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revista eletronica governanca tributaria 2013

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Prévia do material em texto

Análise Econômica do 
Brasil
Revista
Governança Tributária
www.ibpt.com.br
ed. 03
Ago/2013
transparência 
tributária
DiscriminAção Do vAlor Dos 
impostos nA notA fiscAl AgorA é 
umA rEAliDADE
governança tributária 
sob a ótica de 
especialistas
32
sumário
Expediente
R. Gen. Aristides Athayde Júnior, 350 - CEP: 80730-370, Curitiba-PR - Tel.: (41) 3053-3219 - www.ibpt.com.br / ibpt@ibpt.com.br - Conselho editorial: 
Gilberto Luiz do Amaral - João Eloi Olenike - Letícia Mary Fernandes do Amaral - Cristiano Lisboa Yazbek - Produção: De León Comunicações - Tels.: 
(11) 5017-4090/7604 - E-mail: deleon@deleon.com.br - Editora e Jornalista responsável: Lenilde Plá De León - Coordenadora Editorial: Paula Fernanda 
Karpenko - Redator: Costábile Nicoletta - Débora Luz - Paulo Prendes - Colaboração: Paloma Minke - Projeto Gráfico e Diagramação: FOLKS Design Vivo - 
Tel: (41) 3089-7765 - E-mail: contato@folksdesign.com.br - Periodicidade: Semestral - Tiragem: 5.000 - Impressão: Gráfica Capital
 
As opiniões expressas nos artigos são de inteira responsabilidade de seus autores e os anúncios veiculados são de inteira responsabilidade dos anunciantes.
20
Desonerações tributárias 
Existe desoneração sem alguma oneração?
Artigo Técnico
05
Editorial
24
Transforme as informações contábeis em poder
Artigo Técnico
32
institucional
34
serviços iBPT
38
Diretoria do iBPT
06
A questão da unificação do 
ICMS: hora de refletir e debater
Artigo Técnico
16
Transparência 
Tributária a serviço 
da sociedade
Reportagem de Capa
30
Tecnologia a favor da Governança Tributária
Entrevista
12
Os tributos entraram na moda
Entrevista
28 
Setor de agronegócio 
supera a indústria na abertura 
de novas empresas 
Estudo
22
Governança tributária sob a ótica de especialistas
Reportagem
09
Análise Econômica do Brasil: 
Democracia para os números da 
economia
Reportagem
7%
ICMS
4%
ICMS
oAB/
pr 7
62
Av. cÂnDiDo HArtmAnn, 50
80.730-440 - curitiBA - pr - BrAsil
tEl / fAX: +55 41 3232-9241
 www.AyADvogADos.com.Br
ExpEriênciA 
nA aDvocacIa 
tRibutáRiA 
dEsdE 1985.
A Amaral & Advogados Associados tem o or-
gulho de anunciar a alteração do seu nome para 
Amaral Yazbek Advogados, agregando ainda 
mais valor aos serviços prestados aos seus 
clientes.
Letícia Mary Fernandes do Amaral
OAB/SP 255.884 | OAB/PR 57.342
Gilberto Luiz do Amaral
OAB/PR 15.347
Cristiano Lisboa Yazbek
OAB/PR 40.443
54
EDiTorial EDiTorial
governança e à transparência dos temas 
tributários nacionais. 
Já que sonhar é preciso, permitido e 
não paga imposto, a transparência do 
tributo nas notas e cupons fiscais foi 
uma das nossas batalhas vencidas, po-
rém muitas outras ainda serão travadas 
para que haja um mínimo de transparên-
cia fiscal e respeito ao contribuinte no 
País. o IBPT sabe que este é um direito 
fundamental de todo cidadão, previsto 
na Constituição Federal de 1988, pois a 
partir da identificação do tributo, o con-
sumidor terá a consciência de que é um 
contribuinte e, portanto, um cidadão com 
direitos, que pode e deve exigir a melhor 
aplicação dos tributos arrecadados. 
consequentemente, como usuário de 
serviços públicos, deve exigir o retor-
no do que paga em saúde, segurança, 
transporte e educação de qualidade.
Nesta edição, a revista Governança 
Tributária ainda traz artigos técnicos de 
autoria de alguns de nossos diretores 
cujos temas são de grande relevância 
para quem busca aperfeiçoamento e atu-
alização de seus conhecimentos. o tema 
“Unificação do IcMS” abordado didatica-
mente pela vice-presidente executiva do 
IBPT, Letícia Mary Fernandes do amaral 
e pela advogada Isabel vieira, explica a 
unificação das alíquotas interestaduais, 
que tem sido tema de intensos debates 
entre os estados. João Eloi olenike, pre-
sidente executivo do IBPT, esclarece a 
Desoneração Tributária, explicando que 
não existe desoneração sem que haja 
uma oneração. o coordenador de inteli-
gência do IBPT, othon de andrade Filho, 
discorre sobre o poder das informações 
contábeis e apresenta o balanços.com, 
uma ferramenta desenvolvida pelo Ins-
tituto que concentra todos os relatórios 
contábeis e gerenciais de uma empresa 
ou organização, sejam eles mensais, tri-
mestrais ou anuais.
o debate sobre a complexidade do 
sistema tributário brasileiro, que dificulta 
o crescimento da economia, a geração 
de empregos, bem como a criação e a 
manutenção de novos negócios também 
ganha destaque em nossa publicação. o 
objetivo é mostrar que a mudança dessa 
realidade não depende de reforma tributária, 
mas sim de uma simplificação do sistema tri-
butário, principalmente em relação a tributos 
como o IcMS, no caso dos Estados, e PIS e 
cofins, no caso da União.
abordamos ainda temas relevantes ao 
crescimento e desenvolvimento do empre-
endedorismo no País, ressaltando o cresci-
mento do setor de agronegócio que, segundo 
um estudo do IBPT, superou a indústria em 
termos de abertura de novas empresas. Para 
analisar esse cenário, contamos com as es-
peciais participações da senadora e presiden-
te da confederação da agricultura e Pecuária 
do brasil — CNA, Katia Abreu, e do presidente 
da Federação das Indústrias do Estado de São 
Paulo — Fiesp, Paulo Skaf.
a Governança Tributária foi um assunto 
muito bem definido na visão dos especialis-
tas na área: Miguel Silva, antonio carlos Ro-
drigues do amaral e Basile christopoulos. No 
horizonte de um espaço aberto às diversas 
correntes de pensamento e de conhecimento, 
nossos entrevistados foram escolhidos com 
especial estima. Participa desta editoria Flá-
vio Gurgel Rocha, que preside o Instituto para 
Desenvolvimento do varejo — IDv e comanda 
a Riachuelo, um dos maiores conglomerados 
de moda do Brasil e uma das principais gran-
des redes que se antecipou à Lei nº 12.741/12, 
detalhando em sua nota fiscal os tributos em-
butidos na compra; e Geraldo Magela Fraga 
do Nascimento, coordenador de Sistemas e 
Tecnologia da Informação do IBPT, que expli-
ca, por meio de seus depoimentos, os projetos 
de sistemas de informação implementados 
pelo nosso instituto. 
Portanto, convido você, leitor (a), a mergu-
lhar em nossas páginas, para compreender e 
explorar esse enriquecedor universo da Go-
vernança tributária!
Boa leitura! ■
Esta é a terceira edição da revis-ta Governança Tributária, uma publicação que visa estimular a 
reflexão da sociedade e o debate diver-
sificado sobre a prática da governança 
tributária empresarial e temas correla-
tos, que integram o universo econômico, 
tributário e social do Brasil.
a publicação dessa edição chega em 
um momento de grandes conquistas, 
desafios e oportunidades para a so-
ciedade produtiva do País. Em 2005, o 
IBPT, que há 21 anos atua em defesa da 
conscientização tributária dos cidadãos, 
encabeçou, junto com a associação co-
mercial de São Paulo — acSP e impor-
tantes entidades do empreendedorismo 
e do setor econômico, o Movimento De 
olho no Imposto, o que tornou possível 
um abaixo assinado com mais de 1,5 
milhão de adesões, resultando na san-
ção da Lei nº 12.741/12, conhecida 
como Lei da Transparência. a lei, que 
está em vigor desde o dia 10 junho de 
2013, determina que as empresas in-
formem nas notas e cupons fiscais ao 
consumidor final o valor dos impostos 
incidentes nos preços dos produtos e 
serviços adquiridos. Este foi um im-
portante passo para a consolidação do 
respeito ao contribuinte brasileiro, bem 
como para a transparência das relações 
consumidor/empresa/governo. Nossa 
reportagem de capa delineou o históri-
co e os detalhes da implantação dessa 
nova lei, com destaque à metodologia 
de cálculo desenvolvida pelo IBPT em 
ação conjunta com a acSP e associa-
ção Brasileira de automação comercial 
– aFRac, por meiode estudos e pesqui-
sas, para que todas as empresas do País 
tivessem condições de aplicar a nova 
determinação legal. 
Por oportuno, devido à grande abran-
gência das ações empreendidas pelo 
IBPT nas últimas duas décadas, nos 
campos social, econômico e políti-
co, consideramos ser mais apropriado 
adotar o nome de Instituto Brasileiro de 
Planejamento e Tributação, o que melhor 
definirá a amplitude de suas atividades 
e a percepção, inclusive para a criação 
de ferramentas e soluções, voltadas aos 
empresários e à sociedade, visando à 
Gilberto luiz do amaral
Presidente do Conselho superior e 
coordenador de Estudos do iBPT
GovErnAnçA E TrAnspArênciA 
TribuTáriA são pilArEs pArA o Equilíbrio 
sociAl E Econômico
4
As ATividAdes do iBPT cResceRAm muiTo e Tivemos 
que AdequAR o nosso nome A essA ReAlidAde. 
Assim, PAssAmos de insTiTuTo BRAsileiRo de 
PlAnejAmenTo TRiBuTáRio PARA insTiTuTo 
BRAsileiRo de PlAnejAmenTo e TRiBuTAção.
Soluções tributárias para setores e empresas:
 · Estudos e Pesquisas
 · Tecnologia Tributária e Empresarial
 · Sistemas de Gestão
 · Educação Corporativa
 · Ferramentas Institucionais e de Transparência
A mudAnçA no nome 
é pequenA, mAs os 
resultAdos são muito 
significAtivos.
www.ibpt.com.br
76
Em tempos de análise de uma possível Reforma Tributária, o que muito se tem discutido é sobre o fim da guerra fiscal, a qual se caracteriza pela concessão, aos contribuintes, de incentivos e benefícios fiscais pelos entes federados relativamente aos tributos de sua competência, em especial o IcMS. 
Em fevereiro de 2013 foi apresentado o Projeto de Resolução do Senado Federal de n° 1/2013 (“PRS 
01/2013”), o qual previa, em seu texto original, a redução progressiva para atingir unificação a 4% da alí-
quota do IcMS nas operações interestaduais para todos os Estados brasileiros até 2021, exceto nas ope-
rações originadas na Zona Franca de Manaus, as quais permaneceriam tributadas a 12%. ao justificar sua 
iniciativa, o Poder Executivo se pronunciou – na Exposição de Motivos do Ministro da Fazenda à Presidente 
da República – que tal projeto visa desestimular a concessão de benefícios fiscais irregulares. 
to urbano e econômico. Muito se discute no sentido 
de que, com as alterações do projeto substitutivo, 
tais estados seriam os mais prejudicados, com 
perdas significantes em suas arrecadações. os 
Estados onde a alíquota se limitaria a 7%, contudo, 
se beneficiariam, pois arrecadariam mais aos seus 
cofres públicos.
analisando a questão, no entanto, verifica-se que 
a alíquota diferenciada para tais regiões poderá até 
mesmo prejudicá-las, pois, sendo um percentual 
superior ao aplicado nos demais Estados do país, 
virá a afastar a instalação de novos e a permanên-
cia de velhos empreendimentos em seus territó-
rios. Isso porque, atualmente, a diferenciação de 
alíquota é de 12% (geral) para 7% (Norte, Nordes-
te, centro-oeste e ES), o que justifica uma atração 
para os Estados menos desenvolvidos por conta da 
menor alíquota. com a aprovação do texto final do 
Substitutivo ao Projeto, a diferença será entre 4% 
(geral) e 7% (Norte, Nordeste, centro-oeste e ES), 
tornando o investimento nos Estados no Norte, 
Nordeste, centro-oeste e ES menos atrativo, já que, 
além da escassez de desenvolvimento e estrutura 
logística, a alíquota interestadual do IcMS nesses 
Estados será maior do que nos demais Estados da 
federação. 
Seguindo-se essa linha, outro aspecto que deve 
ser pensado é o fato de que o direito tributário é 
embasado em determinados princípios e pre-
missas a serem adotados e seguidos quando da 
criação e aplicação de normas tributárias. Dentre 
esses princípios está o princípio da isonomia tri-
butária e o princípio da uniformidade geográfica, 
ambos previstos na constituição da República Fe-
derativa do Brasil de 1988 (“cF/88”) e que tratam 
da vedação ao tratamento desigual para operações 
semelhantes. Isto significa dizer que é proibido que 
contribuintes em situações semelhantes sejam tri-
butados de formas diferentes, bem como é expres-
samente vedado que seja instituído tributo que seja 
aplicado de forma não uniforme em decorrência da 
localização geográfica. 
o que se deve ter em mente é que um objetivo 
importante do PRS 01/2013, ao vislumbrar a uni-
ficação de alíquotas do IcMS, seria adotar uma 
A questão da unificação do 
icms: hora de refletir e debater
arTiGo TéCniCo arTiGo TéCniCo
além disso, tem o condão de, na medida em que as alíquotas interestaduais 
forem gradualmente reduzidas, deslocar a tributação da origem para o destino, 
providência esta que desestimularia a concessão dos benefícios fiscais ense-
jadores da guerra fiscal, além de dar liberdade à instalação das empresas onde 
melhor lhes convier, independente de questões tributárias. 
No entanto, devido a inúmeros debates e argumentações apresentadas pe-
los representantes dos Estados das regiões Norte e Nordeste, foi aprovado pela 
comissão de assuntos Econômicos — caE, em abril de 2013, o texto final do 
Projeto, o qual prevê alíquotas diferenciadas a essas regiões, ficando as se-
guintes disposições:
1. nas operações e prestações realizadas nas regiões sul e sudeste, destinadas às 
regiões norte, nordeste e centro-oeste e ao Espírito santo, a alíquota será reduzi-
da gradualmente até 2016, quando deverá ser de 4% (quatro por cento).
2. nas operações realizadas nas regiões norte, nordeste e centro-oeste e no Espírito 
santo, destinadas às regiões sul e sudeste a alíquota será diferenciada, sendo de 
7% (sete por cento) em 2018. 
3. nas operações interestaduais com gás natural nacional ou importado do exterior, 
a alíquota será: de 7% (sete por cento), nas operações originadas nas regiões sul 
e sudeste, exceto no Estado do Espírito santo, e destinadas às regiões norte, nor-
deste e centro-oeste, inclusive ao Estado do Espírito santo; e de 12% (doze por 
cento), nas demais situações.
4. nas operações e prestações interestaduais originadas na Zona franca de manaus 
e nas Áreas de livre comércio, em conformidade com processo produtivo Básico 
estabelecido pela união e atendidas as condições previstas nos arts. 26 e 27 da 
lei n. 11.898, de 8 de janeiro de 2009, a alíquota de 12% (doze por cento) deverá 
ser alcançada até 2021.
atualmente, os Estados das regiões Sul e Sudeste são os que mais arreca-
dam em termos de IcMS, sendo também os Estados com mais desenvolvimen-
Atualmente, os Estados das regiões Sul e Sudeste 
são os que mais arrecadam em termos de ICMS
Com a aprovação do texto final 
do Substitutivo ao Projeto, a 
diferença será entre 4% no geral 
e 7% para os estados da região 
Norte, Nordeste, Centro-Oeste 
e Espírito Santo.
7%
ICMS
4%
ICMS
6
8 9
peso dos gastos públicos, caos tributário e 
memória inflacionária constituem principais 
obstáculos ao crescimento do país
dEmocrAciA pArA 
os númEros dA 
EconomiA
análise Econômica do Brasil
navam com a cabeça na era da inflação 
alta, quando recebiam a primeira parcela 
do 13º salário no começo do ano com um 
valor e a segunda parcela, paga em de-
zembro, com quase sempre o dobro do 
valor da primeira, pois vinha com a corre-
ção monetária do período. Essa forma de 
cálculo foi mantida por muita gente mes-
mo com a inflação baixa. Quando recebeu 
a segunda parcela do 13º e constatou 
que era quase o mesmo valor da primeira, 
esse trabalhador percebeu que tinha se 
endividado mais do que sua capacidade 
de pagar e não conseguiu quitar as pres-
tações dos eletrodomésticos.
Hoje, 17 anos depois desse episódio, 
a inflação parece continuar incrustada no 
DNa do brasileiro, ainda que o custo de 
vida permaneça em níveis razoavelmente 
controlados. Muitos consumidores con-
servam o hábito de abarrotar carrinhos 
nos supermercados, tal qual ocorria an-
tes doPlano Real, quando os preços cres-
ciam às vezes em menos de 24 horas, e 
cada dia a mais para fazer as compras do 
mês depois de receber o salário significa-
va suprimento a menos que se conseguia 
adquirir com a mesma quantidade de di-
nheiro. além disso, tem-se a impressão 
de que os cidadãos deste país demons-
tram certo pendor a aceitar acréscimo 
nos preços com a mesma complacência 
com que pagavam ágio para comprar 
carro, nos estertores do Plano cruzado, 
entre 1986 e 1987, como se o automó-
vel fosse um indispensável gênero de 
primeira necessidade.
além dos clássicos instrumentos para 
domar os índices inflacionários, como a 
taxa de câmbio e a dos juros básicos, o 
governo federal poderia pôr em prática 
uma incessante campanha de utilidade 
pública para orientar a população sobre 
como agir para não alimentar a carestia, 
substituindo produtos cujos preços so-
bem — geralmente por razões sazonais, 
como os hortifrutigranjeiros — por outros 
mais em conta. a mesma lição se apli-
caria no esclarecimento do uso dos im-
postos, a fim de mostrar que os serviços 
públicos não são gratuitos, e sim pagos 
pelos tributos embutidos em todos os 
artigos e serviços. Trata-se de uma for-
ma de imbuir os consumidores de que, 
além de meros compradores, tam-
bém têm peso na economia do País, ao 
zelarem para manter o equilíbrio entre a 
oferta e a demanda.
a partir de junho, o contribuinte saberá 
com mais facilidade quanto desembolsa 
para o governo em todas as suas esferas. 
o Projeto de Lei 1472/07, do Senado, que 
obriga os comerciantes a discriminar nas 
notas fiscais o valor dos tributos, foi apro-
vado em novembro do ano passado e de-
morou mais de seis meses para entrar em 
vigor em razão da complexidade da estru-
tura fiscal brasileira. o objetivo é detalhar 
para o consumidor a participação dos im-
postos na composição do preço das mer-
cadorias. o texto original foi apresentado 
no Senado pelo senador Renan calheiros 
(PMDB-aL), mas decorre de uma iniciati-
va popular com 1,56 milhão de assinatu-
ras coletadas pela campanha nacional De 
olho no Imposto, que reuniu profissionais 
Em 1996, quando o Plano Real vivia um de seus melhores momentos e o consumidor brasileiro finalmente 
começou a conviver com níveis inflacio-
nários civilizados, os fabricantes de ele-
trodomésticos aumentaram significativa-
mente a produção de suas fábricas para 
dar conta da demanda e quase foram à 
bancarrota. Não levaram em considera-
ção que dificilmente uma família adquire 
mais de uma geladeira e um fogão e não 
enxergaram o limite de compra dos con-
sumidores, por mais reprimida que fosse 
essa necessidade. várias cadeias de va-
rejo não tiveram a mesma sorte, como 
G. aronson, arapuã, Mesbla e Mappin —, 
mas todas também tiveram sérios proble-
mas administrativos antes da quebra.
além do limite de compra de cada 
família, houve uma grave crise de 
inadimplência. Nem consumidores, nem 
varejistas, nem indústrias estavam acos-
tumados a conceder crédito num am-
biente econômico minimamente estável. 
Uma das melhores explicações para a 
razão de tamanho calote nas prestações 
foi dada pelo economista Maílson da Nó-
brega, ex-ministro da Fazenda e dono da 
consultoria Tendências. Segundo Maíl-
son, muitos trabalhadores ainda racioci-
rEPorTaGEm
isabel Vieira
advogada do iBPT
letícia mary Fernandes do amaral
Vice-Presidente do iBPT
medida para simplificar o complexo siste-
ma tributário brasileiro, pois, diminuindo-
-se as diferenças tributárias regionais, o 
contribuinte teria uma maior segurança 
jurídica e poderia cumprir com suas obri-
gações tributárias de forma menos ar-
riscada e com menos possibilidades de 
erros. No entanto, outro ponto de reflexão 
é que essa segurança jurídica torna-se 
relativa quando falamos em obrigações 
acessórias, pois a regulamentação de tal 
Resolução, se aprovada, poderá aumen-
tar a burocracia tributária e, consequen-
temente, o trabalho dos contribuintes, 
não alcançando o objetivo da segurança 
e da estabilidade jurídica. como exemplo, 
podemos citar a Resolução 13/2012 do 
Senado Federal, a qual unificou a alíquo-
ta interestadual do IcMS para circulação 
com produtos importados. Em sua regu-
lamentação, apesar de diminuir a alíquota 
e objetivar acabar com a “guerra dos por-
tos”, foram criadas diversas obrigações 
acessórias de difícil cumprimento para os 
contribuintes, o que gerou uma enxurrada 
de ações judiciais que abarrotaram o Ju-
diciário e aguardam decisão.
ademais, a “quase” unificação da alí-
quota interestadual do IcMS dificilmente 
acabará de vez com a guerra fiscal, já que 
os Estados continuarão com a competên-
cia para legislar em relação às operações 
estaduais e alíquotas internas do IcMS, 
sendo possível que utilizem dessa com-
petência para construir mecanismos que 
mantenham seus territórios atrativos em 
termos tributários. ainda, se faz impor-
tante frisar que a manutenção da guerra 
fiscal pode até ser benéfica, tanto para o 
contribuinte, quanto para o Estado, visto 
que, com a concessão de incentivos fis-
cais, as empresas, por um lado, se be-
neficiam por pagar menos tributos, e o 
Estado, por outro lado, também se bene-
ficia por receber investimentos privados 
que geram desenvolvimento e geração 
de empregos em seu território. contudo, 
por óbvio que o fomento da guerra fiscal 
deve se respaldar na cF/88, em especial 
em seu artigo 155, §2°, XII, ‘g’, segundo o 
qual há a necessidade de deliberação dos 
Estados e do Distrito Federal para a regu-
lamentação de concessão de incentivos e 
benefícios fiscais. Referida regulamenta-
ção, constante da Lei complementar nº 
24/1975, determina que a concessão de 
incentivos e benefícios fiscais deve ser 
feita mediante convênio entre os Estados 
e sempre dependerá de decisão unâni-
me dos Estados representados. contudo, 
muito Estados vêm concedendo benefí-
cios fiscais inconstitucionais, já que sem 
a referida aprovação unânime.
Em complemento, deve ser atentado 
ao fato de que a unificação da alíquota 
em operações interestaduais do IcMS 
pode gerar o efeito reverso, isto é, não 
acabar com a guerra fiscal e aumentar 
as desigualdades regionais. além do quê, 
nesse caso, como as operações internas 
do IcMS serão tributadas com alíquotas 
muito superiores às alíquotas interesta-
duais (ex.: alíquota interna de 18% contra 
alíquota interestadual de 4%), certamente 
haverá uma preferência, por parte do con-
tribuinte, de efetuar operações interesta-
arTiGo TéCniCo
duais em detrimento de operações inter-
nas, o que pode ser prejudicial e oneroso 
aos cofres dos Estados e, muitas vezes, 
às próprias empresas, que deverão ter um 
suporte logístico e estrutural mais com-
plexo.
Para concluir, um ponto positivo que a 
unificação de alíquota de um imposto tão 
relevante quanto o IcMS traz é a possibili-
dade de alterar a sistemática de arrecada-
ção do IcMS da origem para o destino – o 
que, a nosso ver, seria a única forma de se 
acabar com a Guerra Fiscal – bem como 
o fato de ser um pontapé inicial para uma 
Reforma Tributária mais ampla, que cul-
mine na criação de um imposto único 
sobre o consumo, a exemplo de um Iva 
(Imposto sobre o valor agregado), o que 
facilitaria a arrecadação, a fiscalização e 
a destinação dos montantes arrecadados. 
No entanto, em nenhum momento, pode 
ser aceito que haja prejuízo ao contribuin-
te, seja pelo aumento de carga tributária, 
seja pelo aumento da arrecadação ou pela 
criação de mais obrigações acessórias. 
Por isso a importância de se haver um 
grande debate com a sociedade e análise 
de todos os impactos tributários antes da 
aprovação de quaisquer projetos legisla-
tivos, sejam os que já estão tramitando, 
sejam outros que ainda venham a ser pro-
postos. E é justamente isso que o presen-
te artigo tem o condão de fazer: dar inícioà reflexão sobre alguns pontos importan-
tes do tema com o objetivo de fomentar o 
debate por parte da população. a começar 
por você, leitor, qual a sua opinião? ■
Atualmente, a diferenciação de alíquota 
é de 12% (geral) para 7% (Norte, 
Nordeste, Centro-Oeste e ES), o que 
justifica a atração pelos Estados menos 
desenvolvidos, que recebem mais 
investimentos, devido a menor alíquota.
Com a aprovação do texto final do 
Substitutivo ao Projeto, a diferença será 
entre 4% (geral) e 7% (Norte, Nordeste, 
Centro-Oeste e ES), tornando o investimento 
nos Estados no Norte, Nordeste, Centro-
Oeste e ES menos atrativo.
1110
Expectativas 
de Curto Prazo 2012 2013 2014
Atividade Econômica
PIB % 0.9 3.0 3.5
Inflação
IPCA % 5.8 5.6 6.0
Política Monetária
Taxa SELIC % 7.25 8.25 8.25
Fiscal
Superávit primário 2.4 1.9 0.9
Balança de pagamentos
Câmbio (dez) 2.08 2.00 2.00
Conta Corrente -2.4 -2.9 -3.0
Commodities * (dez, var, anual) 7.8% -0.9% 4.5%
* Índice Itaú de Commodities, em dólares
de todos os setores e foi conduzida pela 
associação comercial de São Paulo – 
acSP e pelo Instituto Brasileiro de Plane-
jamento e Tributação – IBPT.
o economista Paulo Rabello de castro, 
da Rc consultores e um dos coordenado-
res do Movimento Brasil Eficiente, iniciou 
uma campanha nacional pela simplifica-
ção fiscal no Brasil. Rabello considera a 
burocracia tributária a raiz da maior parte 
dos problemas do País. E faz uma compa-
ração de sua expectativa de crescimento 
do Produto interno bruto – Pib para este 
ano, “de apenas 2,7%”, com as pragas na 
lavoura. “Na fruticultura, essa doença se 
chama declínio. E o Brasil está como uma 
laranjeira sofrendo de declínio. a gran-
de razão é que a carga tributária devora 
o PIB. E faz isso por meio do declínio da 
produtividade total”, afirma. “Em vez de 
acrescentar 2% de PIB por ano, a produ-
tividade estagnada o mantém na faixa do 
crescimento da mão de obra e do capital, 
de 1,5% a 2,5% ao ano”, continua. “Logís-
tica horrorosa, falta de treino de mão de 
obra, energia falha, falta de inovação, tudo 
isso vem como decorrência do manicô-
mio tributário, a razão final de tudo que 
acontece para amarrar o País.”
No lugar da reforma tributária há déca-
das reivindicada por um sem-número de 
representantes empresariais, o governo 
federal vem concedendo desonerações a 
setores específicos, o que tem atenuado 
parcial e temporariamente o problema, 
a ponto de a Federação das indústrias 
do Estado de São Paulo – Fiesp ter pro-
posto ao Ministério da Fazenda e à 
Secretaria da Fazenda do Estado de São 
Paulo um plano que, no entendimento 
da entidade, beneficiará uma quantidade 
muito maior de empresas que as medidas 
pontuais que vêm sendo tomadas: au-
mentar em 60 dias o prazo para recolhi-
mento de impostos.
Estudo da Fiesp com base nos impos-
tos federais pagos pelo setor industrial 
em 2011 mostra que isso traria um alívio 
de R$ 63,9 bilhões em forma de capital 
de giro que as indústrias não precisa-
riam buscar no mercado para honrar seus 
compromissos de curto prazo (como os 
próprios tributos). caso os governos esta-
duais também topem fazer o mesmo com 
a arrecadação do Imposto sobre circula-
ção de Mercadorias e Serviços – IcMS, o 
alívio subiria para R$ 139,5 bilhões.
Na conta feita pela Fiesp, além de re-
duzir o custo financeiro para a obtenção 
de capital de giro, o prolongamento dos 
prazos para quitar impostos poderia via-
bilizar expansões de fábricas, moderniza-
ções, pesquisas e desenvolvimento e au-
mentar a disponibilidade de recursos para 
a compra de insumos adicionais para o 
aumento de produção, nos segmentos 
em que houver crescimento rápido de de-
manda. “É uma medida que não diminui 
o valor arrecadado e pode ser posta em 
prática instantaneamente pelos governos 
estaduais e pelo federal”, diz o presidente 
da Fiesp, Paulo Skaf. Para que os cofres 
públicos também não sofram problemas 
de descasamento de caixa, o estudo da 
Fiesp propõe que o alongamento do prazo 
para saldar os impostos seja feito grada-
tivamente, cinco dias a mais por mês, ao 
longo de um ano, totalizando 60 dias ao 
final desse intervalo. a Secretaria da Fa-
zenda paulista considera a proposta ine-
xequível. o Ministério da Fazenda ainda 
não respondeu à Fiesp.
antonio corrêa de Lacerda, professor-
-doutor do Departamento de Economia da 
Pontifícia Universidade católica de São Paulo 
– PUc-SP, percebe o um esforço do governo 
federal para reduzir o “custo Brasil”, especial-
mente pelas ações em curso na diminuição 
das tarifas de energia e na desoneração tri-
butária sobre produtos. “Mas há ainda enor-
me espaço para ações de desonerações nos 
investimentos produtivos, além da já em cur-
so dos encargos trabalhistas sobre salários 
em vários setores”, diz. “Todos os fatores 
macro e microeconômicos em tela, junta-
mente com um maior ativismo nas políticas 
industrial, comercial, ciência e tecnologia 
caminham no sentido de ampliar a competi-
tividade da produção brasileira, seja na con-
corrência com os importados, seja ainda para 
ganhar espaço nas exportações.”
Para Lacerda, também é muito importante 
ter uma visão estratégica de mais longo pra-
zo e que contemple um conjunto de políticas 
e ações que propiciem melhores condições 
de competitividade para a economia brasilei-
ra. Segundo o economista da PUc, é isso que 
vai garantir que o substancial potencial de 
consumo do Brasil gere decisões de inves-
timentos, de incremento do valor agregado 
local, de fomento às inovações e ampliação 
de plataformas de exportação de produtos 
industrializados. “Daí a importância da noção 
de timing dos processos. Muitas das medi-
das em curso somente apresentarão resulta-
dos de médio prazo. É muito importante que 
a frustração com a ausência de resultados 
imediatos não leve a uma reversão da rota 
em curso. Em muitos casos, será preciso 
persistência, especialmente em face de um 
cenário internacional tão complexo como o 
que estamos vivenciando.” ■
Desonerações triplicam em 2013
Anúncios já feitos (estimativa de renúncia fiscal em 2013):
Redução de IOF para crédito PF R$ 3 bilhões
Desoneração de folha de pagamento R$ 13 bilhões
Zeragem da Cide R$ 5 bilhões
Desoneração de mat. de construção e bens de capital R$ 5 bilhões
Redução de encargos sobre eletricidade R$ 4 bilhões
Desonerações para construção civil (folha, outros) R$ 4 bilhões
Redução de IPI para automóveis, duráveis R$ 4 bilhões
Desonerações setoriais (incluindo cesta básica) R$ 10 bilhões
Isenção de Imposto de Renda sobre PLR R$ 2 bilhões
Novas alíquotas (e reforma) de PIS/Cofins R$ 10 bilhões
Total estimado (2012): R$ 15 bilhões (0,3% do PIB)
Total já anunciado (2013): R$ 60 bilhões (1,2% do PIB)
i
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0% S
ui
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36%
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lia
Desafios: carga tributária é alta
Carga tributária — % do PIB
rEPorTaGEm
Inflação sob pressão
Desonerações contribuem para aliviar a inflação no curto prazo.
IPCA - variação %
jan 12 abr 12 jul 12 out 12 jan 13 abr 13 jul 13 out 13
6,2 %
4,9 %
6,2 %
6,6 %
6,3 %
6,0 %
5,6 %
Mensal 12 meses (direita) Fonte: IBGE e Itaú Seguros
0,90%
0,75%
0,60%
0,45%
0,30%
0,15%
0,00%
7,0%
6,5%
6,0%
5,5%
5,0%
4,5%
Fonte: Itaú Unibanco e BCB
Muitas empresas 
acabam na ilegalidade 
por não compreender 
como funciona o 
complexo sistema 
tributário brasileiro
A reforma tributária é um dos temas mais discutidos 
no congresso nacional desde o início do processo de 
redemocratização do país, com a eleição de tancredo 
neves à presidência da república, em 1985. tancredo 
acabou falecendo antesde assumir o cargo, que acabou 
ocupado por José sarney. o parlamentar maranhense 
também presidiu o senado em três ocasiões, a última 
delas encerrada em fevereiro deste ano.
uma proposta que ganhou força política e a sim-
patia da população, quando fernando collor de mello 
substituiu sarney, em 1990, foi a criação do imposto 
único. todos os tributos seriam trocados por somente 
um, incidente sobre as movimentações financeiras. O 
objetivo era simplificar a barafunda fiscal existente na 
época — e mantida ainda hoje.
Sua concepção foi aproveitada. A simplificação, 
não. Em 1994, com o país sob a administração de ita-
mar franco, foi instituído o imposto provisório sobre 
movimentação financeira (ipmf). sua alíquota era de 
0,25% e durou até dezembro de 1994. Em vez de impos-
to único, originou-se mais um.
Em 1997, o ipmf voltou como contribuição provi-
sória sobre movimentação financeira (cpmf), com alí-
quota de 0,2%, e foi prorrogada sistematicamente até 
ser extinta em 2007. nesse período, teve várias alíquo-
tas, a última de 0,38%.
nesse mesmo ano, passou a vigorar o simples 
nacional, um regime de tributação para empresas de 
pequeno porte. uma espécie de imposto único cujo re-
colhimento é partilhado entre a união, os estados e os 
municípios. Em 2012, arrecadou r$ 46,5 bilhões, assim 
repartidos: r$ 35,2 bilhões para a união, r$ 7,5 bilhões 
para os estados e r$ 3,7 bilhões para os municípios.
As alíquotas do simples nacional sobem à medida 
que a receita das empresas cresce. não seria o caso de 
estudar uma forma de ampliar esse regime para o maior 
número possível de companhias, em vez de buscar fór-
mulas mirabolantes que continuarão fazendo com que o 
sistema tributário brasileiro seja difícil de entender e em-
purre muitas empresas para a ilegalidade simplesmente 
por não compreendê-lo?
Quanto mais elementar for a forma de tributação, 
menores serão os estímulos à sonegação. Sua fiscali-
zação ficará mais fácil também para a população em 
geral e as empresas não precisarão contratar um bata-
lhão de pessoas somente para conseguir calcular quan-
to devem recolher de impostos.
1312
taxa de extração tributária era de 20% do 
PIB. Hoje, a carga tributária em relação 
ao PIB praticamente dobrou. Talvez seja 
necessária uma alíquota maior para pôr 
em prática o imposto único hoje. Na pior 
das hipóteses, poderia contribuir para a 
redução pela metade das alíquotas de 
todos os demais impostos e criar um 
efeito extremamente saudável em ter-
mos de formalização da economia.
IBPT — A experiência com a Contribuição 
Provisória sobre Movimentação Financeira — 
CPMF não deixou pronta a estrutura de arreca-
dação para o imposto único?
Rocha — a cPMF foi implementada 
contrariamente ao espírito original do 
imposto único, com várias isenções que 
tiraram seu caráter da universalidade. 
Mesmo assim, era o tributo com a re-
lação trauma-benefício mais benéfica, 
porque era praticamente imperceptível, 
uma cobrança automática, com zero 
de burocracia e grande eficiência em 
termos de arrecadação. Mas a cPMF 
mexeu com muitos interesses. Por 
exemplo: na época existia um universo 
enorme de contas fantasmas que foram 
alcançadas pela taxa. Lembro que, na 
primeira leva de arrecadação, dos mil 
maiores contribuintes de cPMF, 700 se 
diziam isentos do Imposto de Renda. 
Essas pessoas transacionavam até 400 
milhões de reais por ano, declaravam 
ganhar menos de 2 mil reais por mês 
e, portanto, não pagavam IR. como a 
cPMF era uma porta para o imposto úni-
co, com que grande parte da sociedade 
sonhava, incomodou também a máqui-
na arrecadatória, pois a fiscalização se 
daria com 200 computadores apenas. 
o esforço fiscalizatório poderia ser todo 
voltado para o que deve ser de fato fis-
calizado: o gasto público.
IBPT — Há muito tempo indústria e varejo rei-
vindicam uma reforma tributária no País. As 
medidas de desoneração, de forma geral, e 
de redução de tributos, mais localizadas em 
determinados setores, como o de automóveis, 
não configuram uma reforma tributária na prá-
tica, ainda que temporária?
Rocha — Sou pela democratização da 
competitividade. Não cabe ao governo 
eleger setores ou campeões nacionais, 
e sim arar o terreno, regar e esperar que 
brotem as sementes mais competen-
tes. Mas, toda vez que o cinto aperta, 
os mesmos setores vão a Brasília. Não 
são os que mais geram empregos, mas 
conseguem as isenções. Já virou rotina. 
Qualquer piora do PIB, vai lá a associa-
ção Nacional dos Fabricantes de veícu-
los automotores — anfaveae consegue 
isenção do Imposto sobre Produtos In-
dustrializados — IPI para automóveis. 
cabe ao governo recuperar a competi-
tividade para todos, não para um setor.
IBPT — Por que o senhor acha que o governo 
privilegia sempre os mesmos setores, não sen-
do tão estratégicos?
Rocha — acho que é uma coisa inercial, 
foram setores muito poderosos no pas-
sado. Para ter uma ideia, em 1980, uma 
montadora gerava mais empregos do 
que os 30 maiores varejistas. Hoje, um 
grande varejista gera mais empregos do 
que todas as montadoras. a realidade 
mudou, mas o organograma do governo 
não. a condução da economia mudou da 
indústria para o varejo. o varejo hoje é a 
locomotiva da economia moderna. Mas 
demora algumas décadas para mudar a 
interlocução, culpa até do próprio varejo 
de não ter se estruturado para isso.
IBPT — Por que o varejo não se estruturou para 
mostrar seu peso na economia?
Rocha — Porque é um setor extrema-
mente heterogêneo, que vai da maior 
empresa do mundo ao camelô da es-
quina. E essa heterogeneidade é dividi-
da ao meio por um profundo fosso, que 
separa os dois Brasis, o formal e ético 
do da clandestinidade econômica. E as 
entidades que falavam pelo varejo tenta-
vam colocar tudo isso debaixo do mes-
mo guarda-chuva de representatividade, 
criando uma dicotomia paralisante que 
interessava a uns, mas não a outros. vi-
nha o aumento de carga tributária com 
uns na formalidade chorando e outros 
na clandestina comemorando, porque 
ganharam competitividade. Hoje temos 
uma entidade, o Instituto para Desen-
volvimento do varejo — IDv, que repre-
senta as lojas que vendem com nota e 
registram seus funcionários. E, justiça 
seja feita, estamos conseguindo um pa-
tamar de interlocução com o governo 
federal que nunca existiu. o varejo está 
gerando 30% dos empregos no Brasil. 
Do 1,3 milhão de postos de trabalho 
criados no País no ano passado, 400 
mil nasceram no varejo, que investirá 
20 bilhões de reais neste ano, só deve 
perder para o setor de gás e petróleo. 
apenas os associados do IDv investirão 
6 bilhões de reais.
IBPT — O senhor afirmou recentemente que, 
nos próximos quatro anos, a Riachuelo cres-
cerá mais do que a expansão obtida em seus 
65 anos de existência. O que o faz crer nisso?
Rocha — o grande crescimento no se-
tor têxtil se deve à formalização. o Brasil 
é um mercado de quase 10 bilhões de 
roupas por ano. Somos a maior em-
presa de moda do País, vendemos 140 
milhões de peças no ano passado, 1,4% 
de participação de mercado. Em nossa 
visão, nos próximos dez anos não exis-
tirão mais empresas com 1% ou 2% de 
participação de mercado, e sim de 10%, 
pela formalização. o cerco para a clan-
destinidade está se fechando, em razão 
de mecanismos como a nota fiscal ele-
trônica, o cartão de crédito, a própria 
substituição tributária, a maior partici-
pação dos shopping centers, muito mais 
formais do que o comércio de rua. Tudo 
isso abre espaço para as empresas for-
mais e éticas. além disso, as empresas 
de moda vêm deixando de ser elitistas. 
Em vez de atender a apenas 1% da pi-
râmide social, estão chegando à vida 
de todas as pessoas. A população está 
descobrindo o espelho, a autoestima 
está aflorando. as pessoas estão dei-
xando de ser consumidores de roupas 
para ser consumidoresde moda. a rou-
pa se tornou uma forma de expressão. 
Isso faz que o gasto com moda aumen-
te. Há estudos que demonstram que o 
grande propulsor da economia não é a 
classe média, e sim a mulher da classe 
média, movida pela grande inserção no 
mercado de trabalho, maior escolarida-
de. Houve um aumento fantástico de 
renda de 30% para o homem e de 70% 
para a mulher. Enquanto o gasto com 
alimentação e vestuário subiu 30%, 
moda e beleza cresceram 218%. ■
EnTrEVisTa
deputado federal por dois mandatos pelo Rio Grande do Norte (1987-1995), Flávio Gurgel Rocha notabilizou-se na ativida-
de parlamentar ao apresentar um projeto que 
propunha a adoção do imposto único no Brasil. 
Rocha deixou a política, mas não o esforço para 
convencer a sociedade de que deve fiscalizar o 
dinheiro arrecadado pelo mundaréu de impos-
tos embutidos em todos os produtos e serviços. 
Faz isso como presidente do Instituto para De-
senvolvimento do varejo — IDv e no comando 
da Riachuelo, um dos maiores conglomerados 
de moda do Brasil, com 172 lojas distribuídas, 
dois parques industriais e 40 mil funcionários. 
Nesta entrevista, ele detalha o que pensa sobre 
o sistema tributário brasileiro e o que prevê para 
os próximos anos no mercado em que sua em-
presa atua.
IBPT — O que levou a Riachuelo a ser a primeira rede 
de varejo a descrever os tributos em suas notas fis-
cais?
Rocha — compramos um sistema, com base 
na tabela desenvolvida pelo instituto brasileiro 
de Planejamento e Tributação — IBPT. a prin-
cípio, imaginávamos que seria muito compli-
cada a sua adoção, mas percebemos que 
superestimamos o prazo que levaríamos para 
instalá-lo e acabamos fazendo isso em tem-
po recorde, tal sua simplicidade e facilidade 
para implementar.
IBPT — Quando deputado, o senhor foi um dos gran-
des defensores da instituição do imposto único no 
Brasil. Ainda é possível adotá-lo?
Rocha — a grande revolução que o imposto 
único propunha era a sua abrangência. os tri-
butos tradicionais incidem sobre uma base de 
algumas dezenas de bilhões de reais. Por isso, 
para ter uma arrecadação significativa, os go-
vernos nos infligem alíquotas que variam de 
18% a 35%, como Imposto de Renda, IcMS. o 
imposto único incidiria sobre o volume total de 
transações eletrônicas, que, quando eu estu-
dava isso, há mais de 20 anos, era de 60 vezes 
o Produto Interno Bruto (PIB). Uma alíquota de 
0,8% sobre o débito e a mesma incidência so-
bre o crédito era o suficiente. No período em 
que apresentei o projeto de emenda constitu-
cional para a criação do imposto único, logo 
depois da assembleia constituinte (1988), a 
flávio rocha, presidente 
da riachuelo, explica como 
uma das maiores varejistas 
do país tornou-se a primeira 
empresa a discriminar os 
impostos nas notas fiscais.
os TribuTos 
EnTrArAm 
nA modA
Flávio Rocha
EnTrEVisTa
14 15
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1716
o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT sai à frente em mais um importante movimento social de 
conscientização tributária aos cidadãos bra-
sileiros. Em ação conjunta com a associação 
comercial de São Paulo — aScP e a associação 
Brasileira de automação comercial — afrac o 
Instituto reuniu subsídios para a regulamenta-
ção da Lei nº 12.741/12, a qual determina que 
as notas e os cupons fiscais devam informar ao 
consumidor o valor dos impostos pagos sobre 
mercadorias e serviços adquiridos.
o imposto pago pelo contribuinte 
sobre produtos e serviços a partir 
de junho de 2013
Tributária
a serviço da 
sociedade
Por meio de estudos e pesquisas, o IBPT ela-
borou uma série de cálculos dos impostos que 
incidem sobre mercadorias e serviços. Segundo 
o presidente do conselho Superior e coordena-
dor de Estudos do IBPT, Gilberto Luiz do amaral, 
a metodologia está calcada na média pondera-
da e média aritmética das alíquotas incidentes 
sobre quase 17 mil produtos e serviços classifi-
cados na Nomenclatura comum do Mercosul — 
NcM e na Nomenclatura Brasileira de Serviços, 
Intangíveis e outras operações que Produzam 
variações no Patrimônio — NBS. “o sistema de 
cálculo permitirá que todas as empresas co-
nheçam a carga tributária incidente sobre os 
mercadorias e serviços que vendem”. 
De acordo com a nova Lei, o valor total e a 
porcentagem cobrada em tributos serão expos-
tos na nota ou no cupom fiscal. as informações 
mais detalhadas poderão ser consultadas no 
link “olho no Imposto”, localizado no site do Im-
postômetro (www.impostometro.com.br), bem 
como o contribuinte poderá consultar o impos-
to de cada produto de forma fácil, digitando o 
nome, o código do produto ou o código de bar-
ras, e saberá quanto estará pagando de IcMS, PIS, cofins etc. 
“a campanha pela transparência tributária não é solitária. É uma 
luta antiga que envolveu centenas de associações que agora 
contribuem para que os brasileiros passem da condição de sú-
ditos para a de cidadãos de fato”, afirmou o presidente da acSP 
e da Federação das associações comerciais do Estado de São 
Paulo, Rogério amato.
o projeto faz parte do movimento “De olho no Imposto”. Em 
2006, a associação comercial de São Paulo — acSP reuniu, com 
o apoio do IBPT e diversas entidades, mais de 1,5 milhão de assi-
naturas, que já haviam se mobilizado pela derrubada da Medida 
Provisória 232, que aumentaria os tributos para as empresas de 
serviços. “Foram necessários mais de sete anos de espera para 
a aprovação da Lei 12.741, sancionada pela presidente Dilma 
Rousseff sob a resistência de alguns setores e da Receita Fede-
ral”, lembrou Rogério amato.
o economista e superintendente do Superintendente do Ins-
tituto de Economia Gastão vidigal — IEGv, instituição ligada à 
associação comercial de São Paulo, Marcel Solimeo lembra 
que durante o processo de discussão da Lei houve muita reação 
contra, sob a alegação de que era impossível calcular o impos-
to por causa da complexidade do sistema tributário brasileiro. 
“Quanto à complexidade não há dúvida, mas a solução não seria 
deixar de informar, mas sim, simplificar o sistema tributário”, 
destacou o economista. 
Segundo o superintendente do IEGv, o passo importante, que 
foi a sanção da Lei “De olho no Imposto”, e que agora é preciso 
fazer um trabalho de conscientização da sociedade para fiscali-
zar como serão aplicados os recursos arrecadados em impostos, 
em serviços e benefícios para a sociedade. “É direito do cidadão, 
que paga seus impostos, e não paga pouco, que tenha serviços 
públicos de qualidade”, disse.
o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços contá-
beis e das Empresas de assessoramento, Perícias, Informações e 
Pesquisas no Estado de São Paulo – Sescon-SP e da associação 
das Empresas de Serviços contábeis e das Empresas de asses-
soramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São 
Paulo – aescon, Sérgio approbato Machado Junior, compartilha 
da mesma opinião. “Não é porque o consumidor está isento do 
Imposto de Renda que não paga tributos. Por mais simples que 
seja uma compra, aquele produto ou serviço é tributado”, disse.
o presidentedo Sescon-SP e da aescon-SP lembrou ainda 
que, enquanto a maioria dos produtos é vendida a prazo, o reco-
lhimento do imposto é antecipado, fazendo com que o empreen-
dedorismo financie o Estado. “com esta transparência, teremos 
mais condições de exigir dos governos, nos âmbito federal, es-
taduais e municipais, gestão mais eficiente dos gastos públicos, 
afinal a sociedade vai cobrar isso, e, consequentemente, a melho-
ria dos serviços à população, como Saúde, Moradia, Educação e 
Segurança”, complementou approbato.
Quanto pagamos de imposto?
Segundo pesquisa Ibope, 90% dos brasileiros querem saber o 
quanto pagam de impostos. a pesquisa foi encomendada pela 
associação comercial de São Paulo – acSP. Segundo a pesqui-
sa, 65% dos entrevistados concordam com a afirmação de que 
“as pessoas poderão cobrar os governos” para que utilizem os 
recursos arrecadados com a cobrança desses impostos sejam 
revertidas em benefícios para a sociedade, enquanto 24% con-
cordam em parte com a proposição.
ainda de acordo com a pesquisa, 53% acreditam que “a lei ser-
virá para que os impostos sejam diminuídos no futuro”, sendo 
que 27% aceitam apenas em parte da afirmação. 
rEPorTaGEm DE CaParEPorTaGEm DE CaPa
A partir do dia 10 de junho, as notas fiscais deverão 
informar o valor dos tributos cuja incidência influi no 
preço da venda, sendo que deverão ser computados: 
Imposto sobre Operações Financeiras — IOF, Imposto 
sobre Produtos Industrializados — IPI, PIS/Pasep, Co-
fins, Contribuições de Intervenção no Domínio Econô-
mico — Cide, Imposto sobre Circulação de Mercadorias 
e Serviços — ICMS e Imposto sobre Serviços - ISS.
“É importante que se diga que mesmo
as pessoas de baixa renda, que são
isentos do Imposto de Renda e de IPTU,
pagam impostos proporcionalmente
mais do que o contribuinte de renda
mais alta, pois o imposto de consumo
é muito alto no Brasil.” (Marcel Solimeo)
16 17
18 19
Varejo
a Telhanorte e Riachuelo, duas grandes empresas do varejo brasileiro, já infor-
mam ao consumidor o valor dos tributos separadamente do valor pago pelas merca-
dorias e serviços assim como ocorre em países como os Estados Unidos e no Mercado 
comum Europeu. Também foi informado que o grupo Pão de açúcar e lojas Renner 
estão prontos para emitir de acordo com a Lei. Todas as empresas utilizaram as 
informações oferecidas pelo IBPT. “com o tempo as pessoas deixarão de dilapidar 
o patrimônio público, passarão a valorizar o bem comum e a defendê-lo. Enten-
derão que os impostos são necessários e conseguirão associar os valores que 
pagam com a boa ou má aplicação dos recursos e ao perceber que o voto é uma 
procuração para gastar o dinheiro suado que ganham, farão melhores escolhas de 
prefeitos, deputados, senadores, governadores e presidentes”, afirma Gilberto Luiz 
do amaral, presidente do conselho superior do IBPT.
Rede de Supermercados
De todos os segmen-
tos comerciais, o varejo 
é o mais utilizado pelos 
consumidores brasi-
leiros. De acordo com 
o membro do conse-
lho Deliberativo da 
associação Brasilei-
ra de Supermerca-
dos — abras, omar 
abdul assaf, a medi-
da é importante 
para ampliar a conscientização dos consumi-
dores. “além de saber o quanto está pagando 
de imposto, o consumidor poderá conferir que o 
preço mais caro não é culpa do supermercado”.
assaf explicou que a implementação da nova 
Lei não vai gerar um alto impacto nos custos 
das lojas e que mesmo um pequeno varejista 
terá condições de se adequar à lei, podendo ter 
acesso a uma espécie de cartilha que terá que 
ficar à disposição de seus clientes caso queiram 
consultar o valor do imposto sobre os produtos, 
individualmente, com base nos estudos dispo-
nibilizados pelo ibPt.
Automação comercial 
Independentemente da forma como esteja 
discriminado, as empresas deverão informar o 
valor do imposto na nota. Essa é a premissa da 
Lei “De olho no Imposto” e a automação comer-
cial é o meio tecnológico ideal para a implemen-
tação da mudança. 
a associação Brasileira de automação co-
mercial – afrac, em parceria com o IBPT e a 
acSP, ficou responsável por desenvolver o me-
lhor método operacional para a concretização 
da Lei “De olho no Imposto”, levando-se em 
conta as possibilidades atuais para a colocação 
da informação ao consumidor no cupom fiscal.
Segundo o presidente da afrac, araquen Pa-
gotto, para programar as mudanças será ne-
cessário atualizar o software que faz a impres-
são do cupom fiscal ou da nota fiscal, uma vez 
que o IBPT já tem a tabela de cálculo pronta. 
“com a padronização do IBPT, e com a autono-
mia que a afrac tem de fazer essa mudança rá-
pida dos softwares vai ser uma operação muito 
tranquila”, explica Pagotto, garantindo que até o 
dia em que a lei entrar em vigor, todos os par-
ques de automação estarão atualizados.
De acordo com a associação, a mudança não 
gerará custos significativos para as empresas. 
“Para o micro e pequeno empresário, que tem 
uma máquina na loja, os custos são balancea-
dos, porque um software custa entre R$1.500, 
R$2.000, e um computador está na mesma fai-
xa de preço. Quando olhamos o software com o 
hardware os custos são equilibrados”, explica o 
presidente da afrac. 
“No caso das grandes redes, como o super-
mercado, o software fica muito mais barato e o 
custo é quase irrisório, porque ele gasta muito 
com equipamentos”, complementou Pagotto, 
ponderando que a substituição do software po-
derá ser feita pela internet, por meio de atualiza-
ção do sistema ou por driver. 
Pagotto explica que os sistemas de automa-
ção brasileiros estão preparados para atender 
todos os requisitos da nova Lei. “com o siste-
ma de automação fica bem mais fácil de emitir 
o imposto na nota fiscal ou no cupom fiscal. 
É um momento de usar a tecnologia, que está 
barata para o cliente saber o quanto ele paga 
de imposto”, destacou.
Setor Farmacêutico
o setor farmacêutico é um dos segmentos 
com o imposto mais elevado, com 34%. De 
acordo com a associação Brasileira do comér-
cio Farmacêutico – aBcFarma, a cada três me-
dicamentos, o terceiro é equivalente ao imposto 
pago pelo consumidor. 
o presidente da aBcFarma, Pedro Zidoi 
Sdoia, enfatizou a Lei “De olho no Imposto” 
será fundamental no trabalho que o setor far-
macêutico vem realizando para que haja uma 
redução ou uma eliminação dos impostos so-
bre os medicamentos. “Estamos verificando o 
interesse do consumidor, que por falta de recur-
sos para compara remédios, interrompe o tra-
tamento, comprometendo sua saúde”, explicou.
Audiência Pública
o Instituto Brasileiro de Planejamento e 
Tributação – IBPT, juntamente com impor-
tantes entidades dos setores de serviços e 
comércio, apresentaram, durante a audi-
ência Pública, realizada em Brasília, no dia 
11 de abril de 2013, uma solução para in-
formar aos contribuintes o volume da carga 
tributária embutida nas mercadorias e ser-
viços que consomem, conforme determina 
a Lei nº 12.741/12. 
 
a proposta foi muito bem aceita, tanto 
pelos parlamentares como representantes 
das entidades presentes, e irá permitir que 
a lei fosse aplicada de forma simples e sem 
acrescentar maiores ônus aos empresários. 
conforme prevê a legislação, uma entida-
de nacional pode fazer esses cálculos, ca-
bendo às empresas buscar as informações 
junto a ela. 
a proposta é contribuir para elucidar o 
complexo sistema tributário do País aos 
cidadãos. “Por meio desta Lei, o consumi-
dor saberá que paga, em média, 40% de 
tributos, que estão contidos nos pro-
dutos e serviços que adquire. com 
essa consciência, acreditamos 
que ele terá condições de exigir 
serviços públicos com mais 
qualidade, como saúde, se-
gurança, educação e outros, 
vitais para o desenvolvimento 
de uma sociedade”. Requeri-
da pelo Deputado Guilherme 
campos (PSD/SP), a audiência 
Pública contou coma presen-
ça do João Magalhães (PMDB/
MG), presidente da comissão de 
finanças e Tributação; Rogério ama-
to, presidente da associação comercial 
de São Paulo — acSP e da Federação das 
associações comerciais do Estado de São 
Paulo — Facesp; João Hamilton Rech, re-
presentando o Secretário da Receita Federal 
do Brasil; antonio Barcellos, superintenden-
te da confederação das associações co-
merciais e Empresarias do Brasil — cacB; 
Danilo Doneda, diretor do Departamento de 
Proteção e Defesa do consumidor do Mi-
nistério da Justiça; araquen Pagotto, pre-
sidente da afrac; e Fernando Teruó Yama-
da, presidente da associação Brasileira de 
Supermercados abrac. ■
rEPorTaGEm DE CaParEPorTaGEm DE CaPa
No caso das grandes redes, 
como o supermercado, o 
software fica muito mais barato 
e o custo é quase irrisório, 
porque ele gasta muito com 
equipamentos.
 Araquen pagotto
Produtos Média das respostas Tributação efetiva
automóvel 1.0 30,25% 37%
Geladeira duplex 22,6% 37%
Leite 15,6% 19%
Feijão 17,2% 17%
Remédio 23,8% 34%
Gasolina 28% 53%
conta Telefônica 21,5% 46%
Arroz 15,6% 17%
cerveja em Lata 19,6% 56%
Telefone celular 20,1% 40%
*Tributação efetiva calculada pelo IBPT
1918
2120
Atualmente muito se tem falado so-bre “desonerações tributárias”, por conta das medidas pontuais toma-
das pelo atual governo federal no tocante 
às chamadas “renúncias fiscais”, assim 
denominadas as isenções dadas, princi-
palmente de PIS e de cofins, para alguns 
produtos, por exemplo, os itens compo-
nentes da cesta básica. Também tivemos 
as diminuições de IPI, para os veículos, 
materiais de construção e produtos da 
“linha branca”, como geladeiras e fogões.
Primeiramente, deve-se esclarecer que 
não existe a chamada “desoneração” sem 
que haja em contrapartida uma “onera-
ção”. Isso se deve ao fato da existência da 
Lei complementar n° 101/2000 ou Lei de 
Responsabilidade Fiscal — LRF.
Um exemplo recente, mesmo não ten-
do um aspecto essencialmente tributário, 
foi a diminuição da conta de luz, que ren-
deu um pronunciamento de quinze minu-
tos, em cadeia nacional da nossa Exma. 
Presidente da República, que, por outro 
lado, não deu a mesma ênfase, na divul-
gação do quase que simultâneo aumento 
da gasolina. a desoneração do INSS da 
folha de pagamento, medida solicitada 
há muito tempo pela maioria dos empre-
sários brasileiros, foi direcionada para 
alguns privilegiados setores de nossa 
economia, em detrimento de outros, que, 
certamente, foram atingidos frontalmente 
em seu direito de isonomia.
Há comentários em grande escala so-
bre essa “benesse” de nosso Governo, não 
se levando em conta, como já menciona-
do anteriormente, na contrapartida, que 
nesse caso foi a instituição de uma nova 
contribuição sobre o faturamento dessas 
mesmas atividades beneficiárias, como 
compensação da falada e não provada 
eventual perda de arrecadação.
É notório que os pesados encargos pre-
videnciários incidentes sobre a remunera-
ção de mão de obra, cobrados em nosso 
País, afugentam sobremaneira o empre-
endedorismo e o investimento externo, 
gerando uma grande ameaça ao desem-
prego, e fomentando a informalidade e a 
sonegação fiscal.
Mas, entendo que a oneração fiscal do 
faturamento é a mais maléfica de todas as 
outras existentes, pelo fato dos governos 
estarem tributando com antecedência, 
como se fosse uma forma de “substituição 
tributária”, a venda quando ela acontece, 
mesmo que esta não venha a se constituir 
em um resultado positivo para a empresa, 
ou seja, lucro. Infelizmente, nesse caso, 
nós poderemos ter uma tributação an-
tecipada, mesmo em casos de prejuízos. 
obviamente que esses altos custos 
tributários são repassados no valor dos 
produtos, mercadorias e serviços, dei-
xando estes bastante elevados para os 
consumidores, que pagam a mesma 
carga tributária independente de sua si-
tuação econômica, fazendo com que os 
menos favorecidos acabem proporcio-
nalmente pagando mais, sendo que toda 
a população nada pode fazer perante 
essa altíssima carga tributária inserida 
no preço pago.
o que nos causa espécie é verificar que 
integrantes da equipe econômica do Go-
verno Federal têm escrito para jornais de 
grande circulação nacional que as deso-
nerações recentes são parte de uma re-
forma tributária que está sendo colocada 
em prática, de forma “fatiada”. 
Não podemos, de forma alguma, acre-
ditar nessas afirmações, pois sabemos 
que desonerações explícitas e onerações 
bem pouco explícitas não podem estar 
contempladas em uma reforma tributá-
ria consistente. Em nosso entendimento, 
uma reforma tributária consistente deve, 
em sua essência, diminuir a “escorchante” 
carga tributária, reduzir o número de tribu-
tos, mudar a forma injusta de tributação 
sobre o consumo para os lucros e patri-
mônio, simplificar e reduzir as obrigações 
acessórias, e, principalmente, instituir 
definitivamente a cobrança de tributos 
de acordo com a verdadeira capacidade 
contributiva de cada cidadão brasileiro. ■
LEI COMPLEMENTAR 101/2000 – LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
Seção II
Da Renúncia de Receita
 art. 14. a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária 
da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do 
impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos 
dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos 
uma das seguintes condições:
 II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no 
caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação 
da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
Desonerações tributárias
João Eloi Elonike
Presidente Executivo do iBPT 
arTiGo TéCniCoarTiGo TéCniCo
Existe desoneração 
sem alguma oneração?
O que acontece é que o 
Governo alardeia muito as 
“desonerações”, mas dá pouca 
importância na divulgação 
das necessárias “onerações”, 
para que seja cumprida a infra- 
citada norma.
2322
para cumprir a obrigação principal, que é 
recolher os tributos e informar ao fisco. 
Que é diferente de procedimento fiscal”.
“É bom dizer também que o fisco, por 
meio do Sped, está praticando uma gover-
nança pública tributária. E o contribuinte 
precisa ter consciência que o Estado está 
fazendo o papel dele para refinar seus 
instrumentos de fiscalização, gerando 
uma capacidade de arrecadação maior”, 
afirmou. “E da parte do contribuinte, ele 
tem também que praticar uma governan-
ça privada tributária e para isso ele deve 
procedimentar”. 
Contexto Científico
Para Basile christopoulos, advogado, 
professor-seminarista no Instituto Brasi-
leiro de Planejamento e Tributação e pes-
quisador do Núcleo de Estudos Fiscais Di-
reito da Fundação Getúlio vargas – FGv, a 
transparência fiscal faz parte de uma boa 
Governança Tributária e ajuda a aumen-
tar a confiança do cidadão em relação à 
própria administração tributária “trazendo 
diversos benefícios, tanto para a popula-
ção, que fica mais bem informada, quanto 
para entidades públicas, que podem até 
passar a arrecadar mais com tributos”, 
disse o especialista.
No contexto científico, a Governança 
Tributária pode ser aplicada para aprimo-
rar a pesquisa de assuntos fiscais. “Por 
exemplo, no Núcleo científico da FGv pes-
quisamos os sites de transparência dos 
municípios, identificamos quais são as 
transparências em relação às despesas 
públicas, qual transparência em relação à 
administração tributária e em relação ao 
‘potencioso’ tributário”, comentou chris-
topoulos, que complementou dizendo 
que um dos focos da pesquisa é propiciar 
mais informações para que as empresas 
possam decidir em qual Estado poderão 
atuar. “Sabemos quea questão tributária 
é uma das razões a qual o Brasil deixa de 
receber investimentos. Então se uma em-
presa tem certeza que um estado é mais 
transparente que o outro e quanto tempo 
o processo administrativo despende, ela 
pode basear sua escolha nesses crité-
rios, ou seja, quanto mais transparente 
o Estado for em relação ao ‘potencioso’, 
por exemplo, mais chances ele tem de 
receber um investimento externo de uma 
empresa”, relata.
Tendência e prática
De acordo com o professor doutor, 
antonio carlos Rodrigues do amaral, 
advogado tributarista especializado em 
transações empresarias domésticas em 
internacionais, o Brasil tem um dos sis-
temas tributários mais complexos e bu-
rocráticos do mundo. “São incidências 
tributárias cujos fatos geradores se so-
brepõem, utilização de bases tributárias 
em comum pela União, Estados e Muni-
cípios e exigências de obrigações aces-
sórias custosas e complicadas. assim, 
como parte integrante e fundamental da 
Governança Corporativa, a Governança 
Tributária é um dos mais importantes e 
imprescindíveis instrumentos de gestão 
empresarial”, comentou.
Para o advogado tributarista, a Gover-
nança Tributária leva a uma visão am-
pla das atividades empresariais. “com a 
complexidade tributária e elevadíssima 
carga fiscal, qualquer empresa que dei-
xe de avaliar seriamente, e com profis-
sionalismo, a questão tributária, pagará 
mais tributos, assumirá mais riscos e 
certamente elevará suas contingências 
fiscais”, explana Rodrigues do amaral, 
dizendo ainda que a falta de competiti-
vidade é evidente quando as questões e 
impactos tributários não são corretamen-
te identificados sobre toda a cadeia pro-
dutiva, seja no âmbito industrial, seja na 
prestação de serviços.
Nesse sentido, ele considera uma de-
corrência natural a Governança Tributária 
aumentar a transparência das empresas. 
“o gestor passa a melhor entender o pró-
prio negócio e a empresa passa a estar 
preparada para eventuais fiscalizações, 
negociações com investidores potenciais, 
abertura de capital (IPos) e melhor rela-
cionamento com o mercado (acionistas, 
quotistas, investidores em geral, entida-
des financeiras etc.)”.
Para Rodrigues do amaral, a Gover-
nança Tributária projeta-se na empresa 
na implantação de uma consciência em-
presarial positiva de sempre considerar 
os impactos tributários no processo de-
cisório e de avaliação de oportunidades, 
riscos e resultados. “a existência de um 
comitê tributário, integrado também por 
consultores especializados externos é a 
tendência e a prática mundial”, conclui. ■
rEPorTaGEm
Especialistas defendem que a Governança Tributária é deci-siva para o desenvolvimento das empresas. Quando execu-tada adequadamente, gera bons resultados, elimina riscos e 
permite maior controle tributário.
a globalização é um fenômeno social que permite a integração 
econômica, social, cultural e política entre diferentes países. Nes-
se processo, diversos segmentos sociais realizam transações fi-
nanceiras e comerciais pelos quatro cantos do mundo, o que se 
reflete no crescimento econômico de uma nação e, no caso do 
setor privado, das empresas.
No atual cenário, a Governança Tributária torna-se essencial 
para as empresas e organizações em geral, uma vez que a sua 
utilização proporciona políticas e práticas que geram bons resul-
tados e um maior controle tributário. a Governança Tributária é 
um conjunto de procedimentos de gestão que visa a coordena-
ção, controle e revisão dos procedimentos tributários e prepara a 
empresa para realizar um eficaz planejamento tributário. “Quan-
do bem executada, permite a redução dos riscos fiscais e o esta-
GovErnAnçA TribuTáriA 
sob A óTicA dE EspEciAlisTAs
belecimento de índices de eficiência, atendendo aos elevados pa-
drões de governança”, afirmou o presidente do conselho Superior 
e coordenador de estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento 
e Tributação – IBPT, Gilberto Luiz do amaral. 
Processamento X Procedimento
Segundo o contador, professor e tributarista, Miguel Silva, Go-
vernança Tributária nada mais é do que um mecanismo de es-
tabelecer critérios e observá-los. “É, portanto, não processar à 
esmo, mas previamente estabelecer parâmetros”, explica o es-
pecialista dizendo que cabe ao profissional destacado da con-
troladoria ou ao departamento de Governança Tributária, inde-
pendente do porte da empresa, exercer a Governança Tributária, 
“e definir um conjunto de procedimentos fiscais que ofereça o 
que chamo de cinco instrumentos de Governança Tributária”, co-
menta. o tributarista Miguel Silva ainda destaca a importância de 
saber a diferenciação do processamento do procedimento fiscal. 
“Diante do desenvolvimento das atividades e da legislação tribu-
tária, é requerido que a empresa pratique processamento fiscal 
rEPorTaGEm
antonio Carlos rodrigues do amaralmiguel silva Basile Christopoulos
Governança em 5 passos
Miguel Silva define a Governança Tributária como um conjunto de procedimentos fiscais, que oferece cinco instrumentos: 
01. Parametrização dos critérios fiscais e contábeis;
02. Orientação dos critérios adotados; 
03. Uniformização dos critérios na corporação, não permitindo a diversificação dos procedimentos nos departamentos e nas empresas que compõem o grupo empresarial;
05. Coordenação dos procedimentos adotados.
04. Revisão e atualização contínua dos critérios adotados; e
2524
clicando nos pontos que identificam 
os clientes no mapa, são abertos novos 
menus com mais opções. as milhares de 
análises econômicas, financeiras e ope-
racionais partem do balanço patrimonial, 
dos resultados, do fluxo de caixa, dos re-
latórios de custo fixo, custo variável ou de 
formação de preço. Também pode estar 
integrado ao plano anual de vendas ge-
rado no próprio balancos.com. E não se 
espante. Essas correlações são nativas. 
você não precisa fazer nada, nem para-
metrizar. a ferramenta utiliza algoritmos 
de inteligência artificial e leva em conta 
que não adianta só vender, é necessário 
ter lucro, saúde financeira e aproveitar 
oportunidades de expansão. No balancos.
com a contabilidade é transformada em 
poder. É incontestável que informação es-
tratégia tempestiva é poder.
De onde vêm essas informações, afinal? 
o balanços.com utiliza o Big Data do IBPT, 
o que torna a análise de uma demonstra-
ção contábil extremamente fácil, já que o 
usuário consegue ver em um único lugar 
o que aconteceu na empresa e com os 
stakeholders, inclusive concorrentes. 
a entidade possui informações de todo 
o mercado em tempo real. Empresas 
abertas ou fechadas, regra matriz tribu-
tária nacional com suas 10 alterações 
diárias, preços, inflação por atividade e 
regiões, capacidade de compra, capaci-
dade de pagamento, quem vende e quem 
compra o quê e para quem, onde estão as 
empresas, fatos relevantes, tendências, 
vocações regionais e locais, atas, balan-
ços, indicadores etc, tudo indexado. 
Balanço Patrimonial Enriquecido
o aparente "simples" saldo de estoque, 
presente no Balanço Patrimonial, ganha 
sua real dimensão quando analisado via 
balanços.com, que muito além de mos-
trar o grau de imobilização de capital em 
estoques e comparar com a evolução dos 
saldos da própria empresa ao longo do 
tempo, evidencia a eficiência da gestão 
dos setores de logística, compras, ven-
das e finanças, ao confrontar o saldo com 
centenas ou milhares de outras empresas 
de igual atividade, inclusive concorrentes 
ou negócios de referência. 
com uma literal “dedada” no tablet o 
balancos.com exibe a curva aBc conten-
do o inventário dos estoques em formato 
analítico, com produtos agrupados entre 
os que representam as importâncias de 
50% do total, 30% e 20%. Em coluna na 
frente do produto é possível descobrir o 
prazo de giro de, cada item, com possibili-
dade de ranquear de aa Z para facilmente 
enxergar os itens com maior e menor giro 
e descobrir, por exemplo, se um produto 
está encalhado a mais de 260 dias.
Mais um toque e o 
balancos.com mostra 
em gráficos na linha do 
tempo a correlação dos 
níveis de estoque com a 
geração ou redução de 
caixa, endividamento, 
faturamento, duplicatas a 
receber e a pagar. 
outro click e você obtém o bench-
marking do próprio prazo de compras 
com o de concorrentes e descobre se 
a sua empresa está negociando prazos 
bons ou ruins a partir de parâmetros re-
ais de mercado, de modo que se estiver 
sendo ineficiente, o setor de compras e 
logística tem subsídios para negociar 
com fornecedores.
Não acabou não! após a completa aná-
lise 3D de estoques, o empresário ainda 
confronta o prazo de recebimento com o 
de pagamento e descobre se deve ajustar 
os prazos que antes eram de nove para 
seis meses, por exemplo, pois precisa 
receber antes de pagar. No mesmo local 
fica sabendo se pode criar ações promo-
cionais que ofereçam maiores prazos de 
pagamento para atrair clientes. 
agora é só delegar as ações focadas na 
redução de estoques, vendendo a preço 
de custo o produto que descobriu estar 
encalhado. assim fica mais fácil maximi-
zar resultados ou reduzir custos. a dele-
gação de tarefas e o controle de prazos de 
execução pode ser feita e gerenciada onli-
ne no próprio balancos.com. a ferramenta 
que monitora o cumprimento de metas e 
tarefas lembra o gerenciador de projetos 
da Microsoft e por isso é intuitivo para 
quem usa o Word ou Excel. as pesso-
as que receberam metas são orientadas 
pela lógica e coerência SMaRT, já que o 
formulário induz à construção automática 
de metas estruturadas, sempre Específi-
cas, Mensuráveis, atingíveis, Relevantes e 
Temporais. Quem recebeu uma atribuição 
de tarefa tem o dever de facilmente infor-
mar o status da execução aos superiores, 
com lembretes por e-mail e registro au-
tomático nas agendas outlook e Google 
calendar, de acordo com a preferência do 
usuário, tudo integrado ao balanços.com. 
caso a atividade não seja cumprida no 
prazo estipulado, o superior hierárquico é 
informado por e-mail ou SMS, com tem-
po hábil para mudar os rumos. Toda essa 
atividade de análise, delegação ou super-
visão poderia ter acontecido a partir do 
balanço patrimonial e sido realizada ainda 
no avião ou carro, via smartphone, tablet 
ou notebook, já que está tudo na internet e 
compartilhado entre pessoas-chave, com 
segurança. São infinitas as combinações 
e possibilidades. aqui citamos apenas es-
toques e vendas.
 
Enfim, o balancos.com foi desenhado 
para tornar a contabilidade tão intuitiva 
quanto um Iphone. Para tanto, buscou-
-se criar uma experiência sensorial, capaz 
de estimular as conexões neurais e fazer 
com que o não especialista olhe para as 
demonstrações contábeis, visualize o 
passado, entenda o presente e construa 
o futuro em sua mente em processo si-
mular ao que ocorre conosco ao ler um 
romance, quando imaginamos o cenário 
e os fatos a partir da riqueza de detalhes 
oferecida pelo autor.
E aí, as demonstrações contábeis pa-
receram mais interessantes agora? Então 
experimente o balancos.com e conheça 
muito mais. ■
othon andrade Filho
Diretor de inovação e inteligência Contábil
arTiGo TéCniCo
na dinâmica do processo decisório, enquanto percorre a estrada que conduz ao sucesso, em alta velocidade, o executivo que dirige a empre-
sa é frequentemente surpreendido por uma bifurcação 
após uma sinuosa, sem qualquer placa de sinalização 
para advertir ou orientar. Então, ele olha pelo retrovisor 
e visualiza a concorrência igualmente acelerada e se vê 
impedido de parar ou reduzir a velocidade, tendo que es-
colher rapidamente o caminho.
Quem chegar primeiro fecha o negócio. agora, cin-
quenta é o percentual que o separa do sucesso. o 
próximo retorno pode estar a alguns metros ou vários 
quilômetros. Então ele percebe que a tecnologia de po-
sicionamento global e de construção de rotas poderia 
ter embasado sua decisão sem os erros de trajetória. 
Ele conclui que não vale a pena confiar unicamente na 
intuição e no empirismo. chega de decisões artísticas. a 
analogia entre a condução de um veículo e uma empresa 
é pertinente, já que os avanços tecnológicos oferecem 
eficientes ferramentas para um e para outro e em ambos 
os casos existem metas almejadas. Para a empresa, o 
Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação — IBPT 
criou o balancos.com. Essa inovadora ferramenta está 
para os negócios assim como o GPS está para o carro.
com ela ficou mais fácil tomar decisões científicas, 
fundamentadas em fatos e evidências disponíveis, sis-
tematicamente planejadas. a ferramenta on-line do 
IBPT posiciona sua empresa no mercado e possibilita 
a construção, a delegação e o monitoramento de me-
tas em todos os níveis da empresa, seja ele estratégico, 
tático ou operacional. o balancos.com traça a rota da 
empresa rumo ao sucesso. 
A Contabilidade parecia ser chata, sisuda, complicada 
demais?
Se você em algum momento pensou assim, acabará revendo seus con-
ceitos após cadastrar-se gratuitamente no balancos.com. De cara, você 
se depara com a mensagem: “Se você não gostava, enfim irá dominar 
a contabilidade. Nós adoramos contabilidade e faremos tudo para você 
entender, gostar e tirar proveito em sua vida. você irá querer trocar o fu-
tebol e a novela pelo balancos.com.” Para “viciar” as pessoas, o balancos.
com abusa da comunicação visual de gráficos ricos, bonitos e dinâmi-
cos, impregnados de conceitos contábeis e análises financeiras implíci-
tas, apoiados por interpretações via explicações textuais claras, vídeos e 
abordagens que dispensam o conhecimento do “tecniquês” da contabili-
dade, economia, administração, direito, vendas e marketing.
Isso mesmo! Marketing, vendas e contabilidade em um só lugar. o ba-
lancos.com faz essas correlações naturalmente permitindo que profis-
sionais de várias áreas possam entender juntos o passado, o presente e 
planejar o futuro. 
DRE com prospecção de clientes
Ilustrando, ao aplicar esses conceitos na Demonstração de Resultados 
— DRE de uma empresa, relatório contábil onde pode ser encontradas as 
receitas, com um toque ou click o executivo consegue penetrar no report 
e enxergar as vendas por diversos ângulos ou visões, rankings, como por 
exemplo, por grupo de produtos, quantidade de itens vendidos, clientes, 
vendedores, cidade, UF, regiões metropolitanas, região geográfica etc. 
Se quiser, pode enxergar essas mesmas vendas distribuídas por geore-
ferenciamento, traçar o perfil dos clientes atuais e exibir no mesmo mapa 
os clientes potenciais que ora não atende, acessar o cadastro desses 
prospects, listar e delegar ordens para que o gerente ou equipe de vendas 
tomem as ações comerciais pertinentes para alavancar mais vendas. 
Transforme 
as informações 
contábeis em poder
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26 27IBPT. HÁ 21 aNoS, o SoBRENoME Da GovERNaNÇa TRIBUTÁRIa
É uma ferramenta de governança tributária que transforma informações fiscais em estratégias de 
crescimento para sua empresa. 
verifica os arquivos digitais (Nota Fiscal Eletrônica, SPED e outros);
cruza dados, coordena e revisa os procedimentos fiscais;
propicia a melhora dos resultados;
custos reduzidos e maior eficiência;
menores riscos de autuações, multas, inconsistências e insegurança;
transformação dos dados fiscais em um verdadeiro sistema de inteligência de negócios.
É sua chance de transformar tantos tributos em lucratividade para seus negócios. 
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