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Aula 2 - AFO

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Professora: Jackeliny Suzan 
Aula 2: Introdução às Finanças Corporativas 
 
AFO ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA - I 
 
 
2 
Sumário 
1. Introdução às Finanças Corporativas ............................................................................................................................. 3 
2. Evolução da Administração Financeira ........................................................................................................................... 3 
3. Responsabilidades Contemporâneas da Administração Financeira................................................................................... 6 
4. Dinâmicas das Decisões Financeiras ............................................................................................................................. 6 
4.1. Relação Risco e Retorno em Finanças .................................................................................................................... 8 
4.2. Interdependência Econômica e Financeira............................................................................................................... 8 
5. Decisões Financeiras em Ambiente de Inflação ............................................................................................................ 10 
6. Administração Financeira e Objetivo da Empresa ......................................................................................................... 10 
6.1. Medição do Objetivo da Empresa ......................................................................................................................... 11 
6.2. Ambiente Financeiro e Valor da Empresa .............................................................................................................. 12 
6.3. Responsabilidade Social ...................................................................................................................................... 13 
6.4. Objetivo da Empresa e os Conflitos com a Sociedade ............................................................................................ 14 
7. Dinâmica das Decisões Financeiras no Brasil ............................................................................................................... 14 
8. Aplicação Teórica ao Caso Concreto: exercícios sobre o conteúdo ministrado ................................................................. 15 
9. Referência ................................................................................................................................................................. 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1. Introdução às Finanças Corporativas 
Como praticamente toda a ciência, as finanças corporativas incorporam em seu escopo as grandes evoluções do 
mundo contemporâneo. Seus métodos de avaliação e conteúdo conceitual assumiram um caráter bem mais 
abrangente, elevando sua importância para as empresas. O administrador financeiro, por seu lado, passou a ser 
mais exigido, identificando uma necessidade de especialização e atualização cada vez maiores. 
A crescente complexidade do mundo dos negócios determinou, ainda, que o responsável pela área financeira 
desenvolvesse uma visão mais integrativa da empresa e de seu relacionamento com o ambiente externo. O 
conhecimento restrito às técnicas e instrumentos da administração financeira já se mostram insuficientes no atual 
mundo dos negócios, necessitando o executivo de maior sensibilidade relativa a outros valores e informações 
estratégicas. 
O processo de tomada de decisões reflete a essência do conhecimento de Administração. Reconhecidamente, 
administrar é decidir, e a continuidade de qualquer negócio depende da qualidade das decisões tomadas por seus 
administradores nos vários níveis organizacionais. E essas decisões, por sua vez, são tomadas com base em dados 
e informações viabilizados pela Contabilidade, levantados do comportamento do mercado e do desempenho interno 
da empresa. 
 
2. Evolução da Administração Financeira 
As finanças das empresas, em seus primórdios consideradas como parte do estudo das Ciências Econômicas, vêm 
descrevendo ao longo do tempo um processo consistente de evolução conceitual e técnica. Principalmente a partir 
dos anos 20, já entendida como uma área independente de estudo, as finanças das empresas são motivadas a 
evoluir de maneira a atender à crescente complexidade assumida pelos negócios e operações de mercado. 
Até a crise econômica mundial de 1929/1930, observava-se uma predominância dos aspectos externos das 
empresas, conhecida como abordagem tradicional. A função financeira até então preconizada centrava-se 
preferencialmente nos instrumentos e procedimentos do mercado financeiro voltado à captação de recursos. As 
principais preocupações do administrador financeiro fixavam-se em seus vários fornecedores de capital – acionistas, 
banqueiros e poupadores, em geral – e nas formas práticas disponíveis de levantamento de recursos. Destaca-se 
que com a crise de 1929/1930, o estudo das finanças corporativas passa a se preocupar com a liquidez e solvência 
das empresas. 
Posteriormente a esse período, as diversas atividades de natureza repetitiva e sistemática que caracterizavam a 
administração financeira sofreram fortes influências das teorias administrativas que começavam a surgir na época, 
enunciadas principalmente por Taylor, Fayol e Ford. Com tais pensadores, as empresas passaram a direcionar 
 
4 
grande parte de suas preocupações para seus aspectos internos, voltados para o aperfeiçoamento e o 
desenvolvimento de sua estrutura organizacional. 
Na década de 50, foi dada ênfase aos investimentos empresariais e geração de riqueza. Essa visão surgiu 
basicamente como consequência da Teoria Geral de Keynes, a qual preconizava o investimento agregado1 como a 
preocupação central das nações. Neste contexto, as finanças corporativas passaram a preocupar-se tanto com a 
alocação mais eficiente de recursos, como com a seleção mais adequada de suas fontes de financiamento. Dois 
importantes conceitos financeiros foram desenvolvidos nesse ambiente: retorno do investimento e custo de capital. 
Em outras palavras, a administração financeira passou a incluir em seu horizonte de estudo teórico e prático as 
questões pertinentes aos ativos2 e passivos dos balanços das empresas, assumindo uma definição mais 
abrangente. 
A moderna teoria de finanças nasce em um ambiente que possuía melhores condições de tratar as informações, 
como sistemas informatizados. O que se convenciona denominar de moderna teoria de finanças tem seu inicio 
marcado pelas proposições de Franco Modgliani e Merton Miller (prêmios Nobel), que abordavam a irrelevância da 
estrutura de capital e dividendos sobre o valor de mercado da empresa e estas proposições são a base da moderna 
teoria de finanças. 
A partir do início da década de 90, a grande evolução teórica de finanças priorizou outro importante segmento de 
estudo: gestão de risco. A adoção pelas empresas de estratégias de utilização de instrumentos financeiros 
complexos (derivativos, opções, swaps, hedges) tornou as finanças corporativas mais instrumentalizadas a operar 
no contexto de conflito entre risco e retorno. 
É importante destacar que a moderna gestão de risco começou a desenvolver-se a partir da Teoria do Portfólio, 
inicialmente apresentada por Markowitz e estendida por outros autores de igual importância. A teoria, em essência, 
expõe que o risco de um ativo deve ser avaliado com base em sua contribuição ao risco total de um portfólio de 
ativos, e não de maneira isolada. Na administração financeira, a teoria formulada orienta que um investimento deve 
ser avaliado por sua contribuição aos resultados de risco e retorno produzidos por ampla (diversificada)carteira de 
ativos. Não se deve predominar na gestão de uma empresa maior preocupação com o desempenho isolado de um 
ativo, mas com o reflexo que determinada decisão promove sobre toda a empresa (portfólio). 
A Denominada Moderna Teoria das Finanças revelou-se a partir da década de 1950, lastreada em diversos estudos 
de Finanças Corporativas e Gestão de Portfólio e Risco. O foco das finanças passou de normativo para um enfoque 
 
1 O Investimento agregado é todo o dinheiro investido em produtos não consumidos ou consumíveis. Tecnicamente falando é a soma de dois fatores: 
Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF) que nada mais é do que as máquinas e equipamentos que a indústria compra pra produção de outros produtos. 
Variação de Estoques - que nada mais é do que todo o estoque de produtos ainda não consumidos. 
2 Termo que determina propriedades ou itens de valor possuídos por uma empresa ou pessoa (É o conjunto de bens, valores e créditos que formam o 
patrimônio de uma empresa ou de uma pessoa, que pode ser convertido em dinheiro.). No caso das empresas, representa todos os itens (caixa, estoques, 
créditos, imóveis, equipamentos, investimentos, etc.) que a empresa possui e que estão contabilizados em seu balanço patrimonial. Em geral, os ativos de 
uma empresa são alocados em três categorias, de acordo com a sua liquidez e duração (ativo circulante, realizável no longo prazo e permanente). O total 
de ativos de uma empresa equivale à soma dos seus passivos e de seu patrimônio líquido. Também usado para denominar o nome fantasia pelo qual a 
empresa e suas ações são conhecidas na BOVESPA. 
 
5 
de pesquisa positiva, questionadora de resultados, onde são analisados os efeitos das decisões financeiras sobre o 
valor da empresa. As decisões financeiras, na moderna teoria das finanças, são tomadas a partir de uma base 
teórica positiva, onde são avaliadas as possíveis consequências para o objetivo de agregação de valor. Toda ação 
deve ser analisada a partir de sua contribuição ao objetivo da empresa, como a decisão pode alterar a sua relação 
risco-retorno. 
São destacados a seguir os principais modelos financeiros desenvolvidos a partir de 1950 e que constituem a 
“Moderna Teria de Finanças” 
Evolução da Moderna Teoria das Finanças 
Modelos Conceito 
Formulações de 
Modigliani e Miller 
(MM) 
Os autores propuseram a partir de um famoso artigo publicado em 1958 (The Cost of Capital, Corporation 
Finance and Theory of Investment) a independência do valor de uma empresa de sua estrutura de capital. A 
essência da concepção dos autores é que o valor de uma empresa é determinado pela sua capacidade em 
gerar benefícios futuros esperados de caixa. Ou seja, a qualidade de seus ativos, e não a forma como ela 
se encontra financiada, é que produz a valorização da empresa. “Entende-se por Estrutura de Capital ótima 
aquela que minimiza o custo total de capital e, em consequência, maximiza do valor de empresa” 
Teoria ou Hipótese 
de Mercado 
Eficiente 
Trabalho apresentado por Eugene Fama em 1970 com o artigo publicado (Efficient Capital Markets: a review 
of Theory and Empirical Work). Descreve a eficiência do mercado em incorporar imediatamente toda nova 
informação nos preços dos ativos. Segundo essa teoria não há espaço para ganhos anormais, dado que os 
preços de mercado devem refletir as expectativas e avaliações de todos os investidores. Não há papeis 
subavaliados no mercado e todos os investidores teriam as mesmas chances de ganho. 
Teoria do Portfólio 
Trabalho apresentado por Henry Markowitz, em 1952 com o artigo publicado (Portfolio Selection). Avalia a 
construção de uma carteira ótima de ativos a partir da relação risco e retorno. A teoria do portfólio prioriza a 
contribuição de cada decisão de investimento para o desempenho da carteira, não atribuindo maior 
destaque à análise individual. 
Modelo de 
Precificação de 
Ativos 
Capital Asset Pricing 
Model (CAPM) 
Trabalho apresentado por Willian Sharpe, em 1964 com o artigo publicado (Theory os Market Equilibrium 
Under Conditions os Risk). O Modelo que precifica ativos com base no retorno e risco esperado. Todo 
investimento de maior risco deve oferecer remuneração mais elevada, sendo o retorno esperado igual a 
uma taxa de juro livre de risco mais um prêmio pelo risco. O modelo ampliou o conhecimento de risco, 
introduzindo importantes contribuições. Permitiu ainda identificar o risco de forma mais simples que a 
proposta por Markowitz, segmentado em duas partes: risco sistemático e risco diversificável (não 
sistemático). 
Teoria das Opções 
Apresentado por Black F. e M. Scholes com a publicação do artigo (The Pricing of Options and Corporate 
Liabilities). Modelo que objetiva expressar o prêmio de uma opção, refletindo as cotações esperadas pelo 
ativo-objeto. Esta teoria tem inúmeras aplicações em finanças, sendo aplicadas na avaliação de empresa, 
decisões de investimentos, decisões de abandono, avaliação de ações etc. 
Teoria das Agências 
 Apresentado por Michael Jensen e Willian Meckling, em 1984 com a publicação do artigo (Theory of the 
Firm: Managerial Behavior, Agency Cost and Ownership Structure). Esta teoria avalia os conflitos nas 
relações contratuais entre agentes: acionistas e gestores, acionistas e credores etc. 
 
 
6 
3. Responsabilidades Contemporâneas da Administração Financeira 
A administração financeira é um campo de estudo teórico e prático que objetiva, essencialmente, assegurar um 
melhor e mais eficiente processo empresarial de captação e alocação de recursos de capital. Neste contexto, a 
administração financeira envolve-se tanto com a problemática da escassez de recursos, quanto com a realidade 
operacional e prática da gestão financeira das empresas, assumindo uma definição de maior amplitude. 
A própria evolução da área financeira imprimiu ao administrador uma necessidade maior de visualizar toda a 
empresa, realçando suas estratégias de competitividade, continuidade e crescimento futuro. Em verdade, o 
administrador financeiro no contexto atual não pode assumir posições menos envolventes de centrar suas 
preocupações unicamente nos mecanismos de captação de fundos e aplicações na atividade da empresa. Deve, 
igualmente, gerenciar esses recursos de forma a manter a saúde financeira e econômica da empresa e alcançar 
suas metas estabelecidas. 
Em verdade, as decisões de levantamento e aplicação de recursos requerem nos tempos atuais maior nível de 
conhecimento e especialização do administrador financeiro, além de uma visão estratégica e de sinergia com 
relação ao futuro dos negócios. 
 
4. Dinâmicas das Decisões Financeiras 
Dentro de um ambiente empresarial, a administração financeira volta-se basicamente para as seguintes funções: 
Planejamento financeiro: o qual procura evidenciar as necessidades de expansão da empresa, assim como 
identificar eventuais desajustes futuros. Por meio do planejamento é possível ao administrador financeiro selecionar, 
com maior margem de segurança, os ativos mais rentáveis e condizentes com os negócios da empresa, de forma a 
estabelecer mais satisfatória rentabilidade os sobre investimentos. 
Controle financeiro: o qual se dedica a acompanhar e avaliar todo o desempenho financeiro da empresa. Análises 
de desvios que venham a ocorrer entre os resultados previstos e realizados, assim como propostas de medidas 
corretivas necessárias, são algumas das funções básicas da controladoria financeira. 
Administração de ativos: que deve perseguir a melhor estrutura, em termos de risco e retorno, dos investimentos 
empresariais, e proceder a um gerenciamento eficiente de seus valores. A administração dos ativos acompanha 
também as defasagens que podem ocorrer entre entradas e saídas de dinheiro de caixa,o que é geralmente 
associado à gestão do capital de giro. 
 
7 
Administração de passivos: que se volta para a aquisição de fundos (financiamento) e o gerenciamento de sua 
composição, procurando definir a estrutura mais adequada em termos de liquidez, redução de seus custos e riscos 
financeiros. 
Ao basear-se nas funções financeiras enunciadas, uma empresa é avaliada como tomadora de três grandes 
decisões financeiras: 
 Decisão de investimento: aplicações de recursos; 
 Decisões de financiamento: captações de recursos. 
 Decisão de dividendos: uma alternativa de financiar suas atividades. Dividendo é uma decisão que 
envolve a distribuição de parte do lucro aos acionistas, ou o custo de oportunidade de manter esses valores 
retidos. 
As decisões financeiras são tomadas pelas empresas de forma contínua e inevitável. A decisão de investimento 
envolve todo o processo de identificação, avaliação e seleção das alternativas de aplicações de recursos na 
expectativa de auferirem benefícios econômicos futuros. 
As decisões de investimento criam valor e, portanto, mostram-se economicamente atraentes quando o retorno 
esperado da alternativa exceder a taxa de retorno exigida pelo proprietário do capital (credores e acionistas) é 
importante destacar que estas decisões se inserem no âmbito do planejamento estratégico da empresa. 
As decisões de financiamento, por outro lado, preocupam-se com as escolhas das melhores ofertas de recursos e a 
melhor proporção a ser mantida entre o capital de terceiros e o capital próprio. Envolve a melhor estrutura de 
financiamento da empresa, de maneira a preservar sua capacidade de pagamento e dispor de fundos com custos 
reduzidos em relação ao retorno que se espera apurar de suas aplicações. 
Enquanto as decisões de financiamento descrevem as taxas de retorno exigidas pelos detentores de capital, as 
oportunidades de investimentos centram suas principais avaliações nos retornos esperados. A integração descrita 
entre as áreas de decisão ocorre inclusive com a política de dividendos. Uma decisão de reter os lucros para 
reinvestimentos implica necessariamente uma avaliação de que o retorno gerado pela empresa supera o ganho que 
o acionista poderia obter na hipótese de dispor de seus lucros. Logo, a reaplicação dos lucros empresariais pode 
somente ser justificada quando o retorno prometido pelos negócios superar as taxas oferecidas por outras 
oportunidades equivalentes de investimentos. A decisão de distribuição ou não de lucros é uma decisão de 
financiamento mediante capital próprio, ao reter resultados, ou mediante capital de terceiros, ao distribuir resultados. 
 
 
8 
4.1. Relação Risco e Retorno em Finanças 
O risco é um custo sempre presente nos negócios, devendo, por conseguinte ser quantificado. Em finanças, o risco 
pode ser entendido como uma medida de incerteza associada aos retornos esperados de uma decisão de 
investimento. Dois importantes fatores determinam influências sobre o grau de risco de um ativo: a volatilidade dos 
retornos e a maturidade. 
A volatilidade exprime a frequência de flutuações verificadas em um fluxo de retornos e resultados futuros. Exemplo: 
I. Ativo A: sequencia de taxa de retorno de 8,9%, 8,7% e 8,6%. Este ativo apresenta-se menos volátil 
(flutuação menor). 
II. Ativo B: sequência de taxa de retorno de 8,2%, 10% e 14%. Este ativo apresenta-se mais volátil (flutuação 
maior). 
Outro fator determinante do risco é a maturidade do ativo, ou seja, o seu prazo de vencimento. Todo aplicador 
atribui maior valor ao dinheiro disponível hoje, do que em alguma data futura. Quando um investimento é realizado 
sempre exige o risco de o aplicador não recuperar o capital aplicado. E quanto maior de apresentar o seu prazo de 
recuperação financeira, mais alta se apresenta o risco da alternativa, devendo o investidor ser remunerado pela 
incerteza. 
Todo investimento deve recompensar os riscos oferecidos. Desta forma, a remuneração pelo risco total de uma 
decisão financeira é composta de uma taxa livre de risco, prometida por toda aplicação que garante um retorno 
prometido, mais uma recompensa pelo risco assumido, ou seja: 
Risco Total = Taxa Livre de Risco + Prêmio pelo Risco 
Não há como se esperar altos retornos de ativos de baixo risco. Maior grau de risco deve oferecer maior retorno ao 
investidor, de maneira a recompensá-lo do negócio mais arriscado. Ao procurar melhores ganhos, o investidor deve 
incorrer em maior risco. A relação entre risco e retorno é proporcional, devendo sempre ser oferecida uma 
compensação adicional pelo maior risco. 
 
4.2. Interdependência Econômica e Financeira 
É por meio do desempenho operacional que é discutida a viabilidade econômica de um empreendimento; o lucro 
operacional define, mais precisamente, os limites de remuneração das fontes de capital da empresa; as decisões de 
investimento são avaliadas, de maneira incremental, com base em valores operacionais de caixa. 
 
9 
O resultado operacional, entendido como o gerado exclusivamente pelos ativos, quantifica o retorno produzido pelas 
decisões de investimento, permitindo que se proceda, com base nos valores apurados, uma avaliação da 
atratividade econômica do empreendimento, definindo inclusive o interesse e as condições de sua continuidade. 
O resultado operacional sinaliza também as decisões de financiamento, principalmente em relação ao custo do 
capital. Isso porque este se constitui no nível máximo de custos dos passivos empresariais de maneira a viabilizar 
economicamente suas decisões. 
Empresas em posição desfavorável, ou seja, que apuram resultado operacional inferior aos encargos das dívidas, 
sacrificam, diretamente o retorno de seus proprietários, além de promoverem, ao longo do tempo, o próprio 
desequilíbrio financeiro. Assim, para a tomada de decisões financeiras, dois fatores devem ser considerados: 
Econômico: com base na relação entre o retorno do investimento e o custo da captação. A agregação de valor 
econômico em uma empresa somente se verifica quando o lucro operacional, apurado em determinado momento, 
superar o custo total de capital da empresa. 
Financeiro: identificado pela sincronização entre a capacidade de geração de caixa dos negócios e o fluxo de 
desembolsos exigidos pelos passivos. O equilíbrio financeiro de uma empresa pressupõe uma interdependência de 
prazos entre ativos e passivos, ou seja, a maturidade das decisões de investimento deve ser compatível com as das 
de financiamento. 
É importante que se destaque o risco associado às decisões financeiras tomadas pelas empresas, o qual pode ser 
identificado segundo a natureza da decisão tomada. 
Risco econômico (operacional): inerente à própria atividade da empresa e às características do mercado que 
opera. Esse risco independe da forma como a empresa é financiada, restringindo-se exclusivamente às decisões de 
investimento. Exemplos: sazonalidades de mercado, tecnologia, concorrência, estrutura de custos, qualidade dos 
produtos, variações nas taxas de juros. 
Risco financeiro: reflete risco associado às decisões de financiamento, ou seja, a capacidade da empresa em 
liquidar seus compromissos financeiros assumidos. Empresas com reduzido nível de endividamento apresentam 
baixo nível de risco, por outro lado, ao mesmo tempo em que podem promover maior capacidade de alavancar 
resultados, denotam maior risco financeiro. 
O desempenho desses dois componentes de risco afeta evidentemente o risco total da empresa e seu valor de 
mercado. A administração financeira preocupa-se com o equilíbrio na relação risco-retorno de suas decisões, 
alcançando a máxima rentabilidade associada a um nível de risco que promova a maximização do valor de mercado 
da empresa. 
 
105. Decisões Financeiras em Ambiente de Inflação 
A inflação é um fenômeno presente em praticamente todas as economias, provocando desequilíbrios estruturais 
motivados pela erosão do poder aquisitivo da moeda. Um dos aspectos mais marcantes do problema inflacionário é 
a maneira desproporcional de como atua sobre a economia e seus agentes (empresas, poupadores, etc), gerando 
desigual distribuição de riqueza. Ou seja, as perdas oriundas da elevação dos índices gerais de preços não 
costumam atingir, com a mesma intensidade, todos os agentes econômicos, determinando geralmente reduzido 
grupo de beneficiários. 
No que tange a sua influência sobre as finanças corporativas, é possível constatar que, quando não adequadamente 
considerada, a inflação provoca resultados distorcidos e decisões financeiras comprometedoras, colocando em risco 
a própria sobrevivência da empresa. 
O processo inflacionário tende a descaracterizar de maneira peculiar e desarmônica, o valor de certos elementos 
patrimoniais da empresa e a promover, ao mesmo tempo, benefícios adicionais em outros, dando a impressão 
enganosa de serem compensatórios. É certo que o processo não assume caráter compensatório, ou seja, os 
ganhos adicionais compensarão sempre as perdas verificadas. A inflação pode determinar, ainda, que certas 
decisões financeiras, principalmente as de maior maturidade, sejam avaliadas como atraentes, quando na verdade 
seu real valor é negativo. 
 
6. Administração Financeira e Objetivo da Empresa 
A identificação do objetivo da empresa não é tarefa fácil, requerendo algumas reflexões diante de seu caráter 
controvertido e, muitas vezes, complexo. O ponto de partida sugerido para essa discussão é se o objetivo da 
empresa deve estar voltado para a satisfação do retorno exigido por seus proprietários ou por algum parâmetro de 
desempenho mais abrangente, que incorpore o bem-estar de toda a sociedade. 
“A ideia central dessa questão é se os princípios do sistema da livre empresa atendem 
aos interesses sociais mais amplos a economia, ou seja, o bem-estar social do público em 
geral” 
A administração financeira orienta-se geralmente pelos princípios de livre empresa, conforme propostos por Adam 
Smith. Para Smith3, o empresário, ao procurar isoladamente maximizar sua riqueza, propicia automaticamente a 
realização dos objetivos de toda a sociedade. O autor propõe ainda que o empresário, ao perseguir seu próprio 
benefício, é guiado por uma mão invisível, fazendo com que todos obtenham, em consequência, também os 
melhores resultados. 
 
3 As ideias liberais de Adam Smith constituem a base da moderna economia, fornecendo os fundamentos teóricos que explicam o processo atual de 
globalização e competitividade do mercado. 
 
11 
Os autores Solomom e Pringle concluem, destacando que a grande contribuição de Smith foi perceber que, dadas 
as condições adequadas, particularmente a liberdade de concorrência, as decisões dos empresários que visam à 
satisfação de seus próprios interesses, levariam a um resultado igualmente satisfatório para os interesses da 
sociedade. 
No mundo atual, as questões econômicas essenciais de toda a sociedade são: o que, como e para quem produzir. 
Tais questões são respondidas pelas forças de mercado. Extraindo-se os poucos sistemas econômicos mais 
centralizados ainda existentes, a administração financeira assume como objetivo, no processo de tomada de 
decisões financeiras, a maximização da riqueza (bem-estar econômico) de seus proprietários. As decisões de 
investimentos, financiamento e dividendos são tomadas de maneira a promover a riqueza de seus acionistas, 
minimizando os riscos e tornando mais eficazes os recursos alocados. 
Fundamentalmente, a administração financeira está voltada para a criação de riqueza, e a orientação básica das 
decisões financeiras das empresas segue objetivo principal de maximização da riqueza de seus proprietários. Esse 
objetivo da administração financeira é mensurado a partir do valor que suas ações ordinárias alcançam no mercado. 
Em outras palavras, a qualidade das decisões de investimento e financiamento é que efetivamente determina a 
riqueza dos proprietários de capital. 
 
6.1. Medição do Objetivo da Empresa 
Dentro do âmbito da administração financeira, o lucro, conforme determinado pelos princípios contábeis 
consagrados, não define a efetiva capacidade financeira de pagamento da empresa, pois seu critério de apuração é 
baseado no regime de competência, e não no regime de caixa. 
Mais relevante, ainda, é o fato de o lucro contábil não levar em consideração o risco inerente à atividade econômica 
da empresa. Em verdade, o lucro é uma medida de desempenho que, quando projetada no futuro, não leva em 
conta os riscos associados aos fluxos esperados de rendimentos. Desta maneira, o capital próprio é considerado, 
pelos critérios contábeis de apuração do lucro, como uma fonte de financiamento sem ônus, não se apropriando 
nenhum custo aos resultados. 
É importante que se ressalte que o lucro não representa o efetivo desempenho da empresa, constituindo-se, mais 
corretamente, num dos parâmetros de medição desse desempenho. Uma empresa é avaliada pelo todo, por seu 
potencial de lucro, tecnologia absorvida, qualidade de seus produtos, estratégias financeiras, preços, imagem, 
participação de mercado, dentro outros, e não somente por um único componente. 
Outra crítica à escolha do lucro como medida do objetivo da empresa é que a medida não leva em conta a forma 
como seus resultados são distribuídos no tempo, ou seja, o valor da moeda no tempo. Poupadores e investidores 
 
12 
são, evidentemente, indiferentes à distribuição dos benefícios no tempo atribuindo maior importância aos fluxos de 
caixa que proporcionam, em termos equivalentes, maior riqueza inicial. 
O valor de mercado da empresa, e mais pontualmente, riqueza dos acionistas, é considerado o critério mais 
indicado para a tomada de decisões financeiras. Nessa ideia principal, os benefícios operacionais produzidos pela 
empresa são expressos com base em fluxo de caixa e descontados a valor presente mediante uma taxa mínima de 
atratividade. Essa taxa de desconto embute fundamentalmente a remuneração mínima exigida pelos proprietários 
de capital (acionistas e credores) diante do risco assumido. 
São esses parâmetros decisórios – fluxos (benefícios) econômicos de caixa, risco e taxa de atratividade –, definidos 
com base nas expectativas do investidor com relação ao desempenho econômico esperado e ao seu grau de 
aversão ao risco que determinam o valor de mercado de uma empresa. Essas expectativas podem alterar-se ao 
longo do tempo e, geralmente, o fazem, ditadas principalmente por variações nas taxas de juros e no 
comportamento da econômica. 
 
6.2. Ambiente Financeiro e Valor da Empresa 
As decisões financeiras são tomadas no mundo real, onde se evidencia forte componente prático das teorias 
formuladas. 
Dessa forma, a administração financeira é praticada em contextos sujeitos a lei e regulamentação de caráter legal e 
depende, ainda, de um mercado financeiro cada vez mais complexo e exigente. A convivência da empresa com o 
mercado financeiro é fundamental para a formação de uma estrutura de capital adequada a suas necessidades de 
investimento e crescimento. Por meio das relações entre poupadores e aplicadores, ou seja, os que têm capacidade 
de poupar e os que demandam recursos para investir, é que se processa a disponibilidade de financiamento para as 
empresa que visam lastrear suas decisões de investimento. 
O valor das ações de uma empresa, apesar de restrita, costuma ser a medida mais adequada pelas finanças 
tradicionais para exprimir o objetivo da maximizaçãoda riqueza dos proprietários. Segundo Damodaran, ainda, o 
valor de uma ação é uma medida real da riqueza dos acionistas, em razão de poderem vender suas participações e 
realizar o preço no ato. Sempre que as decisões tomadas pela empresa elevarem o preço das ações, os 
investidores podem realizar esse ganho imediatamente. 
Contudo, a adoção do conceito do valor de mercado das ações (valor de bolsa) para definir o valor da empresa e 
qualidade das decisões financeiras tomadas apresentam restrições nos vários mercados mundiais e, em particular, 
no ambiente financeiro brasileiro. Essa metodologia de avaliação requer, como condição básica para validar sua 
aplicação, alto grau de pulverização das ações de mercado, não se distinguindo nas empresas envolvidas em 
 
13 
negociação em bolsa a presença de um acionista (ou grupo reduzido de investidores) controlador de capital. Poderá 
haver uma participação mais expressiva do maior acionista, porém em percentual distante do efetivo controle da 
empresa. 
 
6.3. Responsabilidade Social 
A área de Finanças Corporativas traz variadas responsabilidades aos administradores, podendo as decisões 
financeiras corporativas afetar toda a sociedade na qual a empresa está inserida, refletindo-se sobre seus mais 
variados interesses. 
As empresas, na consecução de seu objetivo de gerar riqueza aos seus acionistas, esbarram em restrições legais 
que impedem atingir plenamente essa meta. Por exemplo, medidas restritivas com intuito de reduzir a poluição 
ambiental podem limitar certos métodos de produção mais rentáveis ou provocarem maiores custos ao exigirem 
procedimentos sofisticados de controle da poluição. Esses aspectos de ordem ambiental, social e outras atitudes 
exigidas das empresas não podem ser desprezados pela administração financeira, devendo fazer parte integrante 
do processo de avaliação de investimentos. Esses custos sociais devem ser incorporados na avaliação de suas 
decisões financeiras. A responsabilidade social da empresa pode ser identificada em dois segmentos: interno e 
externo. 
A preocupação social no contexto interno relaciona-se principalmente com toda a gestão de recursos humanos e 
avaliação do impacto ambiental determinada pelas diversas decisões corporativas tomadas. 
No segmento externo, a responsabilidade social das empresas inclui os clientes, fornecedores e prestadores de 
serviços, credores e acionistas. Existe, ainda, a responsabilidade assumida pelas empresas que envolvem o 
estabelecimento de estratégias de longo prazo voltadas a gerarem condições de desenvolvimento econômico e 
social. 
Em conclusão, deve ser registrada a tendência crescente dos investidores em capitalizar, no valor de mercado das 
empresas, a responsabilidade social adotada nas decisões corporativas. No Brasil, devido a forte desigualdade 
social, medidas oriundas do setor privado e dirigidas ao bem-estar social são positivamente avaliadas pelo mercado, 
refletindo-se no preço de mercado de suas ações. 
 
 
14 
6.4. Objetivo da Empresa e os Conflitos com a Sociedade 
Uma questão geralmente levantada é se o objetivo de maximizar o preço das ações é benéfico ou não para a 
sociedade. Os autores Brigham, Gapenski e Ehrhardt colocam que o bem-estar econômico dos acionistas também 
promove benefícios a toda sociedade. Os argumentos dessa proposição estão baseadas em três razões: 
De modo geral, os acionistas das empresas são a própria sociedade. O crescimento elevado dos participantes de 
mercado representado por fundos de pensão, fundos mútuos e outros investidores de grande porte, representam 
uma maior parte da população, e controlam mais de 60% do total de ações negociadas. Portanto, sempre que uma 
empresa tem sucesso em seu objetivo de maximizar o valor de mercado de suas ações, atinge o bem-estar 
econômico da sociedade. 
A busca da maximização do preço das ações requer maior eficiência das empresas, promovendo a redução de 
custos melhorias de qualidade dos produtos e serviços prestados, beneficiando a todos os seus consumidores. 
Argumenta, os autores, ainda, que a longo prazo o crescimento no preço das ações traz benefícios aos 
empregados, melhorando a estabilidade e a oferta de empregos, o que beneficia também toda a sociedade. 
O autor Solomon conclui que a lógica fundamental do objetivo de maximização da riqueza, estabelecido pelas 
Finanças Corporativas, reflete a utilização mais eficiente dos recursos econômicos de uma sociedade, promovendo, 
assim, a maximização da riqueza econômica da sociedade. 
 
7. Dinâmica das Decisões Financeiras no Brasil 
As decisões financeiras estão calçadas em diversos pressupostos que dão toda a sustentação a seus enunciados e 
modelos. São observadas grandes preocupações em discutir o relaxamento desses pressupostos e seus reflexos 
sobre a administração financeira. É considerável o avanço que vem sendo feito nesse sentido, permitindo maior 
proximidade entre a teoria financeira e a realidade do mercado e das empresas. É importante que se registre que as 
decisões financeiras não são definidas a partir de pressupostos de uma ciência exata, onde se permite a 
comprovação absoluta e inquestionável dos resultados. Os fatores considerados na tomada de decisões procuram 
retratar a realidade do ambiente econômico, estando estabelecidas certas premissas e hipóteses comportamentais. 
Não há uma formula única e inquestionável para as decisões financeiras. É exigido de todo administrador financeiro 
o domínio dos conceitos teóricos, de suas técnicas e procedimentos, dos inúmeros fatores que condicionam o 
desempenho e o valor da empresa e das repercussões dos desequilíbrios estruturais da economia sobre os 
resultados financeiros. 
 
15 
Na realidade brasileira, as decisões financeiras em condições ideais de equilíbrio são bastante prejudicadas pela 
persistente insuficiência de recursos de longo prazo para as empresas. Basicamente, recursos oficiais são as 
grandes fontes de capital permanente e, mesmo assim, em volume bastante aquém da necessidade do mercado. 
As linhas de crédito oficiais são limitadas e direcionadas a programas específicos, atendendo a um número reduzido 
de empresas. As instituições financeiras privadas por seu lado, diante do próprio desequilíbrio da economia, não 
conseguem captar poupança de longo prazo e, consequentemente, suprir as necessidades de capital para 
investimento. 
Nessas condições de carência de recursos de maior maturidade, o endividamento da empresa brasileira vem-se 
concentrando no curto prazo, limitando a folga financeira e sua capacidade de expansão em condições de equilíbrio. 
Na convivência com essa estrutura financeira, as decisões das empresas reiteram sua preferência pela 
capitalização, privilegiando a sobrevivência financeira e não a competitividade. 
Deve ser avaliada em nossa economia, ainda, a presença de taxas de juros diferenciadas determinadas pela 
natureza da fonte de financiamento, e não pelo risco oferecido pela decisão de crédito. No mercado brasileiro não é 
o risco da operação que define com prioridade o custo do dinheiro; em grande parte, o encargo financeiro é definido 
pela natureza da fonte de financiamento. 
 
8. Aplicação Teórica ao Caso Concreto: exercícios sobre o conteúdo ministrado 
1. A globalização da economia, conceito chave dos anos 90, forçou as empresas a adotarem estratégias mais 
apuradas para lidar com finanças corporativas. No conflito entre risco e retorno, as empresas adotaram alguns 
instrumentos estratégicos mais sofisticados, como os que envolvem derivativos, opções swaps e hedges. Por que 
existe a necessidade na gestão de risco de levar em consideração esses instrumentos financeiros? 
2. Dentro da dinâmica de decisões financeiras, a administração financeiravolta-se ao planejamento financeiro, 
controle financeiro, administração de ativos e administração de passivos. Defina as quatro funções citadas. 
3. Quais são os riscos da empresa associados às decisões financeiras? Discuta cada um desses riscos. 
4. O objetivo contemporâneo da administração financeira está centrado na maximização da riqueza de seus 
acionistas. Assim fica evidenciado o impacto que cada decisão financeira determina sobre a riqueza. Neste 
contexto, discuta se o lucro contábil é o critério mais indicado para a tomada de decisões financeiras. 
5. Juca e João são contratados por uma empresa para a área de finanças. João se especializou em mercados e 
instituições financeiras. Juca se especializou em contabilidade e especialização em controladoria e finanças. Qual 
deles está mais apto para ser tesoureiro e qual está mais apto a assumir as funções de controller? Explique. 
 
16 
6. Dentro da dinâmica de decisões financeiras, a administração financeira volta-se ao planejamento financeiro, 
controle financeiro, administração de ativos e administração de passivos. Assim não é correto afirmar: 
a. No planejamento financeiro, são evidenciadas as necessidades de expansão da empresa e a identificação 
de eventuais desajustes futuros. 
b. No controle financeiro é avaliado todo o desempenho da empresa e feitas também análises de desvios que 
venham a ocorrer entre os resultados previstos e realizados. 
c. A administração de ativos tem como objetivo obter a melhor estrutura, em termos de risco e retorno, dos 
investimentos empresariais, e proceder a um gerenciamento eficiente de seus valores. 
d. A administração de passivo está associada à gestão de liquidez e capital de giro, onde são avaliadas 
eventuais defasagens entre entrada e saída de dinheiro de caixa. 
e. O levantamento de fundos de provedores de capital, envolvendo principalmente o gerenciamento das 
obrigações financeiras e a composição do passivo, identificado a estrutura adequada em termos de liquidez, 
redução de seus custos e risco financeiro, é característica da administração de passivo. 
7. Na dinâmica das decisões financeiras, uma empresa, independentemente da sua natureza operacional, é 
obrigada a tomar duas grandes decisões: a decisão de investimento e a decisão de financiamento. Identifique duas 
alternativas corretas. 
a. A decisão de investimento envolve todo o processo de identificação e seleção de alternativas de aplicação 
de recursos na expectativa de se auferirem benefícios econômicos futuros. 
b. Para serem consideradas economicamente atraentes, as decisões de investimento não precisam criar valor. 
c. As decisões de financiamento voltam-se principalmente em selecionar ofertas de recursos, sem 
preocupação em manter a melhor proporção entre capital de terceiros e capital próprio. 
d. Não há necessidade de se avaliar toda decisão de investimento diante da relação risco-retorno, pois é certa 
a realização futura dos benefícios econômicos. 
e. As decisões de investimentos são atraentes quando a taxa de retorno exigida pelos proprietários de capital 
exceder ao retorno esperado da alternativa de investimento. 
8. De acordo com as alternativas abaixo, é correto afirmar: 
a. O lucro, conforme apurado pelos princípios contábeis consagrados, representa uma medida de eficiência 
econômica, pois reduzem dos resultados do exercício os custos do capital próprio e do capital de terceiros 
alocados pela empresa em suas decisões de ativo. 
b. Imagem, participação de mercado, estratégia financeira, tecnologia, distribuição e logística, potencial de 
lucro etc. não são considerados na determinação do valor econômico de uma empresa. 
c. A distribuição de dividendos leva em consideração se o retorno gerado pela empresa é superior ao custo de 
oportunidade do acionista. 
 
17 
d. As ações ordinárias das companhias brasileiras são as mais negociadas em bolsa de valores, em razão de 
o Brasil existir uma grande diluição do capital votante. 
e. Commercial Papers é uma nota promissória de curto prazo emitida por uma sociedade tomadora de 
recursos para financiar seu capital de giro. As taxas são geralmente mais baixas devido à eliminação da 
intermediação financeira. 
9. O objetivo contemporâneo da administração financeira está centrado na maximização da riqueza de seus 
acionistas. Assim, fica evidenciado o impacto que cada decisão financeira determina sobre a riqueza. Neste 
contexto, todas as afirmativas estão corretas, exceto: 
a. O lucro contábil não é critério mais indicado para a análise de liquidez por não definir a efetiva 
capacidade de pagamento da empresa, pois o critério de apuração é o regime de competência e não o 
regime de caixa. 
b. O lucro contábil não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo, prejudicando a tomada de 
decisão financeira. 
c. A realização dos resultados em termos de caixa, valor da moeda no tempo e diferentes níveis de risco 
associados às decisões financeiras são fundamentos importantes para se obter o valor de mercado da 
empresa. 
d. O método de calcular o valor de mercado da empresa, como o valor presente de um fluxo futuro 
esperado de benefícios de caixa, é critério mais indicado para a tomada de decisão financeira. 
e. O genuíno resultado operacional de uma empresa é calculado após todas as despesas operacionais, 
inclusive despesas de juros de financiamentos contraídos e direcionados à atividade operacional. 
10. Sobre a criação de valor para uma empresa é correto afirmar: 
a. Uma empresa agrega valor sempre que gerar lucro líquido positivo. 
b. Uma empresa agrega valor se o roteiro do capital investido em suas atividades exceder o custo de 
oportunidade de suas fontes de financiamento. 
c. Uma empresa agrega valor se o retorno do capital investido em sua atividade for inferior ao custo de 
oportunidade de suas fontes de financiamento. 
d. Uma empresa agrega valor sempre que suas receitas forem recebidas em dia. 
e. Uma empresa agrega valor sempre que o retorno do capital investido for positivo. 
 
 
 
 
18 
11. Associe o segmento de estudo em finanças com o seu objeto de estudo: 
MF: Mercado Financeiro. FC: Finanças Corporativas. FP: Finanças Pessoais 
( ) Estuda os mecanismos das decisões de endividamento das corporações. 
( ) Estuda as decisões de orçamento das pessoas e famílias, bem como os meios para melhorar seu 
gerenciamento. 
( ) Estuda vários mercados de ativos financeiros. 
( ) É um ramo novo de estudo de finanças, que tem como foco de análise os investimentos e financiamentos das 
pessoas físicas. 
( ) Tem como objeto de estudo, dentre outras coisas, a avaliação das decisões de investimento e criação de valor 
para as organizações. 
( ) Neste segmento são utilizadas ferramentas avançadas de títulos, ações e outros ativos. 
12. Assinale a alternativa incorreta: 
a. Os trabalhos de Modigliani-Miller e Markowitz na década de 1950 são a base das finanças corporativas 
modernas. 
b. As consequências das decisões de investimento, financiamento e dividendo sempre estiveram no centro da 
análise dos estudos em finanças corporativas. 
c. As decisões de financiamento das empresas estudadas por Modigliani-Miller mostraram que a estrutura de 
financiamento (ou capital) é irrelevante para o valor da empresa. 
d. Segundo o trabalho de Markowitz (1952), as decisões de formação de uma carteira de investimento devem 
seguir o equilíbrio da relação risco-retorno. 
e. O modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model) proposto por Sharpe (1964) contribui para os estudos no 
campo de avaliação de ativos. 
13. Uma loja de departamentos está vendendo certo produto a prazo cobrando juro nominal de 2,2% ao mês, sendo 
a inflação projetadade 8% ao ano. O custo real mensal do financiamento é: 
a. 2,75%. 
b. 3,72% 
c. 1,55% 
 
 
19 
14. (CFC) Na constituição de uma sociedade, o sócio A entrou com R$ 75.000,00; o sócio B, com R$ 187.500,00; o 
sócio C, com R$ 225.000,00; e o sócio D, com R$ 262.500,00. O sócio D recebeu R$ 125.000,00 ao ser distribuído 
o lucro final do exercício, proporcionalmente às cotas do capital de cada sócio. O lucro total e as parcelas que 
couberem a cada um dos sócios A, B e C são, respectivamente. 
a. Lucro Total: R$ 125.000,00; Sócio A R$ 12.500,00; Sócio B R$ 31.250,00 e Sócio C R$ 37.500,00. 
b. Lucro Total: R$ 125.000,00; Sócio A R$ 37.500,00; Sócio B R$ 31.250,00 e Sócio C R$ 12.500,00. 
c. Lucro Total: R$ 357.142,86; Sócio A R$ 35.714,29; Sócio B R$ 89.285,71 e Sócio C R$ 107.142,86. 
15. (CFC) Uma herança de R$ 101.500,00 deve ser dividida entre três pessoas, de modo que a parte da primeira 
corresponda a 40% da parte da segunda e a terceira 150% da parte da primeira. Sabendo-se que a segunda terá 
50% do total da herança, o valor que caberá a cada uma das três pessoas é: 
a. 1ª R$ 20.300,00; 2ª 40.600,00; 3ª 40.600,00. 
b. 1ª R$ 20.300,00; 2ª 50.750,00; 3ª 30.450,00. 
c. 1ª R$ 25.375,00; 2ª 50.750,00; 3ª 25.375,00. 
 
9. Referência 
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 5 ed. São Paulo : Atlas, 2010. (7 ex). 
HOJI, Masakazu. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial 9. ed. Rio de 
Janeiro: Atlas, 2010. 
WIKIPEDIA. Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal>. Acesso em: 2012. 
Observação: Esta apostila é um resumo do livro Finanças Corporativas e Valor (Assaf) e AFO (Hoji), 
portanto, não tem valor comercial (plágio). Tem valor apenas para aplicação de conhecimento acadêmico e 
disseminação de conhecimento.

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