram guardadas na parte de cima. 
A primeira impressão relevante de Gutenberg foi uma Bíblia que teve um 
impacto na cultura europeia do que se chamou de “era moderna” de 1450 a 1789. 
A invenção se espalhou rapidamente, em 1500 já havia em torno de 250 impres-
soras instaladas por toda a Europa. Estima-se que nessa data mais de 3 milhões 
de livros já circulavam nas mãos de leitores europeus. Por outro lado, na Rússia, 
a cultura impressa teve dificuldades de se popularizar, isso porque a educação 
formal era acessível apenas para o clero (BRIGG; BURKE, 2016). 
15
Essa situação evidencia que a popularização da cultura impressa não depen-
dia apenas de uma questão tecnológica, mas de um contexto cultural. No império 
Turco Otomano, a disseminação da cultura impressa demorou ainda mais para se 
estabelecer. Primeiro porque os muçulmanos acreditavam ser pecado imprimir 
livros sagrados, e depois por causa do poder autoritário e centralizado do Grande 
Turco, líder do império que achava melhor manter as pessoas na ignorância para 
poder impor seu poder (BRIGG; BURKE, 2016). 
Esta passagem da história da disseminação da prensa gráfica, mostra como a 
comunicação social, ou a disseminação de informação e conhecimento em larga 
escala sempre incomodou líderes autoritários. 
No Brasil as impressoras também chegaram tardiamente. Vários historiadores 
têm versões do porquê a tecnologia de Gutenberg, inventada no século XV só 
chegou ao Brasil no século XIX (MOLINA, 2015). Se pensarmos que o primeiro 
jornal impresso no Brasil foi publicado em 1808, o atraso foi de quase 360 anos! 
O atraso intriga historiadores, uma vez que os Jesuítas, que estiveram no Brasil 
desde os séculos XVI, estabeleceram impressoras em diferentes outros países na 
Ásia e na África e a impressão gráfica se espalhou rapidamente pelas colônias 
espanholas, mas no Brasil isso não aconteceu. Existem explicações no ambiente 
político e cultural para esse atraso. O primeiro e provavelmente mais forte é o fato 
de que a coroa Portuguesa não autorizou explicitamente a instalação de prensas 
gráficas no Brasil, e nos anos 1707 publicou ordem para recolher todas as “letras 
impressas” que fossem encontradas e enviadas para Portugal e os donos notifi-
cados para que não imprimissem nem livros nem papéis avulsos.
Outra explicação para o atraso é a ausência de pessoas letradas. No entanto, o 
interesse político de Portugal em esconder o Brasil do mundo, para não despertar 
a cobiça de outros países sobre a sua rica e abundante colônia, evidencia a relação 
extrativista que Portugal mantinha com sua colônia. Somente com a chegada da 
Corte Portuguesa ao Brasil é que foram estabelecidas impressoras para reproduzir 
os jornais portugueses (MOLINA,2015).
Na avaliação de filósofos como Francis Bacon (1561-1626) a prensa é parte 
de um trio que mudou completamente o mundo. Para ele, o conjunto prensa-pól-
vora-bússola modificou o mundo e o levou para uma outra era. Outro filósofo, 
Samuel Hartlib, escreveu que o conhecimento disseminado pela impressão faria 
chegar às pessoas comuns saberes sobre seus direitos e liberdades e elas nunca 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
16
mais seriam governadas de forma opressora (BRIGG; BURKE, 2016). Talvez por 
isso líderes autoritários e despóticos, desde a invenção da prensa, até os dias de 
hoje procuram desacreditar a imprensa.
A invenção da prensa trouxe preocupação também para as lideranças religio-
sas, que temiam perder seu poder, uma vez que pessoas comuns podiam agora 
ter acesso aos livros sagrados. Agora pessoas nas baixas camadas da hierarquia 
social e cultural poderiam ler os textos sozinhos, emvez de acreditar e confiar 
naquilo que as autoridades diziam sobre eles (BRIGG; BURKE, 2016).
A disseminação de informação para pessoas comuns permitiu que elas mes-
mas tivessem acesso ao conhecimento. Líderes religiosos que manipulavam os 
textos sagrados para seu interesse, e mesmo a dependência que as pessoas tinham 
desses líderes por não terem acesso aos textos, começam a ser questionados e per-
dem parte do seu poder. Perceba como a invenção da prensa gráfica e a tipografia 
desafiou os poderes estabelecidos.
Foi, no entanto, no século XVII que a preocupação de líderes religiosos e 
políticos aumentou ainda mais, com o advento dos jornais. Os jornais passaram 
a disseminar informações e a publicação de livros também cresceu de maneira 
exponencial. Para muitos autores e historiadores, esse foi um momento de gran-
de ruptura na cultura e nas estruturas dos seres humanos. Marshall McLuhan, 
analisando o impacto da cultura impressa sobre a cultura oral, afirmou que “os 
impressos abriram uma fenda entre a cabeça e o coração” (BRIGG; BURKE, 2016, 
p. 34). A transmissão de conhecimentos pela oralidade, no entanto, se manteve 
importante, pois os livros não eram assim tão acessíveis para pessoas comuns.
As consequências inegáveis do advento da impressão, foram ponderadas por 
Elizabeth Eisenstein que apontou dois aspectos:
 “ Em primeiro lugar, as publicações padronizaram e preservaram o conhecimento, fenômeno que havia sido muito mais fluido na era em que a circulação de informações se dava oralmente ou por ma-
nuscritos. Em segundo lugar, as impressões deram margem a uma 
crítica à autoridade, facilitando a divulgação de visões incompatíveis 
sobre o mesmo assunto (BRIGG; BURKE, 2016, p. 37).
17
Hoje se considera que o impacto da impressão foi um dos fatores, e talvez um 
acelerador de mudanças culturais que já estavam em curso, e não necessariamente 
o propulsor dessas mudanças. Por isso, o conceito de mídia é importante. Enten-
de-se por mídia, todo o conjunto dos meios de comunicação social de massa. 
No contexto da invenção da impressão gráfica, além dos jornais e dos livros, 
devemos considerar os serviços de correios, a impressão de mapas e os serviços 
de entregas que ganharam força e se uniram aos jornais e livros em um contexto 
que modificou a cultura.
Os meios de comunicação se referem aos instrumentos ou à forma do conteúdo utilizado 
para realizar o processo comunicacional. Então o envio de uma carta é também um meio 
de comunicação. A produção de mapas impressos é também um meio de comunicação.
Por outro lado, o conceito de mídia está associado à comunicação de massa. Ou seja, quando 
um meio de comunicação alcança um grande número de pessoas. A mídia é então o conjunto 
desses meios de comunicação em massa. A mídia abrange a televisão, a imprensa, os satélites 
de comunicação, os meios eletrônicos e telemáticos de comunicação.
Fonte: O Autor.
EXPLORANDO IDEIAS
As primeiras folhas de notícias foram publicadas na Alemanha em 1609, e entre 1620 
e 1630 abriram jornais na Itália, na França e na Inglaterra e em 1788 aconteceu a 
fundação do The Times nos Estados Unidos, ainda no calor da primeira constituição 
americana. A criação de jornais levou a profissionalização da imprensa, logo os assun-
tos a respeito da liberdade de imprensa começaram a ser discutidos.
Foi somente com a chegada da corte portuguesa ao Brasil em 1808, é que as 
impressões de jornais começaram a ser autorizadas, primeiro com os informes da 
corte, também a Gazeta do Rio de Janeiro começa a circular. A Gazeta do Rio de 
Janeiro era uma cópia da Gazeta de Lisboa, que havia sido lançada para divulgar 
os atos do governo. A monarquia absoluta tinha procurado impedir ou dificultar 
a disseminação de informações em Portugal. 
Foi também em junho de 1808 que começou a circular o que se considera de 
fato o primeiro jornal do Brasil, o Correio Braziliense. Este jornal crítico ao go-
verno estabelecido no Brasil era editado em Londres, por Hipólito José da Costa, 
o jornalista mais importante do período pré independência (MOLINA, 2015).
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Hipólito teve grande importância na preparação do ambiente social para o 
estabelecimento da república no Brasil. O seu jornal buscava produzir consciên-
cia política, diferente de outros movimentos revolucionários, Hipólito acreditava 
na participação do povo na política através do voto. Apontava para a necessidade 
de um objetivo comum que pudesse dar identidade ao país (MOLINA, 2015). 
O Correio Braziliense foi veiculado até o ano de 1822, sua existência é marcada 
por críticas à monarquia e acordos que permitiram o jornal continuar circulando. 
Liberações e censuras fizeram parte do primeiro jornal brasileiro e também o 
próprio Hipólito é uma figura histórica ambígua, sendo odiado e respeitado. Sem 
dúvida o Correio Braziliense é uma referência para a imprensa livre no Brasil.
Os meios de comunicação criam uma esfera pública de discussão. Isso significa 
que os temas que são abordados pelos jornais, pela televisão e pelo rádio, passam a 
ser discutidos pelas pessoas que têm acesso a essas informações. Esse é um aspecto 
importante para a vida de uma sociedade. Ao levantar determinados temas, diferentes 
interesses passam a ser questionados. Por exemplo, se um jornal aponta irregularida-
des em um pagamento de um governo, e a população toma ciência dessas informações 
passa a controlar e a exigir esclarecimentos, ou começa a desconfiar dos governantes.
Por isso, as empresas de comunicação são concessões públicas, ou seja, o gover-
no que autoriza e concede às empresas privadas, o direito de explorar essa ativida-
de. As relações entre os interesses públicos e privados estão sempre em negociação 
ou conflito nessa atividade. Vamos a partir de agora, aprofundar essa discussão.
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No século XVI, um frade católico, a partir de sua leitura das Sagradas Escrituras, 
passou a questionar a prática e os ensinamentos da Igreja Católica. Especialmente 
a venda de indulgências, que consistia no pagamento monetário pelo perdão 
espiritual dos pecados. Em 1517, Martinho Lutero publicou as suas 95 teses que 
criticavam a prática da Igreja e pretendiam reformá-la. As ideias de Lutero foram 
amplamente divulgadas e ganharam projeção e permanência justamente pela 
possibilidade de impressão em grande quantidade que a prensa de Gutenberg 
proporcionava. Esse movimento ficou conhecido como a Reforma Protestante, e 
teve grandes impactos na cultura e na estrutura de muitas sociedades ocidentais.
Uma das grandes ideias de Lutero era a do sacerdócio geral de todos. Ou seja, 
que todos os cristãos deveriam ter acesso às Sagradas Escrituras e deveriam com 
seus dons e talentos servirem a Deus, como um sacerdote. Essa ideia especialmen-
te desagradava a igreja por tirar poder daqueles que concentram a informação. 
A grande obra impressa de Gutenberg foi uma Bíblia Sagrada que se espalhou 
rapidamente pela Europa. Além disso, o Catecismo menor de Lutero e muitos 
outros de seus escritos passaram a ser publicados e amplamente divulgados. 
Mas o que a Reforma Protestante tem a ver com comunicação social ou com 
os meios de comunicação?
A questão que quero sublinhar com essa história, é que a divulgação impressa 
da Reforma Protestante, por livros, jornais e panfletos, constituiu pela primeira 
vez um debate social que questionava abertamente um poder instituído. As ideias 
de Lutero fizeram com que pessoas comuns passassem a questionar a Igreja e 
exigir mudanças. As conversas nas casas, nos ambientes públicos, nos bares e por 
todos os lados estava impregnada dessa discussão. Até então, o debate público era 
dominado pelos poderosos, a igreja, a nobreza e os governantes. 
Outros insurgentes considerados hereges reformadores foram facilmente si-
lenciados antes de Lutero, exatamente porque suas ideias eram divulgadas apenas 
pela oralidade e seus escritos não possuíam muitas cópias que permitisse a disse-
minação. A divulgação impressa das ideias de Luteroem grande escala, criaram 
o ambiente para que as ideias reformistas avançassem.
A divulgação impressa deu origem a uma Esfera Pública de discussão. Os tex-
tos impressos de Lutero trouxeram a possibilidade de que outras pessoas que não 
faziam parte do clero tivessem acesso à essa discussão e pudessem se posicionar. 
A tradução da Bíblia para um dialeto acessível a pessoas menos cultas, ampliou 
o acesso direto às Escrituras e deu força para a Reforma. A Bíblia de Lutero teve 
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papel fundamental na alfabetização na Alemanha e ainda se constitui peça im-
portante no estabelecimento de um padrão para a língua Alemã que tinha muitos 
dialetos (BRIGG; BURKE, 2016).
Descrição da Imagem: Na imagem aparece uma fotografia com a Bíblia de Lutero, de 1534, que foi tradu-
zida para o alemão. Um livro envelhecido em fundo preto. O livro está aberto na primeira página. Do lado 
esquerdo tem anotações feitas a mão e uma gravura pequena centralizada na parte superior, acima dos 
escritos. Na página da direita tem uma impressão com textos em alemão, no centro, cercada de gravura.
Figura 2: A Bíblia de Lutero / Fonte: Schleese, T. Lutherbibel von 1534. 1999. 1 fotografia. Disponível 
em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lutherbibel.jpg. Acesso em 04 abr. 2022.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lutherbibel.jpg
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O processo de conscientização e de crítica à autoridade, que se constitui em uma 
esfera pública, no entanto não aconteceu de uma hora para outra, por um longo 
período, com avanços e retrocessos, com censura e perseguição os meios de co-
municação foram se estabelecendo como um instrumento de discussão e reflexão 
social (BRIGG; BURKE, 2016).
A Reforma protestante ensinou os governantes sobre o poder dos meios de 
comunicação que passaram a utilizar a comunicação e a esfera pública para apoiar 
movimentos e guerras políticas. No entanto, a fragmentação do poder provocado 
pelos efeitos da Reforma impossibilitou que os governos controlassem totalmente 
a impressão gráfica, especialmente na Europa ocidental (BRIGG; BURKE, 2016).
Os avanços tecnológicos como os telégrafos, o correio, o telefone, as câmeras de 
vídeo, o rádio e a televisão, ampliaram esse espaço de divulgação e acabaram por criar 
um infinito mar de informações e faz parte da construção cultural de nossos dias. 
Existe nesses meios um aspecto público e um privado, que é interessante refletirmos.
Os serviços de radiodifusão possuem um aspecto de serviço público, no sen-
tido de que servem à sociedade com a divulgação de informações relevantes. “O 
serviço de radiodifusão utiliza meios físicos para a transmissão de sons e imagens, 
ocupando o espectro eletromagnético” (SCORSIM, 2000, p.162). A radiodifusão, 
portanto, se refere às transmissões de rádio e da televisão também. 
NOVAS DESCOBERTAS
Quer entender melhor como funcionam as ondas eletromagnéticas que per-
mitem que o rádio e a televisão enviem seus sinais? Então assista o vídeo a 
seguir:
O espaço de transmissão no campo eletromagnético é limitado fisicamente, por 
isso, nem todos que querem poderão utilizar esse espaço de transmissão. Esse é 
um dos motivos pelos quais o espaço eletromagnético precisa ser controlado pelo 
estado. O estado precisa disciplinar a utilização desse espaço. Este controle estatal 
se dá mais por fatores técnicos do que políticos (SCORSIM, 2000). 
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No caso brasileiro, é a Constituição Federal que outorga à União a competência 
para explorar diretamente, ou indiretamente, através de autorização, permissão 
ou concessão os serviços públicos de radiodifusão (SCORSIM, 2000). É aí que 
se estabelece a relação entre o público e o privado.
As redes de rádio e televisão são concessões de um espaço eletromagnético 
que é público. Porém mais do que uma simples questão técnica, o monopólio 
estatal para a concessão de espaço de radiodifusão também se dá por aspectos 
que interessam à constituição política de um Estado Democrático. Nesse sentido, 
ponderou-se que deixar a exploração deste espaço limitado meramente à lógica 
econômica poderia afetar a diversidade das manifestações culturais ou mesmo 
impossibilitar o acesso da comunidade a um determinado tipo de informação.
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
AM FM TV Radar
Controle
Remoto
Máquina
de Raio-X
Elementos
RadioativosLâmpada Sol
Ondas de Rádio Infravermelho Ultravioleta Raio-X Raio Gama
LUZ VISÍVEL
Ondas do
tamanho
de um prédio
Ondas do
tamanho
de um átomo
Descrição da Imagem: A imagem apresenta um gráfico do Espectro Eletromagnético. Da esquerda para 
a direita apresenta as ondas da maior para a menor. Na sequência aparecem as ondas de Rádio: AM, FM, 
TV e Radar. Depois as Infravermelhas representadas por um controle remoto de televisão. Bem no meio 
do gráfico aparece o espectro visível aos olhos representado por uma lâmpada. Mais a direita aparece os 
raios ultravioleta representado pelo sol, e os raios-X representados por uma máquina de raio-X, e por fim 
os Elementos Radioativos que utilizam os raios Gama. Na parte inferior do gráfico, do lado esquerdo apa-
rece uma imagem de prédios e na direita o desenho de um átomo, representando o tamanho das ondas.
Figura 03: Espectro Eletromagnético
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 “ O objetivo do serviço público de radiodifusão tem importância vital para o funcionamento do Estado Democrático de Direito, pois en-volve a liberdade de expressão, de informação, o pluralismo político 
e a cultura do país. A representação e apresentação da realidade é 
feita pelos meios de comunicação (SCORSIM, 2000, p. 163).
Ao conceder à iniciativa privada o direito de explorar comercialmente as rádios e a 
televisão, a Constituição estabelece como prerrogativa a liberdade de expressão. Con-
cedendo o direito da livre expressão cultural e política, de outro lado existe o direito 
público de receber informações verdadeiras e pertinentes. Nessa relação entre a inicia-
tiva privada, a sociedade e o Estado, o Estado tem a função de controle. A renovação 
da concessão se dá a cada 10 anos para as rádios e 15 anos para as televisões. A não 
renovação da concessão ou permissão está condicionada à aprovação de no mínimo 
dois quintos do Congresso Nacional, e a extinção da concessão antes do vencimento 
do prazo só poderia se dar mediante decisão judicial.
A Constituição ainda outorga ao Congresso Nacional a autoridade para fiscalizar 
os meios de comunicação, contudo esta é uma tarefa que, segundo Scorsim (2000) o 
Estado não dá conta de realizar, e nem tem mecanismos para tanto. Ao abrir mão de 
sua tarefa constitucional de controle, o Estado delega às próprias empresas privadas 
que zelem por suas obrigações constitucionais. No entanto, Scrosim (2000) aponta 
para a incapacidade de uma empresa capitalista que obtém seus recursos através de 
anúncios publicitários, realizar esta tarefa. Autores mais críticos como Moraes, Ra-
monet e Serrano (2015) chegam a afirmar que os meios de comunicação atualmente 
geram problemas para as democracias ao invés de sustentá-las.
 “ Costumamos pensar que os meios de comunicação são essenciais à democracia, mas, atualmente, eles geram problemas ao próprio sistema democrático, pois não funcionam de maneira satisfatória 
para os cidadãos. Isso porque, por um lado, se põem a serviço dos 
interesses dos grupos que os controlam e, por outro, as transforma-
ções estruturais do jornalismo – tais como a chegada da internet e 
a aceleração geral da informação – fazem com que os meios sejam 
cada vez menos fiáveis ou menos úteis à cidadania (MORAES, RO-
MANET, SERRANO, 2015, p.52).
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As inovações tecnológicas trouxeram grandes revoluções na maneira de nos co-
municarmos, mas também foram modificando as estruturas de poder das nossas 
sociedades. A partir de agora, vamos navegar pelas inovações com o rádio e a 
televisão e compreender dentro do contexto histórico, o impacto que elas causa-
ram nas pessoas e nas estruturas sociais.
No início as tecnologias comunicativas eram vistascomo substitutos piores 
para a impossibilidade de estar presente para se comunicar. O envio de cartas e 
volumes por longas distâncias cumpria um papel que de fato não empolgava a 
nobreza que fazia uso desses serviços. Enviar correspondências e objetos a cavalo, 
ou por navio, era demorado.
No entanto com avanço das tecnologias como os telefones houve mais entusiasmo, 
mas foi sem dúvida o rádio, ou seja, a possibilidade de transmitir mensagens sem fios, 
é que revolucionou as possibilidades de comunicação em massa e à distância.
As comunicações passam a cumprir um papel próprio, não apenas de enviar men-
sagem, mas os próprios meios moldam as mensagens. Marshall McLuhan (1974) 
afirma que o meio é a mensagem. Ou seja, cada meio tem características e atuam 
sobre nossos sentidos e sensibilidades, moldando a mensagem. Mais do que isso, as 
sociedades se estruturam e se reorganizam a partir dos meios de comunicação de 
massa. O rádio e a televisão, especialmente, organizam os espaços da própria casa.
A sala se organiza com os sofás virados para a televisão. Os horários das 
novelas definem outros aspectos da vida como o horário do campeonato de fu-
tebol, ou a hora que a dona de casa vai estar em casa ou pode sair. Mais do que 
isso, nós fomos nos acostumando com um modo de pensar e sentir a partir das 
dinâmicas televisivas. 
Minha visão é que por um lado deve-se desconfiar de tudo que uma emissora de televisão 
transmite. Precisamos nos perguntar, quais os interesses estão por trás desta forma de 
apresentar a realidade. E por outro, não podemos acreditar que o fim das concessões 
para a iniciativa privada nas comunicações, ou a censura, seria um bom caminho para a 
democracia, pois estaríamos confinados apenas à visão e aos interesses dos grupos que 
estão no poder. Uma sociedade instruída terá capacidade de avaliar os interesses e cons-
truir suas próprias convicções. 
Fonte: O Autor
PENSANDO JUNTOS
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Telégrafo
O Telégrafo foi a primeira grande invenção das comunicações a partir da energia 
elétrica. Este aparelho envia mensagens a distância por meio de fios. Os primei-
ros telégrafos começaram a funcionar na década de 1830. Na Grã-Bretanha um 
modelo com seis fios e cinco agulhas transmitia mensagens que apontavam para 
as letras, formando as palavras. Neste mesmo tempo, nos Estados Unidos, Samuel 
Morse trabalhava em seu próprio modelo e desenvolveu uma linguagem de comu-
nicação conhecida como Código Morse. Em 1943, o governo americano contratou 
Morse para que ele construísse a primeira linha telegráfica de longa distância. Ela 
tinha 35 quilômetros e ligava Baltimore a Washington (BRITANICA, 2021). 
Descrição da Imagem: A imagem mostra uma folha envelhecida contendo uma tabela com quatro colu-
nas. Na parte superior da folha está o título “Tabela de Código Morse” escrito em inglês e com caracteres 
japoneses. Na primeira e na terceira colunas estão as letras do alfabeto, de A a Z, e números de 0 a 9. Na 
segunda e na quarta coluna estão os códigos morse referentes a cada letra e número. Os códigos morse 
são representados por bolinhas e tracinhos. Por exemplo, o código morse para a letra A é um pontinho 
e um tracinho. Na parte de baixo da tabela tem uma linha especial para o código SOS.
Figura 04: Tabela de Código 
Morse
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A invenção foi recebida com entusiasmo e prometia tirar a humanidade da “tira-
nia da distância”, o mundo distante e desconexo estava com os dias contados. O 
primeiro-ministro britânico saudou a novidade afirmando que ela havia “reunido 
toda a humanidade em um grande nível, em que se podia ver [sic] tudo que é feito 
e ouvir tudo que é dito, e julgar cada política adotada no exato momento em que 
os eventos aconteciam” (BRIGGS; BURKE, 2016, p. 214).
Descrição da Imagem: A imagem traz um telégrafo antigo que está sobre uma mesa de madeira escura 
em um canto da parede de madeira clara. A esquerda um papel branco com uma tabela e na parte superior 
da imagem, fixadas na parede estão vários cabos e aparelhos transmissores antigos.
Figura 05: Telégrafo pertencente à Marinha Real Britânica.
Em 1880, já havia uma indústria produzindo aparelhos e estruturas de transmissão, e 
foram instalados cabos submarinos sob o Oceano Atlântico, com mais de 4.600 qui-
lômetros. Apesar do entusiasmo do premier britânico, ainda não se podia dizer que 
toda a humanidade estava desfrutando da novidade, mas sem dúvida, os políticos e os 
governos dos países fizeram uso estratégico da nova ferramenta de comunicação, es-
pecialmente nas muitas guerras em que estavam envolvidos (BRIGGS; BURKE, 2016). 
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Telefone
O telefone por sua vez, foi recebido com mais incredulidade. Em 1876, quando 
Graham Bell fez uma transmissão a longa distância para seu assistente que estava 
a 3,2 quilômetros, chegava-se a afirmar que ele era desnecessário, e que se vivia 
bem sem ele. A conversa com o assistente, é emblemática sobre a compreensão 
limitada da invenção naquele momento. Bell teria dito algo como “sua presença 
está sendo solicitada aqui”. Ou seja, a mensagem era um chamado para estar 
presente (BRIGGS; BURKE, 2016). 
Descrição da Imagem: A imagem, uma fotografia em preto e branco, apresenta ao centro um homem 
branco, calvo e com expressão séria, vestindo terno e gravata. Este homem está segurando com a mão 
direita uma espécie de cone que encaixa no ouvido e está diante de um outro cone próximo a sua boca. 
Na parte de baixo da imagem está escrito em inglês, Primeiro Telefone de Bell.
Figura 06 - Fotografia Publicitária do Primeiro Telefone
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No entanto, o telefone ocupa um lugar importante na pré-história da radio-
difusão, isso porque se associava sua utilização muito mais ao entretenimento do 
que como uma ferramenta de trabalho. Nos EUA chegaram a produzir programas 
com notícias e canções para serem enviadas por telefone. Pessoas podiam pagar 
músicos para cantarem para elas ao telefone. 
Algo que soa extremamente curioso, se pensarmos na utilização dos telefones, 
no dia-a-dia da vida profissional, e a partir dos smartphones o fato de estarmos 
acessíveis em qualquer lugar durante as 24 horas do dia. O serviço telefônico 
através do oceano Atlântico começou em 1927. Os primeiros celulares aparece-
ram no final dos anos 1970. 
Rádio
Muitos avanços em pesquisas de diferentes pessoas em diferentes lugares do mundo 
permitiram que o rádio fosse criado. Assim como outras invenções, o potencial da 
novidade era questionado. Especialmente porque ele era visto apenas como uma me-
lhoria do telégrafo, porém sem a necessidade de fios. O que facilitava muito a comuni-
cação militar com navios que estavam navegando e através de grandes distâncias em 
terra firme. No entanto, enquanto visto como substituto do telégrafo ele apresentava 
desvantagens, pois a mensagem (no início todas em Código Morse) poderia chegar 
a outro destino, se um outro aparelho sintonizasse na mesma frequência.
Na década de 1890, o italiano Guglielmo Marconi melhorou os aparelhos de 
transmissão sem fio e realizou as primeiras transmissões a longa distância em 
1896. Era o início da Radiotelefonia, ou seja, a ideia do envio de mensagens de um 
ponto a outro sem a necessidade de fios. No entanto, isso ainda não era o Rádio, 
como meio de comunicação de massa (FERRARETO, 2007). 
O russo-americano que mudou a mentalidade quanto às possibilidades 
das tecnologias de radiotelefonia, foi David Sarnoff. Veja o texto tirado de 
um memorando interno da empresa Marconi Company, de 1916 e que pode 
ser encontrado em sua biografia:
 “ Concebi um plano de desenvolvimento que poderia converter o rádio em um meio de entretenimento doméstico como o piano ou o fonógrafo. A ideia consiste em levar a música aos lares por meio 
da transmissão sem fios.
https://escola.britannica.com.br/artigo/oceano-Atl%C3%A2ntico/480698
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Mesmo que isto já tenha sido tentado no passado mediante o uso de 
fios, seu fracasso deveu-se a que os cabos não se prestam para este 
fim.O rádio, ao contrário, faria isto facilmente. Poder-se-ia instalar, 
por exemplo, um transmissor radiotelefônico com um alcance com-
preendido entre 40 e 80 quilômetros em um lugar determinado em 
que seria produzida música instrumental ou vocal ou de ambos os 
tipos… Ao receptor poder-se-ia dar a forma de uma singela caixa 
de música radiotelefônica, adaptando-a a vários comprimentos de 
onda de modo que seria possível passar de uma a outra apenas fa-
zendo girar uma chave ou apertando um botão. 
A caixa de música radiotelefônica possuiria válvulas amplificadoras 
e um alto-falante, tudo acondicionado na mesma caixa. Colocada 
sobre uma mesa na sala, fazendo-se girar a chave escutar-se-ia a mú-
sica transmitida… O mesmo princípio pode ser estendido a muitos 
outros campos, como por exemplo escutar, em casa, conferências, 
que resultariam perfeitamente audíveis. Também poder-se-ia trans-
mitir e receber simultaneamente acontecimentos de importância 
nacional (LYONS, 1966, p. 180 Apud FERRARETO, 2007, p. 51).
A primeira emissora de rádio só surge quatro anos após a previsão de Sarnoff, 
é a KDKA em Pittsburgh no ano de 1920. A primeira grande votação foram as 
eleições presidenciais norte-americanas. Foi um sucesso que levou milhares de 
pessoas a comprarem um receptor de rádio. 
Em 28 de Agosto de 1928, a rádio WEAF transmitiu o anúncio de um edifício 
de apartamentos. Foi o primeiro comercial pago em rádio e isso mudou tudo. As 
companhias de comunicação que ganhavam dinheiro com tarifas nos serviços 
de telégrafos e telefonia passaram a investir na Rádio. 
Com o passar do tempo surgiram diversas emissoras, e a rádio passou a afe-
tar a vida quotidiana como nenhuma outra inovação tecnológica o fizera. Os 
programas passaram a incluir um grande número de entretenimento (músicas, 
novelas, programas de humor, notícias, esportes, comerciais...). 
A Grande Depressão americana aumentou as audiências do rádio, pois era 
um meio de comunicação barato, entre os anos de 1930 a 1933 venderam-se 4 
milhões de rádios nos EUA. A Segunda Guerra Mundial foi coberta por repór-
teres no exterior, narrando com precisão e com sons os horrores da guerra. Entre 
os anos 1930 e 1940, viveu-se a época de ouro do rádio. 
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Televisão
A televisão inaugurou uma nova forma de olhar e compreender o mundo. A 
televisão transformou a vida cotidiana e também o discurso dos meios de comu-
nicação de uma maneira profunda, como veremos mais adiante.
Descrição da Imagem: Imagem representa uma fotografia envelhecida de uma mulher branca que está 
sentada de perfil à direita da foto, com um vestido de veludo comprido e com um corte de cabelo curto. 
Ela está assistindo televisão em um aparelho que são duas caixas grandes. A caixa inferior é maior e possui 
oito grandes botões. A caixa superior tem uma tela pequena de 14x18 centímetros. O aparelho ocupa 
metade da imagem e está sobre uma mesa de madeira.
Figura 07: Mulher assistindo TV na Alemanha
O começo da televisão se dá ainda no final dos anos 1920, quando já era possível 
enviar uma imagem e um sinal sonoro através das ondas de rádio. Porém é em 
1936, que a British Broadcasting Corporation (BBC), do Reino Unido, lançou o 
https://escola.britannica.com.br/artigo/televis%C3%A3o/482654
https://escola.britannica.com.br/artigo/Reino-Unido/482747
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primeiro programa de TV do mundo. Os sinais de televisão podem viajar como 
ondas de rádio ou através de cabos (BRITANICA, 2021).
Foi depois da Segunda Guerra Mundial que o aparelho de TV se popularizou, 
no final dos anos 1940 e na década de 1950. O Brasil foi o primeiro país da Amé-
rica Latina a ter uma emissora de televisão. A TV Tupi-Difusora, do empresário 
Assis Chateaubriand, realizou sua primeira transmissão em 18 de setembro de 
1950 em São Paulo (BRITANICA, 2021).
A publicidade sempre foi fundamental para a Televisão, e essa relação modi-
ficou a forma como as pessoas “veem” os produtos e sua relação com o consumo, 
como aprofundaremos adiante.
Com o surgimento da internet, novas mídias surgiram, e também se construiu 
uma nova forma de interação entre os diferentes meios de comunicação. Sempre 
que surgia um novo meio, muitos acreditavam que os outros iriam desaparecer, 
mas a história nos mostra que isso não aconteceu, pelo contrário, os meios come-
çaram a interagir uns com os outros criando o que se chamou de convergência 
midiática, como veremos a seguir.
Imagine que você está assistindo ao noticiário na televisão aberta, e no final da 
notícia a apresentadora o convida para acessar mais detalhes do caso apresentado 
acessando a página do jornal na internet através de um QR-CODE. Então nessa 
página, existe um texto complementar, e no meio do texto aparece um link para 
um Podcast com uma mesa redonda de especialistas sobre o assunto.
Ou então, você está à espera do lançamento do último filme de uma série de 
super-heróis que você acompanha a muito tempo. Antes do lançamento do filme 
no cinema, os youtubers que você acompanha já começam a dar falar sobre o 
filme, apresentar suas teorias. Um programa de rádio que você ouve pelo aplica-
tivo do seu celular faz uma retrospectiva dos primeiros filmes e discute possíveis 
finais para a série. O filme é lançado e você consegue assistir em um cinema em 
shopping center na primeira semana. Quando sai do filme ainda impactado pelo 
que viu, decide comer um hambúrguer num fast food. Quando vai fazer o pedido 
percebe que existe um lanche que traz miniaturas dos heróis do filme como brin-
de. No mês seguinte ao lançamento do filme no cinema, acontece o lançamento 
de um jogo com as histórias e a interface do filme.
Na segunda temporada de Stranger Things, a Netflix utilizou de uma estra-
tégia transmídia para criar interação, expectativa e envolver as pessoas com o 
lançamento. Uma das ações foi a criação de um jogo sobre a série.
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https://escola.britannica.com.br/artigo/Brasil/480842
https://escola.britannica.com.br/artigo/S%C3%A3o-Paulo/482452
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A palavra convergência tem sido utilizada em muitos contextos, e no caso das mídias 
pode se referir a junção ou união de diferentes meios de comunicação, e caso mais 
evidente se dá a partir dos computadores que logo deixaram de ser comparados a 
calculadoras ou máquinas de escrever e uniram as telecomunicações em um único 
aparelho. Se pensarmos na quantidade de mídias que convergem em um smartphone: 
rádio, televisão, cinema, telefone, e todas as possibilidades que a internet pode oferecer.
Quando a internet começou a se popularizar, ouvíamos dizer que não exis-
tiria mais papel, que os livros seriam apenas digitais, quando surgiu a televisão 
diziam que o rádio morreria. Se no passado acreditávamos que a invenção de 
uma nova forma de comunicação iria substituir a anterior, hoje sabemos que isso 
não aconteceu. Pelo contrário, as diferentes mídias foram convergindo e criando 
um espaço de comunicação muito mais intenso. É verdade que elas também se 
modificaram, mas continuam a exercer um papel importante nesse mar de in-
formações no qual estamos inseridos.
Descrição da Imagem: A imagem da abertura de um jogo apresenta ao centro e no topo, em letras gran-
des a frase: Stranger Things - The Game. Abaixo aparecem seis personagens do jogo em uma imagem 
pixelada. Ao fundo o cenário escuro e sombrio.
Figura 08 - Jogo de Stranger Things / Fonte: https://i.ytimg.com/vi/8rK8iHcbMRM/maxresdefault.jpg
33
O conceito de convergência midiática, proposto por Jenkins (2015), está mais 
associado ao fluxo de conteúdos através das diferentes mídias, assim como nos 
exemplos apresentados no início deste capítulo. 
 “ Por convergência refiro-me ao fluxo de conteúdos através de múl-tiplos suportes midiáticos, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios 
de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das ex-
periências de entretenimento que desejam. Convergência é uma 
palavra que consegue definir transformaçõestecnológicas, merca-
dológicas, culturais e sociais… (JENKINS, 2015, p. 27).
Para Henry Jenkins (2015), devemos perceber a convergência midiática como um 
fenômeno cultural que vai muito além desse fluxo de informações, ela modificou 
a forma como os consumidores acessam produtos e serviços. Os consumidores 
agora são incentivados a procurar pelas informações, transitando entre diferentes 
meios e conteúdos que estão espalhados.
 “ [...] a convergência representa uma transformação cultural, à medi-da que consumidores são incentivados a procurar novas informa-ções e fazer conexões em meio a conteúdos midiáticos dispersos 
(JENKINS, 2015, p. 28).
A convergência entre as mídias é mais do que o fluxo de conteúdo entre as mídias, 
ela quebra as barreiras entre quem é produtor, e quem é receptor de informação. 
Esse fenômeno aproximou organizações da comunicação e pessoas comuns, in-
teragindo intencionalmente ou não para gerar conteúdo. Essa interação entre 
consumidores e produtores nos diferentes meios pode ser chamada de cultura 
participativa (JENKINS, 2015).
Esta convergência tem alterado a relação das pessoas comuns com as mídias. 
A tecnologia permitiu acesso e o público agora quer participar dessa nova cultura. 
Esse é um processo de mudança de uma sociedade midiática que era controlada 
pelas empresas de mídias de massa, para uma sociedade em rede, onde as cone-
xões são feitas e desfeitas de acordo com o interesse dos participantes. 
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No passado as redes de relacionamento eram da esfera privada, e nas co-
munidades locais normalmente duravam a vida inteira. A internet derrubou as 
barreiras geográficas e as conexões hoje podem ser construídas com pessoas em 
qualquer canto do mundo (CASTELS, 2002). Essa possibilidade de comunicação 
cria uma cultura que não respeita os limites duros da geografia, são antes um mo-
vimento fluido de conectar para construir soluções que interessam e desconectar 
quando não há mais interesse (BAUMAN, 2001).
A publicidade e o jornalismo tiveram que aprender a envolver os consumi-
dores nos seus processos. O caminho que antes era de mão única, ou seja, das 
empresas para as pessoas, agora é de mão dupla.
No jornalismo a ideia de convergência diz respeito a habilidade de produzir 
conteúdo original em formato multimídia. A convergência é o que acontece na 
redação quando a equipe editorial trabalha em conjunto para produzir diferen-
tes produtos para múltiplas plataformas a fim de atingir a massa com conteúdo 
interativo 24 horas por dia, 7 dias por semana (QUINN, 2005).
A convergência pode se dar de diferentes formas, Gordon (2003, p.64) apon-
tou cinco:
 ■ Convergência de propriedade: Neste caso, a mesma empresa possui todas 
as plataformas: impresso, online, televisão e rádio. 
 ■ Convergência tática: acontece quando um jornal impresso estabelece 
uma parceria com um canal de televisão ou com um canal à cabo, com 
a intenção de somar as audiências e aumentar a receita de todos. Neste 
caso, as plataformas não pertencem a um mesmo grupo sendo empresas 
diferentes. A notícia veiculada em um meio leva a audiência a acompa-
nhar os desdobramentos desse mesmo conteúdo em outra plataforma.
 ■ Convergência estrutural: é a forma de convergência que modifica a forma 
da captação dos conteúdos modificando as estruturas de levantamento 
de informações. 
 ■ Convergência de coleta de dados: este é um dos aspectos mais polêmicos 
quando se trata de convergência jornalística. Segundo Gordon, nenhum 
outro tópico gera mais discussão do que este. Ele traz em foco o debate do 
papel do “jornalista multimídia”, isto é, um profissional capaz de produzir 
várias versões de uma mesma história a fim de divulgá-la em diferentes 
plataformas. 
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 ■ Convergência narrativa: A convergência de diferentes plataformas irá mo-
dificar a forma como os jornalistas contam as histórias. Cada meio possui 
características bem próprias, linguagens que aproximam a comunicação. 
Para a publicidade, o grande desafio é envolver o novo consumidor. O consu-
midor que quer participar dos processos produtivos. Que quer fazer parte das 
histórias, que quer contar suas histórias e participar da elaboração e da produção 
dos seus próprios produtos. Esse novo consumidor tem sido chamado de “pros-
sumidores”, uma junção dos termos produtor e consumidor.
A vivência nas redes sociais favorece essa interação ativa entre consumidores 
e as marcas. Os novos aparelhos permitem uma interação que vai além da relação 
com os produtos e seus aspectos simbólicos. Os novos consumidores agora têm 
a possibilidade de emitir opiniões, reclamar, debater e produzir seus próprios 
conteúdos (RODRIGUES; TOALDO, 2013).
As possibilidades de interação abrem espaço para uma publicidade que con-
versa mais diretamente com os consumidores, em uma via de mão dupla, e não 
apenas ficar falando sobre si mesmo.
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Se a televisão foi responsável por modificar as narrativas que estruturam nossas 
sociedades, sem dúvida, o ciberespaço modificou a forma como nos relacionamos 
com os meios de comunicação. A partir dessa nova relação passamos de especta-
dores passivos, a coprodutores de conteúdo, dos produtos e das estruturas sociais 
que orientam nossas vidas. 
O grande ponto de ruptura das convergências midiáticas, como vimos no 
capítulo anterior, é a possibilidade de interagir em tempo real, reagindo ou provo-
cando assuntos e modificando o rumo das narrativas midiáticas. Se num passado 
muito recente, as grandes redes de televisão eram donas de um poder absoluto, 
e no Brasil, talvez ainda sejam (AMORIM, 2015), as novas relações interativas 
têm obrigado as grandes redes a mudarem seu discurso.
Neste capítulo quero destacar dois conceitos importantes para compreender 
a interatividade no ciberespaço. Primeiro vamos compreender as características 
desse novo consumidor que se relaciona com as empresas nos espaços virtuais. 
Quais suas características e de que forma ele tem impulsionado as empresas a 
interagirem de uma forma diferente. São os prosumers, como veremos a seguir. 
E um segundo conceito que considero importante para entender a dinâmica da 
convergência é a ideia de transmídia. 
Prosumers
O consumidor de hoje quer também participar do processo produtivo, ele não está 
mais disposto a apenas receber como espectador o que as empresas e a mídia têm a 
lhes oferecer. Para definir esse novo consumidor Alvin Toffler (1980) no seu livro The 
third wave utilizou o termo prosumer uma combinação de produtor e consumidor. 
 “ Os prosumers são consumidores engajados no processo de copro-dução de produtos, significados e identidades. São consumidores proativos e dinâmicos em compartilhar seus pontos de vista. Eles 
estão na vanguarda em relação à adoção de tecnologias, mas sabem 
identificar valor nos produtos escolhidos (FONSECA et al., 2008, p.5).
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No entanto, se deve confundi-los apenas como amantes de tecnologias ou early 
adopters, aqueles consumidores que gostam de novidades. Os prosumers refle-
tem e estimulam mercados, através de sua participação e poder de comunicação, 
sendo fundamentais para o processo de inovação nos produtos, nos serviços, mas 
também na produção da cultura.
A interação para esses consumidores não é apenas algo superficial ou cosmé-
tico, ela é definidora do tipo de relação que o novo consumidor desenvolverá com 
essa empresa. Os prosumers são um desafio tanto para a publicidade quanto para 
o jornalismo. De maneira muito generalizada poderíamos dizer que essas duas 
facetas da comunicação social estavam acostumadas a elas mesmas produzirem 
suas narrativas e oferecê-las aos consumidores. 
A publicidade evidencia os benefícios do produto ofertado, objetiva ou sub-
jetivamente, e o jornalismo contando as histórias de um determinado ponto de 
vista. Quando o prosumer se depara com essas narrativas, ele não apenas as re-
cebe, mas emite suas opiniões e juízos sobre ela.
Vejamos a seguinte situação: uma empresa cria uma propagandacom um 
conteúdo que coloca uma mulher negra em uma posição de inferioridade, sub-
missão e exploração. Utilizando essas palavras parece evidente que nenhuma 
marca faria essa escolha, no entanto, quantas vezes a patroa foi representada por 
uma mulher branca e a empregada doméstica por uma mulher negra. E quantas 
vezes uma mulher de sucesso foi representada por uma mulher negra? 
O que acontece, é que no passado, as pessoas, mesmo se incomodando, ou 
percebendo essa situação não teriam meios para emitir sua opinião e mudar essa 
narrativa. No entanto, a interatividade que a internet possibilitou, dá as ferramen-
tas para que os novos consumidores se manifestem, e esse movimento faz com 
que as empresas reajam rapidamente. 
Por outro lado, o prosumer quer ser o centro das narrativas jornalísticas. Para 
que o fato tenha valor para esse novo consumidor, ele precisa estar conectado com 
sua realidade. Precisa conversar com suas visões de mundo, e com seus valores.
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Uma das formas pelas quais os prosumers participam da produção das iden-
tidades e narrativas é através do processo que Jenkins (2013) chamou de trans-
mídia. Essa narrativa surgiu como uma resposta ao anseio de participação dos 
novos consumidores. Para Jenkins (2013) a transmídia é uma nova estética que 
permite a criação de um universo onde a história será contada. Leia a seguir a 
explicação de Jenkins (2013) sobre a narrativa transmidiática:
 “ A narrativa transmidiática é a arte da criação de um universo. Para viver uma experiência plena num universo ficcional, os consumi-dores devem assumir o papel de caçadores e coletores, perseguindo 
pedaços da história pelos diferentes canais, comparando suas ob-
servações com as de outros fãs, em grupos de discussão on-line, e 
colaborando para assegurar que todos os que investiram tempo e 
energia tenham uma experiência de entretenimento mais rica (JEN-
KINS, 2013, p. 47).
É bem provável que você já tenha participado da construção de uma narrativa 
transmidiática, mesmo sem perceber. Agora que você conhece o conceito, fique 
atento e tente perceber como essas narrativas são construídas.
Fica aqui o meu convite para você ouvir o Podcast “Do 
Repórter Esso ao Stranger Things”. Nele vamos falar sobre 
a evolução das narrativas midiáticas. Como esse processo 
passou de uma via de mão única para múltiplas vias com 
várias direções.
O profissional da área de comunicação social precisa compreender que os meios 
de comunicação que ele utiliza no seu dia-a-dia provocaram grandes mudanças 
culturais e estruturais na sociedade. De certa forma, a comunicação social, os 
modelos de sucesso e fracasso apresentados pela mídia, povoam o imaginário 
social, moldando comportamentos e encaminhando decisões sobre a vida pessoal 
e social. Os meios de comunicação formaram o que se chama de uma opinião 
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pública, uma percepção coletiva sobre determinados assuntos e por isso a atuação 
ética e responsável do profissional de comunicação é tão importante.
Coloque-se a partir de agora, diante dos meios de comunicação, ou seja, do 
que você ouve no rádio, na televisão, dos filmes, não apenas com um receptor 
passivo, mas procurando compreender os movimentos sociais e históricos do que 
está sendo comunicado. Para o profissional de comunicação as redes sociais não 
são apenas entretenimento e distração, são locais de pesquisa e observação social. 
A ação prática que estou lhe propondo no final desta unidade, é perceber os 
movimentos históricos e os discursos que emanam dos meios de comunicação. 
Compreender o papel social que cada meio desempenha nos dias atuais. Por 
exemplo, você precisa ouvir rádio, você precisa assistir TV aberta. Você pode 
achar que o rádio é ultrapassado, mas ele tem um papel crucial na formação dos 
posicionamentos políticos das cidades do interior do Brasil. Você pode julgar as 
novelas como moralmente condenáveis, ou sem graça, ou mesmo irrelevante, 
mas a verdade é que milhares de brasileiros organizam suas rotinas diárias para 
estarem disponíveis na hora da novela.
Assista programas que nunca assistiu, ouça estações de rádio que nunca ouviu 
e perceba as diferentes leituras do mundo que aparecem em cada uma. Um bom 
profissional de comunicação, conhece as características e as linguagens de cada 
meio, e o primeiro passo para adquirir esse conhecimento e ser um espectador 
e ouvinte atento e crítico. 
Esta atitude lhe servirá durante todo o curso. Procure desenvolver um senso 
crítico, percebendo os movimentos sociais e históricos dos quais os meios de 
comunicação fazem parte. Não se trata de criticar tudo, mas de se colocar diante 
dos movimentos com uma postura de perguntar, a quem interessa, quais os ob-
jetivos, o que está por trás disso. 
O conhecimento que você adquiriu nesta etapa lhe ajudará a perceber que 
as mudanças na comunicação não são apenas tecnológicas, elas são ainda mais 
sociais e culturais, surgindo como resposta aos nossos desejos de comunicação e 
produzindo efeito sobre a forma como nos estruturamos como sociedade.
Continue a aprofundar seu conhecimento histórico sobre os meios de comu-
nicação e o próprio conteúdo da comunicação social, e perceberá a fonte rica de 
inspiração e conhecimento sobre a sociedade que vivemos hoje.
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Chegou o momento de se colocar no centro desse processo de aprendizagem 
e refletir sobre os conhecimentos que adquiriu nessa etapa. Preencha o Mapa 
de Empatia a seguir, externalizando os conhecimentos e as reflexões que esse 
módulo lhe proporcionou:
O que eu vi nesta unidade que 
eu nunca tinha visto antes?
O que eu ouvi e me marcou 
de alguma forma?
Quais as coisas que eu produzi, ou falei, 
que foram importantes para meu 
aprendizado?
Quais as re�exões, os pensamentos, 
que vieram a minha mente durante 
essa unidade?
2Definições e Modelos de Processos de 
Comunicação
Dr. Rodrigo Robinson
Nesta unidade vamos navegar pelos caminhos da comunicação. Va-
mos conhecer as definições e os objetivos da comunicação, conhecer 
os modelos e os elementos do processo comunicativo. Vamos refletir 
sobre os aspectos da fidelidade no processo de comunicação e com-
preender a importância da comunicação e da aprendizagem para o 
seu desenvolvimento pessoal.
UNIDADE 2
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Vamos imaginar que você acordou certa manhã com o despertador do seu celular 
tocando aquela música que já te deixa “cheio de gás”. Era um dia comum, mas você 
estava animado. Pegou o celular, desligou o despertador e já dá uma olhadinha 
nas mensagens (comunicação escrita). Respondeu algumas e escovou os dentes. 
Ainda com os olhos meio embaçados, procurou pela pasta de dentes para dentes 
sensíveis, que tem uma embalagem laranja (comunicação visual), ainda bem, 
pois não precisou abrir bem os olhos para conseguir identificá-la. 
Ao sair do banheiro tropeçou no cachorro que já estava feliz te esperando. 
Fez um carinho (comunicação por gestos) e disse algumas palavras estranhas 
que ele entendeu e quase perdeu o rabinho de tanto balançar. Chegou na cozinha 
e viu que havia acabado o café. Resolveu então passar em uma padaria antes de 
chegar ao trabalho. Na padaria disse um “bom-diaaa” animado para as atendentes 
(comunicação falada) e escolheu no cardápio (comunicação ilustrada) um 
café especial. Enquanto esperava, assistiu uma reportagem no jornal da manhã 
(comunicação em massa) que passava na televisão que estava ligada no ambien-
te. De repente, subiu aquele cheiro do pão-de-queijo saindo do forno que te fez 
salivar (comunicação química) e você pede um pra você.
 Já no escritório sua equipe já te espera para uma reunião. Você entra animado 
e cumprimenta todo mundo (comunicação por gestos, falada e por expressão 
corporal). A reunião começa e o assunto é a divulgação de uma exposição de 
arte moderna na cidade. Seus colegas começam a dar sugestões (comunicação 
em grupo). Alguém pega o catálogo da exposição e mostra a peça principal (co-
municação impressa). Você se lembra da sensação que teve aover aquela obra 
de arte pela primeira vez (comunicação pela arte) e relata para os participantes 
da reunião (comunicação em grupo).
No final da reunião vocês decidem ir até o museu para ver detalhes da exposição, 
e ao ver as peças percebem que elas têm texturas diferentes, que causam diferentes 
sensações ao tocar (comunicação por tato). Essa experiência lhe dá um insight (co-
municação consigo mesmo, imaginação) para a comunicação do evento...
O seu dia continuou cheio e interessante, mas vamos parar por aqui essa história. 
Você já pode perceber que nosso dia-a-dia está repleto de uma variedade imensa de 
formas de comunicação. Nós costumamos achar que comunicação é apenas falada 
ou no máximo escrita, mas na verdade, estamos imersos em comunicação. Você já 
percebeu a variedade de recursos que utiliza diariamente para a comunicação? Quais 
as formas de comunicação que você utiliza e não percebia, ou não dava atenção?
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Existem também diferenças entre os diversos tipos de comunicação que pode 
ser interpessoal, entre as pessoas, ou massificado, que alcança um grande número 
de pessoas. Pode ser público como é a comunicação nos meios de comunicação 
de massa ou pode ser privada como em uma conversa pessoal.
No relato anterior vimos como os momentos em que estamos diante da comuni-
cação em massa, como diante da televisão, de um jornal ou do rádio, fazem parte da 
nossa vida diária, e nem mesmo percebemos ou diferenciamos estes eventos de outros. 
Nós acessamos esses veículos em busca de informação e entretenimento. 
Uma pesquisa realizada no Brasil identificou que as pessoas acessam os meios 
de comunicação principalmente em busca de informação e entretenimento. Se-
gundo a Pesquisa Brasileira de mídia (BRASIL, 2022), as pessoas responderam 
com que finalidade acessam os seguintes meios de comunicação: 
Televisão: 79% para se informar
 67% para se divertir 
Rádio: 63% para se informar
 62% para se divertir
Internet: 67% para se informar
 67% para se divertir
Revista: 58% para se informar
 36% para se divertir
Jornal: 84% para se informar
 24% para se divertir
A pesquisa ainda revelou que apenas 22% da população brasileira diz ler jornal 
pelo menos uma vez por semana e apenas 7% fazem isso diariamente. Precisamos 
entender esses números com relação às pessoas que acessam esses meios. No 
entanto, uma coisa fica evidente, as pessoas procuram esses meios para infor-
mação e divertimento. Contudo, veremos que todo o processo de comunicação 
tem a intenção de influenciar, e mesmo quando estamos nos divertindo ou nos 
informando, precisamos ter isso em mente e compreender o papel que meios de 
comunicação em massa desempenham em nossa sociedade.
Quando estamos diante de uma propaganda em um veículo de comu-
nicação em massa como a televisão, esse objetivo fica mais claro, mas toda 
a programação de uma rede televisiva tem um objetivo. E aqui não se trata 
de fazer um juízo de o quanto isso é bom ou ruim, mas de perceber o poder 
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desses meios sobre o nosso cotidiano. Pergunte-se: “quantas vezes você assis-
tiu televisão sem se perguntar qual era o objetivo e simplesmente absorveu 
o conteúdo que estava sendo transmitido?”
Agora é hora de você tentar perceber a intenção, o objetivo da comunicação 
nos veículos de comunicação. Procure em pelo menos três meios de comunicação 
de massa diferentes (televisão, rádio, jornal, revista, sites na internet...), informa-
ções sobre a dengue. Procure identificar o sentido, o objetivo da comunicação e 
perceba se existe uma mensagem central, um objetivo que se possa dizer que é 
comum a todas essas informações.
Agora perceba a diferença de “linguagem” nesses diferentes meios de comuni-
cação. De que forma aparecem as informações no rádio, na TV ou na internet. Ten-
te listar as diferenças e perceber as características de cada meio de comunicação.
Os diferentes meios de comunicação possuem características específicas 
que moldam a própria mensagem. O rádio por exemplo tem uma caracterís-
tica muito mais local, embora existam redes nacionais, a comunicação é mais 
simples, e os locutores pretendem fazer parte da vida diária dos ouvintes. 
Como um amigo que traz informações.
Por outro lado, a televisão tem o poder da imagem e consegue estabele-
cer modelos de comportamento muito mais profundamente. No combate à 
dengue, por exemplo, ela pode mostrar e tornar comum um comportamento 
de cuidado e prevenção.
Essas diferenças moldam as mensagens e os próprios veículos aparecem com 
poder de moldar comportamentos, de mostrar as imagens de sucesso, criar sonhos, 
inspirar e inclusive guiar os pensamentos a respeito de determinados assuntos. 
Diante dessa situação devemos sempre nos perguntar quais os interesses por trás 
dessa notícia, desse filme ou dessa novela; qual a mensagem que estamos assimilan-
do, quem são os interessados em tudo isso. Não se trata de cair na paranoia das teo-
rias da conspiração, mas de saber que existem interesses e aprender a percebê-los.
Agora que refletimos um pouco sobre os meios de comunicação e a forma 
com eles estão presentes no nosso dia a dia, escreva no seu diário de bordo. Quais 
as diferenças entre a forma que a televisão e o rádio comunicam um mesmo 
assunto? De que forma os meios de comunicação podem influenciar o compor-
tamento das pessoas? De que maneira o fato de estarmos conectados o dia inteiro 
e sem interrupção afeta nossa percepção sobre a vida real?
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Descrição da Imagem: Na imagem aparecem dois homens com expressão facial engraçada de espanto e 
dúvida. No lado esquerdo um homem de óculos e moletom segura com a mão esquerda um pote encosta-
do na orelha e ligado a um fio, que vai até outro pote que é segurado pelo outro homem que usa camisa 
social, gravata borboleta e suspensório. O homem da direita também segura o pote encostado na orelha.
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Agora que você percebeu como estamos imersos em comunicação e como ela é 
importante para o nosso dia-a-dia, vamos compreender os seus objetivos. Vamos 
começar nossa viagem pela comunicação, definindo conceitos e percebendo os 
objetivos da comunicação. Especialmente será importante perceber as diferenças 
e aquilo que caracteriza a comunicação social. 
O campo de estudos da comunicação é um campo vasto e multidisciplinar, e a 
depender da compreensão teórica que se tem do que é comunicação, esse campo 
pode ser maior ou menor. Se dedicam ao estudo da comunicação, a psicologia social, 
a sociologia, a antropologia, a filosofia da linguagem e outros como a engenharia, por 
exemplo (MESSAGI JUNIOR, 2018). Essa característica é percebida também pela 
ausência de um marco fundador dos estudos da comunicação. Este é sem dúvidas um 
campo interdisciplinar e com muitas possibilidades de interpretação. 
NOVAS DESCOBERTAS
O principal evento de comunicação do Brasil reflete essa pluralidade teórica: 
o INTERCOM, o Congresso da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplina-
res da Comunicação. Você pode visitar o site do evento e navegar pelos dife-
rentes temas e trabalhos apresentados, explorando temas do seu interesse. 
A compreensão mais básica e inicial sobre o processo de comunicação, apresen-
tada pela primeira vez por Aristóteles, é a relação entre um alguém que diz algo 
para um outro alguém.
Nesse processo, já conseguimos identificar um Emissor, um Receptor e a 
Mensagem que está sendo enviada. O esquema de Aristóteles permitiu muitos 
estudos iniciais a respeito do processo de comunicação, contudo ele ainda ig-
norava um elemento fundamental para o que chamaríamos de Comunicação 
Social, o Canal, ou o Meio. O Canal pelo qual a mensagem foi enviada, ou Meio 
pelo qual a mensagem foi transmitida. 
Em 1948, Harold Lasswell desenvolveu uma teoria sobre o processo de comu-
nicação que passou a incorporar outros elementos importantes para o estudo da 
comunicação social, como o Canal, e a preocupação com o efeito que se pretende 
com a comunicação. A estrutura proposta por Lasswell, estava

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