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12/12/2013 1 Universidade do Estado Universidade do Estado Universidade do Estado Universidade do Estado Universidade do Estado Universidade do Estado Universidade do Estado Universidade do Estado do Rio de Janeirodo Rio de Janeirodo Rio de Janeirodo Rio de Janeirodo Rio de Janeirodo Rio de Janeirodo Rio de Janeirodo Rio de Janeiro Fenômenos de superfícieFenômenos de superfície ��Conceitos de eletrostática. Conceitos de eletrostática. ��Origem da carga superficial. Origem da carga superficial. ��Propriedades elétricas.Propriedades elétricas. �� Dupla camada elétrica. Dupla camada elétrica. ��Equação de Poisson.Equação de Poisson. Profa. Angela S. Rocha Recapitulando... 12/12/2013 2 Classificação dos coloides 12/12/2013 3 O elo entre coloides e superfícies As propriedades das partículas de baixa dimensionalidade são governadas pela superfície. Razão superfície/volume: V = 4,2 cm3 Estabilidade coloidal Três forças fundamentais operam em partículas de sistemas coloidais em fase líquida: 1.Força gravitacional (tende a sedimentar ou “crescer” as partículas, dependendo de sua densidade com relação ao solvente); 2. Força de arraste viscoso (aumenta a resistência do movimento das partículas no meio dispersante); 3. Força resultante da energia cinética intrínseca às partículas (movimento browniano). 12/12/2013 4 Considerando apenas (1) e (2), a velocidade limite de uma partícula esférica em um dispersante cuja diferença de densidade é igual a 1 g/cm3 pode ser calculada impondo-se: Conclusão: �O movimento browniano domina o comportamento das partículas de menor tamanho médio. �As possíveis colisões (energia em geral superior a 10 kBT) podem resultar em fenômenos de agregação reversível (floculação) ou irreversível (coagulação), dependendo da intensidade das forças de caráter atrativo presentes. Como as partículas apresentam movimento browniano, a velocidade típica de uma partícula esférica em movimento aleatório em um dispersante pode ser calculada como: No caso de uma partícula com ρp = 2 g/cm3 , ou seja, (ρp - ρs ) = 1: 12/12/2013 5 Forças de atração e repulsão competem entre si. As forças que determinam se o coloide vai se formar e terá estabilidade são de atração e repulsão. (teoria DLVO – Deryaguin, Verwey, Landau, Overbeek para placas carregadas). Forças de repulsão • De origem eletrostática, de curto alcance. • Existe um gradiente de cargas a partir da superfície através da solução: As cargas na superfície são geradas pelo íon determinante de potencial (PDI). 12/12/2013 6 Forças de repulsão • Ponto de carga zero: ponto no qual a superfície não é carregada: no de íons positivos = no de íons negativos C1 C2 Ψ0 Ψ r Distância C2 > C1 �O potencial eletrostático (Ψ) varia com a distância. ↑distância ⇒ ↓ Ψ �C = concentração do eletrólito �Partículas carregadas estabilizam o coloide. Forças de atração • Têm origem nas forças de van der Waals. • Atuam a longa distância . • Obedecem a relação Analisando a figura: porque forças de van der Waals podem ser responsáveis pela atração? �Existência de barreira potencial. 6− ∝ df sol “estável” (barreira potencial) Concentração crítica de coagulação sol instável Distância entre centros V 12/12/2013 7 �A existência da superfície carrega consigo um excesso de energia livre, a tensão superficial. �A coagulação leva a uma diminuição da superfície, por isto é termodinamicamente favorável. �A energia da superfície ou tensão superficial (γ) é o trabalho necessário para se criar uma nova unidade de área do líquido. �Outro processo que leva à diminuição da superfície é o envelhecimento de precipitados. �A coagulação lenta ou envelhecimento leva à precipitados menos porosos (compactos) dSdW γ= Forças de atração entre átomos e moléculas • Mesma natureza das forças de van der Waals. • A atração se dá entre cargas que tem sinais opostos, e portanto tem alcance longo (longa distância). Atração carga-carga. • Eletrostática: duas cargas opostas (q1 e q2) sofrem atração do tipo: ε0 é a permissividade do vácuo e como as cargas são opostas, V < 0. V é a energia potencial entre elas, chamada de energia potencial coulombiana. r qqV 0 21 4piε = q1 q2r 12/12/2013 8 Forças de atração entre átomos e moléculas • Carga-Partícula: sistema composto de um íon (carga) e uma partícula apolar. O íon induz um dipolo na partícula, que depende da polarizabilidade desta partícula. A atração será do tipo: neste caso a força é sempre atrativa, e como a carga aparece ao quadrado, o numerador será sempre positivo e o potencial negativo 42 0 2 )4(2 r qV piε α −= q αr Forças de atração entre átomos e moléculas Forças eletrostáticas: • Carga-carga • Carga-partícula • Dipolo-dipolo • Carga-dipolo • Dipolo-partícula 12/12/2013 9 Forças de atração entre átomos e moléculas Forças de dispersão (London): • Partícula apolar-partícula apolar • Moléculas apolares apresentam momentaneamente dipolos, pois a nuvem eletrônica em determinado instante podem estar distorcidas → dipolo instantâneo. • Este dipolo instantâneo induz um dipolo nas partículas vizinhas gerando forças de atração. + _ + _ Dipolo instantâneo Dipolo induzido Forças de atração entre átomos e moléculas Forças de dispersão: Para moléculas simétricas o potencial é dado por: CAB é a constante de London (CAB > 0). 6 r CV AB−= ∑ ≠ + = )0(, 2 0 2 4 )()4(2 3 nm B on A om B on A om B on A om e AB WWWW ff m eC piε h Sendo: e = carga do elétron, me = massa do elétron Waom e WBon = frequência (rad.s-1) da transição do estado fundamental para o estado excitado m da molécula A e n da molécula B faom e fBon = força do oscilador para a transição do estado fundamental para o estado excitado m da molécula A e n da molécula B 12/12/2013 10 Teoria de Hamaker • Teoria das forças de dispersão aplicada aos coloides. • Faz-se a som das interações entre as partículas par a par. • A energia de interação entre dois corpos macroscópicos A e B é a soma das interações de cada molécula de A com cada molécula de B, como se as outras moléculas não existissem. • A energia total de interação de um conjunto de N moléculas é: • Vij é o potencial de interação entre moléculas do corpo i com moléculas do corpo j. ∑∑ = = = N i N j ij ij rVV 1 1 intint )(2 1 Aspectos elétricos de interfaces São importantes para: • Estabilidade de coloides • Adsorção e troca iônica em eletrólitos • Fenômenos eletrocinéticos • Comportamento de eletrodos 12/12/2013 11 Conceitos da eletrostática Lei de Coulomb para duas cargas q1 e q2 afastadas por uma distância r é: sendo e12 um vetor unitário. O conjunto de cargas é dado pela soma das cargas q1, q2, ..., qN e a carga externa qa: 122 21 0 12 . 4 1 e r qqF piε = q2 q1 r e12 F12 ∑= i iaa FF , 2 0 21 4 r qqF piε = Conceitos da eletrostática Lei de Coulomb para duas cargas q1 e q2 afastadas por uma distância r é: sendo e12 um vetor unitário. O conjunto de cargas é dado pela soma das cargas q1, q2, ..., qN e a carga externa qa: 122 21 0 12 . 4 1 e r qqF piε = q2 q1 r e12 F12 ∑= i iaa FF , 2 0 21 4 r qqF piε = 12/12/2013 12 Conceitos da eletrostática Introduzindo o conceito de carga de teste pontual, qt, tem-se: sedo F a força do campo elétrico (intensidade) independente de qt, a força que uma carga exerce sobre uma segunda carga. O campo gerado por uma carga pontual é: tq FE = qt F re r qE 2 0. 4 1 piε = Conceitos da eletrostática Para uma coleção de cargas: A direção do campo é tangente às linhas de força, a intensidade ou força do campo é dada pelo número de linhas por unidade de área. ∑= i iFE Linhas de força Planos normais às linhas de força A B 12/12/2013 13 Conceitos da eletrostática Para obter o potencial elétrico de Coulomb (Ψ), que é uma grandeza escalar, o seguinte desenvolvimento é feito: Ψ−∇=⇒Ψ= −∇=⇒−∇=⇒ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =∇ = −∇= E q E q E EEEq zyx EqF EF t p t p pt t p ,, A intensidade do campo elétrico é o negativo do gradiente do potencial. ∇ é o Laplaciano Conceitos da eletrostática O potencial que surge de uma distribuição de carga com densidade ρ (carga por unidade de volume) é a solução da equação de Poisson: ε0 é a permissividade no vácuo e εr é a constante dielétrica, relacionadas por: A equação de Poisson nos diz que a intensidade de um campo elétrico (E) não pode mudar num ponto livre de carga elétrica. ε ρ −=Ψ∇ 2 rεεε 0= 12/12/2013 14 Resumindo, a equação de Poisson, que relaciona a densidade volumétrica de carga ρ com o potencial eletrostático ψ, pode ser escrita da seguinte forma para uma superfície plana: Para o caso unidimensional: Equação de Poisson (superfície plana) r zyx zyx εε ρ 0 2 ),,(),,( −=Ψ∇ r x x x εε ρ 0 2 2 )()( −= ∂ Ψ∂ Origem da carga superficial Quando a superfície de um coloide é exposta a uma solução, são geradas cargas nesta superfície. Principais mecanismos para que este fenômeno ocorra são: a) Desbalanceamento de íons, por exemplo sais iônicos como o AgI, e por superfícies Nernstianas. b) Dissociação superficial, que é um caso válido para materiais com grupos superficiais que são responsáveis pela dissociação de partículas em solução, como por exemplo óxidos. c) Adsorção de íons de solução. d) Defeitos cristalinos. 12/12/2013 15 Origem da carga superficial b) Dissociação superficial, que é um caso válido para materiais com grupos superficiais que são responsáveis pela dissociação de partículas em solução, como por exemplo óxidos. c) Adsorção de íons de solução. d) Defeitos ou imperfeições cristalinos. 12/12/2013 16 Transferência de elétrons em sistemas heterogêneos Ocorrem principalmente na superfície de eletrodos. Modelo mais simples da interface eletrodo-solução: dupla camada elétrica Formação de camada positiva na superfície e outra camada de cargas negativas (vizinha à primeira) na solução (ou o contrário). É criado uma diferença de potencial elétrico, a diferença de potencial de Galvani. Estrutura da dupla camada Modelo da dupla camada de Helmholtz: Os íons solvatados ficam sobre a superfície do eletrodo metálico, separados pelas respectivas esferas de hidratação. A localização desta camada de cargas iônicas é dada pelo plano externo de Helmholtz (PEH), plano que passa pelos íons solvatados. O potencial varia linearmente entre a camada limitada pelo eletrodo e o PEH 12/12/2013 17 Dupla camada de Helmholtz Numa versão aperfeiçoada do modelo de Helmholtz: Alguns íons perdem as respectivas esferas de solvatados ligando-se à superfície do eletrodo, localizados pelo plano interno de Helmholtz (PIH). O modelo ignora o efeito perturbador da agitação térmica que tende à romper e dispersar o plano externo de cargas. Superfície IHP OHP Ânions desidratados e especificamente adsorvidos Cátions hidratados 12/12/2013 18 A dupla camada elétrica refere-se à dupla camada formada nas proximidades de superfícies eletricamente carregadas. Equivale à formação de uma camada de íons firmemente ligados à fase sólida dispersa (cargas fixas na superfície), chamados íons determinantes do potencial (IDP), e uma quantidade equivalente de íons carregados com carga oposta, os contra-íons, dispersos na fase fluida, próximos à interface, neutralizando esse excesso de cargas na superfície sólida. Os íons dispersos na fase fluida que possuam a mesma carga dos íons determinantes do potencial são chamados de co-íons. A carga da superfície influencia a distribuição dos íons em sua proximidade: os contra-íons são atraídos pela superfície e os co-íons são repelidos para longe. Dupla camada difusa (Gouy-Chapman) Modelo de Gouy-Chapman: Leva em consideração a agitação térmica que tende a romper e dispersar o plano rígido externo de cargas formando uma camada difusa. O tratamento é semelhante à da descrição da atmosfera iônica de um íon no modelo de Debye-Hückel, sendo que o íons central é substituído pelo plano do eletrodo. 12/12/2013 19 Modelo de Stern Os modelos de Helmholtz e Gouy- Chapman não representam com exatidão a dupla camada. Helmholtz: exagera na rigidez da distribuição das cargas nas proximidades do eletrodo. Gouy-Chapman: subestima a estrutura desta distribuição. Combinação → modelo de Stern 12/12/2013 20 Modelo de Stern Combinação → modelo de Stern Próximo do eletrodo → vinculados ao plano de Helmholtz (rígido) Afastado do eletrodo → dispersos como no modelo de Gouy-Chapman Sofisticando mais este modelo: Modelo de Grahame que acrescenta um plano interno de Helmholtz ao modelo de Stern 12/12/2013 21 Potencial interno: Potencial no interior da superfície. Potencial externo: Potencial afastado da superfície que varia pouco coma distância. Potencial da superfície: Diferença entre os potenciais interno e externo. Variação do potencial com a distância do eletrodo O tratamento matemático da dupla camada elétrica permite se determinar: 1. o perfil da variação do potencial elétrico em função da distância 2. o valor do potencial zeta 3. a espessura da dupla camada 4. o efeito da adição de eletrólitos ao meio 5. o efeito da variação de pH do meio Tratamento Matemático da Dupla Camada 12/12/2013 22 Os fenômenos eletrocinéticos envolvem interações entre superfície carregada, a solução, o campo elétrico e o movimento. Eletroforese: movimento de uma superfície carregada numa solução por um campo elétrico. Eletro-osmose: movimento de solução por um campo elétrico tendo uma superfície carregada fixa. Fenômenos eletrocinéticos Eletroforese: movimento de uma superfície carregada numa solução por um campo magnético. Eletro-osmose: movimento de solução por um campo elétrico tendo uma superfície carregada fixa. Fenômenos eletrocinéticos
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