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CONTESTAÇÃO RESPOSTA DO RÉU

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ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE ENSINO
FACULDADE GUILHERME GUIMBALA
CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PROFESSORA: MARIA CLÁUDIA
ALUNA
: ROSIRENE CAETANO DOS SANTOS – 3º ANO – A
“A CONTESTAÇÃO NO PROCESSO CIVIL BRASILEIRO A PARTIR DO CPC DE 2015”
Contestação é a mais importante modalidade de resposta do réu. É que por meio dela se deduzem todas as defesas de mérito – vale dizer, todas as defesas que visam demonstrar a improcedência do pedido do autor, a inexistência do seu direito, quer pela impugnação direta aos fatos ou ao fundamento do pedido (defesa de mérito direta), quer pela oposição de fatos extintivos, modificativos ou impeditivos (defesa de mérito indireta) – bem como a maioria das defesas processuais que são aquelas que consubstanciam ataques à própria relação processual ou à ação (defesas processuais que se classificam em objeções ou exceções).
Segundo o doutrinador Marcos Vinicius Rios Gonçalves, “com a citação surge para o réu o ônus de oferecer contestação. Ele pode simplesmente defender-se das alegações contidas na petição inicial por meio de contestação, mas pode também contra-atacar, formulando pretensões em fase do autor, por meio de uma nova lide, contida no bojo da contestação, determinada reconvenção. Outras formas de resposta, que havia no CPC anterior, como a ação declaratória incidental, as exceções rituais e a impugnação ao valor da causa foram extintas no CPC atual. O CPC, art. 335, exige que a contestação do réu venha sob a forma de petição escrita.”. 
O Processo no Novo CPC/2015 consolida a contestação como principal defesa do réu, ampliando a sua importância. 
Toda a matéria de defesa deve, a partir da entrada em vigor do Novo CPC/2015, se concentrar na contestação. 
Importante observar que, no Código de Processo Civil de 1973, estabelecia três possíveis respostas do réu:
Reconvenção: Em que se apresenta uma demanda contraposta do réu da ação principal contra o autor;
Contestação: Concentra os principais argumentos de defesa, incluindo alegações de prescrição e decadência, incompetência absoluta, carência da ação e o mérito da defesa. Se a causa não tratar de interesses indisponíveis, não houver documento público que a lei considere indispensável com a petição inicial ou se não houver qualquer contestação de corréu a contestação é obrigatória, sob pena de revelia (consideração dos fatos alegados pelo autor como verdadeiros);
Exceção: Por meio do qual se alega a incompetência relativa, o impedimento e a suspeição;
Além destas peças, outras ainda poderiam ser apresentadas em peças autônomas, tais como:
Impugnação ao valor da causa;
Impugnação à assistência judiciária gratuita;
Como se verifica, em uma causa de maior complexidade, o réu poderia ter que apresentar até cinco petições distintas para veicular sua resposta de forma completa.
Vale dizer que, as matérias das cinco petições possíveis mencionadas acima, devem todas, serem trazidas na contestação regulamentada pelo Novo CPC, com exceção da Impugnação ao valor da causa que foi extinta e substituída no CPC atual por Incorreção do valor da causa. Em outras palavras, na contestação, o réu deve concentrar todos os seus argumentos de defesa. Além das questões preliminares do art. 337 do NCPC, ele pode negar a existência do fumus boni juris e do periculum in mora. Não será, ainda, o momento de discutir a existência do direito material, o que será feito na contestação ao pedido principal.
Porém, importante ressaltar que disciplinadas dentro da parte geral do Novo CPC, no artigo 146, as Exceções de Suspeição e impedimento foram às únicas que foram mantidas como petições apartadas.
Por sua vez as hipóteses estão contidas nos artigos 144 (impedimento - presunção absoluta de parcialidade do juiz, conduzindo a uma nulidade absoluta do feito) e 145 (suspeição - presunção relativa de parcialidade relativa do juiz, capaz de gerar uma nulidade relativa do processo), sendo tais causas também aplicáveis ao membro do Ministério Público, aos auxiliares da justiça e aos demais sujeitos imparciais do processo.
O artigo 146 traz que no prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
Sendo reconhecido o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão. Além disso, reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado, bem como decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.
Porém caso a Exceção seja alegada contra aos demais sujeitos que não o juiz, parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos e o juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 dias e facultando a produção de prova, quando necessária.
A falta de contestação implicará revelia do réu e presunção de veracidade dos fatos narrados na inicial, salvo nas hipóteses em que a lei exclui esse efeito. O juiz poderá, então, julgar antecipadamente a lide cautelar.
Apresentada a contestação, o processo seguirá o procedimento comum. O Juiz verificará se há ou não necessidade de provas e determinará as que considerar necessárias. É admissível a prova pericial quando se verificar que é indispensável para a apuração do fumus boni juris ou do periculum in mora. Se houver necessidade de prova oral, o juiz designará audiência de instrução e julgamento.
O processo se inicia com a petição inicial que produz efeitos a partir do registro ou distribuição, o próximo ato, em regra, é a audiência de conciliação obrigatória (que poderá ocorrer em meio eletrônico).
O doutrinador Marcos Vinícius Rios Gonçalves ensina que: “ No procedimento comum, o prazo de contestação é quinze dias. Devem no entanto, ser aplicadas as regras do CPC, arts. 180, 183 e 229. Os dois primeiros determinam que ele seja em dobro em favor do Ministério Público e da Fazenda Pública e, o terceiro, que seja em dobro quando houver litisconsortes com procuradores diferentes, integrantes de escritórios distintos, desde que o processo não seja eletrônico. A defensoria Pública e os beneficiários da Justiça Gratuita, assistidos por órgão público de assistência judiciária, têm o prazo de resposta em dobro, por força do art. 5º, § 5º da Lei 1.060/50.”
Art. 335.  O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
O prazo, assim, é de 15 dias, lembrando que a contagem com o novo CPC só considera dias úteis (art. 219).
O inciso II do art. 335 citado é uma exceção, pois para que a audiência de conciliação não seja realizada é necessário que autor (na petição inicial) e o réu em manifestação com no mínimo 10 dias de antecedência da audiência se manifestem por sua não realização.
Não basta apenas uma das partes nãoquerer como ocorria no sistema do CPC/73.
Se o autor apresentou sua opção por não realizar audiência de conciliação/mediação, o prazo para a contestação começará a fluir da data em que o réu também manifestou-se neste sentido.
É digno de nota que o Novo CPC dispõe que se houver mais de um réu e estes tiverem procuradores de escritórios de advocacia distintos (requisito novo), o prazo será contado em dobro para processos físicos, ou seja, a dobra não é aplicável a processos eletrônicos, uma vez que há disponibilidade dos autos indistintamente a todas as partes.
Se houver mais de um réu, e não for designada audiência de conciliação ou mediação, o prazo para todos só correrá a partir da juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado cumprido. Está disposto no art. 232, § 1º do CPC: “Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput”. Por isso, enquanto todos os réus não tiverem ainda sido citados, o prazo de nenhum começa a correr. Se um foi citado antes, pode aguardar a citação dos demais, para só então apresentar a sua contestação. Isso explica a razão pela qual, se um dos réus estiver citado e houver posterior desistência da ação em relação aos que ainda não estiverem, aquele deverá ser intimado para que o prazo de resposta flua. De acordo com art. 335, § 2º: “Quando ocorrer a hipótese do art. 334, §4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo, e o autor desistir da ação em relação ao réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência”. Isso para que o réu citado não seja surpreendido enquanto aguarda a citação dos demais. Se for realizada audiência de tentativa de conciliação, para a qual todos os réus terão de ser citados, o prazo para todos começa da audiência. Mas se, tendo havido manifestação de desinteresse pelo autor na inicial, alguns réus, em litisconsórcio, também manifestarem desinteresse, o termo inicial do prazo para cada um dos réus será a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. Já para aqueles que não manifestarem desinteresse, o prazo será contado da audiência. (GONÇALVES).
O prazo do CPC, art. 335, segundo entendimento jurisprudencial dominante, só terá sido cumprido se a resposta for protocolada em cartório, dentro de quinze dias. É intempestiva a contestação que, despachada pelo juiz dentro do prazo, só foi apresentada em cartório depois de ele já ter transcorrido.
Se não apresentada no prazo, o réu será considerado revel e sofrerá as consequências da sua inércia.
O Novo CPC inova ao tratar a Fazenda Pública em um título exclusivo.
O novo CPC modifica o antigo art. 188 do CPC/73 (prazo em quádruplo para contestar, em dobro para recorrer), criando um critério único para qualquer manifestação no processo:
Conforme o Art. 183: “A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ “2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.”.
A contestação é a peça que veicula a defesa do réu. Constitui o meio, por excelência, de contraposição ao pedido inicial, devendo concentrar todas as manifestações de resistência à pretensão do autor, salvo aquelas para as quais haja previsão de incidentes próprios.
Exemplificando, o direito de defesa, exercido por meio da contestação, é um contraponto ao direito de ação. Se é assegurado ao autor o direito de formular uma pretensão, é garantido ao réu o direito de contrapor-se a ela, de requerer ao juiz o seu não acolhimento e de expor as razões e fundamentos para que isso ocorra. 
A contestação tal como a inicial contém uma pretensão: a de que o pedido do autor seja desacolhido. Na petição inicial, o autor formula o seu pedido, que pode revestir-se das mais variadas formas: condenatório, constitutivo ou declaratório. Na contestação, o réu opor-se-á a essa pretensão e formulará a sua, que será sempre única: a de que o juiz declare que o autor não tem razão. A pretensão formulada na contestação é sempre declaratória negativa (ficam ressalvadas as ações de natureza dúplice, em que se permite ao réu formular autênticos pedidos na contestação, além do simples requerimento de que a pretensão inicial seja rejeitada).
A contestação não amplia os limites objetivos da lide, o objeto litigioso, tendo em vista seu caráter defensivo. Isto é, não altera aquilo sobre o que o juiz terá de decidir no dispositivo da sentença. Mas pode ampliar a cognição do juiz, obrigando-o a apreciar as questões nela alegadas, na parte da fundamentação da sentença. É o que ocorre se o réu argui qualquer fato extintivo, impeditivo ou modificativo do direito do autor.
Em resumo, a contestação não se presta à formulação de pedidos (salvo nas ações dúplices), mas ela pode conter fatos novos que sirvam para fundamentar o não acolhimento dos pedidos iniciais, e que têm de ser apreciados pelo juiz quando do julgamento.
Vejamos a redação dos artigos 336 e 337 do Novo CPC em que se consolida a concentração da matéria de defesa e se elenca o rol de matérias preliminares ao mérito:
Art. 336.  Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Esse dispositivo consagra o princípio da eventualidade, que permite ao réu apresentar na contestação todas as matérias que possa invocar em sua defesa, ainda que elas não sejam necessariamente compatíveis entre si. Podem apresentá-las em ordem sucessiva, sendo as últimas para a hipótese de não acolhimento das primeiras. É fundamental que o réu apresente todas as defesas que tiver na própria contestação (salvo as que devam ser alegadas em incidente próprio, como o impedimento e suspeição do juiz), sob pena de preclusão.
As defesas do réu podem ser divididas em três grandes grupos:
As processuais, cujo acolhimento implique a extinção do processo sem resolução de mérito;
As processuais que não impliquem a extinção do processo, mas sua dilatação (como a incompetência absoluta ou relativa do juízo); e 
As substanciais ou de mérito. 
As duas primeiras são denominadas preliminares. O seu acolhimento constitui óbice ao julgamento de mérito, que ficará impedido ou retardado.
O CPC, art. 337, enumera as preliminares, que devem ser analisadas antes da resolução de mérito. Há algumas cujo acolhimento implicará a extinção do processo sem resolução de mérito, como: 
- a inépcia da petição inicial (Inc. IV);
- a perempção (Inc. V);
- a litispendência (Inc. VI);
- a coisa julgada (Inc. VII); 
- a convenção de arbitragem (Inc. X); e, 
- ausência de legitimidade ou de interesse processual (Inc. XI). 
E outras cujo acolhimento não implica a extinção do processo, mas sua dilatação. São preliminares que se referem a vícios do processo, que têm de ser sanados para que possa ter prosseguimento:
- inexistência ou nulidade da citação (Inc. I);
- incompetência absoluta ou relativa (Inc. II);
- a incorreção do valor da causa (Inc. III);
- a indevida concessão do benefício da gratuidade da justiça (Inc.XIII);
- a conexão (Inc. VIII);
- a incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização (Inc. IX); e,
- a falta de caução ou de uma prestação que a lei exige como preliminar (Inc. XII).
Embora o rol do art. 337, seja bastante completo, há outras matérias que podem ser alegadas na contestação, a título preliminar, como o impedimento do juiz (apesar de a forma mais correta de alegar essa matéria seja por meio de arguição em incidente próprio), a falta do recolhimento de custas e o descumprimento do disposto no art.486, §2º.
Ou seja, as preliminaresde contestação são as matérias de cunho processual que prejudicam ou retardam a apreciação do mérito e devem ser arguidas antes.
No tocante ao conteúdo da contestação, as defesas processuais ou preliminares, o Novo Código traz algumas novidades relevantes.
No inciso II do artigo 337, a incompetência relativa passa, em conjunto com a incompetência absoluta, a ser matéria de preliminar de contestação, eliminada, a exceção autônoma.
A incompetência relativa, nada obstante, remanesce, ao lado da convenção de arbitragem, insuscetível de reconhecimento judicial de ofício (artigo 337, § 5º). A única “exceção” é a possibilidade de o juiz, antes da citação, declarar a abusividade de cláusula de eleição de foro, determinando a remessa dos autos ao foro do domicílio do réu.
Há de merecer destaque o artigo 340, § 4º, que autoriza que o réu, aduzindo a incompetência do juízo (seja ela absoluta ou relativa) em preliminar, possa apresentar sua contestação perante o foro de seu domicílio, o que deverá ser comunicado ao juiz da causa de imediato, se possível por meio eletrônico. Nessa hipótese, a defesa será remetida pelo juízo em que protocolizada a contestação ao juízo perante o qual tramita o processo, sendo suspensa a realização de audiência eventualmente já designada. Ato contínuo, apreciada a alegação de incompetência, sendo ela acolhida, será definitivamente cancelada a audiência previamente designada pelo juízo incompetente e designada nova data pelo juízo competente; sendo a preliminar de incompetência rejeitada, é designada pelo juízo nova data para a audiência, se necessário.
O que a norma trazida pelo artigo 340, § 4º, pretende evitar é o comparecimento do réu a audiência em foro incompetente — por vezes distante de seu domicílio —, admitindo, assim, a antecipação da contestação para que seja invocada a incompetência. Nesse caso, em que a contestação antecede a audiência designada pelo juízo incompetente, o enfrentamento da defesa processual suscitada pelo réu em preliminar de contestação finda por subverter a lógica estabelecida pelo CPC/15: poderá haver audiência de conciliação ou de mediação perante o juízo reconhecido competente já com a contestação do réu nos autos.
A incompetência absoluta deve ser arguida como preliminar de contestação. Mas, como constitui matéria de ordem pública, eventual equívoco ou demora das partes em alegá-la não implicará preclusão. Nos termos do art. 64,§1º, a incompetência absoluta pode ser alegada a qualquer tempo ou grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. Já a incompetência relativa tem que ser alegada como preliminar de contestação, sob pena de preclusão.
Alegadas em contestação, o juiz ouvirá o autor em réplica, no prazo de quinze dias. Se a incompetência absoluta for alegada em outra oportunidade, o juiz ouvirá a parte contrária. Em ambos os casos, o juiz decidirá imediatamente em seguida a questão da incompetência, determinando a remessa dos autos ao juízo competente, se acolher a alegação. A incompetência relativa poderá ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar. Como a lei não faz ressalva entende-se que ele poderá fazê-lo mesmo quando atue como fiscal da ordem jurídica, caso em que não apresentará propriamente contestação, mas se manifestará depois das partes. Nesse caso, caberá a ele alegar incompetência relativa na primeira oportunidade que tiver para falar nos autos.
Acolhida a alegação de incompetência, as decisões proferidas pelos juízos incompetentes conservarão sua eficácia até que outra seja proferida pelo juízo competente, se for o caso. Caberá, assim, ao juízo competente decidir se ratifica a decisão anterior ou se profere outra no lugar. Enquanto não for proferida outra, a decisão anterior permanece eficaz. (art.. 64, § 4º, do CPC)
O inciso III do artigo 337 também traz mudança que ilustra a simplificação promovida nas respostas do réu pelo CPC/15 ao prever que a também a impugnação ao valor da causa será veiculada em preliminar de contestação, o mesmo ocorrendo com a impugnação ao benefício da justiça gratuita (artigo 337, XIII).
Cabe apontar também o Art. 100 do Novo Código: 
“Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso.
Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com as despesas processuais que tiver deixado de adiantar e pagará, em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título de multa, que será revertida em benefício da Fazenda Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita em dívida ativa.”.
O inciso IV traz a inépcia da petição inicial, merecendo ser lembrado que, no CPC/15, o pedido juridicamente impossível não mais consta como uma de suas hipóteses (artigo 330, § 1º).
Há novidade a respeito da arguição de ilegitimidade pelo réu em preliminar. Embora a nomeação à autoria tenha deixado de ser hipótese de intervenção de terceiros, surgiu, em seu lugar, dinâmica processual interessante, em que, suscitando o réu em preliminar de contestação a sua ilegitimidade passiva, terá o autor prazo de quinze dias para, querendo, alterar a petição inicial, seja para substituir o réu por outra pessoa (artigo 338), seja para manter o réu e incluir litisconsorte passivo, podendo, ainda, não fazer nem uma coisa, nem outra, simplesmente insistindo na legitimidade isolada do réu.
O exame pelo autor a respeito de qual das condutas acima adotar é facilitado pela disposição contida no artigo 339, que impõe ao réu, sempre que tiver conhecimento, a indicação do sujeito passivo da relação jurídica, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor por eventuais prejuízos oriundos da não indicação. Ficam bem evidentes, aqui, a natureza pública do processo e o dever de cooperação (artigo 6º).
Exercendo o autor a opção pela substituição do réu, será aquele condenado a pagar ao advogado desses honorários sucumbenciais entre 3 e 5 por cento do valor da causa, ou, sendo o valor da causa irrisório, na forma do artigo 85, § 8º. A justificativa, além de encontrar fundamento no princípio da causalidade, está no fato de que, por força do princípio da eventualidade, não deverá o advogado do réu restringir-se à arguição da ilegitimidade, aventando, se for o caso, outras preliminares e, mesmo, adentrando o mérito.
Devido a todas essas mudanças, a ilegitimidade, como matéria de defesa, somente ensejará a extinção do processo caso se verifique que o autor, insistindo na legitimidade exclusiva do réu, não possuía razão. Essa conclusão fez com que a doutrina mudasse a classificação da ilegitimidade: de defesa processual (exceção) peremptória, passou ela a ser dilatória potencialmente peremptória.
Os artigos 341 e 342 mantêm os princípios da impugnação específica (ou especificada) e da eventualidade (ou da concentração da matéria de defesa). As diferenças mais relevantes em relação ao CPC/73 são:
a previsão expressa, no inciso I do artigo 342, da alegação não apenas de direito, mas também de fato superveniente como exceção à regra da impugnação específica, e ;
a eliminação do Ministério Público do rol de imunes ao ônus da impugnação específica, previsão que somente fazia sentido porque o Parquet, antes da criação da Defensoria Pública pela Constituição de 1988, tinha a defesa de hipossuficientes como uma de suas funções institucionais. 
Ademais, o artigo 341 prestigia o denominado princípio da eventualidade, impondo ao réu o ônus da impugnação específica dos fatos, sob pena de presumirem-se verdadeiros os argumentos não enfrentados na contestação.
Há situações, no entanto, em que se admitirá a contestação genérica, sem risco de presunção de veracidade dos fatos alegados. São as enumeradas nos incisos do art. 341, e no seu parágrafo único, que excluem o ônus da impugnação especificada do defensor público, do advogado dativo e docurador especial. Além de simplesmente negar os fatos narrados na petição inicial, o réu pode negar os efeitos que o autor pretende deles extrair. Ou seja, pode impugnar os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido. Estes são os casos de apresentação de defesa de mérito direta.
Já a defesa indireta é aquele em que o réu contrapõe aos fatos constitutivos do direito do autor fatos impeditivos, extintivos ou modificativos. Por exemplo, em caso de cobrança de dívida, o réu não nega que tenha contraído o débito, mas argui uma causa extintiva, como o pagamento, a novação ou a transação. Exemplos importantes de defesa de mérito indiretas são a prescrição e a decadência. São de mérito, porque a lei assim as considera (CPC, art. 487, II). Elas devem ser apreciadas antes das demais defesas substanciais, porque o seu acolhimento implica a imediata extinção do processo, sem a necessidade de apreciação das demais alegações de defesa.
O principio da eventualidade, permite que, na mesma contestação, sejam cumuladas preliminares e defesas substanciais diretas e indiretas.
No mais, deve acompanhar a contestação toda a prova documental pré-constituída, sob pena de preclusão (artigo 434).
Outra possibilidade de resposta de que pode o réu lançar mão é a reconvenção, ação do réu contra o autor no mesmo processo.
O réu pode, além de reagir, agir em face do autor. A reconvenção, portanto, aproveita a relação processual já instaurada, em homenagem à celeridade e à economia processuais, para, em regra, ser julgada conjuntamente com a ação principal. A ideia do instituto é favorecer o réu, possibilitando-lhe o manejo, nos mesmos autos, de ação que, ajuizada autonomamente, seria reunida à principal por conexão.
No que toca às mudanças promovidas pelo CPC/15 na reconvenção, a maior novidade é a sua eliminação como peça sua autônoma e a sua inserção no conteúdo da contestação (artigo 343). É dizer, a reconvenção passa a integrar a contestação, como epígrafe/capítulo, não mais sendo necessário que o réu, pretendendo contestar e reconvir atravesse duas peças autônomas simultaneamente. Sem prejuízo disso, vale o registro de que continua sendo possível ao réu, caso queira, apenas reconvir sem contestar (artigo 343, § 6º), hipótese em que potenciais efeitos da revelia na ação principal serão necessariamente mitigados (artigo 345, IV), já que um mesmo processo não pode possuir “duas verdades”.
Mesmo integrando a contestação, a reconvenção permanece autônoma em relação à demanda principal. Havendo desistência pelo autor ou ocorrência de causa extintiva que impeça o exame do mérito da ação principal, a reconvenção não terá obstado seu julgamento (artigo 343, § 1º).
Questão importante que se punha na doutrina era saber se seria possível reconvenção de reconvenção. No CPC/15, entendemos que sim, apoiados nos artigos 343, § 1º, e 702, § 6º. O primeiro dispositivo dispõe que, ajuizada a reconvenção, será o réu intimado para, no prazo de quinze dias, oferecer resposta. A redação é diferente do artigo 316 do CPC/73, que falava apenas em oferta de contestação. Assim, entendemos que há abertura, pelo Código, à possibilidade de oferta de reconvenção, ainda que isoladamente (artigo 343, § 6º). O segundo dispositivo, por sua vez, veda expressamente a reconvenção de reconvenção em ação monitória. A partir disso, é possível concluir que o CPC/2015, quando quis, vedou expressamente a reconvenção de reconvenção. O silêncio do artigo 343, portanto, seria, a nosso ver, “eloqüente”, pela possibilidade reconvenção de reconvenção no procedimento comum. 
Outra novidade diz respeito à desnecessidade de identidade entre autor e réu para fins de reconvenção. Dito de outro modo: o réu pode reconvir: 
(i) contra o autor em litisconsórcio passivo com terceiro ou;
 (ii) com terceiro em litisconsórcio ativo contra o autor. 
Ambas as possibilidade podem, ainda, combinar-se. É igualmente possível, finalmente, que, sendo o autor substituto processual, o réu reconvenha unicamente contra ele, substituto, ainda que não possua direito contra o(s) substituído(s). Em suma, os §§ 3º a 5º do artigo 343 autorizam amplo elastecimento subjetivo em sede de reconvenção.
Vale mencionar, ademais, que a vedação à reconvenção nos juizados especiais cíveis (artigo 31 da lei 9.099/95) remanesce vigente e não foi atingida pelo CPC/15. No procedimento especial dos juizados, tem lugar o pedido contraposto.
A revelia tem lugar quando a resposta do réu é o seu silêncio. Sobre ela, importa apontar, como mudança no novo Código, o acréscimo ao rol de situações que afastam o efeito da presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor da hipótese de as alegações de fato formuladas na inicial serem inverossímeis ou estarem em contradição com prova constante dos autos. A justificativa é simples: a verdade formal que emana da aplicação dos efeitos da revelia não há de prevalecer sobre a verdade real eventualmente confrontada pelo juiz.
A ação declaratória incidental (artigos 5º e 325 do CPC/73) é excluída pelo CPC/2015 das respostas possíveis ao réu. É que no novo Código, a questão prejudicial, decidida incidentalmente no processo, será alcançada pela coisa julgada independentemente de requerimento das partes, sempre que:
 (i) de sua resolução depender o julgamento de mérito, 
(ii) a seu respeito houver sido assegurado contraditório prévio e efetivo e;
 (iii) for o juízo competente para apreciá-la com se questão principal fosse.
 É o que consta do artigo 503, § 1º.
São essas algumas anotações singelas a respeito da contestação à luz do Novo Código de Processo Civil – Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015.
 
Referências Bibliográficas:
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil: Teoria Geral e Processo de Conhecimento (1ª parte). Vol. 1. 13. Ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
PINHO, Humberto Dalla. Direito processual civil contemporâneo: processo de conhecimento, cautelar, execução e procedimentos especiais. 3. Ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Legislação Federal.
Joinville, 24 de Novembro de 2016.

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