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," , ; -j I-I I i j I t>- "" CAPíTULO CAPiTULO 23 Anemia Ferropriva Roberto Passetto Falcão Rodrígo Tocantíns Calado , 223 Introdução ' Quadro clínico :- Quadro laboratorial Causas de carência de ferro • Dieta • Absorção • Transporte e metabolismo • Aumento das perdas • Aumento das necessidades . 'Tratamento 224 INTRODUÇÃO A carência de ferro é a deficiência nutricional mais comum em países desenvolvidos ou em desenvol- vimento, constituindo um problema importante de saúde pública no Brasil e no mundo'. Nos Estados Unidos, a prevalência de carência de ferro é de 5% em homens adultos e 14% em mulheres adultas, enquanto a prevalência de anemia ferropriva é de 3% nos homens e 4% a 6% em mulheres adultas". Existem estimativas de mais de meio bilhão de pessoas com deficiência de ferro no mundo. Em última análi- se, as anemias por carência de ferro resultam de uma disparidade entre a disponibilidade e a demanda do nutriente. A anemia é uma manifestação tardia e insidiosa da carência, que surge quando as reservas orgânicas esgotam-se em virtude do balanço negati- vo. O tempo necessário para que a carência se ma- nifeste na forma de anemia depende de numero- sos fatores, os mais importantes são a magnitude dos depósitos e o grau de desequilíbrio. Devemos lembrar que, além da hemoglobina, o ferro faz parte de numerosos outros compostos no orga- nismo, como citado no Capítulo 22 (por exemplo: enzimas, citocromos). Alterações outras, além da anemia, são eventualmente observadas na carência de ferro, especialmente alterações dos epitélios, boca (estomatite angular), língua (glossite, atrofia papilar), hipofaringe (disfagia), estômago (acloridria e gastrite), pele, unha (coiloníquia) e cabelos; sua relação com a deficiência de ferro na célula é controvertida. QUADRO CLÍNICO A anemia ferropriva pode estar associada à doen- ça subjacente e os seus sintomas- podem se mesclar aos da doença de base. Entretanto, a maioria dos ~ pacientes procura o médico pelos sintomas da ane- mia", O aparecimento-dos-sinais -e sintomas da ane- mia ferropriva é insidioso e gradual. Os principais sinais e sintomas decorrem da anemia propriamen- te dita e incluem palidez, cansaço, adinamia, sono- lência, cefaléia, tonturas, zumbido no ouvido, alte- rações da visão, dispnéia, batedeira, claudicação intermitente e baixo desempenho no trabalho. En- tretanto, outras manifestações clínicas originam-se provavelmente da carência de outros compostos que contêm ferro e incluem em ordem decrescente de freqüência: gastrite atrófica (75%), glossite e atrofia papilar (50%), coiloníquia (18%), estomatite e queilite angular (14%). A associação de glossíte, disfagia e carência de ferro é conhecida como síndrome de Plummer-Vinson ou de Paterson-Kelly'. Prurido ge- neralizado também pode ser uma manifestação incomum da deficiência de ferro". Além disso, existem manifestações que estão re- lacionadas com a carência de ferro no sistema ner- voso, que incluem anormalidades cognitivas em crian- ças e o pico, que aparece em crianças e adultos, que CAPíTULO 23 é a compulsão para ingerir substâncias não-nutriti- vas como terra, argila, ou cabelo", A pagofagia, que é a variante do pico associada à ingestão de gelo, parece ser altamente específica da carência de ferro e desaparece em alguns dias, após o início do trata- mente". O baço é palpável em aproximadamente 10% dos pacientes". Normalmente, a esplenomegalia é discreta, com a ponta do baço na borda costal e a sua patogênese é desconhecida. A relação entre de- ficiência de ferro, anormalidades da imunidade e maior suscetibilidade a infecções é contraditória". QUADRO LABORATORIAL No exame do esfregaço do sangue periférico, as hemácias são microcíticas hipocrômicas, pois 95% do seu peso é hemoglobina (cada hemácia contém cerca de 30 picogramas pO x 10-12g] de hemoglobina) com redução da hemoglobina corpuscular média e do volume corpuscular médio". Poiquilocitose com hemácias em alvo e hemácias alongadas também po- dem ser observadas (Fig. 23.1). O diagnóstico dife- rencial deve ser feito com as talassemias e anemias sideroblásticas (Tabela 23.1). Entretanto, nas fases iniciais da anemia ferropriva, as hemácias podem ser normocíticas normocrômicas. Quando existe carên- cia associada de folatos ou vitamina ?12' aparecem hemácias microcíticas e macrocíticas no esfregaço e os índices podem ser normais?". O número de leucócitos é normal, embora em aproximadamente 15% dos casos exista leucopenia devida à gra- nulocitopenia. Quando a anemia ferropriva é asso- ciada à parasitos e intestinal, observa-se eosinofilia. O número de plaquetas está aumentado em até 75% dos adultos e está relacionado a sangramento'". Em crianças, trombocitopenia, trombocitose e valores nor- mais ocorrem em proporções iguais. O ferro sérico está dTrrünuído (abaixo de 70~g/dl para homens e 50~g/dl para mulheres) e o TIBC (ca- AJ·-]!r ,... ;.. pacidade total de transporte d'e ferro), normal ou aumentado, o que leva à diminuição da saturação da transferrina a níveis menores que 10%9. Ferro sérico diminuído também é encontrado na anemia das doenças crônicas e neoplásicas. Entretanto, como nesta doença o TIBC também está moderadamente diminuído, a saturação de transferrina é maior do que na ferropriva. Além disso, as hemácias são ha- bitualmente normocíticas normocrômicas. O melhor exame para estimar o ferro total do organismo, particularmente o dos depósitos, é a ferritina sérica 12 (o limite inferior é de 14~g/l para as mulheres e de 40~g/1 para os homens). Na ane- mia ferropriva, este valor está muito diminuído, geralmente abaixo de 10~g/1. As únicas situações clínicas associadas à diminuição de ferritina sérica com depósitos normais de ferro são o hipotireoidismo e a deficiência de vitamina C. Por outro lado, na anemia das doenças crônicas, na anemia side- roblástica e nas talassemias, os níveis de ferritina estão normais ou aumentados. O exame da medula óssea e a avaliação dos de- pósitos de ferro medulares podem ser úteis quando persistirem dúvidas diagnósticas (por exemplo, fer- ro sérico ligeiramente diminuído, ferritina sérica no limite inferior da normalidade, presença concomitante de doença inflamatória crônica, ausência de causa que explique a carência de ferro). Na anemia ferro- priva, não há ferro corável na medula óssea enquanto nas outras situações o ferro corável está presente. Entretanto, é importante salientar que entre o estado eutrófico de ferro e a anemia ferropriva exis- tem situações intermediárias em que a morfologia das hemácias (microcitose e hipocromia), o ferro sérico, o TIBC, os depósitos de ferro na medula e a ferritina sérica não apresentam ainda todas as alterações ca- racterísticas da anemia ferropriva acima descritas. Assim, existe uma fase em que a eritropoese já está comprometida, existe anemia leve a moderada, mas as hemácias ainda são normocíticas normocrômicas, ~':,-:.~ .-!.i -;::~~~- "r -•• - -",/~ _.~ .. f C Fig: 23.1 - Esfregaço de sangue periférico de paciente com anemia ferropriva evidenciando-se hemácias microciticas hipocrômicas (A), células em alvo (8) e hemácias alongadas (e). (x 600). CAPiTULO 23 225 3 I. ~ Tabela 23.1 Diagnóstico Diferencial das Anemias Microcíticas Hipocrômicas a ferritina sérica está diminuída, mas em níveis acima de tOug/I, Outra situação intermediária, menos gra- ve que a anteriormente descrita, caracteriza-se pela redução ou ausência de ferro nos depósitos, sem en- tretanto haver anemia. As hemácias são normocíticas norrnocrôrnicas, a ferritina está diminuída, mas os seus níveis situam-se entre 25 e 10f.lgll (Tabela 23.2). pecialmente no duodeno e jejuno proximal, o que contrabalança as perdas diárias de lmg no homem e 2mg na mulher. A carência de ferro de origem exclusivamente alimentar é rara, pois aporcentagem do ferro absorvido da dieta aumenta à medida que os depósitos diminuem e, por outro lado, mesmo as dietas pobres contêm quantidades apreciáveis deste nutriente. De fato, a dieta pobre em ferro pode faci- litar o desenvolvimento da anemia ferropriva, mas raramente é sua causa exclusiva. Além disso, a biodisponibilidade do ferro varia nos diferentes ali- mentos. Como regra geral, o ferro dos alimentos animais, especialmente aquele contido na hemoglobina _ e mioglobina, é mais facilmente absorvido do que o de alimentos vegetais. CAUSAS DE CARÊNCIA DE FERRO Genericamente, as causas de carências podem ser classificadas em: 1) menor ingestão ao nutriente; 2) menor absorção intestinal; 3) defeitos do transporte ou metabolismo que resultam em menor oferta efe- tiva do nutriente para a medula óssea; 4) aumento da excreção ou das perdas; 5) aumento das neces- sidades fisiológicas-ou patolégieas [Tabela 23.3). ~ Absorção Dieta A absorção de ferro ocorre principalmente no auodeno14. Defeitos da absorção são causas pouco comuns de carência de ferro. O exemplo mais fre- qüente de anemia que tem como causa predominante -----------~ A dieta normal fornece cerca de 10 a 20mg de ferro por día", dos quais 5% a 10% são absorvidos, es- Tabela 23.2 Estágios no Desenvolvimento de Anemia Ferropriva 226 CAPíTULO 23 ~ menor absorção é a anemia observada em indiví- duos submetidos à gastrectomia. De fato, proporção significativa de pacientes submetidos à gastrectomia (parcial ou total) desenvolvem anemia, na maioria das vezes conseqüente à carência de ferro15•16• Transporte e Metabolismo A literatura médica registra raros casos de ausência congênita de transferrina", Esta é associada à ane- mia microcítica hipocrômica e à hemossiderose do fígado, baço e coração. Uma causa mais comum de baixos níveis da transferrina é a perda da proteína por via renal na síndrome nefrótica. Aumento das Perdas É a principal causa de anemia ferropriva em adul- tos. Em condições normais, o ferro, uma vez intro- duzido no organismo, não mais o abandona, pois não existem vias de excreção. De fato, pequenas quantidades são perdidas diariamente, especialmente em células descamantes da pele e epitélio do tubo digestivo e urinário. Além disso, cerca de 15 a 30mg são perdidos mensalmente pelas mulheres na forma de sangramento menstrual. Portanto, não havendo vias de excreção, não há carência de ferro resultan- te do aumento da excreção. No entanto, como a maior parte do ferro do organismo está na circulação sob a forma de hemoglobina, pequenas perdas sangüíneas em geral representam perdas importantes de ferro. De fato, 1ml de sangue normal (hemoglobina = 15 g/dl) contêm 0,5mg de ferro. Desta forma, é fácil com- preender por que todas as formas de sangramento crônico podem levar ao esgotamento de depósitos e finalmente à anemia ferropriva. Estes sangramentos ocorrem mais freqüentemente no tubo digestivo e são provocados por lesões be- nignas, malignas ou por parasitas, e localizadas em qualquer ponto desde o esôfago até o retc '". Em mulheres, a causa mais comum é a perda de san- gue menstrual, que em média é de 35ml por perío- do menstrual, sendo o valor máximo normal de BOml. São indicativos de sangramerito excessivo: período menstrual maior que sete dias, presença de coágu- los preferencialmente maiores que 2cm, impossibi- lidade de controlar o fluxo menstrual apenas com tampões absorventes e necessidade do uso de mais de quatro tampões por dia ou de 12 por período. Na presença de sangramento menstrual anormal deve ser feita a pesquisa de mioma uterino. Os exemplos mais comuns de anemia ferropriva em adultos provocada por sangramentos anormais são representados por úlcera péptica, carcinomas do estômago ou do có- lon, hemorróidas, parasitose pelo ancilóstomo ou necátor". Em nosso país, provavelmente a causa mais freqüente é a ancilostomíase aliada à subnutrição. O uso crônico de salicilatos, mesmo em doses re- duzidas como as usadas na prevenção do infarto do CAPiTULO 23 miocárdio, está associado a 'sangramentos gas- trointestinais. O uso de 2 a 6g diários determina sangramento médio de 5ml/dia em 70% dos pacien- tes. A doação regular de sangue é outra causa de perda de ferro por vezes ignorada". Uma bolsa de san- gue coletada contém cerca de 250mg de ferro e por isto o limite anual de doações é de 4 para homens e 3 para mulheres. A hemoglobinúria e a anemia de atletas corredores são outras causas de perda de ferro secundárias à hemólise íntravascularw>'. Aumento das Necessidades É a segunda principal causa de anemia ferropri- va ". Duas situações devem aqui ser lembradas: os períodos de crescimento e a gravidez. Em ambas, sendo o aumento das necessidades associado a uma dieta insuficiente, desenvolve-se a anemia. Em crian- ças, o período de maior incidência corresponde dos seis meses aos dois anos de idade, época em que a expansão percentual da massa corporal é máxima e por outro lado as reservas trazidas da mãe ter-se-ão esgotado caso não tenha havido reposição. No pri- meiro ano de vida, a quantidade de ferro da crian- ça triplica em relação ao recém-nascido. É fácil en- tender também por que os prematuros têm maior propensão a desenvolver a carência, por apresenta- rem menor massa corporal e menores reservas de ferro ao nascimento. Na gravidez, 150mg ferro são desvia- dos para o feto, 90mg para a placenta e cordão umbilical e 150mg para o sangue perdido no parto. Além disso, existe a expansão da massa de hemácias que consome mais 500mg que retornam para os depósitos ao término da gravidez. Assim, descon- tando-se esta última parcela, a gravidez representa uma sobrecarga adicional de pelo menos 500mg, em 270 dias, ou um acréscimo médio de aproximada- mente 2mg/dia (não uniforme, pois varia com a fase da gravidez) das necessidades basais. Por esses motivos, duas formas muito comuns de carências de ferro levando à anemia são a anemia· ferropriva do lactente e a anemia ferropriva da gravidez, que se manifesta em geral no terceiro trimestre. Além do mais, a alimentação do lactente em geral não é rica em ferro, especialmente quando não é alimentado por amamentação natural. Nas camadas mais pobres da população é muito comum a associação de dieta insuficiente com o aumento das necessidades devi- do ao crescimento. TRATAMENTO A mais importante medida no tratamento destas anemias consiste em identificar a causa e removê- Ia, se possível. Só excepcionalmente há necessidade de tratar estes pacientes com transfusões s an- güíneas, uma vez que a reposição adequada do nutriente é acompanhada de pronta resposta com rápida normalização hematológica. Ademais, como 227 " • Tabela 23.3 Causas de Deficiência de Ferro a instalação da anemia é lenta, os pacientes tole- ram níveis baixos de hemoglobina sem instabilida- de hemodinâmica. - O tratamento por via oral é mais seguro e muito mais barato do que por via parenteral'". Em adul- tos, recomenda-se o uso de sais ferrosos (sulfato, gluconato, fumarato) por via oral, na dose de 180- 240mg de ferro elementar ao dia, dos quais cerca de 10% são absorvidos ". Esta dose corresponde a 3 a 4 comprimidos com 200 a 300mg de sulfato ferroso. O ferro é absorvido com mais eficiência quando o estômago está vazio. Quando a medicação é tomada após uma refeição, a sua absorção se reduz em 40% 228 a 50%. Em crianças, a dose efetiva 5mg de ferro ele- mentar por kg de peso ao dia (25mg de FeSOjkg/ dia) por três vezes": a dose de 200mg/kg/dia de fer- ro elementar não deve ser ultrapassada, pois doses maiores causam maiores efeitos colaterais sem ace- lerar a recuperação dos estoques de ferro. Para crian- ças, há duas formulações disponíveis: em gotas, com concentração de 25mg de ferro elementar por ml e xaropes, nas concentrações de 30mg e 50mg de fer- ro em cada 5ml. Apesar de o ferro ser mais bemabsorvido com o estômago vazio, os efeitos colaterais gastrintestinais são menos intensos se tomado com as refeições. Portanto, as doses devem ser adminis- tradas junto com as refeições, uma vez que a dimi- nuição da absorção de ferro é compensada pela ade- rência e tolerância do paciente ao tratamento. Se mesmo assim os efeitos colaterais permanecerem, a dose deve ser reduzida pela metade, uma vez que rapidez na normalização dos estoques de ferro é ra- ramente necessária e, para isto, administração paren- teral pode ser considerada. O tratamento deve estender-se por quatro a seis meses após a normalização do sangue periférico, para repor os depósitos. Mesmo pacientes que absorvem mal o ferro alimentar, como os que sofreram gastrec- tomia, beneficiam-se com a terapêutica oral. Não se deve usar preparações onde o ferro é liberado len- ----t:amente pois a absorção do ferro é retardada-enão ocorre no duodeno. Os principais efeitos colaterais __do ferro via oral são gastrintestinais, como epi- gastralgia, náuseas, cólicas e diarréia. Estes efeitos estão associados à dose diária de ferro, mas não parecem. -estar relacionados à sua formulação (sulfa- to, gluconato ou fumarato). __ ~~tm-apêu tica -pareateral- deve- ser reservada aos pacientes que comprovadamente não respondem ao tratamento oral ou que exibem intolerância gastrin- testinal para ferro!. 'p_~i~-ªpeséÚ"~~lgu<!lmen!tLefej:i- __ va, é mais cara e tem efeitos colaterais mais arrisca- --dOsJB.-A sua -formulação -de complexo--coloidal de sacarato de ferro contém 20mg de ferro elementar por mililitro de solução e pode ser administrada tanto --endovenosa-quanto intramuscular, A dose total de ferro a ser administrada para repor a deficiência de hemoglobina mais os--estoques de ferro do organis- mo é calculada a partir da seguinte fórmula: Ferro administrado (mg) = (15 - hemoglobina do paciente [g/dlj) x peso (kg) x 3 - - A dose intramuscular diária máxima recomendada de ferro é de 100mg. Uma dose de 20mg deve ser dada inicialmente para testar a sensibilidade ao fer- ro. A dose endovenosa diária pode ser equivalente à dose total dividida em três dias consecutivos, diluída em 100ml de salina para cada 250mg de ferro e infundida à velocidade de 150ml!h. Uma infusão mais lenta nos primeiros 5 a 10 minutos é sugerida para se observar a possibilidade de CAPiTULO 23 l I hipersensibilidade ao ferro antes de a dose completa ser administrada. Os efeitos colaterais da adminis- tração parenteral podem ser locais e sistêmicos. A aplicação intramuscular pode levar a dor local e hí- perpigmentação da pele no local da aplicação. Linfadenopatia regional dolorosa pode ser uma manifestação desta forma de administração de fer- ro. A administração endovenosa pode se associar à dor e eritema no local da veia utilizada. Reações sistêmicas estão relacionadas tanto à injeção endo- venosa quanto intramuscular e incluem hipotensão, cefaléia, mal-estar, náusea, urticária e reação ana- filactóide, que embora rara, é bastante temida. O ferro deve ser usado profilaticamente em pa- cientes grávidas, durante toda a gestação, em asso- ciação com o ácido fólico. Pacientes em regime crô- nico de diálise também devem receber ferro como profilaxia. BIBLIOGRAFIA 1. World Health Organization. Tech Rep Ser 405, 1968: Tech Rep Ser 580, 1975. 2. National Center for Health Statistics. Hematological and nutritional biochemistry reference data for persons 6 months-74 years of age: United States, 1976-1980. Vtal and Health Statistics Series 11-No. 232. Editora R. Fulwood et al. DHHS Publ. No. (PHS) 83-1682. Washing- ton, DC:U.S. Government Printing Office, 1982. 3. Beveridge BR et al. Hypochromic anemia. Q J Med 34:135, 1965. 4. Jacobs A, Kilpatrick GS. The Paterson-Kelly syndrome. Br Med J [Clin Res] 2:79, 1964. 5. 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