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Resumo percepção para AV1

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LIMIARES SENSORIAIS
- Só a partir de uma determinada intensidade/diferenciação de um estímulo é que o ser humano é capaz de percebê-lo, podendo variar de indivíduo para indivíduo, em função de intensidade, duração de exposição e sensibilidade. Este processo encerra em si dois conceitos fundamentais para a compreensão da noção de sensibilidade a um determinado estímulo.
Limiar Absoluto - Quando se define a mais baixa intensidade que um estímulo pode registrar num canal sensorial, fazemos referência ao limiar do receptor. O limiar absoluto refere-se à energia mínima do estímulo necessária para produzir uma sensação: a luz mais fraca que é possível ver, o som mais débil que é possível ouvir. A pesquisa sobre os limiares absolutos permitiu constatar que, existe, para cada sentido, um limiar mínimo de sensação situado a um nível bastante baixo: na ordem de 1/25 de segundo de exposição para a visão, por exemplo; e que o ser humano tem a possibilidade de ajustar esse limiar em função das circunstâncias. Quando, por exemplo, um indivíduo entra numa sala escura, não vê nada de princípio, mas à medida que os seus olhos se vão habituando, começa a distinguir formas e depois objetos.
 Limiar Diferencial - O limiar diferencial refere-se à capacidade que o sistema sensorial tem para detectar alterações num determinado estímulo ou diferenças entre dois estímulos. Os trabalhos consagrados aos limiares diferenciais resultaram na lei de Weber, segundo a qual, a intensidade adicional de estímulo necessária para provocar uma sensação é proporcional à intensidade inicial, numa relação K, chamada constante de Weber.
A medida dos limiares diferenciais ocupa um lugar importante na pesquisa de mercado, nomeadamente no que diz respeito aos produtos. Está, em particular, na origem do método dos testes cegos que consiste em fazer testar por um consumidor, diferentes produtos tornados anônimos e depois medir as eventuais diferenças de sensação.
Superfície da pele
Toda a superfície da pele tem receptores sensitivos, que captam sensações térmicas, mecânicos ou dolorosos. Os receptores sensitivos podem ser terminações nervosas livres ou terminações fechadas no interior de uma cápsula, formando os corpúsculos sensitivos.
Os receptores sensitivos são:
Terminações nervosas livres - São terminações nervosas formadas por um axônio ramificado. Distribuem-se por quase todas as partes do corpo e captam sensações mecânicas (pressão), térmicas (frio e calor) e principalmente dolorosas.
Terminações nervosas do folículo piloso - São receptores formados por axônios que se encontram envolvendo o folículo piloso. Captam sensações mecânicas aplicadas contra o pelo.
Corpúsculos de Ruffini - São receptores pequenos e pouco abundantes. Captam sensações térmicas de calor e se encontram incluídos no tecido conjuntivo.
Corpúsculos de Vater-Paccini - Receptores que se apresentam sob a forma de uma terminação nervosa, envolvida por camadas concêntricas de tecido conjuntivo, adquirindo o aspecto de uma cebola. São encontrados nas camadas profundas da pele, no tecido conjuntivo e nas articulações. Captam sensações de toque (tato) e de vibração.
Discos de Merkel - São receptores formados por ramificações axonais (de axônios) com vários discos terminais que se associam a células epiteliais especializadas. Captam sensações de toque (tato) e de pressão.
Corpúsculos de Meissner - São receptores pequenos formados por um axônio mielínico (axônio envolvido pela bainha de mielina). Encontram-se localizados nas saliências sem pelos, como nas partes mais altas das impressões digitais, nos mamilos e nos genitais. Captam sensações de toque (tato).
Corpúsculos de Krause - São estruturas formadas por uma fibra nervosa, cuja terminação tem a forma de uma clava (bastão com uma das extremidades mais grossa). Estão localizados em regiões de limite da pele com a membrana mucosa, como ao redor dos lábios e dos genitais. Captam sensações térmicas de frio.
Células da glia 
As células da glia fazem parte do sistema nervoso. São células auxiliares que possuem a função de suporte ao funcionamento do sistema nervoso central (SNC). Estima-se que haja no SNC 10 células glia para cada neurônio, mas devido ao seu reduzido tamanho, elas ocupam a metade do volume do tecido nervoso. Elas diferem em forma e função e são elas: oligodendrócitos, astrócitos, células de Schwann, células ependimárias e micróglia.
Oligodendrócitos
Estas células são responsáveis pela produção da bainha de mielina possuem a função de isolante elétrico para os neurônios do SNC. Possuem prolongamentos que se enrolam ao redor dos axônios, produzindo a bainha de mielina.
Astrócitos
São células de formato estrelado com vários processos que irradiam do corpo celular. Apresentam feixes de filamentos intermediários constituídos pela proteína fibrilar ácida da glia, que reforçam a estrutura celular. Estas células ligam os neurônios aos capilares sanguíneos e a pia-máter. Existem os astrócitos fibrosos e os astrócitos protoplasmáticos. O primeiro é encontrado na substância branca e o segundo, é encontrado na substância cinzenta, possuindo um maior número de prolongamentos que são mais curtos e extremamente ramificados.
Os astrócitos também participam do controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios. Algumas destas células apresentam prolongamentos que são denominados pés vasculares, que se expandem sobre os capilares sanguíneos. É provável que esta estrutura transfira moléculas e íons do sangue para os neurônios.
Estas células participam também da regulação de diversas atividades neuronais. Podem influenciar a atividade e a sobrevivência dos neurônios, devido à sua capacidade de controlar constituintes do meio extracelular, absorver excessos localizados de neurotransmissores e sintetizar moléculas neuroativas.
Através de junções comunicantes, os astrócitos se comunicam por meio de junções comunicantes formando uma rede por onde há a transmissão de informações, fazendo com estas cheguem a atingir grandes distâncias dentro do SNC.
Células de Schwann
Possuem a mesma função dos oligodendrócitos, no entanto, se localizam ao redor dos axônios do sistema nervoso periférico. Cada uma destas células forma uma bainha de mielina em torno de um segmento de um único axônio.
Células Ependimárias
São células epiteliais colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Em algumas regiões, estas células são ciliadas, facilitando a movimentação do líquido cefalorraquidiano.
Micróglia
Estas células são pequenas e alongadas, com prolongamentos curtos e irregulares. São fagocitárias e derivam de precursores que alcançam a medula óssea através da corrente sanguínea, representando o sistema mononuclear fagocitário do SNC. Participam também da inflamação e reparação do SNC; secretam também diversas citocinas reguladoras do processo imunitário e remove os restos celulares que surgem nas lesões do SNC.
Bomba de sódio e potássio
A diferença da concentração intracelular e extracelular de substâncias e íons através da membrana plasmática pode ser mantida por transporte passivo (sem gasto de energia sendo o caso da difusão e da osmose) ou por transporte ativo (com gasto de energia, caso da bomba de sódio e potássio).
O transporte ativo caracteriza-se por ser o movimento de substâncias e íons contra o gradiente de concentração, ou seja, ocorre sempre de locais onde estão menos concentradas para os locais onde encontram-se mais concentradas.
Esse processo é possível graças à presença de certas proteínas na membrana plasmática que, com o gasto de energia, são capazes de se combinar com a substância ou íon e transportá-lo para a região em que está mais concentrado. Para que isso ocorra, a proteína sofre uma mudança em sua forma para receber a substância ou o íon. É importante salientar, que a energia necessária a esta mudança é proveniente da quebra da molécula de ATP (adenosina trifosfato) em ADP (adenosina difosfato)e fosfato.
A bomba de sódio e potássio é um exemplo de transporte ativo. A concentração do sódio é maior no meio extracelular enquanto a de potássio é maior no meio intracelular. A manutenção dessas concentrações é realizada pelas proteínas transportadoras descritas anteriormente que capturam íons sódio (Na+) no citoplasma e bombeia-os para fora da célula. No meio extracelular, capturam os íons potássio (K+) e os bombeiam para o meio interno. Se não houvesse um transporte ativo eficiente, a concentração destes íons iria se igualar.
Desse modo, a bomba de sódio e potássio é importante uma vez que estabelece a diferença de carga elétrica entre os dois lados da membrana que é fundamental para as células musculares e nervosas e promove a facilitação da penetração de aminoácidos e açúcares. Além disso, a manutenção de alta concentração de potássio dentro da célula é importante para síntese de proteína e respiração e o bombeamento de sódio para o meio extracelular permite a manutenção do equilíbrio osmótico.
Um potencial de ação é uma inversão do potencial de membrana que percorre a membrana de uma célula. Potenciais de ação são essenciais para a vida animal, porque transportam rapidamente informações entre e dentro dos tecidos. Eles podem ser gerados por muitos tipos de células, mas são utilizados mais intensamente pelo sistema nervoso, para comunicação entre neurônios e para transmitir informação dos neurônios para outro tecido do organismo, como os músculos ou as glândulas.
Muitas plantas também exibem potenciais de ação. Eles viajam por meio de seu floema para coordenar atividades. A principal diferença entre os potenciais de ação de animais e vegetais são os íons. As plantas utilizam primariamente íons de potássio e cálcio, enquanto animais utilizam mais íons de potássio e sódio.
Potenciais de ação são mensageiros essenciais para a linguagem neuronal. Provêem controle rápido e centralizado, além de coordenação, de órgãos e tecidos. Eles podem guiar a maneira em que a anatomia vai evoluir.
Visão escotópica
 (do grego skotos: escuridão e -opia: relacionado com a visão)[1] é a visão produzida pelo olho em condições de baixa luminosidade.
Em algumas espécies, particularmente as adaptadas a actividade nocturna e com grande desenvolvimento da visão nocturna, como o besouro-elefante (Deilephila elpenor), existe percepção das cores em situações de quase escuridão.[2]
No olho humano os cones não funcionam em condições de baixa luminosidade, o que determina que a visão escotópica seja produzida exclusivamente pelos bastonetes, o que impossibilita a percepção das cores. Em média, a visão escotópica humana ocorre em luminâncias entre 10−2 e 10−6 cd/m². Em condições intermédias de luminosidade (níveis de luminância entre 10−2 e 1 cd/m²), o olho humano é capaz de produzir uma forma de visão, designada visão mesópica, efetivamente uma combinação da visão fotópica com a visão escotópica. Contudo, esse tipo de visão permite baixa acuidade visual e uma deficiente discriminação das cores. Com níveis normais de luminosidade (níveis de luminância entre 1 e 106 cd/m²), a visão produzidas pelos cones domina e surge a visão fotópica, que no olho humano corresponde à máxima acuidade visual e discriminação de cor.
No olho humano, a máxima sensibilidade em visão escotópica atinge-se depois de cerca de 45 minutos de permanência na obscuridade, o que corresponde ao tempo necessário para se proceder à regeneração da quase totalidade das moléculas de rodopsina dos bastonetes para a sua forma activa. Em resultado da repartição dos bastonetes na retina, a máxima sensibilidade não se situa sobre o eixo óptico, mas a cerca de 6º para a sua periferia, pois a fóvea é constituída unicamente por cones.[3] Daí resulta ser a visão escotópica marcadamente periférica.
A sensibilidade do olho humano aos diferentes comprimentos de onda em visão escotópica defere substancialmente da sensibilidade em visão fotópica (ver a tabela abaixo), atingindo o seu pico em torno dos 507 nanômetros. Em consequência, na literatura científica surge por vezes o termo lux escotópico, o qual corresponde ao lux fotópico corrigido utilizando a escala ponderal obtida pela aplicação da função de luminosidade escotópica.[4]
Visão fotópica
 é a designação dada à sensibilidade do olho em condições de intensidade luminosa que permitam a distinção das cores. Na generalidade dos casos a visão fotópica corresponde à visão diurna (reservando-se a designação de visão escotópica para a visão nocturna), o que no caso humano corresponde a níveis de iluminação entre 0,01 lux e mais de 100 000 lux. No olho humano a visão fotópica faz-se principalmente pela activação dos cones que se encontram na retina.
A sensibilidade do olho humano em visão fotópica não é a mesma para todos os comprimentos de onda (ver quadro abaixo), atingindo a sua máxima sensibilidade em torno dos 555 nanometros. O olho humano usa três tipos de cones para identificar três cores fundamentais. Os pigmentos biológicos existentes nos cones têm valores máximos de absorção da luz nos comprimentos de onda de 420 nm (azul), 534 nm (verde-azulado) e 564 nm (amarelo-esverdeado). A sua gama de sensibilidade sobrepõe-se para permitir visão em todo o espectro visível. A eficácia máxima de absorção é de 683 lumens/W no comprimento de onda de 555 nm (verde).[1]
Binocular e monocolar
Percepção é o conjunto de processos pelos quais reconhecemos, organizamos e entendemos as sensações recebidas dos estímulos ambientais. Para a pesquisa sobre ilusão de óptica nos interessa a percepção visual.
            Em algumas figuras de ilusões de óptica é difícil perceber o que existe. Já em outras, a figura não está presente, mas mesmo assim conseguimos vê-la. Esse tipo de ilusão envolve a percepção da informação visual não presente fisicamente no estímulo sensorial visual.
            A existência de ilusões perceptivas sugere que o que percebemos (em nossos órgãos sensoriais) não é necessariamente o que compreendemos (em nossas mentes).
 
            - Percepção profunda
 
            Algumas figuras bidimensionais, quando representadas no plano parecem ter profundidade, ou seja, parecem ser figuras tridimensionais. Essa ideia de imagem 3-D tem a ver com os indícios de profundidade do nosso sistema visual. Os indícios de profundidade podem ser monoculares (relacionados a um olho) e binoculares (relacionados aos dois olhos).
A disparidade binocular não é o único factor que permite a percepção da profundidade. Também existem indícios monoculares, ou seja, perceptíveis apenas com um olho. Estes indícios são, por exemplo, a interposição, a perspectiva linear, tamanho relativo e os gradientes de textura. A interposição permite-nos percepcionar a profundidade quando um objecto opaco interrompe a trajectória óptica de outro, ou seja, quando vimos um à frente do Um objecto distante produz uma imagem retiniana mais pequena que um objecto do mesmo tamanho mais próximos do observador. Este princípio é a base dos indícios do tamanho relativo e da perspectiva linear outro. Assim sabemos que este objecto, cuja trajectória óptica foi interrompida está mais distante que o objecto opaco. Quando uma superfície apresenta uma textura uniforme, há medida que a superfície afasta devido ao facto de os elementos de textura ficaram mais pequenos dá-nos a percepção de profundidade, a este indício chama-se gradiente de textura.
A percepção que temos de profundidade em algumas imagens tridimensionais representadas no plano se devem também ao fato de que nossos olhos são posicionados a uma distância suficiente para fornecer dois tipos de informação ao cérebro. Cada olho capta uma imagem diferente e o cérebro faz a união delas, dando o efeito de terceira dimensão.
Um importante indício de profundidade reside no facto de termos dois olhos. O facto de os nossos olhos verem o mundo a partir de posições diferentes leva a que recebam imagens do mundo ligeiramente diferentes. Esta diferença permite então perceber a relação de profundidadedos objectos no mundo. A diferença de perspectivas denomina-se por disparidade binocular (Fig.1). A disparidade binocular induz a percepção de profundidade, mesmo na ausência de outros indícios

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