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Conceito de Empresário e suas Variações

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AULA 2:
Empresário: empresário individual; empresa individual de responsabilidade limitada; microempresa e empresa de pequeno porte.
2.1 Conceito de empresário:
O art. 966 do CC/2002 define o empresário:
“Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.
Profissionalismo: esse elemento envolve 3 características: habitualidade; pessoalidade, que aqui significa o exercício da atividade econômica em nome ou vantagem própria; monopólio das informações sobre o modo de produção, venda e características dos produtos ou serviços;
Atividade econômica organizada: é a produção ou circulação de bens e serviços, também denominada empresa ou empreendimento. A empresa não se confunde com o sujeito de direito que a explora (pessoa física ou sociedade empresarial), nem com o local onde a empresa é realizada o estabelecimento empresarial. O princípio da preservação da empresa então significa o estímulo jurídico à continuidade da atividade de produção ou circulação de bens e serviços. A empresa é necessariamente uma atividade econômica, isto é, objetiva a geração de lucro para quem a explora. É ainda uma atividade organizada, tendo o empresário que articular 4 fatores: capital, mão de obra, insumos e tecnologia;
Produção ou circulação de bens e serviços: produção corresponde ao processo de fabricação de bens ou ao processo pelo qual se presta um serviço. Ex: confecção de roupas; o serviço educacional; o serviço de seguro. Já a circulação é a atividade de intermediação entre o produtor de mercadorias ou serviços até o consumidor. Ex: supermercados; agências de turismo.
O parágrafo único do art. 966 do CC/2002 excluiu alguns prestadores de serviços da categoria de empresário, definindo suas atividades econômicas como civis (reguladas pelo direito civil):
“Art. 966, parágrafo único, CC/2002: Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”.
Profissional intelectual: aquele que exerce atividade científica, literária ou artística ainda que tenha empregados para auxiliá-lo e desde que o exercício da profissão não constitua elemento de empresa. São os chamados profissionais liberais. Ex: médicos, contadores, advogados, arquitetos, dentistas, escritores e artistas. Os profissionais liberais, contudo, podem se tornar empresários quando o exercício da profissão em si constitui mero elemento de empresa, ou seja, apenas mais um fator de produção e sua atividade preponderante, na verdade, é a organização desses fatores de produção (da empresa). Ex: médico que se torna proprietário de um hospital particular.
A legislação também excepciona os empresários rurais não registrados na Junta Comercial e as cooperativas, colocando-os sob a regulamentação do direito civil.
Empresário rural não registrado na junta comercial: aqueles que exploram economicamente atividade no campo em sentido amplo, abrangendo a agricultura, a pecuária, os extrativismos vegetais e minerais, a caça e a pesca, desde que não optem pelo registro junto à junta comercial. Se o fizerem, serão empresários e a empresa regida pelo direito comercial.
“Art. 971 do CC/2002: O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro”.
Cooperativas: o art. 982 do CC/2002 estipula a natureza civil das cooperativas, independente da atividade que exploram, estando disciplinadas pela Lei nº 5.764/71 e pelos arts. 1.093 a 1.096 do Código Civil. Arts. 3º e 4º da Lei nº 5.764/71:
“Art. 3° Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro.
Art. 4º As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes características:”
“Art. 982 do CC/2002: Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa”.
	A categoria “empresário” abrange as pessoas físicas e as jurídicas dedicadas à exploração de atividade econômica organizada. Na primeira situação falamos do empresário individual. No segundo caso temos a sociedade empresária.
2.2 Empresário individual:
	Em relação às pessoas naturais, para ser empresário a legislação estabelece um conjunto de atributos necessários (arts. 972, 974 a 976 do CC/2002) e vedações que devem ser afastadas (art. 973 do CC/2002):
“Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. (OBS: o instrumento da autorização judicial é chamado alvará. Somente concedida para o incapaz continuar exercendo empresa que constituiu quando ainda era capaz, ou que foi constituída por seus pais ou por pessoa de quem é sucessor. Precisará ser representado (se absoluta a incapacidade) ou assistido (se relativa) ou gerente, este quando necessário).
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização”.
	Instituto do direito civil a “capacidade civil” é o reconhecimento do sistema jurídico de que a pessoa é titular de direitos e deveres (sujeito de direito) e que está em plena condição de exercê-los pessoalmente. Não se confunde com a personalidade civil que começa do mero nascimento com vida (Art. 2o  do CC/2002: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”). A pessoa maior de 18 anos com higidez mental possui capacidade civil plena.
Em síntese, todo ser humano vivo tem personalidade civil (capacidade de direito), mas pode não ter capacidade civil plena para exercer alguns ou todos os atos da vida civil (capacidade de fato). Essas pessoas precisarão do auxílio de um responsável legal, a fim de exercer seus direitos e deveres. São os relativamente incapazes e absolutamente incapazes. Vejamos as regras do Código Civil:
“Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental,tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria”. (OBS: o código civil anterior não falava em relação de emprego, nem na idade mínima de 16 anos para a emancipação. No sistema atual, entretanto o maior de 16 anos que exerça empresa ou tenha emprego e em vista dessas atividades obtenha o sustento próprio poderá ser emancipado. É conveniente que o menor consiga sentença declaratória nesse sentido para comprovar a maioridade, quando requisitado).
Comentários: a deficiência mental pode ocasionar a incapacidade absoluta ou a relativa dependendo do grau de discernimento da pessoa, sendo possível a interdição dos relativamente incapazes para apenas certos atos. O juiz deve fazer, no caso concreto, a graduação da incapacidade do surdo-mudo. Homem e mulher podem casar-se aos 16 anos, mas será necessária autorização de ambos os pais ou de responsáveis legais (art. 1.517 do CC/2002). Pródigo é aquele que injustificada e descontroladamente se desfaz de seus bens. A interdição do pródigo pode ser promovida pelos pais ou tutores, cônjuge ou qualquer parente ou ainda pelo Ministério Público. A interdição será relativa concernente a atos de disposição sobre os bens e os atos poderão ser praticados pessoalmente pelo interditado desde que haja assistência de um curador nomeado pelo juiz. Art. 1.782 do CC/2002: “A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração”. Pode o pródigo continuar a exercer o poder familiar, sua profissão e outras atividades que não envolvam negociação dos bens.
A capacidade civil dos índios é regulada pela Lei nº 6.001/73 (Estatuto do Índio): “Art. 3º Para os efeitos de lei, ficam estabelecidas as definições a seguir discriminadas: I - Índio ou Silvícola - É todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional;
Art. 7º Os índios e as comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional ficam sujeito ao regime tutelar estabelecido nesta Lei.   § 2º Incumbe a tutela à União, que a exercerá através do competente órgão federal de assistência aos silvícolas.
Art. 8º São nulos os atos praticados entre o índio não integrado e qualquer pessoa estranha à comunidade indígena quando não tenha havido assistência do órgão tutelar competente.
Parágrafo único. Não se aplica a regra deste artigo no caso em que o índio revele consciência e conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos.
        Art. 9º Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua liberação do regime tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da capacidade civil, desde que preencha os requisitos seguintes:
        I - idade mínima de 21 anos;
        II - conhecimento da língua portuguesa;
        III - habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional;
        IV - razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional.
2.3 Empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI):
Trata-se da sociedade limitada unipessoal (apenas 1 pessoa). Não se confunde, portanto, com o empresário individual (pessoa física que exerce empresa). Nem com o “sócio” único, pois a pessoa jurídica da EIRELI é quem é empresária.
A lei nº 12.441/2011 inseriu no inciso a EIRELI no inciso VI, art. 44, do CC/2002:
“Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)”.
Apesar de referida lei não incluir a EIRELI dentre as sociedades, ela conferiu tratamento semelhante ao das sociedades limitadas.
2.4 Microempresa e empresa de pequeno porte:
Art. 170 da CF/88: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País”. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995).
Art. 179 da CF/88: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
A lei complementar nº 123/2006 definiu as microempresas e empresas de pequeno porte:
Art. 3 º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei n º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: ( Redação dada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 ) (Produção de efeitos – vide art. 7º da Lei Complementar nº 139, de 2011 ) 
OBS: Essas pessoas deverão acrescer ao seu nome empresarial as expressões “microempresa” (ME) ou “empresa de pequeno porte” (EPP).
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e Redação dada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 ) (Produção de efeitos – vide art. 7º da Lei Complementar nº 139, de 2011 ) 
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). Redação dada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 ) (Produção de efeitos – vide art. 7º da Lei Complementar nº 139, de 2011 ) 
Art. 18-A. O Microempreendedor Individual - MEI poderá optar pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste artigo. (produção de efeitos: 1º de julho de 2009). § 1º Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo. ( Redação dada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 ) (Produção de efeitos – vide art. 7º da Lei Complementar nº 139, de 2011)

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