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INTERSUBJETIVIDADE COMPETITIVA TCC TEXTO FINAL Pronto para apresentação enviado à banca

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Prévia do material em texto

FACULDADE METROPOLITANA SÃO CARLOS – FAMESC
 CURSO DE GRADUAÇÃO BACHARELADO EM DIREITO
PAULO SERGIO REBELLO VARGAS
INTERSUBJETIVIDADE COMPETITIVA
ÉTICA ANTROPOCÊNTRICA, UMA VISÃO CRÍTICA
Bom Jesus do Itabapoana/RJ
Agosto - 2015
PAULO SERGIO REBELLO VARGAS
INTERSUBJETIVIDADE COMPETITIVA
ÉTICA ANTROPOCÊNTRICA, UMA VISÃO CRÍTICA
Monografia apresentada como parte dos requisitos necessários para a conclusão do curso de Bacharel em Direito sob a orientação do Doutor Auner Pereira Carneiro - Orientador da Faculdade Metropolitana São Carlos – FAMESC - BJI.
Bom Jesus do Itabapoana/RJ
Agosto - 2015
PAULO SERGIO REBELLO VARGAS
INTERSUBJETIVIDADE COMPETITIVA
ÉTICA ANTROPOCÊNTRICA, UMA VISÃO CRÍTICA
Monografia aprovada em ____/____/____ para obtenção do título de Bacharel em Direito.
Monografia avaliada em ____/____/____
Formatação: ( ) ___________________
Nota final: ( ) _____________________
_________________________________
DOUTOR AUNER PEREIRA CARNEIRO
Professor Orientador 
___________________________________
 ESP PROF MARCELO LANEAS SANTUCCI
Professor Revisor de Conteúdo
_____________________________________
 ESP PROF OSWALDO MOREIRA FERREIRA
Professor Revisor de Metodologia
DEDICATÓRIA
À minha esposa, Edna, e ao meu filho Fabio, os dois grandes apoiadores e incentivadores do meu caminhar em busca da confecção de mais um dos meus sonhos, bem como pela ausência sentida durante meu aperfeiçoamento nesta nova realidade.
AGRADECIMENTOS
Ao Deus, que habita em mim, Criador de todas as coisas, por mais esta oportunidade de evolução. 
Ao meu bom amigo e contemporizador Professor, Doutor Auner Pereira Carneiro, pelas sábias orientações nos momentos de dúvida.
Ao meu filho e melhor amigo Fabio, sempre presente e disposto nos momentos de maior necessidade, ao Leo, Dani, Priscila e Alexandre, filhos amados, imprescindíveis com seus pensamentos positivos, torcendo pela minha vitória.
EPÍGRAFE
[Produzir e ser]
(...) Pode-se distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião ou por tudo que se queira. Mas eles próprios começam a se diferenciar dos animais tão logo começam a produzir seus meios de vida, passo este que é condicionado por sua organização corporal. Produzindo seus meios de vida, os homens produzem, indiretamente, sua própria vida material.
O modo pelo qual os homens produzem seus meios de vida depende, antes de tudo, da natureza dos meios de vida já encontrados e que têm de reproduzir. Não se deve considerar tal modo de produção de um único ponto de vista, a saber: a reprodução da existência física dos indivíduos.
Trata-se, muito mais, de uma determinada forma de atividade dos indivíduos, determinada forma de manifestar sua vida, determinado modo de vida dos mesmos.
Tal como os indivíduos manifestam sua vida, assim são eles. O que eles são coincide, portanto, com sua produção, tanto com o que produzem como com o modo como produzem. O que os indivíduos são, portanto, depende das condições materiais de sua produção.
MARX, Karl. Ideologia alemã. 
São Paulo, Hucitec, 1984, p. 27
RESUMO
O foco do trabalho é inicialmente direcionado à Ética profissional e jurídica tão decantada desde o primeiro período do curso de direito, contudo não aplicada em segmentos tão necessários, principalmente em se tratando de recursos humanos em prol da defesa da dignidade humana. É trazido à luz da verdade, vários artifícios utilizados, tanto de forma casual, inocente, desconcentrados, como outros tantos produzidos, maquinados, em busca da vitória profissional, mais do que em busca da verdade e da justiça tão simetricamente discursada. A pretensão é trazer um alerta para a profissão, não tão-somente do Advogado quanto de todas as demais profissões. Enfim, a Ética em suas inimagináveis versões (que não deveria haver), no decorrer do caminho escolhido.
 Palavras-chave: Dignidade. Ética. Moral. Caráter. Verdade. 
RESUMEN
El enfoque del trabajo se dirige inicialmente a la ética profesional y legal que se decantó a partir del primer período del curso de la ley, pero no se aplica en segmentos según sea necesario, sobre todo en el caso de los recursos humanos para la defensa de la dignidad humana. Se sacó a la luz el hecho, diversos dispositivos utilizados ya sea casualmente, inocente, fuera de foco, como tantos producido, mecanizado, en busca de la victoria profesional, en lugar de buscar la verdad y la justicia lo simétricamente discursada. La intención es llevar una advertencia a la profesión, no sólo como el Abogado de las otras profesiones. Por último, la ética en sus versiones inimaginables (que no debe ser), durante el camino elegido.
  Palabras clave: dignidad. Ética. Moral. Personaje. Verdad.
Prefácio
“Heterogeneidade coerente. No corpo humano, a integração e a evolução deixam muito pouca liberdade para as partes. A consciência só existe nas partes, enquanto que no todo, a consciência só existe no todo.”
(Herbert Spencer)
SUMÁRIO
	EPÍGRAFE ........................................................................................... 6
	RESUMO ............................................................................................ 7 
	RESUMEN	........................................................................................... 8
 
PROLEGÔMENOS ............................................................................... 11
INTRODUÇÃO .................................................................................... 14
O QUE É A ÉTICA ....................................................................... 16
 ÉTICA A NICÔMACO ................................................................... 22
 1.2 ÉTICA DA PERSONALIDADE E ÉTICA DO CARÁTER ............... 29
2. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO ................................................... 30
3. O PROBLEMA	............................................................................... 31
3.1 DINHEIRO SEM LIMITES ................................................................ 34
3.2.1 JURISPRUDÊNCIA – TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA 
DA OAB ................................................................................................ 43
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 43
REFERÊNCIAS
 PROLEGÔMENOS									 110
			
			A Banca Examinadora e os leitores, amigos, os colegas, professores e dirigentes que expectantes aguardam uma abordagem neste trabalho, de um acompanhamento das Leis que regem o Estatuto da Advocacia e da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, a Lei n. 8.906, de 04-07-1994, as quais acompanham o Código de Ética e Disciplina, podem se sentir “confusos” ou decepcionados com as ideias aqui abordadas, que fogem um tanto das Leis Jurídicas que todos conhecem, pelo menos têm a obrigação de poder flutuar sobre estas, após todo o tempo passado, debruçados no espaço dos últimos 5 anos, praticamente respirando e alimentando somente do que deu de ração, a nomenclatura da Carta Magna. Porém, é também gratificante, ter-se uma conscientização mais ampla do que o conhecimento aplicado, só para não passar em branco, das regras Deontológicas Fundamentais, em seu Capítulo I, Título I, Da Ética do Advogado. Alargando já por extensão no próximo segmento, aqui, o artigo 49, encontrada lá no Título II, Do Processo Disciplinar, Capítulo I – Da Competência do Tribunal de Ética e Disciplina que orienta: 
			“Art. 49. O Tribunal de Ética e Disciplina é competente para orientar e aconselharsobre ética profissional, respondendo às consultas em tese, e julgar os processos disciplinares”, contudo, daqui não compete mais a esse trabalho as citações de artigos e normas jurídicas, sem ter que adentrar nos trabalhos referentes à legislação.
			Para se fazer entender com mais precisão, o autor traz elementos no próprio Código de Ética do Advogado, Título I do Livro, mais especificamente no Capítulo I, art. 1º que diz: “O exercício da advocacia exige conduta compatível com os preceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e com os demais princípios da moral individual, social e profissional” E em seu art. 2º - “O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado democrático de direito, da cidadania, da MORALIDADE PÚBLICA, DA JUSTIÇA E DA PAZ SOCIAL, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função pública que exerce. Vejamos o parágrafo único em alguns incisos:
I – preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade e indispensabilidade; 120
II- atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé; 
III – velar por sua reputação pessoal e profissional;
 
IV – empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal e profissional;
V – contribuir para o aprimoramento das instituições, do direito e das leis;
(...)
VII – abster-se de: c) vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestamente duvidoso. 
A partir desta alínea, começa-se a duvidar da ética, não somente dos colegas advogados, mas da humanidade. A Bíblia diz: “Na dúvida, abstenha-te”. Mas é justamente aqui que entra o antropocentrismo antiético. A lei do “cada um por si”.
As Leis Trabalhistas têm proteções para determinadas profissões, v.g., um digitador, que deve ter um período de descanso de 15 minutos para cada hora e meia de produção, a fim de proteger as digressões físicas, tanto como para garantir a mesma produção do seu trabalho sem trauma, logicamente garantindo o ganho do patrão e a própria qualificação do trabalho.
Não se vê, em todo o estudo, um “time” mental/intelectual para a profissão de um juiz, que exige tanto da ética jurídica, o que seria uma garantia de melhor resultado, certamente, com mais eficácia tanto no que concerne a tempo, quanto à qualidade de resultados, com menor fator de erro decisório. O acúmulo de processos no país obriga aos magistrados, defensores públicos, promotores, como fossem professores primários, levarem trabalho para completar em casa. Pensar na hora do descanso, como se estivessem corrigindo provas, com a diferença da facilidade destes terem um gabarito para suas provas, o que, obviamente, não acontece com aqueles já que, na maioria dos processos não existe tantas analogias o que traz aos erros cada vez menos raros, tanto ao maior o número de processos acumulados, quanto à falta de contingente apto à lide.13
Estas situações, rapidamente apontadas, não levam a qualquer solução, contudo, espera-se que, com o desenvolvimento deste trabalho se consiga, despretensiosamente, iluminar, se não a atuação jurídica, mas além de anseios, à reconstrução dos estudos éticos a partir dos primeiros legisladores filósofos que, já há mais de dois mil anos se deparavam com os mesmos problemas, e, haja vista a diferença de tecnologia e evolução de pensamentos, a população era infinitamente menor, presumivelmente com problemas bem diferenciados, mas sempre em busca de um mundo mais ético, em busca de solução para cada tipo de problema, menos rebuscados do que os atuais.
INTRODUÇÃO14
 A confusão que acontece entre as palavras Moral e Ética existe há muitos séculos. A própria etimologia destes termos gera confusão, sendo que, como ensina Renan Bardine, Ética vem do grego “ethos” que tem o significado de “modo de ser”, e Moral tem sua origem no latim “mores”, que significa “costumes”. Ainda se voltará a falar no assunto.
	
	Essa confusão pode ser resolvida com o esclarecimento dos dois temas, sendo que Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas através da educação, pela tradição e pelo dia-a-dia. Durkheim, explicava a Moral como a Ciência dos Costumes, sendo algo anterior à própria sociedade. A Moral tem caráter obrigatório. Já a palavra Ética, Motta (1984), a define como “um conjunto de valores que orienta o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”. Ambas, representam a forma como o homem deve se comportar em seu meio social.
	A Moral sempre existiu, via de regra todo ser humano possui a Consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive, surgindo, realmente, desde quando o homem passou a fazer parte de agrupamentos na formação das sociedades primitivas. A Ética teria surgido com Sócrates, haja vista a obrigatoriedade de um maior grau de cultura. Ela é investigativa e tem como uma das diversas funções, explicar as normais morais, já que leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. (Vásquez – 1998 – apud Renan Bardine), aponta a Ética como teórica e reflexiva, deixando a eminência prática para a Moral. A Moral é um supletar-se no inter-relacionamento, no dizer “uma completa a outra”. Em suma, há um inter-relacionamento entre ambas, pois na ação humana, o conhecer e o agir são indissociáveis.
	Deve-se, em nome da amizade, guardar silêncio diante do ato de um traidor? Em situações como esta, os indivíduos deparam-se com a necessidade de organizar o seu comportamento por normas que se julgam mais apropriadas ou mais dignas de serem cumpridas. Tais normas são aceitas como obrigatórias, e desta forma, as pessoas compreendem que têm o dever de agir desta ou daquela forma. Porém, o comportamento é o resultado de normas já estabelecidas, não sendo, então, uma decisão natural, pois todo comportamento sofrerá um julgamento. E a diferença prática, no pensar de Renan Bardine, entre Moral e Ética, é que “esta é a juíza daquela”, assim, Ética é uma espécie de legislação do comportamento Moral das pessoas. Mas a função fundamental é a mesma de toda teoria: explorar, esclarecer ou investigar determinada realidade. E como explicar uma realidade subjetiva?15
	A Moral, afinal, não é somente um ato individual, pois as pessoas são, por natureza, seres sociais, assim, percebe-se que a Moral também é um empreendimento social. E esses atos morais quando realizados por livre participação da pessoa, são aceitas voluntariamente.
	Assim determina Vasquez (1998) apud Renan Bardine, ao citar a Moral como “sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade”, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma forma mecânica, externa e impessoal.
	Enfim, como ápice do ser humano livre a Ética e a Moral significam respeitar e venerar a vida, o que nos direciona ao caráter. O homem, com seu livre arbítrio, vai formando ou destruindo seu meio ambiente. Ele apoia a Mãe Natureza e suas criaturas, ou subjuga tudo que pode dominar, e assim, ele mesmo se torna no bem ou no mal. 
	Segundo o Professor Mario Sérgio Cortella, (UFRJ), a Ética se resume em um conjunto de valores, que o ser humano deve usar para decidir questões da vida. Essas três palavras são: Quero. Devo. Posso. E o homem as digere da seguinte forma: 
	“Tem coisas que quero, mas não devo. Tem coisas que devo, mas não posso. Tem coisas que posso, mas não quero.”
1 O QUE É A ÉTICA16
Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra ética, derivada do grego, significa literalmente, aquilo que pertence ao caráter. Daí chamar,carinhosamente, o autor, à Ética de filha da Moral com o Caráter.
Em um sentido menos filosófico e mais prático podemos compreender um pouco melhor esse conceito examinando certas condutas do nosso dia a dia, quando nos referimos, v.g, ao comportamento de alguns profissionais, tais como um médico, jornalista, advogado, empresário, um político e até mesmo um professor. Para estes casos, é bastante comum ouvir expressões como: ética médica, ética jornalística, ética empresarial e ética pública.
A ética abrange uma vasta área, podendo ser aplicada à vertente profissional. Existem códigos de ética profissional, que indicam como um indivíduo deve se comportar no âmbito da sua profissão. A ética e a cidadania são dois dos conceitos que constituem a base de uma sociedade próspera.
Pode-se citar a ética e a moral como temas relacionados, mas são diferentes, porque a moral fundamenta-se na obediência a normas, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos e a ética, busca fundamentar o modo de viver pelo pensamento humano. 
Na filosofia, a ética não se resume à moral, que geralmente é entendida como costume, ou hábito, mas busca a fundamentação teórica para encontrar o melhor modo de viver, a busca do melhor estilo de vida. 
Diferencia-se da moral, que se fundamenta na observância a costumes e hábitos recebidos, enquanto a ética, ao contrário, busca fundamentar as ações morais exclusivamente pela razão.
Nair de Sousa Motta define ética como sendo um “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”. Já para frei Leonardo Boff ética é uma parte da Filosofia que “considera concepções de fundo acerca da vida, do universo, do ser humano e do seu destino, estatui princípios e valores que orienta17
m pessoas e sociedades”.
Habitualmente as pessoas não fazem muita distinção entre ética e moral, e acabam usando as palavras como sinônimos. Mas os estudiosos da questão separam estas definições. Para eles a moral é definida como o conjunto de normas, princípios, preceitos e costumes que norteiam o comportamento do indivíduo na sociedade em que vive; enquanto a ética é definida como a teoria, o conhecimento ou a ciência do comportamento moral, que busca identificar os princípios morais de uma sociedade. Neste entendimento a ética seria filosófica e científica.
	De uma forma simples, embora isto não faça diferença para quem se comporta com retidão, honestidade e responsabilidade, pode-se definir ética como sendo um conjunto de princípios morais que se deve observar rotineiramente; e moral como um conjunto de regras que trata dos atos humanos, dos bons costumes e dos deveres do homem na sociedade, no meio em que vive.
Exemplos de comportamento ético:
1 – Não adulterar documentos ou fatos para distorcer a verdade;
2 – Não adulterar produtos para obter vantagens;
3 – Não prestar falso testemunho para beneficiar terceiros;
4 – Não buscar obter vantagens em prejuízo de terceiros;
5 – Não corromper ou ser corrompido;
6 – Não praticar nepotismo;
7 – Não sonegar impostos.
	Jailson José Ribeiro, comenta a obra Ética e Moral: a busca dos fundamentos, do Teólogo e Filósofo Leonardo Boff, abordas as questões éticas e morais como fundamentos para as relações humanas em busca do desenvolvimento na sociedade e no meio em que se vive, o que inclui pensar as relações do ser humano com o meio ambiente.
	O autor põe em pauta o caminho da humanidade. Por tantos acontecimentos antiéticos e imorais, questiona qual será o destino dessa, abismo ou apogeu em que os efeitos surtirão a todos.18
	Partindo da crise ética e moral gerada pelo pluralismo histórico-cultural dos povos e o lugar alto e múltiplo das ciências, o autor em sua obra aborda temas como: a evolução do homem na Terram, que de certa forma está sendo uma evolução depredadora de todo ecossistema e de si. As revoluções causadas pelo ser humano para busca do empreendimento, favoreceram como dogmas o prolongamento da vida, mas em contrapartida causaram e causam também a destruição e a desumanização. De certa forma, causam um desenvolvimento material sem um desenvolvimento ético e espiritual.
	O ser humano por natureza é um ser que necessita buscar meios para o seu desenvolvimento. Destarte, usa todos os artifícios a fim de conseguir seus objetivos. Para tais conquistas, ele despreza e nega seus próprios limites.
	O autor em estudo destaca que para a busca do desenvolvimento, o ser humano deve observar alguns cuidados, com o objetivo de manter suas conquistas em um nível de tolerância que não cause malefícios às relações humanas e destas com o universo e o ser “supremo”. Boff relata que sem cuidado, nada que é vivo sobrevive, pois tudo que cuidamos dura muito mais. Com isso, ele pressupõe que o ser humano necessita resgatar as essências espirituais e ter o mínimo de atitude ética, se quiser preservar a si e as gerações futuras.
	Leonardo Boff aborda a crise mundial de valores, pois, segundo o autor, para grande maioria da humanidade é difícil distinguir o que é certo ou errado. Isto porque ela almeja um desenvolvimento pela competição, causando uma frenética corrida pela superioridade, de forma que extrapola todos os valores, sejam eles, éticos ou morais. Segundo Boff, houve mais mudanças na sociedade nos últimos 50 anos do que desde a Idade da Pedra.
	Para o autor, o ser humano inspira e expira o desenvolvimento. Poderá fazê-lo, mas deve observar que tem valores e que esses devem ser guias para a busca de qualquer objetivo. Salienta ainda, que essa busca frenética do bem-estar material pregada pelo capitalismo globalizado, que tem como ideologia política o neoliberalismo, causa uma distorção na realidade do ser humano. Pela saga do individualismo, pelo egoísmo, pelo que é meu / propriedade (minha casa, meu carro, minha empresa...), o ser humano subestima o bem comum que é a mola-mestra para uma convivência pacífica e harmoniosa de todos os seres. Está incutida na mentalidade do ser humano essa ideologia, lavagem cerebral feita pelo capitalismo, da qual o propósito é: o mercado ganhar e a sociedade perder. Por que então construir algo em comum? Isso acaba legitimando o interesse particular em detrimento ao geral. Por isso, a sociedade precisa e deve rever seus valores, pois são estes que darão capacidade de orientação ao ser humano para a gerencia do bem comum. Boff destaca que o consumismo pregado pelo capitalismo pode levar o Planeta à falência. Por isso, esse ser racional, denominado HOMEM, tem que se autolimitar; tem que ter virtudes ecológicas, pois senão, irá desestruturar todo o ciclo de vida na Terra, causando um impacto tão grande que esta, talvez não tenha a capacidade de se autorregenerar.19
	Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro... Ou formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e da diversidade da vida. (BOFF, 2003, p. 67).
	
	Leonardo Boff vincula toda essa destruição de valores ao imperialismo: “doença” impregnada pelo Ocidente, que é encabeçada pelos EUA, por acharem que são os melhores e que sempre serão “referência” para a humanidade. Destarte, eles usam dos meios mais absurdos para imporem os seus objetivos diante do mundo. Usam a guerra para aniquilar aqueles que são contra os objetivos impostos pelo “dono do poder”. Cada Estado opta pelo projeto político que mais atende à sua necessidade em resolver as questões políticas e econômicas e usa meios para a defesa de seus objetivos. Sendo assim, para resolver o antagonismo, usa o meio que mais aterroriza a humanidade: a GUERRA. Boff, por circunstancias obvias e depois de muita análise a respeito dos valores da sociedade, destaca que a Guerra não é solução para nenhum problema. O ser humano deve respeitar os seus limites, ter responsabilidade coletiva, participação, compaixão, solidariedade, pensar no bem-estarsocial, isso sim é referência para qualquer ética humanitária.20
	Concluindo o seu trabalho, Boff destaca que o ser humano deve resgatar seus valores éticos e morais, que o induzirão às três virtudes mais importantes: o bem comum humano e de toda a comunidade de vida, a autocontenção e a justa medida. Essas seriam o maior antídoto contra a apatia, o cinismo, os conflitos e as guerras que ainda assolam perigosamente a humanidade.
	Em sua maioria, a obra Ética e moral: a busca dos fundamentos, de Leonardo Boff, utiliza-se da gramática normativa, pois segue as regras que regem a língua portuguesa, mas também apresenta, por exemplo, termos não aceitos pelo dicionário de nossa língua materna, ou ainda, quando o autor cria termos para determinadas situações ou elementos específicos dentro de sua ética, mostrando com isso sua autonomia e ser referência naquilo que escreve.
	Leonardo Boff apresenta reflexões que visam criar clareza e motivações para um comportamento ético e moral responsável e à altura dos desafios contemporâneos.
	Sua obra tem uma contribuição significativa para a atualidade, pois abrange um vasto conhecimento relacionado à ética e à moral. Isto é significativo tanto para o meio acadêmico, quanto para as questões científicas, além de ser um pensamento necessário a toda humanidade. Os profissionais do meio acadêmico, propulsores do conhecimento sabem que a educação é uma ação interativa: faz-se mediante informações, comunicação, diálogo entre seres humanos. Em toda educação há um e outro em relação. Em toda educação, por tudo isso, a ética e a moral está implicada.
	Fala-se muito em desenvolvimento sustentável, que é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações. Esse conceito intimamente tem uma relação do trabalho, que é a ação humana que transforma a natureza para o homem. Mas para que o trabalho cumpra essa finalidade de sustentar e humanizar, o homem deve realizar-se de modo autossustentável para a natureza e para o próprio homem. Preservar e cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade ética diante da própria sobrevivência humana. Mas, ultimamente, percebe-se um individualismo avassalador. Ninguém é levado a construir algo em comum, o ser humano capitalista é levado a destruir o seu semelhante para a sua própria sobrevivência.21
	Por essas e outras razões e explanações posta em análise coloca-se a esse homem imediatista como um convite a tornar-se um agente transformador de si e do mundo (de seu ethos).
A ÉTICA, O QUE É, AFINAL?
São variadas as formas de ética e principalmente de se estabelecer uma discussão sobre um tema ético.
Com os Novos Parâmetros Curriculares, temos à nossa frente, entre os Temas Transversais, a Ética.
Propõem-se que o tema perpasse todas as disciplinas, porém, pensamos ser oportuno também criar um espaço para que alunos e professores se dispusessem a falar sobre a Ética especificamente.
Visto a grande variedade de pontos possíveis de discussão referentes à Ética, optamos por alguns mencionados no material elaborado pelo Ministério da Educação, diálogo, solidariedade, justiça, e principalmente o respeito mútuo.
A ideia, propriamente dita, poderá iniciar com uma atividade mais recreativa, suscitando os temas acima referidos. Poderá ser um jogo, onde, a partir das regras poderemos, pelo diálogo, pensarmos as regras, as sanções etc. Outra sugestão vai descrita abaixo e foi retirada da publicação no Diário da Justiça, Seção I, do dia 01.03.95, p. 4000/4004:
Código de Ética e Disciplina da OAB22
	“O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, ao instituir o Código de Ética e disciplina, norteou-se por princípios que formam a consciência profissional do advogado e representam imperativos de sua conduta, tais como: os de lutar sem receio pelo primado da Justiça; pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo com que esta seja interpretada com retidão, em perfeita sintonia com os fins sociais a que se dirige e as exigências do bem comum; ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de seus elementos essenciais; proceder com lealdade e boa-fé em suas relações profissionais e em todos os atos do ofício; empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, dando ao constituinte o amparo do Direito, e proporcionando-lhe a realização prática de ter, com independência e altivez, defendendo com o mesmo denodo humildes e poderosos; exercer a advocacia com o indispensável senso profissional, mas também com desprendimento, jamais permitindo que o anseio de ganho material sobreleve à finalidade social do seu trabalho, aprimorar-se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência jurídica, de modo a tornar-se merecedor da confiança do cliente e da sociedade como um todo, pelos atributos intelectuais e pela probidade pessoa; agir, em suma, com a dignidade das pessoas de bem e a correção dos profissionais que honram e engrandecem a sua classe.
	Inspirado nesses postulados é que o Conselho federal da Ordem dos Advogados do Brasil, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelos arts. 33 e 54, V, da Lei 8.906, de 04 de julho de 1994, aprova e edita este Código, exortando os advogados brasileiros à sua fiel observância. 
1.1 ÉTICA A NICÔMACO
O livro intitulado: “Ética a Nicômaco” é da autoria de Aristóteles e foi dedicado ao seu pai, cujo nome era Nicômaco, esta é a versão de uma das correntes aristotélicas. Esta é considerada a principal obra de Aristóteles sobre Ética e é constituída por dez livros, onde Aristóteles age como um pai que está preocupado com a educação e a felicidade do seu filho, porém, tem por objetivo fazer com que as pessoas pensem sobre as suas ações, colocando dessa forma a razão acima da paixão, procurando a felicidade individual e a coletiva, pois o ser humano é um ser social, vive em sociedade e suas atitudes sempre devem prever o bem comum. Nas obras de Aristóteles, a ética é vista como parte da política que precede a própria política, e está relacionada com o indivíduo, diferentemente, a política retrata o homem na sua vertente social.23
Toda a racionalidade prática, para Aristóteles, visa a um fim, ou um bem e a ética, tem como propósito estabelecer a finalidade suprema que está acima e justifica todas as outras e a forma certa para alcançá-la.
Claro, essa finalidade suprema é a felicidade. Não se trata dos prazeres, riquezas, honras e sim de uma vida virtuosa, sendo que essa virtude se encontra entre os extremos e só pode ser alcançada por alguém que demonstre prudência. A partir dessas ideias de Aristóteles, formou-se o primeiro tratado da história, a respeito de como deve agir o ser humano, para que realmente seja considerado um ser social.
Existe uma segunda vertente que assim traduz a ideia: Ética a Nicômaco não é “mais uma obra”, esta é a principal obra de ética de Aristóteles. Nela se expõe sua concepção teleológica e eudaimonista de racionalidade prática, sua concepção da virtude com mediania e suas considerações acerca do papel do hábito e da prudência na Ética. É considerada a mais amadurecida e representativa do pensamento aristotélico.
O título da obra, segundo estudiosos, advém do nome de seu filho, e também discípulo, Nicômaco. Supõe-se que a obra resulte das “Anotações de Aula” deste e publicadas pelos discípulos de Aristóteles depois da morte prematura, em combate, de Nicômaco.
Aristóteles inicia suas aulas sobre ética, conforme as anotações de seu filho, discutindo as ideias de seu mestre Platão. E, embora vá diferir deste em muitos pontos – passando de um idealismo para um realismo, se assim se pode falar, - a ideia fundamental de Aristóteles é, tanto quanto para Platão, o Bem Supremo. E esse bem supremo é ainda e sempre a felicidade.
No livro II da Ética a Nicômaco, há um trecho que expressa, de maneira exímia, o intuito, o propósito, o objeto e o sujeito do estudo da ética: Está-se falando da excelênciamoral, pois é esta que se relaciona com as emoções e ações, e nestas há excesso, falta e meio termo. Por exemplo, pode-se sentir medo, confiança, desejos, cólera, piedade, e, de um modo geral, prazer e sofrimento, demais ou muito pouco, e, em ambos os casos, isto não é bom; mas experimentar este sentimento no momento certo, em relação aos objetos certos e às pessoas certas, e de maneira certa, é o meio termo e o melhor, e isto é característico da excelência. Há também, da mesma forma, excesso, falta e meio termo em relação às ações. Ora, a excelência moral se relaciona com as emoções e as ações, nas quais o excesso é uma forma de erro, tanto quanto a falta, enquanto o meio termo é louvado como um acerto; ser louvado e estar certo são características da excelência moral. A excelência moral, portanto, é algo como equidistância, pois, como já se viu, se alvo é o meio termo. Ademais é possível errar de várias maneiras, ao passo que só é possível acertar de uma maneira (também por esta razão é fácil errar e difícil acertar – fácil errar o alvo e difícil acertar nele); também é por isto que o excesso e a falta são características da deficiência moral, e o meio termo é uma característica da excelência moral, pois a bondade é uma só, mas a maldade é múltipla.24
Aristóteles aprofunda os ensinamentos que retirou de Platão (República), e elabora sua teoria ética a partir das estruturas morais vigentes na comunidade grega do século V a.C. De um modo geral, pode-se dizer que a sua teoria apresenta o procedimento do homem prudente como um valor cuja opinião dos homens mais velhos, a experiência da vida e os costumes da cidade são condições objetivas para se filosofar politicamente. Diferentemente de Platão, Aristóteles humanizou o fim último, ou seja, o fim último foi afirmado no plano terreno. Por isso, o ético em Aristóteles é entendido a partir do ethos (do costume), da maneira concreta de viver vigente na sociedade. É exatamente o ethos que funciona como elo entre as esferas jurídica e política. As ordens “jurídica e política” pressupõem o ethos.
A obra de Aristóteles é sistemática. E orientada ao fim último, o Bem Supremo, identificada com a felicidade, ou eudemonia, em grego. É por isso que inicia a sua argumentação negando o postulado platônico, muito embora tal investigação se torne penosa pelo fato de as Formas terem sido introduzidas na filosofia por um amigo. Mas, o fato de Aristóteles ter dedicado à amizade dois livros, o VIII e o IX, indica bem o grau de relacionamento que ele tinha com Platão. Porém, “talvez pareça melhor, e de fato seria até uma obrigação, especialmente para um filósofo, sacrificar até suas relações pessoais mais estreitas em defesa da verdade”. E a defesa da verdade o leva a concluir que “O bem, portanto, não é uma generalidade correspondente a uma forma única”. Isto porque o bem deve ser algo atingível pelo homem, através de sua atividade, e não um “bem em si”, ideal e inatingível.25
Aristóteles, fiel ao método científico, estabelece uma espécie de classificação de bens, e uma hierarquia na sua realização, tomando como critério o fim visado. Já que há mais de uma finalidade: o fim da medicina é a saúde, da estratégia, a vitória, e assim por diante, devemos prosseguir do bem que é desejável por causa de outra coisa ao bem que sempre é desejável em si.
Parece que a felicidade, mais que qualquer outro bem é tida como este bem supremo, pois se a escolhe sempre por si mesma, e nunca por causa de algo mais; mas as honrarias, o prazer, a inteligência e todas as outras formas de excelência, embora se as escolham por si mesmas (escolher-sê-las-íam ainda que nada resultasse delas), escolher-sê-las-á por causa da felicidade, pensando que através delas se serão felizes. Ao contrário, ninguém escolhe a felicidade por causa das várias formas de sua excelência, nem, de um modo geral, por qualquer coisa além dela mesma.
E a felicidade não como uma forma abstrata, ideal, mas “a felicidade como uma forma de viver bem e conduzir-se bem”.
Porém, ainda que assim o seja, parece que a forma de vida tem profundas implicações na compreensão e realização do que seja “viver bem” e “conduzir-se bem”, em relação ao bem supremo. Por isso Aristóteles, ao mesmo tempo em que discute as características da felicidade, como algo que deve ser escolhida por si mesma, questiona a vida prática dos homens, especialmente dos mais vulgares, que parecem “identificar o bem, ou a felicidade, com o prazer”. E então, identifica três tipos principais de vida: 
- A vida agradável, cujos representantes visam sobretudo “aproveitar a vida”, assemelhando-se “totalmente aos escravos, preferindo uma vida comparável à dos animais”;265
- A vida política, cujo exame dos tipos principais “demonstra que as pessoas mais qualificadas e atuantes identificam a felicidade com as honrarias”, “com vistas ao reconhecimento de seus méritos”;
- A vida contemplativa, que visa unicamente a verdade e a perfeição, ou o Bem Supremo por si mesmo, conforme Aristóteles desenvolve ao longo de toda obra.
Desta realidade advém a necessidade de investigação ética e da elaboração de normas morais. Além do que antecipa três modos de consciência, que por si só demandaria um estudo aprofundado e riquíssimo. De qualquer forma, a partir destas constatações, Aristóteles começa a refletir sobre as questões éticas. É útil adiantar que Aristóteles começa com exemplos práticos da vida cotidiana, que sobre eles reflete e a eles retorna. Tal procedimento identifica o trabalho ético bem como o objeto de seu estudo. Logo, o objeto da ética é o “comportamento prático-moral”. Assim, o que faz Aristóteles ao referir-se continuamente a exemplos da vida prática, é ética, ou dito de outro modo, ciência da moral, visto que reflete sobre o comportamento moral visando não estabelecer normas, mas indicar o caminho da “escolha correta”, em relação ao bem supremo.
Por este motivo, logo em seguida inicia a reflexão sobre o areté, termo grego traduzido por “virtude” ou “excelência moral”, e que, segundo ele, se diferencia em duas espécies: a excelência intelectual (sophia), das quais são exemplos a sabedoria, a inteligência e o discernimento; e a excelência moral (phronesis), das quais são exemplos a liberdade e a moderação. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles se ocupa primordialmente, como é óbvio, da excelência moral, acentuando cada vez mais o papel central da phronesis, traduzido como “discernimento” (e em algumas outras traduções como “prudência”). 
A reflexão aristotelica qanto à ética compreende duas catergorias de virtudes: as virtudes morais, fundamentadas na vontade, e as virtudes intelectuais, baseadas a razão. Como exemplo de virtudes morais, temos: a coragem, a generosidade, a magnificência, a docura, a amizade e a justiça. As virtudes intelectuais ou dianoéticas são: a sabedoria, a temperança, a inteligência e verdade. Uma ação pode ser considerada como justa quando realiza o equilíbrio das virtudes morais e quando alcança as virtudes intelectuais. O objetivo da ação moral é a justiça, assim como, a verdade é o objetivo da ação intelectual. Em sentido lato, a justiça configura o exercício de todas as virtudes, observando-se a instância da alteridade. Em sentido estrito, encontra-se como uma virtude ética que implica o princípio da igualdade. Tendo por base tal premissa, Aristóteles inicia sua ética a partir da realidade social de sua época. O ponto central torna-se o conceito de atividade; atividade no sentido de que o homem deve realizar ao máximo suas disposições naturais (aptidões). O homem deve buscar esse aperfeiçoamento para com isso alcançar a felicidade. Esse pensador assinala que o cultivo da inteligência é o bem supremo, o summum bonum, logo sua concepção ética é denominada de ética das virtudes ou ética eudemônica, isso porque enfatiza a busca pelo bem viver e pela felicidade, no sentido estricto de pleno desenvolvimento das disposições naturais. O homem deve desenvolver suas aptidões para alcançar o seu fim (télos), sua perfeição,por isso que eudemonia e télos estão intrinsecamente ligados, formando uma ética imanente da felicidade terrena, portanto, política.275
O conceito de eudemonia vincula-se ao conceito de justiça apresentado por Platão na República, que também compreende a noção de justiça como uma virtude que precisa ser praticada constantemente e não pode ser tomada como aquisição contínua, mas como um exercício político, assim expresso no livro II, capítulo 6, da Ética a Nicômaco. Aristóteles apresetna o sentido do conceito de virtude como hábito, ou seja, algo que existe em potência mas que precisa ser desenvolvido. A natureza oferece as condições de possibilidades para que o homem possa desenvolver suas aptidões conforme sua essência racional, nesse caso a justiça como um valor ético se desvela em nossos atos, logo "toda virtude e toda técnica nascem e se desenvolvem pelo exercício".
Observa-se que a prática da virtude não se confunde com um mero saber técnico, não basta a conformidade, exige-se a consciência do ato virtuoso. O homem considerado justo deve agir por força de sua vontade racional. na Ética a Nicômaco, Aristóteles enumera três condições para que um ato seja virtuoso, a saber: primeiro, o homem deve ter consciência da justiça de seu ato; segundo, a vontade deve agir motivada pela própria ação; terceiro, deve-se agir com inabalável certeza da justeza do ato. As virtudes são disposições ou hábitos adquiridos ao longo da vida e se fundamentam na ideia de que o homem deve sempre realizar o melhor de si. A virtude será uma espécie de meio termo, termo médio entre os extremos, evitando, assim por dizer, o excesso e a deficiência, uma vez que a justiça é uma virtude que só pode ser praticada em relação ao outro e de modo consciente. O objeto da justiça é realizar a felicidade na pólis, o seu oposto, a injustiça, poderá ocorrer por falta ou por excesso.28
aristóteles distingue duas classes de justiça: a universal e a particular. A justiça universal significa a justiça em sentido amplo que pode ser definida como conformidade ao nomos (norma jurídica, costume, convenção social, tradição). Esta norma constituinte do nomos é dirigica a todos. A ação deve corresponder a um tipo de justo que é o justo legal. O membro da pólis se relaciona com todos os demais, ainda que virtualmente, e compartilha com todos os efeitos de sua atitude ou omissão. A justiça universal ressalta a importância da legalidade como um dos aspectos que fundamenta a coesão social. A comunidade existe virtualmente na pessoa de cada membro. O homem virtuoso é aquele em que, segundo seu agir, o elemento essencial passa pela observância do princípio neminem laedere (não prejudique a ninguém).
	A justiça particular significa em sentido estrito o hábito de realizar a igualdade. Este tipo de justiça refere-se ao outro no sentido de uma relação direta entre partes, típica da experiência citadina. Esse tipo de justiça vincula-se com a justiça universal, pois o transgressor da justiça particular se compromete também diante do nomos. O justo particular apresenta-se em duas formas distintas: o justo particular distributivo que assinala a justiça distributiva surge no sentido de igualdade na devida proporção. Essa modalidade de justiça regula as ações da sociedade política com seus membros e tem por objeto a justa distribuição dos bens públicos: honras, riquezas, encargos sociais e obrigações. Essa prática também se fundamenta na igualdade que não se confunde com uma igualdade matemática e rígida, mas geométrica ou proporcional que observa o dever de dar a cada um o que lhe é devido; observa os dotes naturais do cidadão, sua dignidade, o nível de suas funções, sua formação e posição na hierarquia organizacional da polis. O princípio de igualdade que figura neste tipo de justiça exige uma desigualdade de tratamento, pois sendo diferentes segundo o mérito, os benefícios a serem atribuídos também devem ser diferentes.
	A outra modalidade de justiça particular é a justiça corretiva ou sinalagmática, que se divide em comutativa e judicial. Trata-se de um tipo de justiça que regula as relações entre cidadãos e utiliza o critério do justo meio aritmético ou igualdade.
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	Para Aristóteles, a excelência moral não é emoção ou faculdade, mas disposição da alma - exatamente uma disposição para escolher o meio termo.
	Por meio termo Aristóteles quer "significar aquilo que é equidistante em relação a cada um dos extremos, e que é o único e o mesmo em relação a todos os homens". É a escolha justa, correta, feita com discernimento e encaminhada pela prudência. Portanto, ela não pode ser uma emoção, porque a regula; não pode ser uma faculdade, porque, ao mesmo tempo que dela se vale para regular a emoção, no "espaço" que vai do prazer ao sofrimento, a atrai para a ação, para orientar a atividade. É por possuir essa disposição que "um mestre em qualquer arte evita o excesso e a falta, buscando e preferindo o meio termo - o meio termo não em relação ao próprio objeto, mas em relação a nós". Não é por outro motivo que "se afirma com frequência que nada se pode acrescentar ou tirar às boas obras de arte". O meio termo (mesotês) é, assim, o caminho ético para a excelência, para o "mestre na arte da vida". Caminhar para ele requer, de um lado, o reconhecimento de que a felicidade não se confunde com o prazer e o sofrimento, visto que "é por causa do prazer que praticamos más ações, e é por causa do sofrimento que deixamos de praticar ações nobiliantes", de outro lado, a construção progressiva de uma consciência moral constituída, por assim dizer, pelos "meios termos" ou excelências morais, operada pelo discernimento e regulada pela reta razão.
	Ao longo da sua obra podem ser "pinçadados" os "meios termos" mais investigados por Aristóteles, e que se situam entre os "vícios por deficiência" e os "vícios por excesso".
1.2 ÉTICA DA PERSONALIDADE E ÉTICA DO CARÁTER
São infinitos os recursos que se tem para encontrar assunto, desde que se esteja empenhado por encontrar. Fuçando seu velho Windows, deparou-se o autor com o blog de André Valongueiro. Este é o nome do blog, que vem sublinhado, basta colocá-lo no search do Google para ser transportado. E lá entususiasmou-se com o comentário a respeito do livro de Stephen Covey, a Ética da Personalidade e como seu trabalho excelente em “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, conduziram-no aos dois conceitos acima epigrafados, até aquele instante desconhecidos para ele. Pelo menos da forma apresentada pelo autor.
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Em Ética da Personalidade, conta o autor sobre algumas situações embaraçosas pelas quais passou e a forma de racionalizar esses problemas, suas prováveis causas e soluções, mostrando o quanto geralmente pode-se deixar passar superficialmente alguns problemas pessoais e as formas de encará-los.
Todos, desde um primeiro momento, lidam com problemas e desafios que são apresentados pela vida, segundo a chamada Ética da Personalidade. Covey aponta os erros que cometeu em cada situação usada como exemplo, ao tomar decisões e atitudes baseadas na Ética da Personalidade.
Esta, segundo o autor Covey, é a responsável pela valorização da imagem pública de cada um. A atitude e o comportamento pensados de maneira estratégica e as habilidades e as técnicas que “lubrificam o processo de interação humana” com o objetivo de alcançar os resultados esperados.
Segundo André Valongueiro interpretou, a Ética da Personalidade são os truques, hacks e todas as técnicas e soluções que sempre estão à disposição de cada um que geram resultados positivos, rápidos, com um esforço mínimo, e que geralmente passam despercebidos à grande maioria como ferramentas.
Em contrapartida, a Ética do Caráter é sempre mostrada de forma mais complexa, mais íntima e infinitamente mais difícil de ser apreendida e modificada. Ela parece fazer parte do egoísmo interior, considerado por muitos como o maior mal da humanidade.
2. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
O tema da ética, no serviço público está diretamenterelacionado com a conduta dos funcionários que ocupam cargos públicos. Tais indivíduos devem agir conforme um padrão ético, exibindo valores morais como a boa fé e outros princípios necessários para uma vida saudável no seio da sociedade.
Quando uma pessoa é eleita para um cargo público, a sociedade deposita nela confiança, e espera que ela cumpra um padrão ético. Assim, essa pessoa deve estar ao nível dessa confiança e exercer a sua função seguindo determinados valores, princípios, ideais e regras. De igual forma, o servidor público deve assumir o compromisso de promover a igualdade social, de lutar para a criação de empregos, de desenvolver a cidadania e de robustecer a democracia. Para isso ele deve estar preparado para por em prática políticas que beneficiem o país e a comunidade a nível social, econômico e político.315
Um profissional que desempenha uma função pública deve ser capaz de pensar de forma estratégica, inovar, cooperar, aprender e desaprender quando necessário, elaborar formas mais eficazes de trabalho. Infelizmente os casos de corrupção no âmbito do serviço público são fruto de profissionais que não trabalham de forma ética.
Para dar sequência à ideia de ética ou à falta dela no serviço público/político, precisamos entrar em Economia. Vamos tentar fazê-lo de uma forma rápida, leve embora e sem pudor: vamos explicar de forma sucinta “o problema da crise mundial”.
3 O PROBLEMA
Será rápido e indolor, mas precisaremos de alguma atenção extra.
Vejamos uma grande teoria e comparemo-la a uma grande “realidade”, pelo menos, até onde achamos que seja. Para nosso objetivo, pensaremos como fato, o que nós vemos nas ruas.
Por que nosso dinheiro nunca é suficiente? Quem é que nos dá o dinheiro? Como funciona a crise? Creia-nos, este é um problema ético. Seria melhor aplicar o termo EMBUSTE.
Pensemos em um país e, claro, já que aqui estamos, pensemos no Brasil. Há um território, existem as fronteiras, e no interior existem duas coisas: O governo com todas as coisas dele, as propriedades, as escolas, os hospitais etc.; o resto pertence aos cidadãos privados as casas, os negócios, as lojas com as pessoas que trabalham, as indústrias. Assim, em Estado há o setor publico e o setor privado. Não há mais.325
Esta é uma ideia adaptada para nosso exemplo. Agora, imaginemos estes dois setores como se fossem gavetas. Ambos contêm dinheiro, prédios, terras, tudo. E agora tomemos uma das duas gavetas, aquela do setor privado, e imagine-se que alguém consiga ficar rico.355
Alguém, não importa quem. Pode ser o dono de uma loja que vendeu alguns móveis, pode ser o dentista que extraiu um dente. O que aconteceu? Aconteceu que: a) um cliente pagou em dinheiro pelos móveis; b) um paciente pagou em dinheiro pela extração do dente; c) muitas pessoas pagaram dinheiro para comprar bens ou para usufruir de serviços.
Isso significa que se alguém ganhar dinheiro, outra pessoa terá que perder dinheiro. O cliente, paga, (fica sem dinheiro); o dentista, recebe, (e fica com o dinheiro). Isso significa que se alguém ganhar dinheiro, outra pessoa terá que perder dinheiro. Ou seja, no interior da gaveta do setor privado, o dinheiro é sempre o mesmo, simplesmente anda em círculos e passa de mão em mão.
Então, uma pessoa que ficar rica, na verdade é porque consegue entrar na posse do dinheiro de muitas outras pessoas. Logo, se o dinheiro na gaveta do setor privado for sempre o mesmo, isso significa que nós, privados, sozinhos, não conseguimos aumentar a quantidade de dinheiro em circulação na nossa gaveta.
Então, como é que um país fica mais rico, se o dinheiro que circula sempre é o mesmo? E, se na gaveta circular sempre o mesmo dinheiro, como é possível construir escolas, hospitais, infraestruturas, gastar dinheiro para coisas novas?
Ficaremos estagnados? Uma vez os ordenados eram mais baixos, depois subiram e subiu também o preço da gasolina, e todo o resto de produtos de consumo... e como foi possível pagar tudo, se o dinheiro em circulação era sempre o mesmo? É muito complicado?!
Não. Não é. Alguém deu este dinheiro, esta nova riqueza. O dinheiro aumentou para todos, então como é que os cidadãos privados tornaram-se todos um pouco mais ricos? Devemos lembrar-nos que para ficarmos mais ricos, todos mais ricos, é preciso receber mais dinheiro sem que ninguém possa perdê-lo. Já dissemos que na gaveta dos privados alguém fica rico se outra pessoa gastar o próprio dinheiro: mas não é este o caso, aqui todos ficam mais ridos. A resposta é simples: alguém, fora da gaveta, deu este novo dinheiro.335
Existem apenas duas entidades que, de fora, podem injetar dinheiro na nossa gaveta: o Estado ou outros países.
Se o Estado decidir comprar alguma coisa produzida na nossa gaveta, então pagará com o dinheiro que vem de fora da nossa gaveta. E o mesmo acontece com os outros países: pagam com o dinheiro que vem da gaveta deles, não da nossa.
Então a riqueza da nossa gaveta, a gaveta do setor privado onde todos nós vivemos, aumenta de forma líquida, sem que alguém entre nós tenha que perder o próprio dinheiro. Mas que significa isso? Significa que aqueles que querem eliminar o Estado, que querem entregar tudo aos privados, na verdade querem simplesmente fechar uma das únicas duas torneiras que permitem aumentar a nossa riqueza. Porque com um país na mão dos privados, voltamos ao problema de antes: na gaveta alguém fica rico só se outros perderem dinheiro. Tudo bem que outros países aumentam nossa riqueza ao comprar na nossa gaveta. Mas, e se os outros países, os estrangeiros, decidirem comprar os bens ou os serviços em outro lugar que não em nossa gaveta?
Significa que o Estado, o nosso Estado, é a única fonte de riqueza externa de confiança para a nossa gaveta? Mas, dizemos, pois, que o governo rouba, qual riqueza é riqueza, se está sempre a sacar dinheiro dos nossos bolsos?!
Aqui, é de fundamental importância que o leitor se atenha às explicações que podem vir de Paolo Barnard, Karl Marx, John Maynard Keynes, David Ricardo, Buton Woods. Aqui não se falará do ponto de vista moral, esta é a teoria, se depois elegerem-se ladrões, a culpa será do povo. É fundamental que se possa perceber o que um governo honesto pode fazer, desta forma pode-se exigir que isto seja feito. E sim, agora vai-se falar de Ética, Caráter, Moral, e o que os senhores conseguirem captar nas palavras escritas, fazem parte da história do mundo, não só do Brasil.345
3.1. DINHEIRO SEM LIMITES
Este não é um assunto que se possa trazer à baila em qualquer lugar ou situação. Você poderá ser tachado de louco, irresponsável, comunista, terrorista, contudo, está nos livros para quem quiser ler, e desde quando o povo gosta de “perder tempo” com leituras que o obriguem a pensar enquanto poderia estar se divertindo?
Mas a verdade é que um Estado pode transferir para a nossa gaveta todo o dinheiro que desejar, sem limites. É isso mesmo: o Estado poderia criar dinheiro, um rio de dinheiro, construir, edificar, reestruturar, melhorar os serviços, as estruturas, acabar com o desemprego, tudo assim, em uma única decisão. Se lhe conviesse.
O fato é que a história da dívida é uma mentira tão grande como Júpiter. Não há nenhuma dívida, o governo pode realmente fazer todo o dinheiro que quer, sem maiores problemas. Não faz isso simplesmente porque alguém não deseja que as coisas funcionem desta forma. 
Vamos chegar ao ápice da dívida pública, consequentemente à falta de ética, moral e caráter daqui a pouco. Por enquanto, não devemos esquecer: sem o governo ou os países estrangeiros, ninguém aqui, na gaveta dos privados, pode ficar mais rico sem que outros entre nós percam dinheiro. Não podemos ficar todos um pouco mais ricos, porque o dinheiro que circula é sempre o mesmo e passa de bolso em bolso. E se alguém ficar mais rico, então alguém tem de ficar mais pobre. 
Dizia: as gavetas. Só o estado ou os Países estrangeiros podem injetar dinheiro “fresco” na gaveta dos privados, caso contrário o dinheiroque circula é sempre o mesmo e a riqueza não aumenta.
Na Itália, nos anos ’50 e ’60, era só enriquecer: o empregado pedia um aumento de 50 e o patrão dava-lhe 100, isso porque todos, o mundo, compravam as mercadorias italianas e depois havia o dinheiro dos Americanos, muitos investidores.355
E depois havia os Comunistas que, apesar dos proclamas, faziam negócios com a Fiat as maiores empresas, não só as italianas mas, principalmente o Estado Italiano que gastou muito, e os Países Estrangeiros que permitiram o verdadeiro “Boom” naqueles anos.
Pois aqui é que surge a dúvida! De onde vinha todo o dinheiro? De lugar nenhum. As Liras, não vinham de fora. Não eram importadas. Era o Estado que imprimia as notas. E o Estado, onde buscava as notas?
Na Casa da Moeda. O Estado imprimia as notas. Pegava num papel, escrevia “Esta nota vale 1.000, assinado: o Estado Italiano” e pronto, eis criado o dinheiro. É isso que ainda hoje acontece nos Estados Unidos, por exemplo, mas também no Japão, no Brasil, na China, na Suécia. Todos os Estados que ainda têm uma moeda própria podem criar dinheiro, em teoria sem limites. O Estado Italiano funcionava como funcionam ainda hoje aqueles países: havia um administrador, o Ministro do Tesouro, e o Banco do Estado, o Banco Central. E como gastava o dinheiro o Estado Italiano? 
O Estado não entregava o dinheiro aos cidadãos, nas ruas. Demasiado simples. E estúpido também. O Estado, pelo contrário, escolhia construir uma escola. Então chamava uma empreiteira e dizia: “Empresa, quero construir uma escola”. Uma vez concluída a obra (mas na maior parte dos casos antes disso), o Estado pegava nas notas acabadas de imprimir e depositava tudo na conta bancária da empresa. Esta com o dinheiro, podia pagar os trabalhadores e encomendar os materiais.
Então, o que tinha acontecido? Uma coisa simples: o Estado tinha imprimido dinheiro a partir do nada, tinha entregado o dinheiro à empresa, esta havia pago os trabalhadores, (que assim puderam gastar) e aos fornecedores, os quais tinham outros fornecedores. Na prática, o Estado tinha injetado na gaveta dos privados dinheiro que tinha posto em andamento o motor da economia. Tudo sem que alguém tivesse que ficar mais pobre. 
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Então, ao lembrarmos o discurso da gaveta dos privados na qual em princípio ninguém pode ficar rico sem que outro fique mais pobre, gasta-se aqui, gasta-se ali e acolá, afinal alguém fica sem dinheiro e entra em bancarrota, não é verdade? 
E quem faz bancarrota se ninguém é credor? O Estado não contraia uma dívida para criar dinheiro, o Estado inventava o dinheiro a partir do nada. Como se pode fazer bancarrota se não se tem que dar nada a ninguém?
Alguém dirá: para se viver tem-se que trabalhar. E trabalhar custa. Mas para o Estado era muito mais simples. Era só acrescentar alguns “zeros” em uma conta e o jogo está feito.
Vamos insistir nessa teoria antiética, fragmental de caráter e de moral.
Mas não é um esquema demasiado simples? – E por quê? – Desculpem-nos, mas não é a mesma coisa que fazem os bancos com o sistema da reserva fracionária? Ou alguém há de pensar que por cada nota que o banco distribui há o respectivo valor no cofre do banco?
O conceito é o mesmo. Com a diferença que o Estado cria dinheiro e fica endividado consigo mesmo. Mas ninguém entra em bancarrota se está endividado consigo mesmo, não é fato?
Este tipo de dívida está sempre em processo de crescimento. Os Estados Unidos, por exemplo, estão em dívida há 200 anos e ainda não faliram. E por quê? Porque não é uma verdadeira dívida para o Estado. Para o Estado, esta é uma forma de criar riqueza e por em funcionamento o motor da economia. E mais: é a maneira mais natural. Todos os Estados funcionam assim, não há e nunca houve exceções. 
Vamos mostrar um pouco mais da verdade escondida? Ou apresentar a falsa verdade? Então, falemos da dívida pública. Dizem todos que são as pessoas que têm de pagar aquela, caso contrário, porque o nome dela é “publica”? Os Títulos de Estado, por exemplo...
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Sim. Somos ignorantes. E como somos ignorantes!
O que temos aqui? Então, como é que com os Títulos o Estado pedia dinheiro e depois tinha que devolver tudo com juros? Dinheiro verdadeiro, não inventado. Então, se o Estado poderia imprimir todo o dinheiro do mundo, porque pedir a nós? Parece não fazer sentido. Na mídia dizem que hoje estes impostos que devemos pagar é justamente para manter o funcionalismo público, as obras, as benfeitorias que retornam para nós para que tenhamos uma vida boa. Mas temos essa vida boa, apesar de pagarmos os maiores impostos do mundo?
O fato da Dívida do Estado chamar-se “pública” é um embuste. EMBUSTE. Frise-se o termo! Um embuste inventado por quem tem todo o interesse em manter-nos nesta condição. Mas vamos com ordem: falamos da Dívida Pública, aquela criada pelos governos anteriores, aquele número enorme, com muitos zeros. A Dívida Pública interna, aquela que acham que os cidadãos têm que pagar, pode formar-se de duas maneiras:
Quando o Estado gasta dinheiro para nós, isto é, constrói estradas, escolas, bibliotecas, hospitais, paga os ordenados e as reformas etc.
Quando vende Títulos de Estado. 
No primeiro caso as coisas ficam como já foi dito: o Estado quer construir uma escola, chama uma empresa e a contrata. Tanto faz. Como pode esta ser uma dívida dos cidadãos? Dívida em relação a quem? Alguém emprestou dinheiro? Não. Nada. O Estado simplesmente imprimiu dinheiro. Ponto final.
No segundo caso: o que acontece quando um Estado vender um Título de Estado? Acontece que quem comprar o Título vê o dinheiro dele mexer-se de uma conta onde recebia interesses ridículos para uma conta especial onde recebe mais. Ou seja: o cidadão recebe mais dinheiro, fica mais rico. Onde está a Dívida do cidadão? Não existe. A despesa do Estado (despesas mais Títulos) que gasta o próprio dinheiro nunca é dívida dos cidadãos, é sempre riqueza deles. É óbvio: recebem mais dinheiro na gaveta deles, a gaveta dos privados.38
Eis algo um pouco mais complicado: na realidade, sabem o que acontece quando alguém comprar um Título de Estado? Por exemplo, imagine-se comprando Títulos por 1.000 Reais. O que acontece é que os funcionários do Banco Central carregam determinada tecla do computador que mexe o seu dinheiro da sua conta, que fica nos computadores deles, para outra conta, a dos Títulos de Estado, que fica sempre nos computadores deles. Só isso, nada mais. São sempre e só, números que se mexem, não é o dinheiro real que passa de mão em mão. Ao final, deve-se receber o dinheiro no fim do prazo estipulado, com os juros. Existe uma dívida e todos são credores. E claro, o Estado tem que devolver o dinheiro, mas na verdade não há dívida.
Suponhamos que os juros fossem de 10%. Em primeiro lugar, o Estado diz aos funcionários do Banco Central para calcar de novo o dedo nas teclas e o dinheiro, o seu dinheiro, volta da conta dos Títulos até a sua conta normal. E os juros? 10% de 1.000 Reais são 100 Reais. 
Então o Estado imprime notas de 100 Reais que logo são depositadas nas contas, tantas quantas forem, serão as quantidades de notas, ou, mais simples ainda, imprime outro tanto de Títulos, que vende para outras pessoas, e com o dinheiro do segundo lote de compradores, o Estado paga os interesses dos primeiros. E ainda sobra muito dinheiro. Quando também acabar o prazo do novo Título, o Estado pode ou imprimir dinheiro novo, ou emitir outro Título, com o qual quitará os interesses do segundo lote de compradores e assim por diante ad eternum. Neste caso, diz-se que o Título é “renovado”, e o Estado pode renovar para sempre. Ou, como afirmado, pode imprimir mais dinheiro, pagar o título com os juros e quebrar a corrente. Mas de fato o que acontece é que o Título é sempre renovado: a moral é que o seu Título é sempre honrado com o dinheiro do novo comprador.
Questionarão: “Eu, Estado, que posso inventar todo o dinheiro que quero, tenho que fazer esta confusão toda com estes Títulospara pedir ao povo o dinheiro que posso imprimir como e quando quero ?” “Eu, Estado, gasto o dinheiro, depois peço ao povo o seu dinheiro e após certo período eu devolvo tudo com juros?” Há sentido nisso?39
Quando um Estado emitir Títulos, faz isso como escolha, por motivos técnicos, nunca para encontrar dinheiro.
Mas paga-se a dívida com os impostos não é? Não. Absolutamente, não. Os impostos nunca serviram para pagar alguma coisa. A Dívida do Estado NUNCA É PÚBLICA, não insistir! Alerta David Ricardo (Economista, início dos anos 1800) Conforme fez-se por extrair do site do Google abaixo referenciado por Max iiabceconomia.blogspot.com.br/2011/10, que fala em nome do Professor Paolo Natan. Sempre contaram estas coisas ao contrário, e a razão é muito, muito séria. A Dívida Pública é uma invenção, na realidade é dívida falsa para o Estado, mas riqueza verdadeira para os cidadãos.
Em um país com soberania monetária a dívida nunca é um verdadeiro problema. Aliás, a dívida é a forma do Estado criar riqueza. A dívida nem deveria chamar-se assim e não é pública.
Então, a questão é simples. No mundo sempre existem três espécies de gente: os Reis com a aristocracia, que sempre pertenceram à classe média, e a massa de enormes desgraçados sempre sem dinheiro. Depois, aconteceu algo. Com revoluções guerras e mortos foi criada a democracia.
Vejam a coisa sob um prisma escatológico:
O fim último de uma democracia deveria ser a eleição de um Estado eleito por todos porque os direitos e as leis são coisas bonitas, mas se depois uma pessoa tem que trabalhar como um desgraçado para comprar um pão ou um saco de leite, ou se ninguém explica o que se passa de verdade, então aqueles direitos não valem nada.
Dizia: “Só quando uma pessoa tiver uma casa, não estiver “mergulhada em dívidas”, ficar protegida com serviços essenciais, estiver bem informada, e os seus filhos tiverem um futuro possível, só então pode conceder-se ao luxo de participar da vida democrática”. Estas são palavras de John Maynard Keynes anos ’50.40
Então volta-se atrás. Os países começaram a ter moedas próprias: na Alemanha o Marco, na Itália a Lira, na França o Franco, em Portugal o Escudo, o Brasil com (?): Cruzeiro, Cruzado, Cruzado Novo, Real, este até hoje, e a partir dos anos ’70, com os acordos internacionais, era possível criar dinheiro a partir do nada. Antes não era assim. Antes era preciso ter o ouro para criar moeda. Eu tinha 1 quilo de ouro, então podia criar 1.000 moedas que valiam como um quilo de ouro. Percebem esta passagem?
A partir dos anos ’70 este sistema acabou: nascia a moeda desligada do ouro e cada país estava em condições de criar dinheiro sem fim. E este é o maior perigo para o sistema. Se um Estado pode criar todo o dinheiro que quer e o faz, isso diminui o valor do dinheiro, aumentando a inflação. Cria uma espiral inflacionária, com os preços fora de controle. É por isso que existe um Banco Central com o administrador, o Ministro do Tesouro. É ele que mede o pulso da situação e gere o equilíbrio: retira dinheiro para travar a inflação, faz subir o preço do dinheiro, emite dinheiro novo. Uma vez o dinheiro era criado apenas se os Estados conseguissem juntar suficiente riqueza para isso, depois dos anos ’70 este limite desapareceu. 
Quando tem-se no país 10 milhões de cidadãos desempregados o que se faze? Pretendem empregá-los. Mas isso gera custos, então alguém diz: “Ok, pode assumir 10 milhões de pessoas, mas isso custa 100 milhões de Reais, então antes, deveriam encontrar o ouro necessário para emitir os Reais, só depois poderiam assumir o pessoal e pagá-lo”. Agora, com o dinheiro criado a partir do nada, as coisas mudam completamente. É só imprimir. Isto é o Caos.
Estados democráticos
Estados que podem criar dinheiro sem limites
Estados que podem criar trabalho para todos, casas para todos, serviços para todos, instrução para todos. 
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Moral: Estados que podem criar cidadãos instruídos, sem grandes problemas, cidadãos que podem participar na vida política e usar a democracia para tutelar-se!
A isto dar-se-á o nome de Utopia. A dupla, Estado que gasta sem limites e cidadão que gere a democracia é o Santo Graal dos povos, o pesadelo de qualquer elite. É absolutamente necessário impedir, esconder dos cidadãos qual o resultado de um Estado com a capacidade de criar dinheiro a partir do nada. “Os alemães, que hoje gritam contra a dívida, fizeram mesmo isso: com o dinheiro do Estado transformaram as empresas deles em superprodutoras. Conseguiram convencer todos de que a despesa do Estado é a dívida dos cidadãos. A dívida agora é Dívida Pública, o déficit é público. O desastre é público. Todos têm que pagá-lo, você e os seus filhos”...
Com esta Ética Político/Econômica que lhes é apresentada dentro da Economia do Estado, a despesa do Estado é apresentada como Demônio em pessoa. Por isso agora gritam que os Estados têm que gastar menos, cada vez menos, menos de quanto consigam obter. Assim taxas, impostos, cortes. Desta forma o Estado dá 100, mas pede 110. Que raio de Estado é este? Este é apenas um cobrador de impostos, não é um Estado. Desta forma o Estado acumula dinheiro e o povo perde dinheiro: é exatamente o contrário da função primordial de um Estado qualquer! Os cidadãos ficando cada vez mais pobres, com cada vez mais trabalho, mais dívidas, mais medo; e com cada vez menos democracia. Esta é a tragédia moderna. No tempo em que todos estiverem convencidos que a despesa de um Estado é um prejuízo, todos estarão falidos.
São infinitos os recursos que se tem para encontrar assunto, desde que estejamos empenhados por encontrar. 
3.2.1 JURISPRUDÊNCIA – TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB42
Trazendo à finalidade de corroboração do antropocentrismo, exemplificamos com alguma jurisprudência, para que se veja a oxigenação do tema entre todas as profissões, sem nenhum pudor, sem nenhuma “culpa”, inclusive entre a profissão tão honrada, e de onde menos poder-se-ia esperar tal discrepância, lembrando aos interessados, estarmos tratando aqui de uma VISÃO CRÍTICA em relação à ÉTICA em uma INTERSUBJETIVIDADE COMPETITIVA, vale dizer, RESPEITO É BOM, E EU GOSTO:
Tribunal de Ética e Disciplina da OAB
TJ-RJ – Recurso Cível 71004200887 RS (TJ-RS)
Data de publicação: 26/08/2013
Ementa: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. REPRESENTAÇÃO CONTRA ADVOGADO JUNTO AO TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB/RS. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO EXTRAPOLADO. DANO MORAL CARACTERIZADO. As palavras mencionadas pelo réu no processo administrativo (Reclamação – fls. 35/42) junto ao Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/RS ultrapassaram os limites do exercício regular de um direito. Se a pretensão do réu era representar contra o colega, deveria ter descrito os fatos e o enquadramento legal sem utilizar adjetivações fortes, as quais ofenderam a honra subjetiva do autor, principalmente ao acusá-lo da prática de crimes juntamente com sua colega. A conduta deselegante e desrespeitosa, empregando linguagem desnecessária, enseja a reparação pretendida, desimportando o caráter sigiloso de tal representação. Para tanto, deve o réu indenizar o autor, a título de danos morais, na importância de R$10.000,00 (dez mil) reais, eis que a adjetivação foi grave a ponto de produzir uma dor intensa, bem como um constrangimento profundo capaz de gerar alteração nos direitos de personalidade do recorrente. Sentença reformada. DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO. UNÂNIME. (Recurso Cível Nº 71004200887, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais. Relator: Luis Francisco Franco, Julgado em 22/08/2013).
TRF-3 – APELAÇÃO CÍVEL AC 18710 SP 0018710-72.2006.4.03.6100 (TRF-3)43
Data de Publicação: 16/05/2013
Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB. PENA DE SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL. POSTERIOR CANCELAMENTO PELA OAB. PERDA DE OBJETO. SUCUMBÊNCIA. INVERSÃO. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. APELAÇÃO PREJUDICADA. 1. Deferidos osbenefícios da Justiça Gratuita. 2. Considerando-se que nas razões de apelação, o autor traz a informação de que, antes mesmo da sentença proferida em 30/11/2009, a OZB, examinando seu pedido de revisão, anulou a pena imposta no PD 3912/01, arquivando os autos (v. transcrição do acórdão, datado de 27/07/2009), verifica-se não só a manifesta ausência de interesse recursal do autor, na espécie, mas a própria perda superveniente do objeto da ação. 3. No tocante à sucumbência, em observância ao princípio da causalidade, inverte-se os ônus sucumbenciais, reduzindo, no entanto, a condenação para 5% do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 20, §4º, do CPC. 4. Extinção do processo sem exame de mérito, prejudicada a apelação. Encontrado em: Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, extinguir o processo, sem exame.
	
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ética é uma palavra que cada vez mais se torna rara em nossa sociedade, pouco se ouve falar dela, algo que pode até um dia, entrar em decadência, e por fim, cair no esquecimento.
Há quem tente se esconder desta simples palavra. Uns a usam como forma de protesto, como defesa e até mesmo como proteção por uma causa nobre.
Algures, falou-se sobre a ética no jornalismo, na medicina, na economia, na ciência, na religião e ética na política.
Mostrou-se a ética como um conjunto de regras aliados aos bons costumes que definem uma pessoa na sociedade e significa que aquilo que é bom para o indivíduo é bom para a sociedade. Aquele que a possui, tem consigo sabedoria e respeito para com a vida humana, essa pessoa é dotada de consciência moral, que avalia e julga constantemente suas ações, para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.
O art. 49, do Estatuto da Advocacia e da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, a Lei n. 8.906, de 04-07-1994, reza em seu § 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.
Ver art. 2º, parágrafo unido do Regulamento Geral; Provimento 49/81
“Analisar com parcimônia – ensina-nos Orlando de Assis Corrêa, que embora uma alteração de contrato social possa ser entendida como a constituição de uma nova pessoa jurídica, o dispositivo tem aplicação restrita. Teria aplicabilidade às alterações substanciais que transformam a natureza da sociedade, por exemplo (capital aberto ou fechado).”
Outro aspecto relevante é quanto ao visto do advogado. Paulo Luiz Netto Lobo, enfatiza que “o visto do advogado não é mera formalidade; importa em comprometimento de autoria, da forma e do conteúdo do ato. Responde o advogado em correspondência aos seus deveres ético-profissionais e à responsabilidade civil culposa por danos decorrentes”.45
Outro aspecto relevante é quanto ao visto do advogado. Paulo Luiz Netto Lobo enfatiza que “o visto do advogado não é mera formalidade; importa em comprometimento de autoria, da forma e do conteúdo do ato”.
Responde o advogado em correspondência aos seus deveres ético-profissionais e à responsabilidade civil culposa por danos decorrentes.
Falar em ética é falar em justiça, no equilíbrio do bom funcionamento da sociedade e do bem comum e agora é uma boa hora de nos perguntarmos como temos..., como temos agido, em relação ao nosso caráter..., se vivemos de acordo com a ética? Se nossos atos estão de acordo com os bons costumes que envolvem nossa comunidade e se ensinamos nossos filhos e aprendizes sobre tais comportamentos corretos? Se nossos líderes e representantes têm respeitado esses princípios morais que regem o conjunto, lembrando que se eles estão no poder é porque nós os colocamos nesta privilegiada posição e qual foi o custo para tal? Terá valido à pena? Teremos escolhido essas pessoas pensando no bem comum?
O cidadão comum que é escolhido por nós para ocupar um cargo público, que representa a população, assume responsabilidades com grandes qualidades morais e de competência, há de servir de bom exemplo ético.
Desde que a pessoa – enquanto ser social – aja segundo as normas de qualificação e habilidade profissional, dentro de um espírito democrático, republicano em prol da sociedade, dirigindo suas ações com foco no bem coletivo e não para um pequeno grupo de pessoas ou de interesses próprios, este deve ser visto como um político exemplar para representar a sociedade no cargo público para o qual for escolhido – exemplificamos aqui com o político, no entanto, este exemplo deve servir para todas as vertentes do cotidiano principalmente os Mestres, e quaisquer profissionais que exerçam sua profissão escolhida e que tenha relação com qualquer comunidade.46
Contudo, não devemos direcionar nossas esperanças em ter um bom lider, somente ao político por nós escolhido. Para que o exercício da ética funcione, toda a sociedade tem que estar atenta às leis, cientes da vida real, acostumar-se ao hábito de exercer a cidadania. As escolas devem estar focadas no ensino dirigido da ética, da filosofia, do civismo. 
Alhures, quando da comemoração dos 25 anos de existência da Constituição Cidadã, um dos autores premiados, este que se faz presente, fez menção a esses valores, é bom lembrar, quando perquiria:
Vinte e cinco anos constitui uma geração. Parece tão pouco tempo! Uma continuidade da adolescência. Mas, onde foram parar aqueles fundamentos, aquelas definições de Organização Social e Política Brasileira (OSPB) e os Estudos de Moral e Cívica (EMC), que alertavam o adolescente cidadão, “a respeito da importância das Leis, da Ética, da Moral e do que vinha a ser Civilidade?” Onde “Da Terra ao homem?”, “O dia da vida...”, “A inteligência humana?”, “Convites à reflexão...”, “Os valores da Liberdade?”... “A arte do Amor?”... “As diferenças entre o bem e o mal”? Quando voltaremos a exalçar as virtudes separando-as dos vícios, mostrando a experiência dos fracassados, antes que alguns dos muitos nossos jovens naufraguem nela? E o bem comum do Estado: Família, leite, afeto, filho, profissão? 
(Vargas, Paulo S. R.).
Enfim, para o exercício da ética funcionar depende da sociedade, ou melhor, de todos. As pessoas têm que estar mais atentas às leis, mais cientes da vida real, têm que se acostumar ao hábito da leitura e valorizar e conservar o hábito do bem querer. Atualmente o cidadão vive como os antigos romanos que eram enganados através de sangrentos shows no coliseu sob o lema “Pão e Circo” e campanhas publicitárias que enalteciam os feitos do imperador e de seus senadores, uma tática patrocinada pelo governo, mas antieticamente, pagos com os impostos cobrados do cidadão, (qualquer semelhança não é mera coincidência), para ajudar a acobertar e desviar o foco dos seus fracassos e da corrupção que existia no senado romano. Uma forma de empurrar o lixo para debaixo do tapete. Ignorância e alienação, levando-nos a acreditar na falsa ilusão de que está tudo bem e que tudo está nos trilhos do desenvolvimento, que a violência está sob controle e que nossa família vive em uma sociedade ideal.47
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Os fundamentos ético-políticos visam permitir saber sobre a atuação dos profissionais do jornalismo, sobre o exercício do poder público, sobre os constrangimentos a que o povo pode ser submetido, sobre as repercussões sociais que enseja um governo tendencioso, sobre as demandas da sociedade contemporânea, sempre em uma perspectiva de fortalecimento da ideia de cidadania, com o estímulo do respeito aos direitos humanos, às liberdades, à pluralidade e à diversidade, à justiça social e à democracia.
Propiciar o pensamento crítico em relação aos modelos estabelecidos de organização e às práticas dos sistemas de comunicação no mundo.
Permitir identificar e compreender os fundamentos éticos que devem pautar a conduta dos governantes, o que deverá ser alcançado com:
Estudo dos princípios, fundamentos e sistemas de moral (deontologia) assim como a capacitação para o debate dos juízos de apreciação

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