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Direito Tributário Aplicado - As Espécies Tributárias

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Direito Tributário Aplicado: As Espécies Tributárias
Prof. Guilherme Mendes
PROGRAMA RESUMIDO
1. Sistema Tributário Nacional. 2. Impostos. 3. Impostos Federais. 4. Impostos Estaduais. 5.
Impostos Municipais. 6. Contribuições Especiais.7. Tributação diferenciada e favorecida das
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
IMPOSTO, TAXA E CONTRIBUIÇÕES
 O imposto é não vinculado à atividade estatal, ou seja, o fato gerador é independente da
atividade estatal. No caso do imposto, o fato gerador é atividade do indivíduo. Por exemplo,
paga-se IPVA por ser proprietário do carro, isso não significa que o dinheiro será investido
em melhorias nas ruas. 
 Por outro lado, na taxa há conexão entre fato gerador e atividade. Por exemplo, paga-se a
taxa à Polícia Federal para ser expedido seu passaporte. 
 Além disso, imposto e taxa diferem entre si em relação à competência legislativa: enquanto
os impostos têm competência privativa (a CF estabelece quais impostos são de competência
da União, Estados e Municípios), as taxas têm competência comum (qualquer um pode criar
taxa). A taxatividade é mais forte no caso dos impostos, a Constituição discrimina 13
impostos, enquanto taxas há inúmeras, desde que a entidade tenha competência para exercer
atividade estatal, pode determinar uma taxa. 
 Competência administrativa residual: Estados. Portanto, a competência residual para criação
de taxas é dos Estados. 
 Requisitos para criar impostos: Lei Complementar, fato gerador diverso e o imposto não
pode ser cumulativo. 
 Competência da União: II, IE, IPI, IOF, IR, ITR, IGF. 
 Competência do Estado: ITCMD, ICMS, IPVA. 
 Competência do Município: IPTU, ISS e ITBI. 
 Funções da lei complementar em matéria tributária: dirimir conflitos de competência,
regular limitações ao poder de tributar e estabelecer normas gerais. A CF determina que é
função da LC estabelecer normas gerais especialmente sobre: definição de tributo, base de
cálculo e contribuinte.
 Contribuições: quando a destinação é relevante, definida pela Constituição, trata-se de
contribuição.
DOS IMPOSTOS
DA UNIÃO
IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
O IR deve atender aos critérios da generalidade, universalidade e progressividade (artigo
153 da CF). 
 Generalidade significa que o imposto deve alcançar todas as pessoas.
 Universalidade significa que o imposto deve alcançar tudo (dentro do conceito de renda e
proventos). 
 Progressividade significa um incremento da tributação mais que proporcional ao aumento da
base de cálculo. 
 O aumento do tributo se dá tanto pelo aumento da base quanto pelo aumento da alíquota. Se
a base dobra, no caso específico, se a renda dobra, o imposto deve mais que dobrar. 
Direito Tributário Aplicado: As Espécies Tributárias
Prof. Guilherme Mendes
IMPOSTO DE RENDA
- O Imposto incide sobre a renda e proventos de qualquer natureza. 
- Renda: é o fruto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos (art. 43). É por isso que
alugueis e juros são renda, pois fruto do capital; salário também é renda, pois fruto do trabalho, e
lucro, pois fruto do capital + trabalho.
- Proventos: são os demais acréscimos patrimoniais (então, renda só pode ser considerada enquanto
acréscimo patrimonial). Exemplo: prêmios de loteria. 
O imposto sobre a renda abarca acréscimos patrimoniais.
A renda, pelo Código, é produto da relação de trabalho. É por isso que alugueis e juros são
renda, pois fruto do capital. Salário também é renda, pois fruto do trabalho. E lucro, pois fruto do
capital, adicionado do trabalho. 
Como vimos, o imposto é sobre renda e proventos de qualquer natureza. São proventos os
demais acréscimos patrimoniais. Então renda só pode ser considerada aquela enquanto acréscimo
patrimonial. A pensão, em alguns casos, pode ser exemplo de provento. O professor considera um
bom exemplo – pois não decorre da relação capital/trabalho – os prêmios de loteria ou jogos.
Observações:
1. Heranças e doações: a doutrina não considera como acréscimo patrimonial, porque tem um
imposto específico sobre esse tipo de provimento; na opinião do professor, o ITCMD tem
finalidade extra-fiscal, e que doação e herança deve ser tributada de maneira mais
intensamente do que o trabalho. E, não é assim que o legislador pensa, pelo menos para
pessoa física; não há incidência de imposto de renda em doação e herança de pessoa física,
explicitamente. Mas, com pessoa jurídica, tem-se o título de doação que gera uma discussão.
A princípio, são acréscimos patrimoniais. A doutrina majoritária, na qual o professor
não se inclui, porém, entende que sobre esses valores não pode incidir o IR, porque já
há um imposto específico: o ITCMD. E seria inconstitucional a bitributação entre os
dois. De fato, a Lei, pelo menos para pessoa física, afasta esses valores do campo da
incidência do IR.
2. Indenização: sobre esse valor de cunho patrimonial, não incide imposto, porque não é
acréscimo patrimonial. É uma recuperação de patrimônio. Então, a indenização, o dano
patrimonial, não há problemas. Mas no caso da pessoa jurídica, existem algumas sutilezas.
No que diz respeito ao dano não patrimonial, é diferente: violado um direito, e não havendo
como recuperá-lo, há compensação patrimonial. Na opinião não isolada do professor, tem
que haver incidência, por não haver motivo para que não haja. O STJ, no grosso das
situações, afirma que não há incidência de imposto. Observar as “indenizações” que são
salários disfarçados, como ajuda de custo de deslocamento, auxílio-terno, auxílio-moradia,
entre outros.
As indenizações por dano não-patrimonial são controvertidas na doutrina. Uns
entendem que deve incidir o IR, outros entendem que são. Da jurisprudência, no caso
do STJ, decide-se casuisticamente, mas geralmente pela não incidência. Segundo o
STJ, não incide o IR sobre valores recebidos a título de férias e licença premium não
gozadas por necessidade do serviço e plano de demissão voluntária incentivada.
Segundo o CTN, o fato gerador é disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou do
provento. Em termos teóricos, isso é apenas o critério temporal do fato gerador. O fato gerador
é critério material, critério espacial e critério temporal. Disponibilidade jurídica é aquisição do
direito, mesmo sem o domínio sobre o bem numerado ($). Disponibilidade econômica é o domínio.
Na maioria dos casos da tributação da pessoa jurídica, o legislador adota a disponibilidade
jurídica, enquanto na pessoa física adota a disponibilidade econômica. Tipicamente, a
Direito Tributário Aplicado: As Espécies Tributárias
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disponibilidade econômica na pessoa física ocorre da seguinte forma: se trabalhei em janeiro, em
fevereiro tenho direito a salário. O patrimônio aumenta. Se o empregador não pagou, não se deve
pagar imposto, pois a disponibilidade adotada é econômica. Embora exista o direito – que enseja
determinada tutela – o dinheiro não caiu, portanto, não há imposto devido. Na pessoa jurídica, não
ocorre dessa forma. A renda da pessoa jurídica, grosso modo, é lucro: o que se recebe, menos o que
se gasta. Renda = lucro = receita – despesa. Então, se eu, empresa, vendi algo em dezembro para
receber em janeiro. Quando vendo e entrego a mercadoria, já tenho direito de receber o valor, e por
isso, se vendi em dezembro, devo pagar o imposto em dezembro, não em janeiro quando receberei1.
Na pessoa física: trabalhei em janeiro, tenho direito a receber o salário em fevereiro,
mas não recebi. Então, não caracterizou-se o fato gerador, porque o legislador adotou a
disponibilidade econômica. Na pessoa jurídica, grosso modo, a renda é o lucro, que é o
resultado das receitas, menos as despesas. A pessoa jurídica vendeu em dezembro para
receber em janeiro,então essa venda compõe a receita e, portanto, lucro de dezembro, e não
de janeiro, porque o legislador adotou a disponibilidade jurídica.
Tem que ter disponibilidade, seja jurídica ou econômica. O critério espacial do imposto de
renda é o universo. Uma empresa que tem participação em empresa lá fora, ela terá o lucro na
medida de sua participação. Pela disponibilidade econômica, basta que o lucro seja apurado para
que o imposto seja devido, independentemente de ter recebido o valor ou não. Uma das posições a
respeito disso é que, para a controlada, como se tem o controle, se tem a disponibilidade jurídica e,
portanto, está obrigado. Para a coligada, não tem o que se fazer, e não há disponibilidade jurídica,
sem a qual tem o direito. Por alguns votos de ministros, viola-se o CTN para a coligada. Outra
questão é o antigo ILL – Imposto sobre Lucro Líquido, tributação sobre dividendos. O sócio não
tem disponibilidade. No caso do sócio de uma SA, ele não tem o direito de exigir o dividendo, e não
pode ser tributado. A decisão do STF veio nesse sentido. Agora, nas limitadas e firmas individuais,
onde há controle, há direito.
Já o critério espacial é o universo (universalidade). É a chamada tributação em bases
mundiais. Exemplo: um residente no Brasil, que vem a auferir renda na França ou em
qualquer outro país vai ter como regra que pagar Imposto de Renda no Brasil sobre esse
valor, ainda que não traga para o Brasil.
BASE DE CÁLCULO
É definida pelo montante real, presumido ou arbitrado, da renda ou do provento.
Também ocorre com a pessoa física, mas é mais claro na pessoa jurídica. Real, a princípio, é o que
efetivamente acrescentou-se ao patrimônio; na pessoa jurídica, é receita – despesa. Real é o efetivo,
é o que de fato aumenta o patrimônio. Na pessoa jurídica, corresponde às receitas menos
despesas. O presumido (vem de “presunção”) é o que é provável. Então, pode se presumir que a
empresa quando vende, terá lucros. Montante presumido, como o próprio nome indica, está
calcado numa presunção. Numa probabilidade que é adotada como verdade. Presume-se que
a pessoa jurídica ao vender terá lucro; então o legislador adota um percentual das vendas
como lucro presumido. Como é calcada numa presunção, essa base não é obrigatória: é
sempre facultativa, uma opção. O arbitrado ocorre quando não é possível apurar a base real ou
presumida para aqueles que podem optar e de fato optam, então, o legislador prevê uma forma –
que não deixa de ser uma punição – para se apurar esse lucro por critérios outros, razoáveis. É uma
base suplementar, quando as demais não são possíveis de ser implicadas. O arbitrado é uma base
suplementar, adotada quando não é possível apurar a base real sem a presumida para aqueles
que podem optar. A Lei, então, confere à autoridade fiscal várias possibilidades para
1 Obs.: adiantamento não é renda! Pela disponibilidade jurídica, não.
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determinar a base de cálculo, como o percentual das receitas conhecidas, do patrimônio, da
folha de salários, das compras, do IR do ano anterior, entre outros.
Vantagens de se optar pelo lucro presumido: menos custo administrativo, e controle mais
fácil. E ele pode ter vantagem tributária. Detalhe: deve-se fazer uma antecipação, uma previsão
disso, pois a previsão é anterior ao fato; faz-se em janeiro, e deve-se manter no ano inteiro. Tem
opção que é depois do fato, mas essa é só para a pessoa física.
LEGISLAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA
- Na PF, o regime é por pessoa. Na PJ, o regime é por tipo de rendimento.
- Os regimes da PJ são 4 lucros arbitrado, lucro presumido, lucro real e simples, cada um com suas 
peculiaridades. 
- Só vamos falar do lucro real.
- Cada PJ dentro de 1 ano está submetido a apenas um desses regimes
LUCRO REAL
A princípio, o lucro real é o lucro comercial.
Lucro comercial. É o direito do sócio às entradas da atividade. Tudo que entra vai para
fornecedor, cliente, financiador, debenturistas, trabalhadores, governo, e depois dessa distribuição, o
restante ficará para os sócios. O lucro comercial é a parcela das entradas da empresa que
correspondem ao direito do sócio.
EXEMPLO
RECEITA: $2.000.000
DESPESA (-): $900.000
_________$1.100.000
MULTA (-): $100.000
LUCRO COMERCIAL: $1.000.000
LUCRO REAL: $1.100.000
Não apenas pessoa física pode ser sócio; sociedades podem fazer parte da sociedade.
Imagine o caso em que a investidora recebe o lucro da investida. O lucro da investidora é o lucro da
investida. O legislador entendeu que sobre os dividendos não deve incidir imposto de renda.
Portanto, passa a ser o lucro comercial menos os dividendos recebidos. Torna-se o lucro real.
EXEMPLO
RECEITA: $2.400.000 {$2.300.000 + DIVIDENDOS)
DESPESA (-): $2.100.000
LUCRO COMERCIAL: $300.000
DIVIDENDOS (-): $100.000
(=) LUCRO REAL: $200.000
A base de cálculo é o lucro apurado pelas regras de direito comercial, ajustado para mais ou
para menos, dependendo da regra do imposto de renda. O imposto de renda é o lucro comercial,
mais adições, menos exclusões.
Subtrai-se também as compensações. O resultado entre as receitas e despesas tem duas
espécies: prejuízo (negativo) e lucro (positivo). Se há prejuízo comercial, no cálculo, pode dar
negativo. E quando dá negativo, damos o nome de prejuízo fiscal. Se há prejuízo, não se paga
imposto, e isso se torna um direito da empresa: direito de pagar menos nos próximos exercícios.
Portanto, a compensação é a subtração de prejuízo de anos anteriores. 
Direito Tributário Aplicado: As Espécies Tributárias
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Dessa forma:
LR = LC + A – E – C
Esse direito, no passado, prescrevia em cinco anos. Na legislação atual, não há prescrição do
direito e pode-se compensar o prejuízo de tantos quantos forem os anos passados. Não há limite
temporal. Por outro lado, há um limite material que antes não havia: 30% do lucro apurado antes de
compensar o próprio prejuízo.
A regra do imposto de renda – apurações – são trimestrais. Como existe a necessidade
operacional de fazer cortes, tem de se considerar os prejuízos passados. O entendimento do STF é o
seguinte: os fatos são definidos por períodos, e o prejuízo é um benefício fiscal. Obs.: Prof.
Schoueri.
Lucro real é o lucro comercial, ou seja, apurado segundo as regras do Direito
Comercial. Mas é o lucro comercial ajustado, ou seja, modificado por “algumas” regras da
própria Lei do Imposto de Renda. Por exemplo: quando uma empresa recebe uma multa por
não ter pago o próprio imposto de renda, esse fato diminuirá o lucro comercial, mas a Lei do
Imposto de Renda não autoriza diminuir a sua base de cálculo. Então determina que esse
valor seja adicionado de volta. Por outro lado, quando uma empresa recebe lucros de outra
empresa o seu próprio lucro comercial aumenta, e assim, para não haver dupla incidência
sobre um mesmo fato econômico, a Lei autoriza a subtração desse valor do lucro comercial,
para que se apure o lucro real.
Então, o lucro real é o lucro comercial, mais adições, menos exclusões. No entanto, há,
ainda, mais um item para apurar a base de cálculo, que são as compensações. No cálculo do
lucro real da base de cálculo do imposto de renda o saldo pode ser negativo. Nesse caso, é
chamado de prejuízo fiscal. Evidentemente, no período do prejuízo não há imposto a pagar,
mas além disso esse prejuízo pode ser utilizado para reduzir a base de cálculo dos períodos
futuros. Atualmente, esse direito não prescreve. No entanto, é materialmente limitado. O lucro
de cada período só pode ser compensado em até 30%. Exemplo: em 2015, uma empresa teve
$100.000 de lucro, e havia tido $1.000.000 de prejuízo em 2001; então, ela poderá compensar
até $30.000. em resumo, lucro real é o lucro comercial, mais adições, menosexclusões e
compensações.
A empresa pode não compensar. A compensação é uma faculdade: pode guardar o prejuízo.
Isso pode ser uma vantagem, pois o imposto de renda é progressivo, e para a empresa essa
progressividade é mínima. A legislação faculta o modo como a receita pode ser registrada. (Artigo
do Guilherme explica isso na atividade rural, que não tem essa trava de 30%). DEPRECIAÇÃO
ACELERADA INCENTIVADA. Pode ser descarregada para prejuízo, para perda. Se você vai ter
prejuízo, e você tem opções, você deve buscar as formas de reter esse prejuízo. Se ele for diluído
como despesa ao longo dos anos, a base de cálculo pode ser reduzida.
EXEMPLO
DEPRECIAÇÃO: $500.000 daqui a 10 anos.
LUCRO COMERCIAL: $100.000.
COMPENSAÇÃO (-): $30.000
LUCRO REAL: $70.000
Mas, se essa depreciação fosse diluída em valor de despesa anual, ou seja, $50.000
a.a., o Lucro Real seria reduzido e, consequentemente, a base de cálculo também.
Dessa forma:
LUCRO COMERCIAL: $100.000
DESPESA (-): $50.000
LUCRO REAL: $50.000
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A lei do Imposto de Renda trata das adições, exclusões e compensações. O Lucro Comercial
é regra de direito comercial. 
LUCRO = RECEITA - DESPESAS
IMPOSTO = ALÍQUOTA x BASE DE CÁLCULO (LUCRO)
Se quero pagar menos imposto, devo reduzir a base de cálculo. Menos lucro. Para ter menos
lucro, devo aumentas as despesas.
PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA
Lucro é receita menos despesa. Lucro é a base de cálculo: imposto é igual a alíquota vezes a
base de cálculo, que é igual ao lucro. Para pagar menos imposto, vez que a alíquota é determinada
por Lei, devemos reduzir a base de cálculo.
I = Alq x BC (LUCRO)
Se uma empresa brasileira exporta para a Europa, essa exportação é receita, que aumentará
de acordo com a variação do preço no mercado internacional. A importação é despesa, custo,
também sujeito ao mercado internacional. Ex: destilaria que compra petróleo no mercado
internacional. Se aumenta o preço do petróleo aumenta a despesa, e se aumenta o preço da gasolina,
aumenta a receita. Até 1996 não havia problemas com os mecanismos que tentassem reduzir a base
de cálculo por essa lógica, mas surgiu uma Lei para tratar do preço de transferência internacional.
Diz o seguinte: quando houver operações entre partes relacionadas não basta o documento. A
empresa terá que apurar um preço parâmetro segundo os critérios da Lei. Deve-se verificar se a
importação está superfaturada ou subfaturada. A Lei tem várias regras e várias discussões sobre
isso.
Lucro é receita menos despesa. Então, para pagar menos imposto, preciso ter menos
lucro, mediante menos receita ou mais despesa. No comércio internacional, exportações são
receitas e importações são despesas. Quando uma destilaria que produz gasolina compra
petróleo e o preço internacional aumenta, seus custos aumentam e seu lucro reduz, e o
imposto será menor. Assim, quando houver operações entre partes relacionadas (por exemplo,
Volkswagen brasileira e Volkswagen alemã) elas podem manejar o preço dessas operações. E
reduzir o lucro, e assim, o imposto a ser pago no Brasil, mediante o subfaturamento de
exportações ou o superfaturamento de importações. Em razão disso, a Lei brasileira possui
regras para evitar esse tipo de operação. São as regras de preço de transferência. Sempre que
a operação for realizada entre partes relacionadas ou empresas sediadas em paraísos fiscais, a
empresa brasileira deve calcular o valor da operação segundo um dos critérios previstos em
Lei. A diferença entre o preço calculado (preço parâmetro) e o da operação deve ser
adicionado ao lucro comercial para determinar o lucro real.
É uma adição na fórmula. No caso de depreciação incentivada acelerada (incentivo fiscal),
reconhece-se mediante exclusão. 
IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FÍSICA
O imposto de renda da pessoa jurídica possui quatro regimes jurídicos definidos em
função do contribuinte. Assim, um tipo de rendimento qualquer pode ser tributado de quatro
formas diferentes. Já no caso da pessoa física a forma de tributar independe do contribuinte,
ou: é igual para todo mundo. E, assim, os regimes são quatro, são definidos em função do tipo
de rendimento.
Quatro quadrantes: anual, não anual; fonte, não fonte.
FONTE NÃO FONTE
Direito Tributário Aplicado: As Espécies Tributárias
Prof. Guilherme Mendes
ANUAL
ANUAL COM RETENÇÃO
EX: SALÁRIO
ANUAL SEM RETENÇÃO
EX: AUTÔNOMO
NÃO ANUAL
NÃO ANUAL COM RETENÇÃO
EX: DÉCIMO TERCEIRO
NÃO ANUAL SEM RETENÇÃO
EX: GANHO DE CAPITAL
Existem declarações que tem só uma natureza, tem as que tem a outra, e tem declarações que
têm as duas. Por exemplo, quem faz retenção na fonte deve informar ao fisco: declaração de
imposto de renda na fonte, x declarações no período tal.
Os regimes são definidos em função da retenção ou não na fonte e em função do
período de apuração. Assim, há tributação anual com retenções na fonte (ex: salário), anuais
sem retenção na fonte (ex: rendimento de autônomos), não anuais com retenção na fonte (ex:
décimo terceiro salário) e não anuais sem retenção na fonte (ex: ganho de capital, como a
venda de um imóvel). Todos esses valores sofrem tributações no mínimo em períodos mensais
– algumas são diárias – e no caso dos não anuais, a tributação é definitiva. No caso dos anuais,
a tributação é uma antecipação do valor a ser apurado no ano seguinte sobre toda a base
atual. E aí pode resultar em mais imposto de renda a ser pago ou em menos imposto de renda
a ser pago, então a pessoa tem direito a restituição.
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI
Pela constituição, deve ser seletivo (diferentemente do ICMS, que pode ser seletivo) em
função da essencialidade dos produtos. Assim, por exemplo, produtos indispensáveis à
sobrevivência humana, como alimentos e remédios, devem ter alíquotas pequenas (na maioria
dos produtos, inclusive, a alíquota é 0%). Para produtos normais, como roupas, utensílios
domésticos, as alíquotas devem ser moderadas (entre 10-20%). Para produtos supérfluos,
como perfumes, joias, as alíquotas são mais elevadas, e para os produtos nocivos, mas
permitidos, são aplicadas maiores alíquotas, como é o caso de bebidas e cigarros. Muitas vezes
essa alíquota não é nem em percentual, é tabelada, e a tributação é específica: valor por
unidade.
Segundo a Constituição, o IPI (assim como o ICMS) também deve ser não cumulativo (não
em cascata), compensando-se o valor devido em cada etapa com o valor cobrado nas etapas
anteriores.
Vende a um preço de R$1000,00 V=1000,00
IPI= 50 (5%)
Nota fiscal: R$1050,00.
Pagamento: 50
Valor: 2000,00
IPI: (10%)= 200,00
Nota fiscal= 2200,00
Pagamento= 200-50=150
A não cumulatividade é um critério de não interseção na organização produtiva do
contribuinte. É uma clara opção por um modelo liberal. É um critério jurídico que visa
concretizar o princípio implícito da neutralidade tributária, isto é, o tributo não intervir na
tomada de decisão do agente econômico. É uma opção constitucional pelo modelo liberal. É uma
garantia de proteção quando ao produto.
A Constituição também prevê uma imunidade específica: as exportações são imunes ao IPI,
garantida a manutenção e o aproveitamento de créditos. Assim, alguém que compra insumos sobre
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os quais sejam recolhidos IPI e, ao produzir seu produto, esse alguém exporta, está acumulando
direitos e nenhum dever de recolhimento de IPI, pelo que poderá requerer a restituição ou desconto
caso venha a produzir para o mercado interno.
Pelo CTN, são três fatos geradores definidos: 1- a saída do estabelecimento industrial ou
equiparado a industrial (ex.: importador); 2- o desembaraçoaduaneiro (ato final do despacho
aduaneiro, que corresponde à entrega da mercadoria ao importador); 3- Arrematação de produto
industrializado abandonado ou apreendido, levado a leilão (obs.: apesar de definido, esse fato não
foi adotado por lei ordinária para fins de criar o imposto).
Base de cálculo do IPI: nas operações internas, é o preço do produto ou, na ausência de
preço, (ex.: doação) é o preço de um produto similar no mercado atacadista da praça do
remetente. Obs.: os descontos incondicionais devem ser considerados para fim de apuração da
base de cálculo. Exemplo: desconto com pagamento à vista; desconto por aquisição em grande
quantidade. Já os descontos condicionais não são considerados; ex.: desconto por antecipação
de pagamento (há a mesma questão no ICMS).
BASE DE CÁLCULO
É a base de cálculo […] mais dos tributos aduaneiros, mais encargos cambiais. 
Há um deslocamento de valores, diferença de cálculo. O próprio IOF sobre câmbio.
Importação tem imposto sobre imposto. A terceira base de cálculo é o valor da arrematação. O
terceiro fato gerador era a arrematação, então a base de cálculo é o seu valor.
CONTRIBUINTES
Três fatos geradores, portanto, três contribuintes? Não é assim que a lógica no caso de
IPI funciona. O primeiro é o estabelecimento industrial, e o fato gerador do IPI é a saída do
estabelecimento industrial, não a venda, não o negócio. Uma mesma empresa quando dá saída,
mesmo que seja de uma filial para a matriz, há fato gerador e, portanto, imposto a ser pago. A
definição do Código do que é o estabelecimento mistura um pouco o fato gerador. Exige-se da
pessoa, que se for executada, responderá por todo patrimônio e não só pelo estabelecimento. A
venda no estabelecimento comercial tem um valor muito maior do que o da saída, por isso, o
contribuinte não reclama. Mas no ICMS é diferente. O contribuinte é o estabelecimento comercial e
não precisa haver transferência de posse/propriedade. O segundo é o importador, e o importador
vira contribuinte na importação e quando ele vende, pois na venda ele também recolhe o imposto. O
terceiro é o arrematante, e esse não foi criado, como já vimos. Tem um quarto, que é o
comerciante, que venda produto industrializado para os dois primeiros contribuintes.
Imagine a cadeia de produção:
FERRO AÇO PEÇA MONTADORA
IPI = 50 IPI = 200 – 50
= 150
IPI 1500 – 200
= 1300
IPI = 8000 – 1500
= 6500
Imagine que entre peça e montadora, haja um atacadista. Se ele não fosse contribuinte,
quando ele vendesse para a montadora, ele não ia passar o crédito e a montadora teria de recolher
8000. O imposto aumenta porque gera um efeito de cumulatividade, e a montadora pagaria 9500;
então, para garantir o princípio constitucional da não-cumulatividade, existe esse quarto
contribuinte. A montadora, quando vende pra concessionária, não paga imposto, pois não está
vendendo para o contribuinte – alguém que continuará no processo de industrialização.
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
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FATO GERADOR
Seu fato gerador é a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional. Imposto
de importação incide sobre bens, e não serviços, portanto, mercadoria. Guilherme usa o
imposto de importação para exemplificar o princípio da estrita legalidade. A entrada de mercadoria
estrangeira tem como critério espacial os locais autorizados, não o território todo. Então, se a
mercadoria veio clandestinamente, não será cobrado imposto, pois, para fins tributários não houve
fato gerador. O que ocorrerá é a aplicação das medidas administrativas cabíveis.
Como sanção, temos a incorporação ao patrimônio da União, doação para entidades sem fins
lucrativos, e leilão. O recurso apreendido no leilão fica no FUNDAF, e se não tiver ordem superior,
a competência para definir a destinação é o superintendente, a autoridade regional. Bens perecíveis
que são apreendidos, por exemplo, geralmente são doados para as forças armadas, pois não podem
ser leiloados. Nas forças armadas, fazem rancho, diferentemente da força civil, que oferece vale-
alimentação. Os produtos irregulares ou sem regulamentação são destruídos.
O primeiro ponto é o critério espacial, que é entrar nos pontos autorizados. A segunda
questão é o momento, que define a alíquota que pode variar dia a dia, ou a base de cálculo, pois o
câmbio também pode variar diariamente. O critério não é quando desembaraça a carga. Falamos
disso no IPI, que o fato gerador é o desembaraço – que é o ato final do despacho. No caso do
Imposto de Importação, não é o desembaraço, mas a data de declaração da importação (a partir
do momento que ele tem como seu).
Esse fato gerador possui critérios peculiares. O critério espacial são os locais
alfandegados, isto é, autorizados a operar com comércio exterior, como certos portos,
aeroportos e pontos de fronteira. Assim, se a mercadoria ingressar por outros locais, não se
exige o imposto, mas se aplica uma pena de perdimento (a pessoa perde a mercadoria a favor
da União). Já o critério temporal é a data da declaração de importação. Se o particular não
declarar, também não ocorre o fato, e a mercadoria é perdida por abandono.
BASE DE CÁLCULO
A base é definida em função do tipo de alíquota. No caso de alíquota específica, é
unidade de medida adotada pela Lei. Exemplo: alíquota → $2 por quilo de açúcar; base → kg
de açúcar. No caso de alíquota ad valorem, com base no valor do bem (ex: 3% do valor do
bem), é o valor da operação de compra e venda da mercadoria ou de uma similar em
condições de livre concorrência, à época da importação e no ponto de entrada do território
nacional.
O preço de algo que se importa tem um preço diferente de lá, e daqui. Não importa que o
importador pague o frete o seguro, soma-se na base de cálculo. Todos os custos internacionais para
trazer o bem são somados à base de cálculo. O frete e o seguro internacionais, ainda que sob
encargo do importador, devem ser acrescidos. A segunda observação é a seguinte: essa base de
cálculo deve obedecer um padrão. A base de cálculo no imposto de importação, que acaba servindo
para importações internas (como do IPI, por exemplo), não é disciplinada por Lei, mas por um
Tratado Internacional. A base de cálculo é estabelecida por um acordo internacional – mais
especificamente pelo art. 7º acordo do GATT – Acordo Geral de Tarifas e Comércio. 
CONTRIBUINTES
É o importador e o equiparado legal do importador. Importador é quem promove a
importação, e o equiparado é o equivalente. Exemplo: destinatário de correspondência
internacional.
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LEGISLAÇÃO ADUANEIRA
A CF não exaure o tema do Imposto de Importação, entraremos na Legislação Aduaneira.
TERRITÓRIO ADUANEIRO 
É o lugar geográfico em que a autoridade aduaneira exerce a sua jurisdição. No Brasil,
é o próprio território nacional, que é dividido em duas zonas: (1) zona primária – é aquela em
que há autorização para operar com comércio exterior. Nela, a fiscalização é permanente e
intensa, ou seja, vinte e quatro horas por dia, e a autoridade aduaneira tem precedência sobre
todas as demais autoridades administrativas; (2) zona secundária – o resto do território.
REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS
O duty free tem um limite de 500 dólares a mais (500 + 500), e não são comunicáveis. 500
dólares por pessoa. A capacidade tributária passiva é independente da capacidade civil das pessoas
naturais. Esse limite de isenção é mensal: 30 dias.
Admissão temporária: (permite o ingresso no país de mercadoria estrangeira por tempo
determinado com suspensão de tributo.) É o regime que permite o ingresso de mercadoria
estrangeira no país por prazo determinado, com a suspensão dostributos aduaneiros. Ex.:
carros da Fórmula 1, equipamentos de shows internacionais, bens em feiras internacionais. Existe
outra admissão temporária, em que, em casos de bens que perdem valor, é exigido tributo sobre a
perda de valor do bem que esteve sob admissão temporária.
Regime de trânsito aduaneiro: (regime de passagem pelo Brasil.) Trânsito aduaneiro de
internação de mercadorias (colocadas pra dentro do país) e vão para outro local para se fazer as
verificações. Somente quando o produto chega no local XXX é que o imposto é cobrado.) Trânsito
aduaneiro: é o regime especial que permite o transporte de mercadoria estrangeira de um
ponto a outro no território nacional com a suspensão dos tributos aduaneiros. Exemplos: As
mercadorias importadas pelo Paraguai geralmente são recebidas pelo nosso porto de Paranaguá e
são transportadas para o Paraguai mediante um trânsito aduaneiro de passagem. Mas mais
importante é o trânsito aduaneiro de internação, quando, por exemplo, uma mercadoria chega no
porto de Santos mas sem ser verificada é transportada para uma outra área sob controle aduaneiro
no interior do Brasil, como até aqui em Ribeirão Preto.
Regime aduaneiro de drawback: (regime de incentivo às importações, por meio da
desoneração da importação de insumos. Existem três modalidades de drawback: 
1- Suspensão: os insumos são importados com suspensão dos tributos aduaneiros sob a
promessa de que será usado para produzir bens a serem exportados. Se promessa for
cumprida, o regime se resolve sem a exigência dos tributos.
2- Restituição: Os insumos são importados e os tributos são pagos normalmente. Ao serem
utilizados na fabricação de produtos exportados, o importador tem direito a pedir restituição
dos tributos pagos na importação.
3- Isenção: os insumos são importados, os tributos são pagos e os bens produzidos são
exportados. Assim, se o importador fizer uma nova importação equivalente em quantidade e
em qualidade, terá direito a não pagar os tributos aduaneiros nessa operação.
Imposto de Exportação: Seu fato gerador é a saída do território nacional de mercadoria nacional
ou nacionalizada. Nacional é a produzida no Brasil. Nacionalizada é a produzida no exterior mas
incorporada ao mercado nacional (já foi feito o desembaraço aduaneiro). Esse imposto tem critérios
similares ao do imposto de importação (o espacial são os locais alfandegados, as bases de cálculo
são definidas em função do tipo de alíquota e etc).
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Imposto sobre Operações Financeiras: O nome preciso desse imposto que está previsto na
Constituição Federal é Imposto sobre Operações de Câmbio, Crédito, Seguro e com Títulos e
Valores Mobiliários. Para cada uma dessas operações, o Código define fatos geradores, bases de
cálculo, e contribuintes. No caso dos contribuintes, ele define como qualquer uma das partes da
operação.
Imposto Territorial Rural: Sua base de cálculo é o valor fundiário, isto é, o valor da terra nua, que
corresponde ao valor de toda a propriedade menos aquilo que foi agregado pelo homem (plantação
e etc), isso porque, diferentemente o IPTU, o ITR não é predial. Seu fato gerador é a propriedade, a
posse, e o domínio útil do imóvel por natureza (ou seja, a terra,) localizado fora da zona urbana do
município, ou seja rural é definido por exclusão: é aquilo que não é urbano. Pela constituição, o ITR
deve ser progressivo e suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades
improdutivas. (a área da propriedade e sua produtividade influenciam na alíquota.) Assim, são dois
os critérios de variação de alíquota. Logo, para propriedades de mesmo tamanho, terá uma alíquota
maior aquela de menor produtividade. Para propriedades com a mesma produtividade, a maior, em
tamanho, terá alíquotas mais elevadas. E ainda, uma imunidade para as pequenas glebas rurais
exploradas pelo proprietário que não possua outro imóvel. Repartição de receita tributária: (50% da
arrecadação de ITR é entregue ao município onde está localizada a propriedade. Se o município
assume a função de arrecadar o imposto, ele fica com 100% do valor do ITR.) 50% do valor
arrecadado do ITR é repartido com os municípios, mas se o município assumir as funções de
arrecadar e fiscalizar o imposto, ficará com 100% da arrecadação. Ademais, o município não pode
legislar sobre o tributo, que continua sob a legislação federal, e também não pode renunciar à
receita.
Imposto Sobre Grandes Fortunas: (Nunca foi criado. Há projetos de Lei. Tem a peculiaridade de
precisar ser criado por lei complementar.) Ainda não foi criado. Assim, a discussão acerca da
expressão "nos termos da lei complementar" é apenas acadêmica. Alguns entendem que o imposto
deve ser criado por lei complementar (por exemplo o professor Guilherme) e outros entendem que
apenas a definição de "grande fortuna" é reservada à lei complementar.
IMPOSTOS ESTADUAIS:
É importante destacar que para cada um dos três impostos estaduais, e somente para esses
impostos, o Senado tem competências de fixação de alíquota ou de limite de alíquota.
 ICMS: Imposto Sobre Operações de Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviços
de Comunicação e de Transporte Interestadual ou Intermunicipal Ainda que as
Operações e Prestações ou se Iniciem no Exterior.
ICMS Vs. ISS: A competência para criar o ICMS sobre a circulação de mercadorias é ampla.
Já para criar sobre a prestação de serviços é estrita, pois só alcança os três serviços expressamente
previstos. Isso é para evitar a bitributação com o ISS. Não há nenhuma exceção à proibição de
bitributação entre os dois impostos. E assim, há três soluções constitucionais para as operações em
que há concomitantemente fornecimento de mercadoria e prestação de serviço:
 Só o ICMS: quando a prestação de serviço não constar na lista de serviço do ISS.
Exemplo: venda de alimentação e bebidas em bares e restaurante.
 Só o ISS: quando o serviço constar da lista de serviços do ISS. Exemplo: adubação,
consultoria.
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 ICMS sobre parte do valor da operação e ISS sobre a outra parte do valor da
operação: somente em hipóteses expressamente previstas em lei complementar. Ex.: a
manutenção de veículos automotores.
Princípios constitucionais: O ICMS pode ser seletivo em função da essencialidade de
mercadorias e serviços. É, portanto, parecido, mas não é igual ao IPI, que deve ser seletivo. Assim,
o ICMS pode ter alíquotas uniformes. Ex.: a mesma alíquota para o remédio e para o veneno. De
forma similar ao IPI, o ICMS deve ser não-cumulativo, compensando-se o valor devido em cada
operação com o cobrado nas operações anteriores. No entanto, no ICMS, salvo disposição da
legislação em contrário, na isenção e não incidência, não se aproveitam os créditos das operações
anteriores e não importam créditos para as operações posteriores. Com isso, se isenta e aumenta o
imposto na cadeia produtiva, em razão de um efeito cumulativo. Assim, a não-cumulatividade não é
um critério absoluto no ICMS.
Imunidades:
- Exportações de mercadorias, garantida a manutenção e o aproveitamento dos créditos das
etapas anteriores (igual ao IPI, em termos jurídicos, mas em termos práticos não. Isso porque a
união devolve o que recebeu, mas como entre os estados o imposto pode passar por outros estados,
como o último estado que deveria devolver não recebeu nada para ter algo para devolver, ele não
paga [dificulta] o pagamento, já que não quer casar).
- Serviços de radiodifusão sonora e de som e imagem de recepção livre e gratuita. (Ainda
que há a distribuição gratuita de produto industrializado, incide imposto sobre esses produtos);
- As operações que destinem a outros estados energia elétrica,petróleo e minerais no país.
- ICMS na importação: A súmula 660 do STF prevê que não há incidência de ICMS na
importação promovida por não-contribuintes do imposto, mas isso só vale para fatos ocorridos antes
da emenda constitucional nº 33 de 2001, que deixou expresso na Constituição que o imposto incide
na importação de mercadorias por contribuintes ou não do imposto independentemente da
finalidade da importação. Para desembaraçar a mercadoria, pode-se exigir o pagamento do ICSM,
que deve ser feito (pago) para o estado em que o importador tiver seu estabelecimento ou domicílio
tributário, e não para o estado onde houve o desembaraço.
Competência do Senado
A primeira competência do Senado é fixar as alíquotas interestaduais e as de exportação. As
interestaduais entram na questão de guerra fiscal, repartição de receita. Não é muito aplicável na
alteração, é uma alíquota menor – 7 a 10% - enquanto as alíquotas internas na operação são de 18%.
O valor que incide nessa operação é dividido entre os estados, e leva-se em consideração que um
deles fica com a alíquota interestadual, e o outro fica com a diferença.
Se na exportação é imune, como funciona a competência do Senado? É um texto originário
da CF, e não estabelecia-se imunidade para todos os produtos, e havia ICMS na exportação. Esse
dispositivo não foi exatamente revogado. O Senado tem competência, mas a competência não tem
eficácia. Mas pertence ao sistema jurídico e tem validade; às vezes, as regras válidas não têm
eficácia jurídica. Ex: competência concorrente do art. 24.
O senado tem competência: (i) para estabelecer alíquotas interestaduais; e (ii) para
estabelecer alíquotas na exportação. Observações:
 As alíquotas interestaduais compõem o cálculo de divisão de receita entre o Estado-
origem e o Estado-destino nas operações entre os Estados. Não são as alíquotas que
propriamente incidem sobre a operação.
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 A competência para fixar alíquotas da exportação é originária da Constituição. Na
época, só parte das exportações era imune. Hoje, toda exportação é imune, mas isso
não significa revogação da competência do Senado. Ela apenas não tem eficácia.
O Senado, ainda, pode (competência) fixar alíquotas internas mínimas e máximas para
editar conflitos de competência. O Senado consegue travar a guerra fiscal dessa forma, às
vezes uma tributação interna pode concorrer com a tributação interestadual.
REGRAS CONSTITUCIONAIS DE BASE DE CÁLCULO
(1) Quando a operação do fato gerador do IPI e do ICMS ocorrer entre dois
contribuintes do ICMS e o produto for destinado a indústria ou comércio, o IPI não
compõe a base de cálculo do ICMS. A contrario sensu: (a) o ICMS compõe a base de
cálculo do IPI nestas mesmas operações; (b) nas demais operações, é o IPI que compõe
a base de cálculo do ICMS. A maioria das bitributações são inconstitucionais, mas nem
todas, e isso está expresso na Constituição. Essa é a operação típica interna. Nesse caso,
temos o valor do ICMS e o IPI pega tudo isso como base de cálculo. O preço, que é a base
de cálculo do IPI, contém o ICMS, segundo a previsão constitucional. O IPI “abocanha” o
ICMS.
CÁLCULO SIMPLIFICADO NAS IMPORTAÇÕES
Fizemos negócio de um lote de toucas na França, no valor de R$ 100.000,00. Esse é o valor
aduaneiro, que é a base de cálculo do II. O Imposto de Importação é 10% da alíquota, ou
seja, R$ 10.000,00 a título de II, totalizando R$ 110.000,00, e isso é a base de cálculo do IPI.
A alíquota do IPI é 10%, portanto, R$ 11.000,00, totalizando-se R$ 121.000,00, que é a base
de cálculo do ICMS. Se a alíquota for 10%, o valor será R$ 133.100,00.
VALOR ADUANEIRO (BASE DE CÁLCULO DO II): R$ 100.000,00
II (ALÍQUOTA 10%): …………………………………. R$ 10.000,00
BASE DE CÁLCULO DO IPI: …………………………. R$ 110.000,00
IPI (ALÍQUOTA 10%): ………………………………... R$ 11.000,00
BASE DE CÁLCULO DO ICMS: ………………………. R$ 121.000,00
ICMS (ALÍQUOTA 10%): ……………………………... R$ 12.100,00
TOTAL: …………………………………………………… R$ 133.100,00
(2) A constituição autoriza a Lei Complementar a incluir o próprio ICMS na sua
base de cálculo. E a Lei Complementar incluiu.
Exemplo de energia elétrica: o valor da nota fiscal é R$ 100,00. O ICMS é de
25% sobre o valor cheio, inclusive ele próprio. O valor do ICMS na operação é
de 25 reais, e o que fica para a concessionária (valor líquido, será R$ 75,00).
ICMS = ALÍQUOTA x BASE DE CÁLCULO
ICMS = ALÍQUOTA x (VALOR LÍQUIDO + ICMS)
ICMS = ALÍQUOTA x VL + ALÍQUOTA x ICMS
ICMS – ALÍQUOTA x ICMS = ALÍQUOTA x VL
ICMS (1 – ALÍQUOTA) = ALÍQUOTA x VL
ICMS = ALÍQUOTA x VL / (1 – ALÍQUOTA)
Se tenho valor líquido de R$ 800,00 e alíquota de 20%, tenho que ICMS – 0,2 x 800 / 0,8. O
valo será R$ 1.000,00. A alíquota efetiva é 25%, vez que ALÍQUOTA / 1 – ALÍQUOTA =
0,2 / 0,8 = 25%.
COMPETÊNCIAS DA LEI COMPLEMENTAR
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Além da definição de fatos geradores, base de cálculo e contribuintes, que é comum aos
impostos em geral, a Constituição atribui uma série de outras competências para a Lei
Complementar em relação ao ICMS. A maioria dessas competências é exercida pela Lei
Complementar 87/96 – Lei Candir (importante!). Nessa Lei, por exemplo, define-se como fato
gerador do ICMS a transferência de mercadoria entre estabelecimentos até do mesmo titular,
e isso está expresso na Lei Complementar. Já o STJ entende que o fato gerador só se
caracteriza na transferência de propriedade do bem (súmula 166).
Atentar-se ao fato de que turma em tribunal, órgão fracionário, não pode declarar
inconstitucionalidade. Art. 97 da CF.
Também é da competência da Lei Complementar estabelecer a forma mediante a qual
isenções, incentivos e benefícios são concedidos e revogados por deliberação dos Estados e
Distrito Federal. Em suma: favor fiscal no ICMS não pode ser concedido nem revogado
unilateralmente. Isso está regulado na Lei Complementar 24/75, que estabelece como os
Estados e DF celebram convênios.
Pelo menos 50% das ações ou das questões de inconstitucionalidade no ICMS no STF, é
sobre isso.
IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE QUAISQUER
BENS E DIREITOS – ITCMD
Esse imposto incide sobre a transmissão não onerosa, inclusive de bens imóveis. E,
nesse caso, não incide o ITBI (Imposto Sobre Transmissão onerosa sobre Bens Imóveis), que é
de competência municipal. A bitributação entre esses dois impostos é sempre inconstitucional.
[…] Segundo: nos demais casos, onde se processar o inventário ou arrolamento ou onde o
doador tiver domicílio. Quando as situações anteriores ocorrerem no exterior cabe a Lei
Complementar estabelecer o Estado competente (essa Lei, exceto no caso de bem imóvel, cuja
regulação está no próprio CTN, ainda não foi editada).
Compete ao Senado fixar as alíquotas máximas do imposto.
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES – IPVA
Suas alíquotas podem ser diferenciadas em função do tipo ou utilização do veículo. Não
há Lei Complementar de definições. Cada Estado legisla. Segundo o STF, é inconstitucional
criar o IPVA sobre aeronaves e embarcações. 
ITBI: IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS, DIREITOS SOBRE BENS
IMÓVEIS EXCETO DE GARANTIA E A CESSÃO DE DIREITOS À SUA AQUISIÇÃO.
Seu fato gerador é a transmissão onerosa. Porque a transmissão não onerosa está no
âmbito do ITCMD (não pode haver bitributação). Segundo o STJ, em jurisprudência, não
ocorre o fato gerador nas aquisições originárias de propriedade (exemplo: usucapião), nem
nas promessas (exemplo: promessa de compra e venda). Há também uma controvérsia acerca
do momento do fato gerador. É comum a Lei municipal estabelecer como a data da celebração
do negócio, mas para o STJ é a data do registro imobiliário.
Sua base de cálculo é o valor venal,que, diferentemente do IPTU, não precisa ser
determinado a partir de uma planta genérica de valores (ou planta fiscal de valores).
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O IPTU tem a base de cálculo no valor venal. A Lei precisa dizer qual o valor, embora não
exatamente; a Lei diz o valor do metro quadrado por unidade na zona urbana. A jurisprudência
estabeleceu dessa forma para controlar o poder municipal. E no próprio ITBI, é o valor da
trasmissão; tem a mesma definição que a base de cálculo do IPTU. (?)
O parágrafo segundo do art. 156 da CF traz um conjunto de imunidades. Basicamente,
o imposto não incide na criação, reorganização e extinção de sociedades. 
CONTRIBUIÇÕES
Contribuições são espécies autônomas que se definem pela destinação constitucional
dos impostos, exceto pelas que definem o empréstimo compulsório. São tributos cujos recursos
possuem destinação constitucional. Art. 149: contribuições sociais, contribuição de interesse
das categorias profissionais econômicas, e contribuição de intervenção do domínio econômico.
149-A: contribuição para a iluminação pública. Ex: contribuição sindical provisória,
contribuição ao sistema S, etc.
SUBCONJUNTO DAS CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL
Constam do art. 195, CF. A receita vai para a seguridade: saúde, assistência social e
previdência (ex: CPMF). A Constituição estabelece as seguintes fontes da seguridade, sobre as
quais podem ser criadas, e de fato foram criadas, contribuições: (i) o empregador, a empresa e
o equiparado legal; (ii) o trabalhador e os demais beneficiados da previdência social, exceto os
aposentados e pensionistas do regime geral. Observação: assim, aposentado e pensionista da
aposentadoria pública também se submetem a essa contribuição; (iii) a receita dos concursos
de prognósticos (loterias); (iv) o importador – e é curioso, pois não é originário da Carta, mas
parte da sociedade e do empresariado nacional pediu para que fosse devido.
(i) CONTRIBUIÇÕES DO EMPREGADOR, EMPRESA E EQUIPARADO
Sobre essa fonte podem ser criadas, e de fato foram, contribuições sobre as seguintes
bases:
(i.i) receita ou faturamento;
Traz uma discussão de direito constitucional, que ganha relevância por conta dessa
contribuição. Originariamente na Carta, não era faturamento ou receita, mas tão somente
“faturamento”. O legislador editou uma Lei Complementar, a 70/91, criando o COFINS, que é uma
contribuição sobre faturamento. Anos depois, em 1998, foi editada uma Lei Ordinária, a 9.718/98,
determinava que a COFINS incidia sobre o faturamento, e que o faturamento correspondia a todas
as receitas da empresa, antes definido como venda de mercadorias e serviços, e aumento a alíquota
de 2 para 3%. Depois, editou-se uma EC dizendo que era faturamento ou receita. A Lei e a Emenda
foram propostas juntas, só que a Lei chegou na frente da Emenda. Isso foi levado ao Judiciário. O
primeiro tribunal a se manifestar foi o STJ, que afirma que a Lei Ordinária maculou a Lei
Complementar, portanto, a lei é ilegal. Há uma hierarquia formal da Ordinária em relação a
Complementar, e é uma questão de controle de legalidade.
O tema foi para o STF, e o STF afirmou que não existe hierarquia formal entre Lei
Complementar e Lei Ordinária, e o que existe é reserva material entre dois diplomas jurídicos
distintos. A CF diz qual a matéria, e tem-se que analisar do ponto de vista substancial, e não formal.
Se uma matéria é reserva pela CF para ser disciplinada por LC, a LO não pode legislar sobre.
Questão de constitucionalidade. Se a Lei Complementar disciplinar uma matéria de Lei Ordinária, o
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quórum da LC é mais do que suficiente para aprovar uma LO, então, por mais que o nome seja de
Lei Complementar, a matéria é de Ordinária e, portanto, pode ser modificada por Lei Ordinária.
A Lei que criou a COFINS, é uma Lei Ordinária, que pode ser alterada por Lei Ordinária.
(i.ii) folha de salários e demais rendimentos do trabalho, pagos ou creditados a pessoa física;
(i.iii) lucro;
Sobre o lucro das empresas também tem um imposto e uma contribuição, como do
concurso de prognóstico – IR e contribuição à seguridade. O lucro das empresas é tributado
em até 34%: 25 de imposto de renda, mais 9 de contribuição – não é um sobre o outro, a base
é a mesma.
Art. 149, traz os tipos de contribuição. Um dos pgfs estabelece uma regra sobre
contribuições sociais, e tem uma imunidade. Contribuições sociais e cids não podem incidir sobre
receitas de exportação. E o lucro decorrente da exportação? As empresas contestaram isso, no caso
da EmbraER. 
A CF prevê imunidade de contribuições sociais e cids sobre receitas de exportação.
Com base nisso, se questionou a exigência de contribuições sobre o lucro decorrente da
exportação. No entanto, o STF entendeu que a imunidade só alcança as contribuições cuja
base de cálculo é a própria receita, sob o fundamento de que receita e lucro são conceitos
jurídicos distintos.
Além das fontes ordinárias podem ser criadas mais contribuições à seguridade social,
por meio da competência residual, cujos requisitos devem ser atendidos (lei complementar,
não cumulativo, base de cálculo e fato gerador diferente dos demais impostos).
CPMF
Era relacionada a saúde, então é de seguridade. Contribuição financeira não é uma das
fontes, então é uma outra contribuição, diferente da que vimos até então. Está esteada com base
numa competência provisória, uma EC deu competência provisória ao Congresso, e excepcionando
a regra da competência residual, a qual os requisitos não precisavam ser cumpridos. Vencido o
prazo, precisaria de nova emenda: 3/5 de dois turnos de cada casa legislativa. O governo não teve
maioria pra manter a CPMF. Não foi criada com base na competência residual. Foi criada com
base numa competência provisória, prevista em Emenda Constitucional, a qual excepcionou
os requisitos da competência residual.
IMUNIDADE
As entidades de assistência social são imunes às contribuições de seguridade social. A
CF utiliza a palavra isenção, e tem toda uma discussão sobre isso, porque na verdade é imunidade.
CIDE
Uma vez fixada a alíquota, ela pode ser alterada para cima ou para baixo pelo executivo.
Incide sobre petróleo, derivados de petróleo, gás natural e gasolina. A união tem competência para
criar CIDEs. Concretamente criou duas: a CIDE royalties e a CIDE combustíveis. A primeira foi
criada com base, exclusivamente, no artigo 149. A segunda também foi criada com base no artigo
149, mas submete também a regras introduzidas na CF/88 por emenda no § 4º do artigo 177. Ela
pode incidir sobre petróleo e seus derivados, gás natural, e álcool combustível. Suas alíquotas
podem ser reduzidas e reestabelecidas pelo poder executivo. É, portanto, uma exceção à estrita
legalidade, e não atende à anterioridade. No entanto, os recursos devem ser utlilizados para:
1- subsídio do preço dos mesmos produtos exceto petróleo; 2- infraestrutura de transporte; 3-
projetos ambientais vinculados à indústria do petróleo.
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SIMPLES NACIONAL: 
A Constituição possui alguns dispositivos para o tratamento favorecido para pequenas
empresas, O artigo 170 inciso IX prevê o favorecimento das pequenas empresas como princípio da
ordem econômica. O artigo 179 determina a todas as pessoas políticas incentivar as micro e
pequenas empresas por meio da mitigação de obrigações (eliminar, reduzir, simplificar) de vários
ramos jurídicos, dentre os quais o tributário. Houve, porém, problemas no cumprimento desses
dispositivos constitucionais: nem todas as pessoas políticas criaram favorecimento enão houve
sistematização entre aquelas que criaram. Para resolver esses problemas, a EC 42 introduziu mais
uma competência para a lei complementar, no artigo 146. Assim, a lei complementar deve definir o
sistema favorecido e pode estabelecer um regime único de arrecadação de impostos e contribuições
federais, estaduais e municipais. Esse regime deve ter as seguintes características: 1- ser opcional
para o contribuinte 2- os critérios de enquadramento podem ser diferenciados por estado; 3-
arrecadação unificada, vedada a retenção de valores (isso é para impedir que a união promova a
retenção dos tributos estaduais e municipais [na época, considerava-se com preocupação a
possibilidade de haver uma afronta ao pacto federativo, ao diminuir a autonomia dos entes]) 4- a
possibilidade de fiscalização e cobrança compartilhada entre as pessoas políticas. 
Com base na lei 123/XXX, que criou o estatuto nacional das microempresas e empresas de
pequeno porte. Dentro desse estatuto, está um conjunto de regras de unificação tributária, o qual é
chamado de Simples Nacional. As ME e EPPs são definidas em função de sua renda bruta anual,
mas em alguns casos, mesmo se enquadrando no critério da receita, a empresa é excluída do
conceito de ME e EPP, ex.: instituições financeiras. Há também hipóteses em que a empresa se
enquadra no conceito, mas não pode optar pelo simples nacional: ex.: as empresas de transportes
interestaduais de passageiro.
O Simples Nacional unifica a arrecadação de até 8 tributos: 6 federais (IRPJ, CSLL, PIS,
COFINS, IPI e CPP), um estadual (ICMS) e um municipal (ISS). Assim, ao invés de se submeter a
regras de cada um desses tributos e apurá-los e pagá-los separadamente, o optante pelo Simples
Nacional irá apurar um valor mensal cujo recolhimento extingue as obrigações de até esses 8
tributos. Esse valor é determinado pela aplicação de um percentual sobre a receita mensal. Esse
percentual varia em função da atividade e do porte da empresa. Esses percentuais são compostos
por parcelas que representam cada um dos tributos simplificados, e essas parcelas devem atender à
destinação específica. A empresa tem a aparência de que pagou para apenas uma pessoa política,
mas as pessoas políticas recebem os desmembramentos de cada um destes tributos.
Há algumas exceções, em que esses tributos devem ser recolhidos separadamente, segundo
as regras gerais; os demais tributos devem ser recolhidos normalmente, segundo suas regras
próprias, mas eles têm as isenções de contribuições criadas pela União.
Entidades supraestatais: essa lei abarca disciplinas federais, estaduais e municipais.
Portanto, não pode ser regulamentada pelo executivo federal. Por isso, a própria lei criou entidades
para regulamentá-la. Uma delas é o Comitê Gestor do Simples Nacional, que regulamenta apenas
as questões tributárias. Os optantes são proibidos de se apropriar de créditos e de transferi-los,
créditos esses relativos aos tributos abarcados pelo sistema.
A fiscalização é compartilhada, ou seja, pode ser realizada por qualquer das pessoas
políticas, e o lançamento abarca todo o valor. O julgamento administrativo é feito pela pessoa
política que o lançou, mas os municípios podem delegar essa competência aos estados, por meio de
convênios. Já o processo de consulta administrativa é de competência federal. A cobrança também é
federal, mesmo para os valores lançados pelos municípios, exceto a cobrança do ICMS e do ISS,
que pode ser delegada respectivamente ao estado e ao município. A competência é do juiz federal.

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