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Cimento Portland Aula 01 1 Este capítulo aborda um breve resumo Este capítulo aborda um breve resumo do cimento Portlanddo cimento Portland • Definição • Histórico • Noções da fabricação• Noções da fabricação • Constituintes • Noções de hidratação • Tipos • Especificações normativas brasileiras • Ensaios de controle DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição Aglomerantes e tipos A G L O M E R A N T E SA G L O M E R A N T E S No campo da construção civil, o termo aglomerante se restringe aos materiais ligantes, usados para unir materiais tais restringe aos materiais ligantes, usados para unir materiais tais como: pedras, areia, tijolos e blocos. 4 TIPOS DE AGLOMERANTES:TIPOS DE AGLOMERANTES: Ação físicaAção física - Capaz de endurecer por simples secagem. secagem. Ex.: argilas, materiais betuminosos Ação químicaAção química - Capaz de endurecer em conseqüência de reações químicas. Ex. : gesso, cal, cimentos 5 Hidráulicos: aglomerantes cuja pasta endurece apenas pela reação com a água (não necessitam do CO2; endurecem mesmo submersos em água) e após seu endurecimento, resiste satisfatoriamente à ação da água. Ex: Cimentos Portland Aglomerantes de ação químicaAglomerantes de ação química Cimento Portland da água. Ex: Cimentos Portland Não hidráulicos: aglomerantes cuja pasta endurece por reações de hidratação/ação química do CO2. Após o endurecimento, não resistem satisfatoriamente quando submetido à ação da água mas conservam suas propriedades em presença do ar atmosférico. Ex: cal e gesso 6 Gesso HistóricoHistóricoHistóricoHistórico A utilização do cimento na História... No mundoNo mundo • Origem do latim CÆMENTU que significa UNIÃO • Os Romanos chamavam os aglomerantes de CÆMENTUM, termo que originou a palavra cimento. • Há cerca de 4500 anos, os monumentos do Egito antigo já utilizavam uma liga constituída por uma mistura de gesso gesso utilizavam uma liga constituída por uma mistura de gesso gesso calcinadocalcinado. • Obras Gregas e Romanas – Phanteon – Coliseu – Para construções submersas os gregos utilizavam terras vulcânicas da ilha de Santorim e os romanos usavam cinzas vulcânicas. Empregavam trituradas com a cal juntamente com telhas de barro cozido finamente trituradas • 1756 – O engenheiro inglês Jonh Smeaton, encarregado de construir o Farol de Eddystone, descobriu que se obtinha uma argamassa de melhor qualidade quando a pozolana era misturada ao calcário com elevado teor de argila e cozidos até uma temperatura suficiente para desprender o CO2. • 1796 - Joseph Parker desenvolveu o cimento romano obtido calcinando nódulos de calcário argiloso natural obtido calcinando nódulos de calcário argiloso natural até uma temperatura próxima à fusão total e depois reduzindo a pó mecanicamente. • 1818 – Louis Louis VicatVicat obtém resultados semelhantes aos de John Smeaton, pela mistura de componentes argilosos e calcários, calcinados até a fusão total . Ele é considerado o inventor do cimento artificial. Em 1818 : Primeira Fábrica de Cal Hidráulica. • 1824 – Joseph Joseph AspdinAspdin patenteia o “Cimento Portland”, “Cimento Portland”, que recebe este nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às das rochas da ilha Britânica de Portland. • A evolução do aglomerante até obtenção do cimento artificial de pega normal foi progressiva operando-se na composição da mistura (teor de calcário e de argila) e no grau de cozimento (fusão parcial ).argila) e no grau de cozimento (fusão parcial ). • 1845 - Isaac Johnson produz o verdadeiro cimento artificial de pega normal. Muito recente!!! • 1850 - funcionavam 4 pequenas fábricas de cimento Portland na Inglaterra e uma na França. • 1855 na Alemanha, • 1871 na Suíça, 1874 nos Estados Unidos • 1888 – Antônio Proost RodovalhoRodovalho fundou a a fábrica de cal hidráulica em Sorocaba-SP e implementou em sua fazenda os primeiros testes para fabricaçãoprimeiros testes para fabricação de cimentode cimento, funcionando por apenas 3 meses • 1892 – Louis Felipe Alves da Nóbrega Alves da Nóbrega implementou na ilha de Tiriri (PB) após voltar de estudos No BrasilNo Brasil na ilha de Tiriri (PB) após voltar de estudos na França, um protótipo de uma fábrica de, um protótipo de uma fábrica de sua autoriasua autoria. O fracasso se deu não a qualidade do produto, mas a distância dos grandes centros e seu custo de fabricação • 1897 – Rodovalho Rodovalho lança no mercado o cimento cimento Santo AntonioSanto Antonio, operando até 1904. Voltou a operação em 1907 e se extinguiu em 1918 devido a problemas de qualidade. • 1904: A.R.Pereira e Cia adquiriu a fábrica de Antônio Proost RodovalhoRodovalho , na Fazenda Santo Antônio, em Sorocaba-SP • 1907 foi substituída pela Ítalo-Brasileira • 1916 Pereira Inácio e Cia juntamente com A.R. Pereira adquiriram os pertences da Ítalo-Brasileira. 12 Pereira adquiriram os pertences da Ítalo-Brasileira. • 1918 todo o acervo foi passado para a Sociedade anônima Fábrica Votorantin. • Atualmente: existem diversas marcas e designações de cimento Portland. • 1912 – Governo do Espírito Santo Governo do Espírito Santo inaugura em Cachoeiro do Itapemirim uma fabrica com capacidade de 8.000 ton/ano operando até 1924, voltando a operar após sua modernização em 1935 • 1924 – Implementação da Companhia Companhia de Brasileira de Cimento Portlandde Brasileira de Cimento Portland, em Perus (SP), lança no mercadoem Perus (SP), lança no mercado em 1926 os primeiros sacos de cimentos e encerrou suas atividades em 1986 devido a falta de matérias primas em função do fechamento das pedreiras de fechamento das pedreiras de CajamarCajamar • 1936 – Criação da ABCP para dar suporte técnico as 5 fabricas de cimento já instaladas no Brasil Noções de fabricaçãoNoções de fabricaçãoNoções de fabricaçãoNoções de fabricação SiO2 e Al2O3 Fe2O3CaO 1450ºC Sulfato de cálcio 15 Esquema de Fabricação do Cimento Portland Esquema de Fabricação do Cimento Portland Bigbags 16 17 É grande a variedade de matérias primas usada em diferentes países para fabricar o cimento portland: 18 “Nos EUA: a maior parte do cimento era feito a partir de uma rocha calcário argilosa conhecida por rocha de cimento”. Mas essas fotos são de uma fábrica de cimento em Brasília Rocha Calcária (75% a 80%) : CaO Argila (20% a 25%) : Si2O e Al2O3 Eventuais aditivos corretivos: minério de Ferro (~1%) : Fe O As matérias primas do clínquer são:As matérias primas do clínquer são: Finamente moídos e calcinados a 1450ºC. minério de Ferro (~1%) : Fe2O3 areia bauxita (E as impurezas contidas nas matérias primas tais como: MgO, Na2O, K2O, Ti2O) 19 MOAGEM DA FARINHA CRUA 20 21 Moagem...Moagem...Moagem...Moagem... O clinquer é transferido para funis de armazenamento ou passados direto para os moinhos de bolas, normalmente refrigerados a água, a fim de ajudar a dissipar o calor gerado durante a moagem. Para fabricação do cimento Portland comum é adicionado uma pequena quantidade de gipsita durante a moagem para controlar a pega. Para os demais cimentos é adicionado também adições minerais de fíler calcário e/ou escória de alto forno e/ou pozolana. O cimento finamente moído passa para silos onde segue para a expedição. ExpediçãoExpedição • Este tipo de estocagem garante a expedição do cimento em duas modalidades • Ensacado • Granel • Neste exemplo: 6 câmaras numa única estrutura • Maior eficiência do despacho • Pode ser adaptado para produção de um maior tipo de produtostipo de produtos ConstituintesConstituintes Constituintes Constituintes clínquer Sulfato de cálcio Adições Compostos principaisEm forma de óxidos notação notação F O R N O 1 4 5 0 º C Composição química do Composição química do clínquerclínquer (compostos principais)(compostos principais) C4AF4CaO. Al2O3. Fe2O3FFe2O3 C3A3CaO. Al2O3AAl2O3 C2S2CaO. SiO2SSiO2 C3S3CaO. SiO2CCaO F O R N O 1 4 5 0 º C (álcalis) Pode causar desagregação da pasta ao formar a reação expansiva com a sílica reativa, normalmente vinda do agregado Na2O e K2O Compostos secundários Efeitos na durabilidade Composição química do Composição química do clínquerclínquer (compostos secundários)(compostos secundários) CaO livre Pode causar fissuração ao se combinar lentamente com a água formando um composto expansivo Ca(OH)2 reativa, normalmente vinda do agregado MgO livre TiO2, P2O5, Mn2O3 Não afeta durabilidade 26 Pode causar fissuração ao se combinar lentamente com a água formando um composto expansivo Mg(OH)2 A Gipsita é a fonte mais empregada no Brasil. Outras fontes possíveis são o hemidrato e a anidrita, ambos gesso de Paris. Sulfato de cálcio para uso em cimento:Sulfato de cálcio para uso em cimento: anidrita, ambos gesso de Paris. A quantidade adicionada é limitada por norma. A proporção varia entre 3% a 5%. Em excesso, causa dano ao material cimentício. 27 C3A3CaO. Al2O3A C2S2CaO. SiO2S C3S3CaO. SiO2C Compostos principaisÓxidos COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO CIMENTO PORTLANDCIMENTO PORTLAND abreviação abreviação Al2O3 SiO2 CaO FORNO 1450ºC SSO3 C4AF4CaO. Al2O. Fe2O3F C3A3CaO. Al2O3A Pode afetar Durabilidade ao formar um composto expansivo (etringita secundária) Fe2O3 Al2O3 (álcalis) CaO livre Pode afetar Durabilidade Pode afetar Durabilidade MgO livre Na2O e K2O Pode afetar Durabilidade TiO2, P2O5, Mn2O3 Não afeta a durabilidadeC o m p o s t o s s e c u n d á r i o s 28 Adições no cimentoAdições no cimento Fíler Clínquer CP IICP II--FF 6% a 10%6% a 10% Escória Pozolana Gesso CP IICP II--EE6% a 34%6% a 34% CP IICP II--ZZ 6% a 14%6% a 14% CP IIICP III 35% a 70%35% a 70% CP IVCP IV 15% a 50%15% a 50% CP ICP I CP VCP V--ARIARI Adições no cimentoAdições no cimento Cimento Portland Sigla Classe Clínquer + Gesso Fíler (F) Escória (E) Pozolana (Z) Comum CP I 25 32 40 100% --- CP I-S 95% a 99% 5% a 1% Composto CP II-F 25 32 90% a 94% 10% a 6% --- --- CP II-E 94% a 56% 10% a 0% 34% a 6% ---Composto 32 40 CP II-E 94% a 56% 10% a 0% 34% a 6% --- CP II-Z 94% a 76% 10% a 0% --- 14% a 6% Alto forno CP III 25 32 40 65% a 25% 5% a 0% 70 % a 35% --- Pozolânico CP IV 25 32 85% a 45% 5% a 0% --- 50% a 15% ARI CP V --- 100% a 95% 5% a 0% --- --- ExemploExemploExemploExemplo Compostos principais e secundários, exemplo... C3S - silicato tricálcico: 20 a 70% C2S - silicato bicálcico: 10 a 50 % C3A - aluminato tricálcico: 5 a 20 % C AF - ferro-aluminato tretracálcico: 5 a 15% Em um Cimento Portland SEM ADIÇÕES: Em um Cimento Portland SEM ADIÇÕES: ~ 96% de clínquer~ 96% de clínquer C o m p o s t o s p r i n c i p a i s C4AF - ferro-aluminato tretracálcico: 5 a 15% -- cal livre, ou seja, CaO livre:cal livre, ou seja, CaO livre: 0 a 2%0 a 2% -- magnésia, ou seja, MgO livre:magnésia, ou seja, MgO livre: 0 a 7 %0 a 7 % -- álcalis (Naálcalis (Na22O, KO, K22OO ) 0 a 2 %0 a 2 % -- outros óxidos (TiOoutros óxidos (TiO22, P, P22OO55, Mn, Mn22OO33): 0 a 3 %): 0 a 3 % Sulfato de cálcio (SO3): máx 4% (limite usual 2% a 3,5%) C o m p o s t o s s e c u n d á r i o s 32 Óxido Teor (%) CaO 60 – 67 SiO 17 – 25 Limites usuais do teor de óxido do cimento Limites usuais do teor de óxido do cimento PortlandPortland SiO2 17 – 25 Al2O3 3 – 8 Fe2O3 0,5 – 0,6 MgO livre 0,5 – 4,0 Álcalis 0,3 – 1,2 SO3 2,0 – 3,5 33 Os teores dos óxidos são determinados facilmente por análise química 1. CaO 2. SiO2 3. Al O Análise química dos principais óxidos do Análise química dos principais óxidos do Cimento Cimento PortlandPortland (valores médios)(valores médios) 3. Al2O3 4. Fe2O3 5. MgO livre 6. Álcalis 7. SO3 8. Outros óxidos 34 Óxido Teor (%) CaO 61,70 SiO2 18,35 Al2O3 3,14 Fe2O3 2,63 Análise química de um cimento Portland de Análise química de um cimento Portland de Brasília (CP II FBrasília (CP II F--32)32) Fe2O3 2,63 MgO 4,65 SO3 2,44 CaO livre 1,89 CaSO4 4,15 TiO2 1,21 Na2O 0,11 K2O 0,49 Equivalente alcalino 0,43 * Perda ao fogo 6,46 ** Resíduo insolúvel 0,6 35 * Perda ao fogoPerda ao fogo – Mostra a extensão de carbonatação e da hidratação da cal livre e do óxido de magnésio livre devido à exposição do cimento ao ar. ** Resíduo InsolúvelResíduo Insolúvel – Medida da adulteração do ** Resíduo InsolúvelResíduo Insolúvel – Medida da adulteração do cimento em grande parte devido a impurezas no sulfato de cálcio. É determinada pelo tratamento com ácido clorídrico. 36 As fórmulas de Bogue servem para estimar a Composição potencial dos Compostos de um cimento, a partir de sua Análise Química (óxidos), esta última facilmente determinada em ensaios químicos tradicionais. Fórmulas de Fórmulas de BogueBogue ClínquerClínquer :: %C3S= 4,0710 CC – 7,6024 SS – 6,7187 AA – 1,4297 FF CimentoCimento:: %C3S= 4,0710 CC – 7,6024 SS – 6,7187 AA – 1,4297 FF – 0,7 SOSO33 %C2S= -3,0710 CC + 8.6024 SS + 5,0683 AA + 1,0785 FF %C2S= -2,8675 SS – 0,7544 C3S %C3A= 2,6504 AA – 1,6920 FF %C3AF= 3,0432 FF 37 As equações de Bogue fornecem a composição potencial, pois: Admitem que as reações químicas de formação dos compostos do clínquer estejam formação dos compostos do clínquer estejam completas. Ignoram a presença de compostos secundários do clínquer tais como MgO, CaO livre, álcalis, TiO2 e Mn3O4. 38 Noções sobre a hidratação dos Noções sobre a hidratação dos Principais Compostos do Principais Compostos do Principais Compostos do Principais Compostos do Cimento PortlandCimento Portland 39 Silicato Tricálcico - CC 3 SS Inicia a reação de hidratação em poucas horas. Desenvolve elevadas resistências iniciais. C-S-H Desenvolve elevadas resistências iniciais. Endurecimento rápido. Libera grande calor de hidratação. (Retração e fissuração) Libera grande quantidade de cal. (Reserva alcalina) Porém, essa cal liberada é sensível ao ataque e dissolução de águas ácidas, puras e carbônicas agressivas. Não é aconselhável para ambiente de águas agressivas. 40 41 Portlandita Ca(OH)2 42 Silicato Dicálcico - CC 2 SS Inicia a reação de hidratação lentamente. C-S-H Inicia a reação de hidratação lentamente. Desenvolve elevadas resistências a longo prazo. Tem endurecimento lento. Libera pouco calor de hidratação. (pouco risco de retração/fissuração) Libera pouca quantidade de cal. São aconselháveis para ambiente de águas agressivas. 43 Reação I: Ocorre com 10 minutos após a mistura de água Celita C3A ETRINGITA PRIMÁRIA (AFt) 3CaO. Al2O3.3 CaSO4.32 H2O + Água 26 H2O Sulfato de cálcio 3 CaO. CaSO4.2 H2O + 207 cal/g + Reações com o aluminato de cálcio CReações com o aluminato de cálcio C33AA 44 CELITA 2 C3A + ETRINGITA PRIMÁRIA (AFt) 3 CaO. Al2O3.3 CaSO4.32 H2O + ÁGUA 4 H2O MONOSSULFATO HIDRATADO (AFm) 3 CaO. Al2O3. CaSO4.12 H2O Reação II: Ocorre com 1 a 3 dias após a mistura de águaAluminato Tricálcico - CC 3 AA ... Tem grande avidez por água e para inibir esta reação é adicionado sulfato de cálcio ao clínquer, formando a etringita primária. Desenvolve pequena resistência inicial. (desprezível) Libera grandes quantidades de calor. (causa risco deLibera grandes quantidades de calor. (causa risco de retração térmica e posterior fissuração) Não é recomendável para grandes massas de concreto Não libera cal (que é a reserva alcalina, e por isso, não protege a armadura) É muito sensível ao ataque por sulfatos (o compostos C3A hidratado pode combinar com um sulfato proveniente de um ataque e causar uma reação expansiva, que pode levar à fissuração. 45 P.K. Metha e J.M. Monteiro, Concreto: Microestrutura, Propriedades e Materiais Ferro-Aluminato Tetracálcico - CC 4 AAFF 47 Ferro-Aluminato Tetracálcico - CC 4 AAFF ... Inicia a reação de hidratação em alguns minutos após o amassamento. Desenvolve pequena resistência inicial.(desprezível) Tem endurecimento em tempo semelhante ao C3S.Tem endurecimento em tempo semelhante ao C3S. Libera pouco calor de hidratação. Sua participação principal é como fundente no processo de calcinação. Possui ótima resistência ao ataque de águas agressivas e sulfatos. Responsável pela cor escura do cimento. Não deve estar presente nos cimentos brancos. 48 Hidratação do Hidratação do clinquerclinquer a b c d e f a. Seção de um grão polimineral anidro b. 10 minutos - Parte do C3A reage com sulfato de cálcio em solução. Forma-se um gel amorfo sobre a superfície rico em aluminato ocorrendo nucleação de pequenas agulhas de AFt c. 10 horas - Reação do C3S produzindo C-S-H externo à superfície do grão ocorrendo nucleação a partir das agulhas de AFt d. 18 horas - Hidratação secundária do C3A produzindo longas agulhas de AFt. Constata-se o início da formação de C-S-H interno através da continuidade da hidratação do C3S e. 1 a 3 dias – C3A reage com algum AFt da região interna formando placas hexagonais de AFm. A contínua formação dos produtos internos reduz a separação entre a região anidra e a camada externa hidratada f. 14 dias - Suficiente C-S-H interno foi formado para preencher o espaço entre o grão e a camada externa. O C-S-H externo torna-se mais fibroso 3 Quadro 5.3.3 Hidratação dos principais compostos Composto anidro Água Hidratação → completa Compostos hidratados C3S 24% → 60 % Tobermorita + 40 % Portlandita C2S 21% → 83 % Tobermorita + 17 % Portlandita + CaSO4 . 2 H2O Hidratação dos principais compostosHidratação dos principais compostos C3A 80% + CaSO4 . 2 H2O → + Ca (OH)2 59 % Ettringita + 41 % Aluminato C4AF 37% + Ca (OH)2 47 % Aluminato + 53 % Ferrito 50 Vê-se que a resistência final do cimento portland com alto teor de C2S é maior do que a do cimento com alto teor de C3S. Os cimentos com alto teor de C2S são mais duráveis na presença de água ácidas e sulfatadas, que solubilizam o Ca(OH)2, já que produz menos deste composto do que os cimentos com alto teor de C3S. Resistência à compressão dos principais Resistência à compressão dos principais compostos do cimento compostos do cimento PortlandPortland C3S ββββC2S R e s i s t ê n c i a à C o m p r e s s ã o ( k g f / c m 2 ) R e s i s t ê n c i a à C o m p r e s s ã o ( M P a ) Fonte: Bogue apud Taylor. Cement chemistry ββββC2S C3A C4AF Tempo (dias) R e s i s t ê n c i a à C o m p r e s s ã o ( k g f / c m R e s i s t ê n c i a à C o m p r e s s ã o ( M P a ) 51 Tipos de cimento nacionaisTipos de cimento nacionaisTipos de cimento nacionaisTipos de cimento nacionais Designação Sigla Classe de Resistência Adição (%) Clínquer + Sulfato de cálcio (%) Representação Clínquer + CaSO4 Adição E,Z ou F Observações CP comum CP I 25 32 40 0 100 Sob encomenda CP I – S 25 32 40 1a 5 de E,Z ou F 99-95 CP II – E 25 32 40 6 a 34 de E (0 a 10 de F) 94-56 CP composto 40 (0 a 10 de F) Aproximadamente 70% dos cimentos comercializados são CP II CP II – Z 25 32 40 6 a 14 de Z (0 a 10 de F) 94-76 CP II – F 25 32 40 6 a 10 de F 94-90 CP alto forno CP III 25 32 40 35 a 70 de E (0 a 5 de F) 65-25 Comercializado CP pozolânico CP IV 25 32 15 a 50 de Z (0 a 5 de F) 85-45 Comercializado CP de alta resistência inicial (ARI) CP V - 0 a 5 de F 100-95 Comercializado C3A clínquer > 8% C3A clínquer < 8% DESIGNAÇÕES DOS CIMENTOS PORTLAND BRASILEIROSDESIGNAÇÕES DOS CIMENTOS PORTLAND BRASILEIROS a) Cimento Portland Comum CP I – Cimento Portland Comum e CP I-S – Cimento Portland Comum com Adição b) Cimento Portland Composto CP II-E – Cimento Portland Composto com EscóriaCP II-E – Cimento Portland Composto com Escória CP II-Z – Cimento Portland Composto com Pozolana CP II-F – Cimento Portland Composto com Filler c) Cimento Portland de Alto Forno – CP III d) Cimento Portland Pozolânico – CP IV e) Cimento Portland de Alta Resistência Inicial – CP V-ARI (continuação)(continuação) f) Cimento Portland Resistente à Sulfatos (São designados pela sigla original de seu tipo acrescida de RS) g) Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC)g) Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) i) Cimento Portland Branco (CPB) Adições para cimentoAdições para cimentoAdições para cimentoAdições para cimento Você pode adicionar ao cimento... Razões para as adições ao cimento • Técnicas – Melhoria de propriedades específicas, como menor calor de hidratação, maior impermeabilidade, etc. • Econômicas – Diminuição do consumo de energia, diminuição do custo– Diminuição do consumo de energia, diminuição do custo • Ecológicas – Aproveitamento de resíduos poluidores e preservação das jazidas • Estratégicas – Preservação das jazidas Adições no cimento Fíler Clínquer CP IICP II--FF 6% a 10%6% a 10% Escória Pozolana Gesso CP IICP II--EE6% a 34%6% a 34% CP IICP II--ZZ 6% a 14%6% a 14% CP IIICP III 35% a 70%35% a 70% CP IVCP IV 15% a 50%15% a 50% CP ICP I CP VCP V--ARIARI Adições no cimento Cimento Portland Sigla Classe Clínquer + Gesso Fíler (F) Escória (E) Pozolana (Z) Comum CP I 25 32 40 100% --- CP I-S 95% a 99% 5% a 1% Composto CP II-F 25 32 90% a 94% 10% a 6% --- --- CP II-E 94% a 56% 10% a 0% 34% a 6% ---Composto 32 40 CP II-E 94% a 56% 10% a 0% 34% a 6% --- CP II-Z 94% a 76% 10% a 0% --- 14% a 6% Alto forno CP III 25 32 40 65% a 25% 5% a 0% 70 % a 35% --- Pozolânico CP IV 25 32 85% a 45% 5% a 0% --- 50% a 15% ARI CP V --- 100% a 95% 5% a 0% --- --- NomenclaturaNomenclaturaNomenclaturaNomenclatura Os cimentos possuem as nomenclaturas... Nomenclatura Classe de resistênciaClasse de resistência Natureza da adiçãoNatureza da adiçãoNatureza da adição Tipo de cimentoTipo de cimento Portland Cimento Nomenclatura Classe de resistênciaClasse de resistência Natureza da adiçãoNatureza da adição Portland Cimento Natureza da adiçãoNatureza da adição Tipo de cimentoTipo de cimento Nomenclatura Classe de resistênciaClasse de resistência Portland Cimento Classe de resistência Tipo de cimentoTipo de cimento NomenclaturaAlta resistência Alta resistência inicial Portland Cimento inicialinicial Tipo de cimentoTipo de cimento Principais compostos e suas características PropriedadesPropriedades C3SC3S C2SC2S C3AC3A C4AFC4AF Fórmula química 3.CaO.SiO2 β2.CaO.SiO2 3CaO.Al2O3 4.CaO.Al2O3.Fe2O3 Nome Alita Belita Celita Ferrita Impurezas principais MgO, Al2O3, Fe2O3 MgO, Al2O3, Fe2O3 SiO2, MgO, K2O, Na2O SiO2, MgO Monoclínica Monoclínica Ortorrômbica Formas cristalinas Monoclínica Monoclínica Cúbica Ortorrômbica Ortorrômbica Compostos presentes 35 – 65% 10 – 40% 0 – 15% 5 – 15% Velocidade de reação Rápida Lenta Rápida Moderada Resistências iniciais Boa Pequena desprezível desprezível Resistência finais Boa Excelente desprezível desprezível Calor de hidratação (cal/g) Médio 120 Baixo 60 Alto 320 Médio 100 Especificações normativas Especificações normativas Especificações normativas Especificações normativas brasileirasbrasileiras Exigências físicas, químicas e mecânicas... 67 68 Ensaios de ControleEnsaios de ControleEnsaios de ControleEnsaios de Controle Demonstração no laboratório dos ensaios de controle, seu significado e implicações no desempenho. Tarefa: Leitura para revisãoTarefa: Leitura para revisãoTarefa: Leitura para revisãoTarefa: Leitura para revisão Livro Adam Neville (Propriedades do concreto): Capítulos 1 e 2 Livro Mehta e Monteiro (Concreto: Estrutura, Propriedades e Materiais): Capítulo 6 Livro Ibracon (Ed. Geraldo C. Isaia – Concreto: Ciência e Tecnologia): Capítulo 6
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