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Análise Econômica do Brasil Revista Governança Tributária www.ibpt.com.br ed. 03 Ago/2013 transparência tributária DiscriminAção Do vAlor Dos impostos nA notA fiscAl AgorA é umA rEAliDADE governança tributária sob a ótica de especialistas 32 sumário Expediente R. Gen. Aristides Athayde Júnior, 350 - CEP: 80730-370, Curitiba-PR - Tel.: (41) 3053-3219 - www.ibpt.com.br / ibpt@ibpt.com.br - Conselho editorial: Gilberto Luiz do Amaral - João Eloi Olenike - Letícia Mary Fernandes do Amaral - Cristiano Lisboa Yazbek - Produção: De León Comunicações - Tels.: (11) 5017-4090/7604 - E-mail: deleon@deleon.com.br - Editora e Jornalista responsável: Lenilde Plá De León - Coordenadora Editorial: Paula Fernanda Karpenko - Redator: Costábile Nicoletta - Débora Luz - Paulo Prendes - Colaboração: Paloma Minke - Projeto Gráfico e Diagramação: FOLKS Design Vivo - Tel: (41) 3089-7765 - E-mail: contato@folksdesign.com.br - Periodicidade: Semestral - Tiragem: 5.000 - Impressão: Gráfica Capital As opiniões expressas nos artigos são de inteira responsabilidade de seus autores e os anúncios veiculados são de inteira responsabilidade dos anunciantes. 20 Desonerações tributárias Existe desoneração sem alguma oneração? Artigo Técnico 05 Editorial 24 Transforme as informações contábeis em poder Artigo Técnico 32 institucional 34 serviços iBPT 38 Diretoria do iBPT 06 A questão da unificação do ICMS: hora de refletir e debater Artigo Técnico 16 Transparência Tributária a serviço da sociedade Reportagem de Capa 30 Tecnologia a favor da Governança Tributária Entrevista 12 Os tributos entraram na moda Entrevista 28 Setor de agronegócio supera a indústria na abertura de novas empresas Estudo 22 Governança tributária sob a ótica de especialistas Reportagem 09 Análise Econômica do Brasil: Democracia para os números da economia Reportagem 7% ICMS 4% ICMS oAB/ pr 7 62 Av. cÂnDiDo HArtmAnn, 50 80.730-440 - curitiBA - pr - BrAsil tEl / fAX: +55 41 3232-9241 www.AyADvogADos.com.Br ExpEriênciA nA aDvocacIa tRibutáRiA dEsdE 1985. A Amaral & Advogados Associados tem o or- gulho de anunciar a alteração do seu nome para Amaral Yazbek Advogados, agregando ainda mais valor aos serviços prestados aos seus clientes. Letícia Mary Fernandes do Amaral OAB/SP 255.884 | OAB/PR 57.342 Gilberto Luiz do Amaral OAB/PR 15.347 Cristiano Lisboa Yazbek OAB/PR 40.443 54 EDiTorial EDiTorial governança e à transparência dos temas tributários nacionais. Já que sonhar é preciso, permitido e não paga imposto, a transparência do tributo nas notas e cupons fiscais foi uma das nossas batalhas vencidas, po- rém muitas outras ainda serão travadas para que haja um mínimo de transparên- cia fiscal e respeito ao contribuinte no País. o IBPT sabe que este é um direito fundamental de todo cidadão, previsto na Constituição Federal de 1988, pois a partir da identificação do tributo, o con- sumidor terá a consciência de que é um contribuinte e, portanto, um cidadão com direitos, que pode e deve exigir a melhor aplicação dos tributos arrecadados. consequentemente, como usuário de serviços públicos, deve exigir o retor- no do que paga em saúde, segurança, transporte e educação de qualidade. Nesta edição, a revista Governança Tributária ainda traz artigos técnicos de autoria de alguns de nossos diretores cujos temas são de grande relevância para quem busca aperfeiçoamento e atu- alização de seus conhecimentos. o tema “Unificação do IcMS” abordado didatica- mente pela vice-presidente executiva do IBPT, Letícia Mary Fernandes do amaral e pela advogada Isabel vieira, explica a unificação das alíquotas interestaduais, que tem sido tema de intensos debates entre os estados. João Eloi olenike, pre- sidente executivo do IBPT, esclarece a Desoneração Tributária, explicando que não existe desoneração sem que haja uma oneração. o coordenador de inteli- gência do IBPT, othon de andrade Filho, discorre sobre o poder das informações contábeis e apresenta o balanços.com, uma ferramenta desenvolvida pelo Ins- tituto que concentra todos os relatórios contábeis e gerenciais de uma empresa ou organização, sejam eles mensais, tri- mestrais ou anuais. o debate sobre a complexidade do sistema tributário brasileiro, que dificulta o crescimento da economia, a geração de empregos, bem como a criação e a manutenção de novos negócios também ganha destaque em nossa publicação. o objetivo é mostrar que a mudança dessa realidade não depende de reforma tributária, mas sim de uma simplificação do sistema tri- butário, principalmente em relação a tributos como o IcMS, no caso dos Estados, e PIS e cofins, no caso da União. abordamos ainda temas relevantes ao crescimento e desenvolvimento do empre- endedorismo no País, ressaltando o cresci- mento do setor de agronegócio que, segundo um estudo do IBPT, superou a indústria em termos de abertura de novas empresas. Para analisar esse cenário, contamos com as es- peciais participações da senadora e presiden- te da confederação da agricultura e Pecuária do brasil — CNA, Katia Abreu, e do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo — Fiesp, Paulo Skaf. a Governança Tributária foi um assunto muito bem definido na visão dos especialis- tas na área: Miguel Silva, antonio carlos Ro- drigues do amaral e Basile christopoulos. No horizonte de um espaço aberto às diversas correntes de pensamento e de conhecimento, nossos entrevistados foram escolhidos com especial estima. Participa desta editoria Flá- vio Gurgel Rocha, que preside o Instituto para Desenvolvimento do varejo — IDv e comanda a Riachuelo, um dos maiores conglomerados de moda do Brasil e uma das principais gran- des redes que se antecipou à Lei nº 12.741/12, detalhando em sua nota fiscal os tributos em- butidos na compra; e Geraldo Magela Fraga do Nascimento, coordenador de Sistemas e Tecnologia da Informação do IBPT, que expli- ca, por meio de seus depoimentos, os projetos de sistemas de informação implementados pelo nosso instituto. Portanto, convido você, leitor (a), a mergu- lhar em nossas páginas, para compreender e explorar esse enriquecedor universo da Go- vernança tributária! Boa leitura! ■ Esta é a terceira edição da revis-ta Governança Tributária, uma publicação que visa estimular a reflexão da sociedade e o debate diver- sificado sobre a prática da governança tributária empresarial e temas correla- tos, que integram o universo econômico, tributário e social do Brasil. a publicação dessa edição chega em um momento de grandes conquistas, desafios e oportunidades para a so- ciedade produtiva do País. Em 2005, o IBPT, que há 21 anos atua em defesa da conscientização tributária dos cidadãos, encabeçou, junto com a associação co- mercial de São Paulo — acSP e impor- tantes entidades do empreendedorismo e do setor econômico, o Movimento De olho no Imposto, o que tornou possível um abaixo assinado com mais de 1,5 milhão de adesões, resultando na san- ção da Lei nº 12.741/12, conhecida como Lei da Transparência. a lei, que está em vigor desde o dia 10 junho de 2013, determina que as empresas in- formem nas notas e cupons fiscais ao consumidor final o valor dos impostos incidentes nos preços dos produtos e serviços adquiridos. Este foi um im- portante passo para a consolidação do respeito ao contribuinte brasileiro, bem como para a transparência das relações consumidor/empresa/governo. Nossa reportagem de capa delineou o históri- co e os detalhes da implantação dessa nova lei, com destaque à metodologia de cálculo desenvolvida pelo IBPT em ação conjunta com a acSP e associa- ção Brasileira de automação comercial – aFRac, por meiode estudos e pesqui- sas, para que todas as empresas do País tivessem condições de aplicar a nova determinação legal. Por oportuno, devido à grande abran- gência das ações empreendidas pelo IBPT nas últimas duas décadas, nos campos social, econômico e políti- co, consideramos ser mais apropriado adotar o nome de Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, o que melhor definirá a amplitude de suas atividades e a percepção, inclusive para a criação de ferramentas e soluções, voltadas aos empresários e à sociedade, visando à Gilberto luiz do amaral Presidente do Conselho superior e coordenador de Estudos do iBPT GovErnAnçA E TrAnspArênciA TribuTáriA são pilArEs pArA o Equilíbrio sociAl E Econômico 4 As ATividAdes do iBPT cResceRAm muiTo e Tivemos que AdequAR o nosso nome A essA ReAlidAde. Assim, PAssAmos de insTiTuTo BRAsileiRo de PlAnejAmenTo TRiBuTáRio PARA insTiTuTo BRAsileiRo de PlAnejAmenTo e TRiBuTAção. Soluções tributárias para setores e empresas: · Estudos e Pesquisas · Tecnologia Tributária e Empresarial · Sistemas de Gestão · Educação Corporativa · Ferramentas Institucionais e de Transparência A mudAnçA no nome é pequenA, mAs os resultAdos são muito significAtivos. www.ibpt.com.br 76 Em tempos de análise de uma possível Reforma Tributária, o que muito se tem discutido é sobre o fim da guerra fiscal, a qual se caracteriza pela concessão, aos contribuintes, de incentivos e benefícios fiscais pelos entes federados relativamente aos tributos de sua competência, em especial o IcMS. Em fevereiro de 2013 foi apresentado o Projeto de Resolução do Senado Federal de n° 1/2013 (“PRS 01/2013”), o qual previa, em seu texto original, a redução progressiva para atingir unificação a 4% da alí- quota do IcMS nas operações interestaduais para todos os Estados brasileiros até 2021, exceto nas ope- rações originadas na Zona Franca de Manaus, as quais permaneceriam tributadas a 12%. ao justificar sua iniciativa, o Poder Executivo se pronunciou – na Exposição de Motivos do Ministro da Fazenda à Presidente da República – que tal projeto visa desestimular a concessão de benefícios fiscais irregulares. to urbano e econômico. Muito se discute no sentido de que, com as alterações do projeto substitutivo, tais estados seriam os mais prejudicados, com perdas significantes em suas arrecadações. os Estados onde a alíquota se limitaria a 7%, contudo, se beneficiariam, pois arrecadariam mais aos seus cofres públicos. analisando a questão, no entanto, verifica-se que a alíquota diferenciada para tais regiões poderá até mesmo prejudicá-las, pois, sendo um percentual superior ao aplicado nos demais Estados do país, virá a afastar a instalação de novos e a permanên- cia de velhos empreendimentos em seus territó- rios. Isso porque, atualmente, a diferenciação de alíquota é de 12% (geral) para 7% (Norte, Nordes- te, centro-oeste e ES), o que justifica uma atração para os Estados menos desenvolvidos por conta da menor alíquota. com a aprovação do texto final do Substitutivo ao Projeto, a diferença será entre 4% (geral) e 7% (Norte, Nordeste, centro-oeste e ES), tornando o investimento nos Estados no Norte, Nordeste, centro-oeste e ES menos atrativo, já que, além da escassez de desenvolvimento e estrutura logística, a alíquota interestadual do IcMS nesses Estados será maior do que nos demais Estados da federação. Seguindo-se essa linha, outro aspecto que deve ser pensado é o fato de que o direito tributário é embasado em determinados princípios e pre- missas a serem adotados e seguidos quando da criação e aplicação de normas tributárias. Dentre esses princípios está o princípio da isonomia tri- butária e o princípio da uniformidade geográfica, ambos previstos na constituição da República Fe- derativa do Brasil de 1988 (“cF/88”) e que tratam da vedação ao tratamento desigual para operações semelhantes. Isto significa dizer que é proibido que contribuintes em situações semelhantes sejam tri- butados de formas diferentes, bem como é expres- samente vedado que seja instituído tributo que seja aplicado de forma não uniforme em decorrência da localização geográfica. o que se deve ter em mente é que um objetivo importante do PRS 01/2013, ao vislumbrar a uni- ficação de alíquotas do IcMS, seria adotar uma A questão da unificação do icms: hora de refletir e debater arTiGo TéCniCo arTiGo TéCniCo além disso, tem o condão de, na medida em que as alíquotas interestaduais forem gradualmente reduzidas, deslocar a tributação da origem para o destino, providência esta que desestimularia a concessão dos benefícios fiscais ense- jadores da guerra fiscal, além de dar liberdade à instalação das empresas onde melhor lhes convier, independente de questões tributárias. No entanto, devido a inúmeros debates e argumentações apresentadas pe- los representantes dos Estados das regiões Norte e Nordeste, foi aprovado pela comissão de assuntos Econômicos — caE, em abril de 2013, o texto final do Projeto, o qual prevê alíquotas diferenciadas a essas regiões, ficando as se- guintes disposições: 1. nas operações e prestações realizadas nas regiões sul e sudeste, destinadas às regiões norte, nordeste e centro-oeste e ao Espírito santo, a alíquota será reduzi- da gradualmente até 2016, quando deverá ser de 4% (quatro por cento). 2. nas operações realizadas nas regiões norte, nordeste e centro-oeste e no Espírito santo, destinadas às regiões sul e sudeste a alíquota será diferenciada, sendo de 7% (sete por cento) em 2018. 3. nas operações interestaduais com gás natural nacional ou importado do exterior, a alíquota será: de 7% (sete por cento), nas operações originadas nas regiões sul e sudeste, exceto no Estado do Espírito santo, e destinadas às regiões norte, nor- deste e centro-oeste, inclusive ao Estado do Espírito santo; e de 12% (doze por cento), nas demais situações. 4. nas operações e prestações interestaduais originadas na Zona franca de manaus e nas Áreas de livre comércio, em conformidade com processo produtivo Básico estabelecido pela união e atendidas as condições previstas nos arts. 26 e 27 da lei n. 11.898, de 8 de janeiro de 2009, a alíquota de 12% (doze por cento) deverá ser alcançada até 2021. atualmente, os Estados das regiões Sul e Sudeste são os que mais arreca- dam em termos de IcMS, sendo também os Estados com mais desenvolvimen- Atualmente, os Estados das regiões Sul e Sudeste são os que mais arrecadam em termos de ICMS Com a aprovação do texto final do Substitutivo ao Projeto, a diferença será entre 4% no geral e 7% para os estados da região Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo. 7% ICMS 4% ICMS 6 8 9 peso dos gastos públicos, caos tributário e memória inflacionária constituem principais obstáculos ao crescimento do país dEmocrAciA pArA os númEros dA EconomiA análise Econômica do Brasil navam com a cabeça na era da inflação alta, quando recebiam a primeira parcela do 13º salário no começo do ano com um valor e a segunda parcela, paga em de- zembro, com quase sempre o dobro do valor da primeira, pois vinha com a corre- ção monetária do período. Essa forma de cálculo foi mantida por muita gente mes- mo com a inflação baixa. Quando recebeu a segunda parcela do 13º e constatou que era quase o mesmo valor da primeira, esse trabalhador percebeu que tinha se endividado mais do que sua capacidade de pagar e não conseguiu quitar as pres- tações dos eletrodomésticos. Hoje, 17 anos depois desse episódio, a inflação parece continuar incrustada no DNa do brasileiro, ainda que o custo de vida permaneça em níveis razoavelmente controlados. Muitos consumidores con- servam o hábito de abarrotar carrinhos nos supermercados, tal qual ocorria an- tes doPlano Real, quando os preços cres- ciam às vezes em menos de 24 horas, e cada dia a mais para fazer as compras do mês depois de receber o salário significa- va suprimento a menos que se conseguia adquirir com a mesma quantidade de di- nheiro. além disso, tem-se a impressão de que os cidadãos deste país demons- tram certo pendor a aceitar acréscimo nos preços com a mesma complacência com que pagavam ágio para comprar carro, nos estertores do Plano cruzado, entre 1986 e 1987, como se o automó- vel fosse um indispensável gênero de primeira necessidade. além dos clássicos instrumentos para domar os índices inflacionários, como a taxa de câmbio e a dos juros básicos, o governo federal poderia pôr em prática uma incessante campanha de utilidade pública para orientar a população sobre como agir para não alimentar a carestia, substituindo produtos cujos preços so- bem — geralmente por razões sazonais, como os hortifrutigranjeiros — por outros mais em conta. a mesma lição se apli- caria no esclarecimento do uso dos im- postos, a fim de mostrar que os serviços públicos não são gratuitos, e sim pagos pelos tributos embutidos em todos os artigos e serviços. Trata-se de uma for- ma de imbuir os consumidores de que, além de meros compradores, tam- bém têm peso na economia do País, ao zelarem para manter o equilíbrio entre a oferta e a demanda. a partir de junho, o contribuinte saberá com mais facilidade quanto desembolsa para o governo em todas as suas esferas. o Projeto de Lei 1472/07, do Senado, que obriga os comerciantes a discriminar nas notas fiscais o valor dos tributos, foi apro- vado em novembro do ano passado e de- morou mais de seis meses para entrar em vigor em razão da complexidade da estru- tura fiscal brasileira. o objetivo é detalhar para o consumidor a participação dos im- postos na composição do preço das mer- cadorias. o texto original foi apresentado no Senado pelo senador Renan calheiros (PMDB-aL), mas decorre de uma iniciati- va popular com 1,56 milhão de assinatu- ras coletadas pela campanha nacional De olho no Imposto, que reuniu profissionais Em 1996, quando o Plano Real vivia um de seus melhores momentos e o consumidor brasileiro finalmente começou a conviver com níveis inflacio- nários civilizados, os fabricantes de ele- trodomésticos aumentaram significativa- mente a produção de suas fábricas para dar conta da demanda e quase foram à bancarrota. Não levaram em considera- ção que dificilmente uma família adquire mais de uma geladeira e um fogão e não enxergaram o limite de compra dos con- sumidores, por mais reprimida que fosse essa necessidade. várias cadeias de va- rejo não tiveram a mesma sorte, como G. aronson, arapuã, Mesbla e Mappin —, mas todas também tiveram sérios proble- mas administrativos antes da quebra. além do limite de compra de cada família, houve uma grave crise de inadimplência. Nem consumidores, nem varejistas, nem indústrias estavam acos- tumados a conceder crédito num am- biente econômico minimamente estável. Uma das melhores explicações para a razão de tamanho calote nas prestações foi dada pelo economista Maílson da Nó- brega, ex-ministro da Fazenda e dono da consultoria Tendências. Segundo Maíl- son, muitos trabalhadores ainda racioci- rEPorTaGEm isabel Vieira advogada do iBPT letícia mary Fernandes do amaral Vice-Presidente do iBPT medida para simplificar o complexo siste- ma tributário brasileiro, pois, diminuindo- -se as diferenças tributárias regionais, o contribuinte teria uma maior segurança jurídica e poderia cumprir com suas obri- gações tributárias de forma menos ar- riscada e com menos possibilidades de erros. No entanto, outro ponto de reflexão é que essa segurança jurídica torna-se relativa quando falamos em obrigações acessórias, pois a regulamentação de tal Resolução, se aprovada, poderá aumen- tar a burocracia tributária e, consequen- temente, o trabalho dos contribuintes, não alcançando o objetivo da segurança e da estabilidade jurídica. como exemplo, podemos citar a Resolução 13/2012 do Senado Federal, a qual unificou a alíquo- ta interestadual do IcMS para circulação com produtos importados. Em sua regu- lamentação, apesar de diminuir a alíquota e objetivar acabar com a “guerra dos por- tos”, foram criadas diversas obrigações acessórias de difícil cumprimento para os contribuintes, o que gerou uma enxurrada de ações judiciais que abarrotaram o Ju- diciário e aguardam decisão. ademais, a “quase” unificação da alí- quota interestadual do IcMS dificilmente acabará de vez com a guerra fiscal, já que os Estados continuarão com a competên- cia para legislar em relação às operações estaduais e alíquotas internas do IcMS, sendo possível que utilizem dessa com- petência para construir mecanismos que mantenham seus territórios atrativos em termos tributários. ainda, se faz impor- tante frisar que a manutenção da guerra fiscal pode até ser benéfica, tanto para o contribuinte, quanto para o Estado, visto que, com a concessão de incentivos fis- cais, as empresas, por um lado, se be- neficiam por pagar menos tributos, e o Estado, por outro lado, também se bene- ficia por receber investimentos privados que geram desenvolvimento e geração de empregos em seu território. contudo, por óbvio que o fomento da guerra fiscal deve se respaldar na cF/88, em especial em seu artigo 155, §2°, XII, ‘g’, segundo o qual há a necessidade de deliberação dos Estados e do Distrito Federal para a regu- lamentação de concessão de incentivos e benefícios fiscais. Referida regulamenta- ção, constante da Lei complementar nº 24/1975, determina que a concessão de incentivos e benefícios fiscais deve ser feita mediante convênio entre os Estados e sempre dependerá de decisão unâni- me dos Estados representados. contudo, muito Estados vêm concedendo benefí- cios fiscais inconstitucionais, já que sem a referida aprovação unânime. Em complemento, deve ser atentado ao fato de que a unificação da alíquota em operações interestaduais do IcMS pode gerar o efeito reverso, isto é, não acabar com a guerra fiscal e aumentar as desigualdades regionais. além do quê, nesse caso, como as operações internas do IcMS serão tributadas com alíquotas muito superiores às alíquotas interesta- duais (ex.: alíquota interna de 18% contra alíquota interestadual de 4%), certamente haverá uma preferência, por parte do con- tribuinte, de efetuar operações interesta- arTiGo TéCniCo duais em detrimento de operações inter- nas, o que pode ser prejudicial e oneroso aos cofres dos Estados e, muitas vezes, às próprias empresas, que deverão ter um suporte logístico e estrutural mais com- plexo. Para concluir, um ponto positivo que a unificação de alíquota de um imposto tão relevante quanto o IcMS traz é a possibili- dade de alterar a sistemática de arrecada- ção do IcMS da origem para o destino – o que, a nosso ver, seria a única forma de se acabar com a Guerra Fiscal – bem como o fato de ser um pontapé inicial para uma Reforma Tributária mais ampla, que cul- mine na criação de um imposto único sobre o consumo, a exemplo de um Iva (Imposto sobre o valor agregado), o que facilitaria a arrecadação, a fiscalização e a destinação dos montantes arrecadados. No entanto, em nenhum momento, pode ser aceito que haja prejuízo ao contribuin- te, seja pelo aumento de carga tributária, seja pelo aumento da arrecadação ou pela criação de mais obrigações acessórias. Por isso a importância de se haver um grande debate com a sociedade e análise de todos os impactos tributários antes da aprovação de quaisquer projetos legisla- tivos, sejam os que já estão tramitando, sejam outros que ainda venham a ser pro- postos. E é justamente isso que o presen- te artigo tem o condão de fazer: dar inícioà reflexão sobre alguns pontos importan- tes do tema com o objetivo de fomentar o debate por parte da população. a começar por você, leitor, qual a sua opinião? ■ Atualmente, a diferenciação de alíquota é de 12% (geral) para 7% (Norte, Nordeste, Centro-Oeste e ES), o que justifica a atração pelos Estados menos desenvolvidos, que recebem mais investimentos, devido a menor alíquota. Com a aprovação do texto final do Substitutivo ao Projeto, a diferença será entre 4% (geral) e 7% (Norte, Nordeste, Centro-Oeste e ES), tornando o investimento nos Estados no Norte, Nordeste, Centro- Oeste e ES menos atrativo. 1110 Expectativas de Curto Prazo 2012 2013 2014 Atividade Econômica PIB % 0.9 3.0 3.5 Inflação IPCA % 5.8 5.6 6.0 Política Monetária Taxa SELIC % 7.25 8.25 8.25 Fiscal Superávit primário 2.4 1.9 0.9 Balança de pagamentos Câmbio (dez) 2.08 2.00 2.00 Conta Corrente -2.4 -2.9 -3.0 Commodities * (dez, var, anual) 7.8% -0.9% 4.5% * Índice Itaú de Commodities, em dólares de todos os setores e foi conduzida pela associação comercial de São Paulo – acSP e pelo Instituto Brasileiro de Plane- jamento e Tributação – IBPT. o economista Paulo Rabello de castro, da Rc consultores e um dos coordenado- res do Movimento Brasil Eficiente, iniciou uma campanha nacional pela simplifica- ção fiscal no Brasil. Rabello considera a burocracia tributária a raiz da maior parte dos problemas do País. E faz uma compa- ração de sua expectativa de crescimento do Produto interno bruto – Pib para este ano, “de apenas 2,7%”, com as pragas na lavoura. “Na fruticultura, essa doença se chama declínio. E o Brasil está como uma laranjeira sofrendo de declínio. a gran- de razão é que a carga tributária devora o PIB. E faz isso por meio do declínio da produtividade total”, afirma. “Em vez de acrescentar 2% de PIB por ano, a produ- tividade estagnada o mantém na faixa do crescimento da mão de obra e do capital, de 1,5% a 2,5% ao ano”, continua. “Logís- tica horrorosa, falta de treino de mão de obra, energia falha, falta de inovação, tudo isso vem como decorrência do manicô- mio tributário, a razão final de tudo que acontece para amarrar o País.” No lugar da reforma tributária há déca- das reivindicada por um sem-número de representantes empresariais, o governo federal vem concedendo desonerações a setores específicos, o que tem atenuado parcial e temporariamente o problema, a ponto de a Federação das indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp ter pro- posto ao Ministério da Fazenda e à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo um plano que, no entendimento da entidade, beneficiará uma quantidade muito maior de empresas que as medidas pontuais que vêm sendo tomadas: au- mentar em 60 dias o prazo para recolhi- mento de impostos. Estudo da Fiesp com base nos impos- tos federais pagos pelo setor industrial em 2011 mostra que isso traria um alívio de R$ 63,9 bilhões em forma de capital de giro que as indústrias não precisa- riam buscar no mercado para honrar seus compromissos de curto prazo (como os próprios tributos). caso os governos esta- duais também topem fazer o mesmo com a arrecadação do Imposto sobre circula- ção de Mercadorias e Serviços – IcMS, o alívio subiria para R$ 139,5 bilhões. Na conta feita pela Fiesp, além de re- duzir o custo financeiro para a obtenção de capital de giro, o prolongamento dos prazos para quitar impostos poderia via- bilizar expansões de fábricas, moderniza- ções, pesquisas e desenvolvimento e au- mentar a disponibilidade de recursos para a compra de insumos adicionais para o aumento de produção, nos segmentos em que houver crescimento rápido de de- manda. “É uma medida que não diminui o valor arrecadado e pode ser posta em prática instantaneamente pelos governos estaduais e pelo federal”, diz o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Para que os cofres públicos também não sofram problemas de descasamento de caixa, o estudo da Fiesp propõe que o alongamento do prazo para saldar os impostos seja feito grada- tivamente, cinco dias a mais por mês, ao longo de um ano, totalizando 60 dias ao final desse intervalo. a Secretaria da Fa- zenda paulista considera a proposta ine- xequível. o Ministério da Fazenda ainda não respondeu à Fiesp. antonio corrêa de Lacerda, professor- -doutor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade católica de São Paulo – PUc-SP, percebe o um esforço do governo federal para reduzir o “custo Brasil”, especial- mente pelas ações em curso na diminuição das tarifas de energia e na desoneração tri- butária sobre produtos. “Mas há ainda enor- me espaço para ações de desonerações nos investimentos produtivos, além da já em cur- so dos encargos trabalhistas sobre salários em vários setores”, diz. “Todos os fatores macro e microeconômicos em tela, junta- mente com um maior ativismo nas políticas industrial, comercial, ciência e tecnologia caminham no sentido de ampliar a competi- tividade da produção brasileira, seja na con- corrência com os importados, seja ainda para ganhar espaço nas exportações.” Para Lacerda, também é muito importante ter uma visão estratégica de mais longo pra- zo e que contemple um conjunto de políticas e ações que propiciem melhores condições de competitividade para a economia brasilei- ra. Segundo o economista da PUc, é isso que vai garantir que o substancial potencial de consumo do Brasil gere decisões de inves- timentos, de incremento do valor agregado local, de fomento às inovações e ampliação de plataformas de exportação de produtos industrializados. “Daí a importância da noção de timing dos processos. Muitas das medi- das em curso somente apresentarão resulta- dos de médio prazo. É muito importante que a frustração com a ausência de resultados imediatos não leve a uma reversão da rota em curso. Em muitos casos, será preciso persistência, especialmente em face de um cenário internacional tão complexo como o que estamos vivenciando.” ■ Desonerações triplicam em 2013 Anúncios já feitos (estimativa de renúncia fiscal em 2013): Redução de IOF para crédito PF R$ 3 bilhões Desoneração de folha de pagamento R$ 13 bilhões Zeragem da Cide R$ 5 bilhões Desoneração de mat. de construção e bens de capital R$ 5 bilhões Redução de encargos sobre eletricidade R$ 4 bilhões Desonerações para construção civil (folha, outros) R$ 4 bilhões Redução de IPI para automóveis, duráveis R$ 4 bilhões Desonerações setoriais (incluindo cesta básica) R$ 10 bilhões Isenção de Imposto de Renda sobre PLR R$ 2 bilhões Novas alíquotas (e reforma) de PIS/Cofins R$ 10 bilhões Total estimado (2012): R$ 15 bilhões (0,3% do PIB) Total já anunciado (2013): R$ 60 bilhões (1,2% do PIB) i 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% S ui ça Fr an ça Al em an ha Hu ng ria 36% Uc râ ni a Po lô ni a Br as il Rú ss ia Es pa nh a Au st rá lia Desafios: carga tributária é alta Carga tributária — % do PIB rEPorTaGEm Inflação sob pressão Desonerações contribuem para aliviar a inflação no curto prazo. IPCA - variação % jan 12 abr 12 jul 12 out 12 jan 13 abr 13 jul 13 out 13 6,2 % 4,9 % 6,2 % 6,6 % 6,3 % 6,0 % 5,6 % Mensal 12 meses (direita) Fonte: IBGE e Itaú Seguros 0,90% 0,75% 0,60% 0,45% 0,30% 0,15% 0,00% 7,0% 6,5% 6,0% 5,5% 5,0% 4,5% Fonte: Itaú Unibanco e BCB Muitas empresas acabam na ilegalidade por não compreender como funciona o complexo sistema tributário brasileiro A reforma tributária é um dos temas mais discutidos no congresso nacional desde o início do processo de redemocratização do país, com a eleição de tancredo neves à presidência da república, em 1985. tancredo acabou falecendo antesde assumir o cargo, que acabou ocupado por José sarney. o parlamentar maranhense também presidiu o senado em três ocasiões, a última delas encerrada em fevereiro deste ano. uma proposta que ganhou força política e a sim- patia da população, quando fernando collor de mello substituiu sarney, em 1990, foi a criação do imposto único. todos os tributos seriam trocados por somente um, incidente sobre as movimentações financeiras. O objetivo era simplificar a barafunda fiscal existente na época — e mantida ainda hoje. Sua concepção foi aproveitada. A simplificação, não. Em 1994, com o país sob a administração de ita- mar franco, foi instituído o imposto provisório sobre movimentação financeira (ipmf). sua alíquota era de 0,25% e durou até dezembro de 1994. Em vez de impos- to único, originou-se mais um. Em 1997, o ipmf voltou como contribuição provi- sória sobre movimentação financeira (cpmf), com alí- quota de 0,2%, e foi prorrogada sistematicamente até ser extinta em 2007. nesse período, teve várias alíquo- tas, a última de 0,38%. nesse mesmo ano, passou a vigorar o simples nacional, um regime de tributação para empresas de pequeno porte. uma espécie de imposto único cujo re- colhimento é partilhado entre a união, os estados e os municípios. Em 2012, arrecadou r$ 46,5 bilhões, assim repartidos: r$ 35,2 bilhões para a união, r$ 7,5 bilhões para os estados e r$ 3,7 bilhões para os municípios. As alíquotas do simples nacional sobem à medida que a receita das empresas cresce. não seria o caso de estudar uma forma de ampliar esse regime para o maior número possível de companhias, em vez de buscar fór- mulas mirabolantes que continuarão fazendo com que o sistema tributário brasileiro seja difícil de entender e em- purre muitas empresas para a ilegalidade simplesmente por não compreendê-lo? Quanto mais elementar for a forma de tributação, menores serão os estímulos à sonegação. Sua fiscali- zação ficará mais fácil também para a população em geral e as empresas não precisarão contratar um bata- lhão de pessoas somente para conseguir calcular quan- to devem recolher de impostos. 1312 taxa de extração tributária era de 20% do PIB. Hoje, a carga tributária em relação ao PIB praticamente dobrou. Talvez seja necessária uma alíquota maior para pôr em prática o imposto único hoje. Na pior das hipóteses, poderia contribuir para a redução pela metade das alíquotas de todos os demais impostos e criar um efeito extremamente saudável em ter- mos de formalização da economia. IBPT — A experiência com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira — CPMF não deixou pronta a estrutura de arreca- dação para o imposto único? Rocha — a cPMF foi implementada contrariamente ao espírito original do imposto único, com várias isenções que tiraram seu caráter da universalidade. Mesmo assim, era o tributo com a re- lação trauma-benefício mais benéfica, porque era praticamente imperceptível, uma cobrança automática, com zero de burocracia e grande eficiência em termos de arrecadação. Mas a cPMF mexeu com muitos interesses. Por exemplo: na época existia um universo enorme de contas fantasmas que foram alcançadas pela taxa. Lembro que, na primeira leva de arrecadação, dos mil maiores contribuintes de cPMF, 700 se diziam isentos do Imposto de Renda. Essas pessoas transacionavam até 400 milhões de reais por ano, declaravam ganhar menos de 2 mil reais por mês e, portanto, não pagavam IR. como a cPMF era uma porta para o imposto úni- co, com que grande parte da sociedade sonhava, incomodou também a máqui- na arrecadatória, pois a fiscalização se daria com 200 computadores apenas. o esforço fiscalizatório poderia ser todo voltado para o que deve ser de fato fis- calizado: o gasto público. IBPT — Há muito tempo indústria e varejo rei- vindicam uma reforma tributária no País. As medidas de desoneração, de forma geral, e de redução de tributos, mais localizadas em determinados setores, como o de automóveis, não configuram uma reforma tributária na prá- tica, ainda que temporária? Rocha — Sou pela democratização da competitividade. Não cabe ao governo eleger setores ou campeões nacionais, e sim arar o terreno, regar e esperar que brotem as sementes mais competen- tes. Mas, toda vez que o cinto aperta, os mesmos setores vão a Brasília. Não são os que mais geram empregos, mas conseguem as isenções. Já virou rotina. Qualquer piora do PIB, vai lá a associa- ção Nacional dos Fabricantes de veícu- los automotores — anfaveae consegue isenção do Imposto sobre Produtos In- dustrializados — IPI para automóveis. cabe ao governo recuperar a competi- tividade para todos, não para um setor. IBPT — Por que o senhor acha que o governo privilegia sempre os mesmos setores, não sen- do tão estratégicos? Rocha — acho que é uma coisa inercial, foram setores muito poderosos no pas- sado. Para ter uma ideia, em 1980, uma montadora gerava mais empregos do que os 30 maiores varejistas. Hoje, um grande varejista gera mais empregos do que todas as montadoras. a realidade mudou, mas o organograma do governo não. a condução da economia mudou da indústria para o varejo. o varejo hoje é a locomotiva da economia moderna. Mas demora algumas décadas para mudar a interlocução, culpa até do próprio varejo de não ter se estruturado para isso. IBPT — Por que o varejo não se estruturou para mostrar seu peso na economia? Rocha — Porque é um setor extrema- mente heterogêneo, que vai da maior empresa do mundo ao camelô da es- quina. E essa heterogeneidade é dividi- da ao meio por um profundo fosso, que separa os dois Brasis, o formal e ético do da clandestinidade econômica. E as entidades que falavam pelo varejo tenta- vam colocar tudo isso debaixo do mes- mo guarda-chuva de representatividade, criando uma dicotomia paralisante que interessava a uns, mas não a outros. vi- nha o aumento de carga tributária com uns na formalidade chorando e outros na clandestina comemorando, porque ganharam competitividade. Hoje temos uma entidade, o Instituto para Desen- volvimento do varejo — IDv, que repre- senta as lojas que vendem com nota e registram seus funcionários. E, justiça seja feita, estamos conseguindo um pa- tamar de interlocução com o governo federal que nunca existiu. o varejo está gerando 30% dos empregos no Brasil. Do 1,3 milhão de postos de trabalho criados no País no ano passado, 400 mil nasceram no varejo, que investirá 20 bilhões de reais neste ano, só deve perder para o setor de gás e petróleo. apenas os associados do IDv investirão 6 bilhões de reais. IBPT — O senhor afirmou recentemente que, nos próximos quatro anos, a Riachuelo cres- cerá mais do que a expansão obtida em seus 65 anos de existência. O que o faz crer nisso? Rocha — o grande crescimento no se- tor têxtil se deve à formalização. o Brasil é um mercado de quase 10 bilhões de roupas por ano. Somos a maior em- presa de moda do País, vendemos 140 milhões de peças no ano passado, 1,4% de participação de mercado. Em nossa visão, nos próximos dez anos não exis- tirão mais empresas com 1% ou 2% de participação de mercado, e sim de 10%, pela formalização. o cerco para a clan- destinidade está se fechando, em razão de mecanismos como a nota fiscal ele- trônica, o cartão de crédito, a própria substituição tributária, a maior partici- pação dos shopping centers, muito mais formais do que o comércio de rua. Tudo isso abre espaço para as empresas for- mais e éticas. além disso, as empresas de moda vêm deixando de ser elitistas. Em vez de atender a apenas 1% da pi- râmide social, estão chegando à vida de todas as pessoas. A população está descobrindo o espelho, a autoestima está aflorando. as pessoas estão dei- xando de ser consumidores de roupas para ser consumidoresde moda. a rou- pa se tornou uma forma de expressão. Isso faz que o gasto com moda aumen- te. Há estudos que demonstram que o grande propulsor da economia não é a classe média, e sim a mulher da classe média, movida pela grande inserção no mercado de trabalho, maior escolarida- de. Houve um aumento fantástico de renda de 30% para o homem e de 70% para a mulher. Enquanto o gasto com alimentação e vestuário subiu 30%, moda e beleza cresceram 218%. ■ EnTrEVisTa deputado federal por dois mandatos pelo Rio Grande do Norte (1987-1995), Flávio Gurgel Rocha notabilizou-se na ativida- de parlamentar ao apresentar um projeto que propunha a adoção do imposto único no Brasil. Rocha deixou a política, mas não o esforço para convencer a sociedade de que deve fiscalizar o dinheiro arrecadado pelo mundaréu de impos- tos embutidos em todos os produtos e serviços. Faz isso como presidente do Instituto para De- senvolvimento do varejo — IDv e no comando da Riachuelo, um dos maiores conglomerados de moda do Brasil, com 172 lojas distribuídas, dois parques industriais e 40 mil funcionários. Nesta entrevista, ele detalha o que pensa sobre o sistema tributário brasileiro e o que prevê para os próximos anos no mercado em que sua em- presa atua. IBPT — O que levou a Riachuelo a ser a primeira rede de varejo a descrever os tributos em suas notas fis- cais? Rocha — compramos um sistema, com base na tabela desenvolvida pelo instituto brasileiro de Planejamento e Tributação — IBPT. a prin- cípio, imaginávamos que seria muito compli- cada a sua adoção, mas percebemos que superestimamos o prazo que levaríamos para instalá-lo e acabamos fazendo isso em tem- po recorde, tal sua simplicidade e facilidade para implementar. IBPT — Quando deputado, o senhor foi um dos gran- des defensores da instituição do imposto único no Brasil. Ainda é possível adotá-lo? Rocha — a grande revolução que o imposto único propunha era a sua abrangência. os tri- butos tradicionais incidem sobre uma base de algumas dezenas de bilhões de reais. Por isso, para ter uma arrecadação significativa, os go- vernos nos infligem alíquotas que variam de 18% a 35%, como Imposto de Renda, IcMS. o imposto único incidiria sobre o volume total de transações eletrônicas, que, quando eu estu- dava isso, há mais de 20 anos, era de 60 vezes o Produto Interno Bruto (PIB). Uma alíquota de 0,8% sobre o débito e a mesma incidência so- bre o crédito era o suficiente. No período em que apresentei o projeto de emenda constitu- cional para a criação do imposto único, logo depois da assembleia constituinte (1988), a flávio rocha, presidente da riachuelo, explica como uma das maiores varejistas do país tornou-se a primeira empresa a discriminar os impostos nas notas fiscais. os TribuTos EnTrArAm nA modA Flávio Rocha EnTrEVisTa 14 15 Descubra onDe estão os novos negócios que poDem gerar lucros para você. conheça o empresômetro, acesse: www.empresometro.com.br O Empresômetro é a solução para monitorar os empreendimentos criados no Brasil. Através dos dados do Empresômetro, que usa a tecnologia BrProspect®, é possível: Prospectar vendas por geolocalização com detalhamento de quem compra e quem vende seu produto. Monitorar abertura de novas empresas e alterações de endereço. Transformar dados de notas fiscais em informações gerenciais. Obter informações e contatos sobre clientes ativos, inativos e potenciais. Mapear vendas de compras e vendas de seu produto. Rankear empresas por: maior chance de compra, melhores preços de venda e melhores pagadores. IBPT. HÁ 21 aNoS, o SoBRENoME Da GovERNaNÇa TRIBUTÁRIa. 1716 o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT sai à frente em mais um importante movimento social de conscientização tributária aos cidadãos bra- sileiros. Em ação conjunta com a associação comercial de São Paulo — aScP e a associação Brasileira de automação comercial — afrac o Instituto reuniu subsídios para a regulamenta- ção da Lei nº 12.741/12, a qual determina que as notas e os cupons fiscais devam informar ao consumidor o valor dos impostos pagos sobre mercadorias e serviços adquiridos. o imposto pago pelo contribuinte sobre produtos e serviços a partir de junho de 2013 Tributária a serviço da sociedade Por meio de estudos e pesquisas, o IBPT ela- borou uma série de cálculos dos impostos que incidem sobre mercadorias e serviços. Segundo o presidente do conselho Superior e coordena- dor de Estudos do IBPT, Gilberto Luiz do amaral, a metodologia está calcada na média pondera- da e média aritmética das alíquotas incidentes sobre quase 17 mil produtos e serviços classifi- cados na Nomenclatura comum do Mercosul — NcM e na Nomenclatura Brasileira de Serviços, Intangíveis e outras operações que Produzam variações no Patrimônio — NBS. “o sistema de cálculo permitirá que todas as empresas co- nheçam a carga tributária incidente sobre os mercadorias e serviços que vendem”. De acordo com a nova Lei, o valor total e a porcentagem cobrada em tributos serão expos- tos na nota ou no cupom fiscal. as informações mais detalhadas poderão ser consultadas no link “olho no Imposto”, localizado no site do Im- postômetro (www.impostometro.com.br), bem como o contribuinte poderá consultar o impos- to de cada produto de forma fácil, digitando o nome, o código do produto ou o código de bar- ras, e saberá quanto estará pagando de IcMS, PIS, cofins etc. “a campanha pela transparência tributária não é solitária. É uma luta antiga que envolveu centenas de associações que agora contribuem para que os brasileiros passem da condição de sú- ditos para a de cidadãos de fato”, afirmou o presidente da acSP e da Federação das associações comerciais do Estado de São Paulo, Rogério amato. o projeto faz parte do movimento “De olho no Imposto”. Em 2006, a associação comercial de São Paulo — acSP reuniu, com o apoio do IBPT e diversas entidades, mais de 1,5 milhão de assi- naturas, que já haviam se mobilizado pela derrubada da Medida Provisória 232, que aumentaria os tributos para as empresas de serviços. “Foram necessários mais de sete anos de espera para a aprovação da Lei 12.741, sancionada pela presidente Dilma Rousseff sob a resistência de alguns setores e da Receita Fede- ral”, lembrou Rogério amato. o economista e superintendente do Superintendente do Ins- tituto de Economia Gastão vidigal — IEGv, instituição ligada à associação comercial de São Paulo, Marcel Solimeo lembra que durante o processo de discussão da Lei houve muita reação contra, sob a alegação de que era impossível calcular o impos- to por causa da complexidade do sistema tributário brasileiro. “Quanto à complexidade não há dúvida, mas a solução não seria deixar de informar, mas sim, simplificar o sistema tributário”, destacou o economista. Segundo o superintendente do IEGv, o passo importante, que foi a sanção da Lei “De olho no Imposto”, e que agora é preciso fazer um trabalho de conscientização da sociedade para fiscali- zar como serão aplicados os recursos arrecadados em impostos, em serviços e benefícios para a sociedade. “É direito do cidadão, que paga seus impostos, e não paga pouco, que tenha serviços públicos de qualidade”, disse. o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços contá- beis e das Empresas de assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo – Sescon-SP e da associação das Empresas de Serviços contábeis e das Empresas de asses- soramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo – aescon, Sérgio approbato Machado Junior, compartilha da mesma opinião. “Não é porque o consumidor está isento do Imposto de Renda que não paga tributos. Por mais simples que seja uma compra, aquele produto ou serviço é tributado”, disse. o presidentedo Sescon-SP e da aescon-SP lembrou ainda que, enquanto a maioria dos produtos é vendida a prazo, o reco- lhimento do imposto é antecipado, fazendo com que o empreen- dedorismo financie o Estado. “com esta transparência, teremos mais condições de exigir dos governos, nos âmbito federal, es- taduais e municipais, gestão mais eficiente dos gastos públicos, afinal a sociedade vai cobrar isso, e, consequentemente, a melho- ria dos serviços à população, como Saúde, Moradia, Educação e Segurança”, complementou approbato. Quanto pagamos de imposto? Segundo pesquisa Ibope, 90% dos brasileiros querem saber o quanto pagam de impostos. a pesquisa foi encomendada pela associação comercial de São Paulo – acSP. Segundo a pesqui- sa, 65% dos entrevistados concordam com a afirmação de que “as pessoas poderão cobrar os governos” para que utilizem os recursos arrecadados com a cobrança desses impostos sejam revertidas em benefícios para a sociedade, enquanto 24% con- cordam em parte com a proposição. ainda de acordo com a pesquisa, 53% acreditam que “a lei ser- virá para que os impostos sejam diminuídos no futuro”, sendo que 27% aceitam apenas em parte da afirmação. rEPorTaGEm DE CaParEPorTaGEm DE CaPa A partir do dia 10 de junho, as notas fiscais deverão informar o valor dos tributos cuja incidência influi no preço da venda, sendo que deverão ser computados: Imposto sobre Operações Financeiras — IOF, Imposto sobre Produtos Industrializados — IPI, PIS/Pasep, Co- fins, Contribuições de Intervenção no Domínio Econô- mico — Cide, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços — ICMS e Imposto sobre Serviços - ISS. “É importante que se diga que mesmo as pessoas de baixa renda, que são isentos do Imposto de Renda e de IPTU, pagam impostos proporcionalmente mais do que o contribuinte de renda mais alta, pois o imposto de consumo é muito alto no Brasil.” (Marcel Solimeo) 16 17 18 19 Varejo a Telhanorte e Riachuelo, duas grandes empresas do varejo brasileiro, já infor- mam ao consumidor o valor dos tributos separadamente do valor pago pelas merca- dorias e serviços assim como ocorre em países como os Estados Unidos e no Mercado comum Europeu. Também foi informado que o grupo Pão de açúcar e lojas Renner estão prontos para emitir de acordo com a Lei. Todas as empresas utilizaram as informações oferecidas pelo IBPT. “com o tempo as pessoas deixarão de dilapidar o patrimônio público, passarão a valorizar o bem comum e a defendê-lo. Enten- derão que os impostos são necessários e conseguirão associar os valores que pagam com a boa ou má aplicação dos recursos e ao perceber que o voto é uma procuração para gastar o dinheiro suado que ganham, farão melhores escolhas de prefeitos, deputados, senadores, governadores e presidentes”, afirma Gilberto Luiz do amaral, presidente do conselho superior do IBPT. Rede de Supermercados De todos os segmen- tos comerciais, o varejo é o mais utilizado pelos consumidores brasi- leiros. De acordo com o membro do conse- lho Deliberativo da associação Brasilei- ra de Supermerca- dos — abras, omar abdul assaf, a medi- da é importante para ampliar a conscientização dos consumi- dores. “além de saber o quanto está pagando de imposto, o consumidor poderá conferir que o preço mais caro não é culpa do supermercado”. assaf explicou que a implementação da nova Lei não vai gerar um alto impacto nos custos das lojas e que mesmo um pequeno varejista terá condições de se adequar à lei, podendo ter acesso a uma espécie de cartilha que terá que ficar à disposição de seus clientes caso queiram consultar o valor do imposto sobre os produtos, individualmente, com base nos estudos dispo- nibilizados pelo ibPt. Automação comercial Independentemente da forma como esteja discriminado, as empresas deverão informar o valor do imposto na nota. Essa é a premissa da Lei “De olho no Imposto” e a automação comer- cial é o meio tecnológico ideal para a implemen- tação da mudança. a associação Brasileira de automação co- mercial – afrac, em parceria com o IBPT e a acSP, ficou responsável por desenvolver o me- lhor método operacional para a concretização da Lei “De olho no Imposto”, levando-se em conta as possibilidades atuais para a colocação da informação ao consumidor no cupom fiscal. Segundo o presidente da afrac, araquen Pa- gotto, para programar as mudanças será ne- cessário atualizar o software que faz a impres- são do cupom fiscal ou da nota fiscal, uma vez que o IBPT já tem a tabela de cálculo pronta. “com a padronização do IBPT, e com a autono- mia que a afrac tem de fazer essa mudança rá- pida dos softwares vai ser uma operação muito tranquila”, explica Pagotto, garantindo que até o dia em que a lei entrar em vigor, todos os par- ques de automação estarão atualizados. De acordo com a associação, a mudança não gerará custos significativos para as empresas. “Para o micro e pequeno empresário, que tem uma máquina na loja, os custos são balancea- dos, porque um software custa entre R$1.500, R$2.000, e um computador está na mesma fai- xa de preço. Quando olhamos o software com o hardware os custos são equilibrados”, explica o presidente da afrac. “No caso das grandes redes, como o super- mercado, o software fica muito mais barato e o custo é quase irrisório, porque ele gasta muito com equipamentos”, complementou Pagotto, ponderando que a substituição do software po- derá ser feita pela internet, por meio de atualiza- ção do sistema ou por driver. Pagotto explica que os sistemas de automa- ção brasileiros estão preparados para atender todos os requisitos da nova Lei. “com o siste- ma de automação fica bem mais fácil de emitir o imposto na nota fiscal ou no cupom fiscal. É um momento de usar a tecnologia, que está barata para o cliente saber o quanto ele paga de imposto”, destacou. Setor Farmacêutico o setor farmacêutico é um dos segmentos com o imposto mais elevado, com 34%. De acordo com a associação Brasileira do comér- cio Farmacêutico – aBcFarma, a cada três me- dicamentos, o terceiro é equivalente ao imposto pago pelo consumidor. o presidente da aBcFarma, Pedro Zidoi Sdoia, enfatizou a Lei “De olho no Imposto” será fundamental no trabalho que o setor far- macêutico vem realizando para que haja uma redução ou uma eliminação dos impostos so- bre os medicamentos. “Estamos verificando o interesse do consumidor, que por falta de recur- sos para compara remédios, interrompe o tra- tamento, comprometendo sua saúde”, explicou. Audiência Pública o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT, juntamente com impor- tantes entidades dos setores de serviços e comércio, apresentaram, durante a audi- ência Pública, realizada em Brasília, no dia 11 de abril de 2013, uma solução para in- formar aos contribuintes o volume da carga tributária embutida nas mercadorias e ser- viços que consomem, conforme determina a Lei nº 12.741/12. a proposta foi muito bem aceita, tanto pelos parlamentares como representantes das entidades presentes, e irá permitir que a lei fosse aplicada de forma simples e sem acrescentar maiores ônus aos empresários. conforme prevê a legislação, uma entida- de nacional pode fazer esses cálculos, ca- bendo às empresas buscar as informações junto a ela. a proposta é contribuir para elucidar o complexo sistema tributário do País aos cidadãos. “Por meio desta Lei, o consumi- dor saberá que paga, em média, 40% de tributos, que estão contidos nos pro- dutos e serviços que adquire. com essa consciência, acreditamos que ele terá condições de exigir serviços públicos com mais qualidade, como saúde, se- gurança, educação e outros, vitais para o desenvolvimento de uma sociedade”. Requeri- da pelo Deputado Guilherme campos (PSD/SP), a audiência Pública contou coma presen- ça do João Magalhães (PMDB/ MG), presidente da comissão de finanças e Tributação; Rogério ama- to, presidente da associação comercial de São Paulo — acSP e da Federação das associações comerciais do Estado de São Paulo — Facesp; João Hamilton Rech, re- presentando o Secretário da Receita Federal do Brasil; antonio Barcellos, superintenden- te da confederação das associações co- merciais e Empresarias do Brasil — cacB; Danilo Doneda, diretor do Departamento de Proteção e Defesa do consumidor do Mi- nistério da Justiça; araquen Pagotto, pre- sidente da afrac; e Fernando Teruó Yama- da, presidente da associação Brasileira de Supermercados abrac. ■ rEPorTaGEm DE CaParEPorTaGEm DE CaPa No caso das grandes redes, como o supermercado, o software fica muito mais barato e o custo é quase irrisório, porque ele gasta muito com equipamentos. Araquen pagotto Produtos Média das respostas Tributação efetiva automóvel 1.0 30,25% 37% Geladeira duplex 22,6% 37% Leite 15,6% 19% Feijão 17,2% 17% Remédio 23,8% 34% Gasolina 28% 53% conta Telefônica 21,5% 46% Arroz 15,6% 17% cerveja em Lata 19,6% 56% Telefone celular 20,1% 40% *Tributação efetiva calculada pelo IBPT 1918 2120 Atualmente muito se tem falado so-bre “desonerações tributárias”, por conta das medidas pontuais toma- das pelo atual governo federal no tocante às chamadas “renúncias fiscais”, assim denominadas as isenções dadas, princi- palmente de PIS e de cofins, para alguns produtos, por exemplo, os itens compo- nentes da cesta básica. Também tivemos as diminuições de IPI, para os veículos, materiais de construção e produtos da “linha branca”, como geladeiras e fogões. Primeiramente, deve-se esclarecer que não existe a chamada “desoneração” sem que haja em contrapartida uma “onera- ção”. Isso se deve ao fato da existência da Lei complementar n° 101/2000 ou Lei de Responsabilidade Fiscal — LRF. Um exemplo recente, mesmo não ten- do um aspecto essencialmente tributário, foi a diminuição da conta de luz, que ren- deu um pronunciamento de quinze minu- tos, em cadeia nacional da nossa Exma. Presidente da República, que, por outro lado, não deu a mesma ênfase, na divul- gação do quase que simultâneo aumento da gasolina. a desoneração do INSS da folha de pagamento, medida solicitada há muito tempo pela maioria dos empre- sários brasileiros, foi direcionada para alguns privilegiados setores de nossa economia, em detrimento de outros, que, certamente, foram atingidos frontalmente em seu direito de isonomia. Há comentários em grande escala so- bre essa “benesse” de nosso Governo, não se levando em conta, como já menciona- do anteriormente, na contrapartida, que nesse caso foi a instituição de uma nova contribuição sobre o faturamento dessas mesmas atividades beneficiárias, como compensação da falada e não provada eventual perda de arrecadação. É notório que os pesados encargos pre- videnciários incidentes sobre a remunera- ção de mão de obra, cobrados em nosso País, afugentam sobremaneira o empre- endedorismo e o investimento externo, gerando uma grande ameaça ao desem- prego, e fomentando a informalidade e a sonegação fiscal. Mas, entendo que a oneração fiscal do faturamento é a mais maléfica de todas as outras existentes, pelo fato dos governos estarem tributando com antecedência, como se fosse uma forma de “substituição tributária”, a venda quando ela acontece, mesmo que esta não venha a se constituir em um resultado positivo para a empresa, ou seja, lucro. Infelizmente, nesse caso, nós poderemos ter uma tributação an- tecipada, mesmo em casos de prejuízos. obviamente que esses altos custos tributários são repassados no valor dos produtos, mercadorias e serviços, dei- xando estes bastante elevados para os consumidores, que pagam a mesma carga tributária independente de sua si- tuação econômica, fazendo com que os menos favorecidos acabem proporcio- nalmente pagando mais, sendo que toda a população nada pode fazer perante essa altíssima carga tributária inserida no preço pago. o que nos causa espécie é verificar que integrantes da equipe econômica do Go- verno Federal têm escrito para jornais de grande circulação nacional que as deso- nerações recentes são parte de uma re- forma tributária que está sendo colocada em prática, de forma “fatiada”. Não podemos, de forma alguma, acre- ditar nessas afirmações, pois sabemos que desonerações explícitas e onerações bem pouco explícitas não podem estar contempladas em uma reforma tributá- ria consistente. Em nosso entendimento, uma reforma tributária consistente deve, em sua essência, diminuir a “escorchante” carga tributária, reduzir o número de tribu- tos, mudar a forma injusta de tributação sobre o consumo para os lucros e patri- mônio, simplificar e reduzir as obrigações acessórias, e, principalmente, instituir definitivamente a cobrança de tributos de acordo com a verdadeira capacidade contributiva de cada cidadão brasileiro. ■ LEI COMPLEMENTAR 101/2000 – LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL Seção II Da Renúncia de Receita art. 14. a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. Desonerações tributárias João Eloi Elonike Presidente Executivo do iBPT arTiGo TéCniCoarTiGo TéCniCo Existe desoneração sem alguma oneração? O que acontece é que o Governo alardeia muito as “desonerações”, mas dá pouca importância na divulgação das necessárias “onerações”, para que seja cumprida a infra- citada norma. 2322 para cumprir a obrigação principal, que é recolher os tributos e informar ao fisco. Que é diferente de procedimento fiscal”. “É bom dizer também que o fisco, por meio do Sped, está praticando uma gover- nança pública tributária. E o contribuinte precisa ter consciência que o Estado está fazendo o papel dele para refinar seus instrumentos de fiscalização, gerando uma capacidade de arrecadação maior”, afirmou. “E da parte do contribuinte, ele tem também que praticar uma governan- ça privada tributária e para isso ele deve procedimentar”. Contexto Científico Para Basile christopoulos, advogado, professor-seminarista no Instituto Brasi- leiro de Planejamento e Tributação e pes- quisador do Núcleo de Estudos Fiscais Di- reito da Fundação Getúlio vargas – FGv, a transparência fiscal faz parte de uma boa Governança Tributária e ajuda a aumen- tar a confiança do cidadão em relação à própria administração tributária “trazendo diversos benefícios, tanto para a popula- ção, que fica mais bem informada, quanto para entidades públicas, que podem até passar a arrecadar mais com tributos”, disse o especialista. No contexto científico, a Governança Tributária pode ser aplicada para aprimo- rar a pesquisa de assuntos fiscais. “Por exemplo, no Núcleo científico da FGv pes- quisamos os sites de transparência dos municípios, identificamos quais são as transparências em relação às despesas públicas, qual transparência em relação à administração tributária e em relação ao ‘potencioso’ tributário”, comentou chris- topoulos, que complementou dizendo que um dos focos da pesquisa é propiciar mais informações para que as empresas possam decidir em qual Estado poderão atuar. “Sabemos quea questão tributária é uma das razões a qual o Brasil deixa de receber investimentos. Então se uma em- presa tem certeza que um estado é mais transparente que o outro e quanto tempo o processo administrativo despende, ela pode basear sua escolha nesses crité- rios, ou seja, quanto mais transparente o Estado for em relação ao ‘potencioso’, por exemplo, mais chances ele tem de receber um investimento externo de uma empresa”, relata. Tendência e prática De acordo com o professor doutor, antonio carlos Rodrigues do amaral, advogado tributarista especializado em transações empresarias domésticas em internacionais, o Brasil tem um dos sis- temas tributários mais complexos e bu- rocráticos do mundo. “São incidências tributárias cujos fatos geradores se so- brepõem, utilização de bases tributárias em comum pela União, Estados e Muni- cípios e exigências de obrigações aces- sórias custosas e complicadas. assim, como parte integrante e fundamental da Governança Corporativa, a Governança Tributária é um dos mais importantes e imprescindíveis instrumentos de gestão empresarial”, comentou. Para o advogado tributarista, a Gover- nança Tributária leva a uma visão am- pla das atividades empresariais. “com a complexidade tributária e elevadíssima carga fiscal, qualquer empresa que dei- xe de avaliar seriamente, e com profis- sionalismo, a questão tributária, pagará mais tributos, assumirá mais riscos e certamente elevará suas contingências fiscais”, explana Rodrigues do amaral, dizendo ainda que a falta de competiti- vidade é evidente quando as questões e impactos tributários não são corretamen- te identificados sobre toda a cadeia pro- dutiva, seja no âmbito industrial, seja na prestação de serviços. Nesse sentido, ele considera uma de- corrência natural a Governança Tributária aumentar a transparência das empresas. “o gestor passa a melhor entender o pró- prio negócio e a empresa passa a estar preparada para eventuais fiscalizações, negociações com investidores potenciais, abertura de capital (IPos) e melhor rela- cionamento com o mercado (acionistas, quotistas, investidores em geral, entida- des financeiras etc.)”. Para Rodrigues do amaral, a Gover- nança Tributária projeta-se na empresa na implantação de uma consciência em- presarial positiva de sempre considerar os impactos tributários no processo de- cisório e de avaliação de oportunidades, riscos e resultados. “a existência de um comitê tributário, integrado também por consultores especializados externos é a tendência e a prática mundial”, conclui. ■ rEPorTaGEm Especialistas defendem que a Governança Tributária é deci-siva para o desenvolvimento das empresas. Quando execu-tada adequadamente, gera bons resultados, elimina riscos e permite maior controle tributário. a globalização é um fenômeno social que permite a integração econômica, social, cultural e política entre diferentes países. Nes- se processo, diversos segmentos sociais realizam transações fi- nanceiras e comerciais pelos quatro cantos do mundo, o que se reflete no crescimento econômico de uma nação e, no caso do setor privado, das empresas. No atual cenário, a Governança Tributária torna-se essencial para as empresas e organizações em geral, uma vez que a sua utilização proporciona políticas e práticas que geram bons resul- tados e um maior controle tributário. a Governança Tributária é um conjunto de procedimentos de gestão que visa a coordena- ção, controle e revisão dos procedimentos tributários e prepara a empresa para realizar um eficaz planejamento tributário. “Quan- do bem executada, permite a redução dos riscos fiscais e o esta- GovErnAnçA TribuTáriA sob A óTicA dE EspEciAlisTAs belecimento de índices de eficiência, atendendo aos elevados pa- drões de governança”, afirmou o presidente do conselho Superior e coordenador de estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT, Gilberto Luiz do amaral. Processamento X Procedimento Segundo o contador, professor e tributarista, Miguel Silva, Go- vernança Tributária nada mais é do que um mecanismo de es- tabelecer critérios e observá-los. “É, portanto, não processar à esmo, mas previamente estabelecer parâmetros”, explica o es- pecialista dizendo que cabe ao profissional destacado da con- troladoria ou ao departamento de Governança Tributária, inde- pendente do porte da empresa, exercer a Governança Tributária, “e definir um conjunto de procedimentos fiscais que ofereça o que chamo de cinco instrumentos de Governança Tributária”, co- menta. o tributarista Miguel Silva ainda destaca a importância de saber a diferenciação do processamento do procedimento fiscal. “Diante do desenvolvimento das atividades e da legislação tribu- tária, é requerido que a empresa pratique processamento fiscal rEPorTaGEm antonio Carlos rodrigues do amaralmiguel silva Basile Christopoulos Governança em 5 passos Miguel Silva define a Governança Tributária como um conjunto de procedimentos fiscais, que oferece cinco instrumentos: 01. Parametrização dos critérios fiscais e contábeis; 02. Orientação dos critérios adotados; 03. Uniformização dos critérios na corporação, não permitindo a diversificação dos procedimentos nos departamentos e nas empresas que compõem o grupo empresarial; 05. Coordenação dos procedimentos adotados. 04. Revisão e atualização contínua dos critérios adotados; e 2524 clicando nos pontos que identificam os clientes no mapa, são abertos novos menus com mais opções. as milhares de análises econômicas, financeiras e ope- racionais partem do balanço patrimonial, dos resultados, do fluxo de caixa, dos re- latórios de custo fixo, custo variável ou de formação de preço. Também pode estar integrado ao plano anual de vendas ge- rado no próprio balancos.com. E não se espante. Essas correlações são nativas. você não precisa fazer nada, nem para- metrizar. a ferramenta utiliza algoritmos de inteligência artificial e leva em conta que não adianta só vender, é necessário ter lucro, saúde financeira e aproveitar oportunidades de expansão. No balancos. com a contabilidade é transformada em poder. É incontestável que informação es- tratégia tempestiva é poder. De onde vêm essas informações, afinal? o balanços.com utiliza o Big Data do IBPT, o que torna a análise de uma demonstra- ção contábil extremamente fácil, já que o usuário consegue ver em um único lugar o que aconteceu na empresa e com os stakeholders, inclusive concorrentes. a entidade possui informações de todo o mercado em tempo real. Empresas abertas ou fechadas, regra matriz tribu- tária nacional com suas 10 alterações diárias, preços, inflação por atividade e regiões, capacidade de compra, capaci- dade de pagamento, quem vende e quem compra o quê e para quem, onde estão as empresas, fatos relevantes, tendências, vocações regionais e locais, atas, balan- ços, indicadores etc, tudo indexado. Balanço Patrimonial Enriquecido o aparente "simples" saldo de estoque, presente no Balanço Patrimonial, ganha sua real dimensão quando analisado via balanços.com, que muito além de mos- trar o grau de imobilização de capital em estoques e comparar com a evolução dos saldos da própria empresa ao longo do tempo, evidencia a eficiência da gestão dos setores de logística, compras, ven- das e finanças, ao confrontar o saldo com centenas ou milhares de outras empresas de igual atividade, inclusive concorrentes ou negócios de referência. com uma literal “dedada” no tablet o balancos.com exibe a curva aBc conten- do o inventário dos estoques em formato analítico, com produtos agrupados entre os que representam as importâncias de 50% do total, 30% e 20%. Em coluna na frente do produto é possível descobrir o prazo de giro de, cada item, com possibili- dade de ranquear de aa Z para facilmente enxergar os itens com maior e menor giro e descobrir, por exemplo, se um produto está encalhado a mais de 260 dias. Mais um toque e o balancos.com mostra em gráficos na linha do tempo a correlação dos níveis de estoque com a geração ou redução de caixa, endividamento, faturamento, duplicatas a receber e a pagar. outro click e você obtém o bench- marking do próprio prazo de compras com o de concorrentes e descobre se a sua empresa está negociando prazos bons ou ruins a partir de parâmetros re- ais de mercado, de modo que se estiver sendo ineficiente, o setor de compras e logística tem subsídios para negociar com fornecedores. Não acabou não! após a completa aná- lise 3D de estoques, o empresário ainda confronta o prazo de recebimento com o de pagamento e descobre se deve ajustar os prazos que antes eram de nove para seis meses, por exemplo, pois precisa receber antes de pagar. No mesmo local fica sabendo se pode criar ações promo- cionais que ofereçam maiores prazos de pagamento para atrair clientes. agora é só delegar as ações focadas na redução de estoques, vendendo a preço de custo o produto que descobriu estar encalhado. assim fica mais fácil maximi- zar resultados ou reduzir custos. a dele- gação de tarefas e o controle de prazos de execução pode ser feita e gerenciada onli- ne no próprio balancos.com. a ferramenta que monitora o cumprimento de metas e tarefas lembra o gerenciador de projetos da Microsoft e por isso é intuitivo para quem usa o Word ou Excel. as pesso- as que receberam metas são orientadas pela lógica e coerência SMaRT, já que o formulário induz à construção automática de metas estruturadas, sempre Específi- cas, Mensuráveis, atingíveis, Relevantes e Temporais. Quem recebeu uma atribuição de tarefa tem o dever de facilmente infor- mar o status da execução aos superiores, com lembretes por e-mail e registro au- tomático nas agendas outlook e Google calendar, de acordo com a preferência do usuário, tudo integrado ao balanços.com. caso a atividade não seja cumprida no prazo estipulado, o superior hierárquico é informado por e-mail ou SMS, com tem- po hábil para mudar os rumos. Toda essa atividade de análise, delegação ou super- visão poderia ter acontecido a partir do balanço patrimonial e sido realizada ainda no avião ou carro, via smartphone, tablet ou notebook, já que está tudo na internet e compartilhado entre pessoas-chave, com segurança. São infinitas as combinações e possibilidades. aqui citamos apenas es- toques e vendas. Enfim, o balancos.com foi desenhado para tornar a contabilidade tão intuitiva quanto um Iphone. Para tanto, buscou- -se criar uma experiência sensorial, capaz de estimular as conexões neurais e fazer com que o não especialista olhe para as demonstrações contábeis, visualize o passado, entenda o presente e construa o futuro em sua mente em processo si- mular ao que ocorre conosco ao ler um romance, quando imaginamos o cenário e os fatos a partir da riqueza de detalhes oferecida pelo autor. E aí, as demonstrações contábeis pa- receram mais interessantes agora? Então experimente o balancos.com e conheça muito mais. ■ othon andrade Filho Diretor de inovação e inteligência Contábil arTiGo TéCniCo na dinâmica do processo decisório, enquanto percorre a estrada que conduz ao sucesso, em alta velocidade, o executivo que dirige a empre- sa é frequentemente surpreendido por uma bifurcação após uma sinuosa, sem qualquer placa de sinalização para advertir ou orientar. Então, ele olha pelo retrovisor e visualiza a concorrência igualmente acelerada e se vê impedido de parar ou reduzir a velocidade, tendo que es- colher rapidamente o caminho. Quem chegar primeiro fecha o negócio. agora, cin- quenta é o percentual que o separa do sucesso. o próximo retorno pode estar a alguns metros ou vários quilômetros. Então ele percebe que a tecnologia de po- sicionamento global e de construção de rotas poderia ter embasado sua decisão sem os erros de trajetória. Ele conclui que não vale a pena confiar unicamente na intuição e no empirismo. chega de decisões artísticas. a analogia entre a condução de um veículo e uma empresa é pertinente, já que os avanços tecnológicos oferecem eficientes ferramentas para um e para outro e em ambos os casos existem metas almejadas. Para a empresa, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação — IBPT criou o balancos.com. Essa inovadora ferramenta está para os negócios assim como o GPS está para o carro. com ela ficou mais fácil tomar decisões científicas, fundamentadas em fatos e evidências disponíveis, sis- tematicamente planejadas. a ferramenta on-line do IBPT posiciona sua empresa no mercado e possibilita a construção, a delegação e o monitoramento de me- tas em todos os níveis da empresa, seja ele estratégico, tático ou operacional. o balancos.com traça a rota da empresa rumo ao sucesso. A Contabilidade parecia ser chata, sisuda, complicada demais? Se você em algum momento pensou assim, acabará revendo seus con- ceitos após cadastrar-se gratuitamente no balancos.com. De cara, você se depara com a mensagem: “Se você não gostava, enfim irá dominar a contabilidade. Nós adoramos contabilidade e faremos tudo para você entender, gostar e tirar proveito em sua vida. você irá querer trocar o fu- tebol e a novela pelo balancos.com.” Para “viciar” as pessoas, o balancos. com abusa da comunicação visual de gráficos ricos, bonitos e dinâmi- cos, impregnados de conceitos contábeis e análises financeiras implíci- tas, apoiados por interpretações via explicações textuais claras, vídeos e abordagens que dispensam o conhecimento do “tecniquês” da contabili- dade, economia, administração, direito, vendas e marketing. Isso mesmo! Marketing, vendas e contabilidade em um só lugar. o ba- lancos.com faz essas correlações naturalmente permitindo que profis- sionais de várias áreas possam entender juntos o passado, o presente e planejar o futuro. DRE com prospecção de clientes Ilustrando, ao aplicar esses conceitos na Demonstração de Resultados — DRE de uma empresa, relatório contábil onde pode ser encontradas as receitas, com um toque ou click o executivo consegue penetrar no report e enxergar as vendas por diversos ângulos ou visões, rankings, como por exemplo, por grupo de produtos, quantidade de itens vendidos, clientes, vendedores, cidade, UF, regiões metropolitanas, região geográfica etc. Se quiser, pode enxergar essas mesmas vendas distribuídas por geore- ferenciamento, traçar o perfil dos clientes atuais e exibir no mesmo mapa os clientes potenciais que ora não atende, acessar o cadastro desses prospects, listar e delegar ordens para que o gerente ou equipe de vendas tomem as ações comerciais pertinentes para alavancar mais vendas. Transforme as informações contábeis em poder arTiGo TéCniCo 26 27IBPT. HÁ 21 aNoS, o SoBRENoME Da GovERNaNÇa TRIBUTÁRIa É uma ferramenta de governança tributária que transforma informações fiscais em estratégias de crescimento para sua empresa. verifica os arquivos digitais (Nota Fiscal Eletrônica, SPED e outros); cruza dados, coordena e revisa os procedimentos fiscais; propicia a melhora dos resultados; custos reduzidos e maior eficiência; menores riscos de autuações, multas, inconsistências e insegurança; transformação dos dados fiscais em um verdadeiro sistema de inteligência de negócios. É sua chance de transformar tantos tributos em lucratividade para seus negócios. www.ibpt.com.br/ibptax Conheça o IBPTax, uma solução do IBPT que uTIlIza um sIsTema Inovador de InTelIgênCIa TrIBuTárIa CaPaz de mInImIzar e evITar TransTornos Com o FIsCo. TransForme InFormações FIsCaIs em vendas. 2928 Apesar do crescimento do Microempreendedor Individual — MEI, o Brasil
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