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Apostila de Digestorio (must have)

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HISTOLOGIA
DE 
DIGESTÓRIO
1
Histologia – PCI de Digestório
Aula 1 - Marcelo
Cavidade oral
Regiões anatômicas:
• Vestíbulo oral: limitado externamente pelos lábios e bochechas, e internamente pelos arcos dentários, dentes e 
gengivas
• Cavidade oral propriamente dita: limitado anteriormente e lateralmente pelos arcos dentários, dentes e 
gengivas, e posteriormente pelo istmo das fauces
• área de comunicação entre as áreas: depois dos terceiros molares
Mucosa oral 
Composta por epitélio pavimentoso estratificado queratinizado, não queratinizado ou paraqueratinizado, umidificado e TC 
subjacente, para fins de proteção a diferentes graus de atrito. Os tecidos conjuntivos frouxos em geral apresentam feixes 
dispersos de colágeno tipo I. Subdividida em:
Áreas queratinizadas:
• Mucosa mastigatória : nas áreas expostas a forças de fricção, atrito e de cisalhamento [vertente oral da gengiva 
livre e gengiva inserida, dorso da língua (porção oral = 2/3 anteriores) e palato duro]. É constituído por EPEPQ ou 
completamente queratinizado e por tecido conjuntivo denso não modelado (TCDNM) subjacente. 
• Mucosa especializada : recobre as regiões que apresentam corpúsculos gustativos; superfície dorsal da porção oral 
da língua – devido a presença de papilas linguais (classificação do Marcelo; alguns autores consideram a faringe e 
palato mole também, pois apresentam corpúsculos gustativos)
Área não-queratinizada:
• Mucosa de revestimento : recobre o restante da cavidade oral; epitélio estratificado pavimentoso não 
queratinizado + lamina própria de TCF mais celularizado – presente em regiões de atrito pouco intenso, e mais 
frouxo que o da mucosa mastigatória. Vestíbulo oral (superfície interna dos lábios, mucosa alveolar e bochechas), 
assoalho da cavidade oral, superfície ventral da língua, 1/3 posterior da língua e superfície oral do palato mole.
Submucosa: se tem submucosa, tem glândulas salivares menores. Estas são glândulas mucosas, que são tubulares; ou seja, 
são glândulas túbulo mucosas (toda glândula mucosa é tubular, mas nem toda glândula tubular é mucosa). Não tem 
submucosa em parte do palato duro (na rafe e nas laterais) e na parte inserida da gengiva.
Os tecidos conjuntivos podem ser classificados com TCF ou tecido conjuntivo denso não modelado, dependendo da fonte.
Características quanto a queratinização
• Não queratinizado - epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado + lâmina própria de TCF mais 
celularizado
• presente em regiões de atrito pouco intenso; pouca quantidade de filamentos (processo de 
queratinização leve); células com núcleo. Geralmente são mais espessos que os tecidos queratinizados. 
• Filamentos de citoesqueleto dispersos
• Vantagens: absorção de drogas, pois tem mais espaços intercelulares (comprimidos sublinguais); 
desvantagens: sem camada córnea para proteger (aftas: erosão do epitélio oral, sem a camada córnea 
para proteger, evidenciando o tecido conjuntivo – o amarelo da afta é uma camada de fibrina)
• Áreas não-queratinizadas: vestíbulo oral (superfície interna dos lábios, mucosa alveolar e bochechas); 
palato mole; parte ventral da língua; assoalho da cavidade oral; superfície dorsal do 1/3 posterior da 
língua, face dental da gengiva livre
• Estratos:
• basal : acima da lâmina própria; constituído por células epiteliais cuboides e responsável pela 
renovação celular. De cada divisão, uma célula permanece nesta camada - células fonte - e a 
outra segue para a superfície
• espinhoso : células mais poligonais ou arredondas (grânulos lamelares) que emitem projeção.
• filamentoso : células com formato elíptico com projeções em forma de espinhos além de células 
maiores de formato poligonal; é responsável pelo espessura do epitélio não queratinizado. 
• disjunto : células progressivamente mais achatadas em direção à superfície, descamam 
facilmente com atrito. 
• Queratinizado – O acúmulo dos filamentos é o processo de queratinização. Grande quantidade de filamentos 
intermediários (processo de queratinização intenso); células sem núcleo pois sofreram apoptose. Mais 
2
comumente encontrado nas mucosas mastigatória e especializada. 
• Áreas queratinizadas: mucosa mastigatória (palato duro, gengiva inserida e vertente oral da gengiva 
livre); mucosa especializada (superfície dorsal dos 2/3 anteriores da língua)
• Filamento de citoesqueleto em feixes
• Presença adicional de melanócitos, células de Merkel e Langerhans
• Estratos:
• basal : camada de células colunares com nítida membrana basal; responsável pela renovação 
celular.
• espinhoso : células mais poligonais ou arredondas (grânulos lamelares) que emitem projeção. 
• granuloso : células achatadas com grânulos de queratohialina (típico processo de queratinização). 
• córneo : camada queratinizada com células achatadas, desprovidas organelas ou núcleo, cujo 
citoplasma encontra-se preenchido com queratina
• Paraqueratinizado 
• o estrato granuloso pode estar atenuado ou ausente (presença de núcleos em células completamente 
queratinizadas), e os queratinócitos (células superficiais do estrato córneo) retêm núcleos picnóticos, citoplasma e 
algumas organelas, com poucos filamentos de queratina; 
• presente na gengiva inserida
Membrana basal: = lâmina basal (lâmina rara + lâmina densa) + lâmina fibrorreticular
• formado pela lâmina rara (colágeno tipo IV), lâmina densa e fibrilas de ancoragem (colágeno V) 
• Mucosa oral: limite epitélio / lâmina própria - membrana basal do epitélio > lâmina basal (lâmina rara + lâmina 
densa) > lâmina fibrorreticular (fibras reticulares) > lâmina própria
• Fibras de ancoragem: colágeno tipo VII - fixação flexível entre a lâmina basal e o tecido conjuntivo da lâmina 
própria
• Importância clínica: doenças bolhosas da cascata auto imune atacam os hemidesmossomos, a lâmina basal e as 
fibrilas de ancoragem, causando separação do epitélio do tecido conjuntivo, formando bolhas 
• hemidesmossomos ligam a membrana plasmática de uma célula à lâmina basal adjacente 
Lábios: pregas mucocutâneas (entre a pele a mucosa oral) que 
delimitam a entrada da cavidade oral)
• Parte externa: pele delgada com anexos cutâneos
• Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado 
• TCF
• Músculo liso (eretor do pêlo)
• Glândula sebáceas
• Folículos pilosos
• Glândulas sudoríparas
• Músculo estriado esquelético (m. Orbicular) – eixo 
do lábio: feixe de fibras musculares estriadas 
esqueléticas do m. Orbicular da boca
• Parte interna: (mucosa vestibular)
• Epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado + TCF: mucosa vestibular (mucosa de revestimento). 
O tecido subeptelial é do tipo denso não modelado
• Glândula tubulosas mucosas (glândula labial – na região mais interna) presente na submucosa
• Músculo estriado esquelético (m. Orbicular) mais presente – Eixo do lábio
• Região de transição (zona vermelha):
• Progressivo adelgadamento do estrato córneo da epiderme, até seu desaparecimento completo da face 
interna do lábio (mucosa não queratinizada); abundantes papilas dérmicas altas e bastante vascularizada
• Borda vermelha: aumento de camada da epiderme = papilas dérmicas maiores e mais altas = alças 
capilares mais próximas ao epitélio = epitélio mais fino = tom avermelhado. A interdigitação entre o 
epitélio e o TC da mucosa oral (rete apparatus) é altamente desenvolvida de modo que as alças capilares 
das papilas dérmicas estão próximas da superfície da pele dando a cor rosa da Zona Vermelha. 
• sem glândulas sudoríparas e folículos pilosos, mas pode ter glândulas sebáceas
• coberta por epitélio fino
Palato duro
3
• Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado (mucosa mastigatória)
• Rafe palatina: fusão das 2 lâminas palatinas
• Entre a rafe e as laterais tem submucosa, na parte anterior tem tecido adiposo unilocular; na posterior, glândulastubulosas mucosas – glândulas palatinas
• Rugas palatinas (região anterior): região pouco desenvolvida nos humanos
• Regiões laterais e da rafe: mucosa firmemente aderida ao periósteo subjacente (mucoperiósteo) - nessas duas 
regiões não tem submucosa 
• na outras regiões, presença de feixes transversais de tecido conjuntivo fibroso passando da lâmina 
própria, através de submucosa com glândulas, em direção ao periósteo do tecido ósseo adjacente. Essas 
faixas de tecido conjuntivo unem a mucosa do palato duro firmemente ao tecido ósseo, tornando-o claro 
bastante imóvel. 
Palato mole
• Epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado + TCF (mucosa de revestimento)
• Face oral : mucosa oral (epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado + TCF) e submucosa (glândula 
tubulosas mucosas = glândulas salivares palatinas; continuação das glândulas do palato duro)
• Face nasal : mucosa respiratória (epitélio pseudoestratificado com células caliciformes + TCF)
• Entre as faces oral e nasal: úvula
Bochechas
• Faz parte da mucosa vestibular (de revestimento), e não é queratinizada (epitélio estratificado pavimentoso não 
queratinizado + TCF)
• Submucosa com glândulas bucais ou jugais (glândulas tubulosas mucosas) e tecido adiposo unilocular abundante
• Feixes transversais de fibras colágenas da lâmina própria prendem a mucosa nas fáscias do m. Bucinador para 
ajudar na distensão e evitar pregueamento (evitar mordedura das bochechas)
• Podem aparecer glândulas sebáceas na bochecha e no lábio – glândulas de Fordyce
Gengiva
• Parte da mucosa associada ao dente (a mucosa gengival é firme pois é 
uma região de mucoperiósteo); áreas queratinizadas e 
paraqueratinizadas, por estarem expostas a forças de fricção
• Ao se aproximar do dente, o epitélio gengival faz uma volta fechada e 
segue em direção a raiz, prendendo-se a superfície do esmalte, 
formando hemidesmossomos (epitélio do sulco gengival). A região do 
epitélio gengival que adere a superfície do esmalte, denominada epitélio 
juncional, cria uma barreira entre a cavidade oral e o TC da gengiva. 
• Abaixo está o TCDNM com fibras colágenas do tipo I. 
• 2 subdivisões: 
• Livre (marginal) : ao redor do colo do dente (face oral – externa), 
queratinizada, e uma face dentária, dividida em epitélio do sulco 
gengival e epitélio juncional, aderida ao esmalte (interna e não 
queratinizada); entre as duas faces, tem a crista gengival
• Inserida: junto com a mucosa alveolar; epitélio pavimentoso 
paraqueratinizado
Língua 
• Feixe de m. Esqueléticos intrínsecos e extrínsecos , com aspecto plexiforme, recoberta de mucosa; dividida pelo v 
lingual ou sulco terminal.
• É recoberta por mucosa oral. 
• Seus 2/3 anteriores possuem papilas linguais que são projeções do TCF da lâmina própria da mucosa lingual 
acompanhadas por EPEQ ou paraqueratinizado. 
• Mucosa dorsal da língua (mucosa especializada) : epitélio estratificado pavimentoso queratinizado + 
lâmina própria de TCF, formando o eixo das papilas linguais.
• Mucosa ventral da língua (mucosa de revestimento) : epitélio estratificado pavimentoso não 
queratinizado + lâmina própria de TCF, sem formação de papilas
• Tonsilas linguais : formações linfoides subepiteliais compostas por agregados de folículos (ou nódulos) linfoides em 
meio a tecido linfoide denso difuso, que ocupam o 1/3 posterior da região dorsal da língua (porção faríngea, base 
ou raiz da língua), revestidas por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado
4
• Divisão
• Porção faríngea (1/3 posterior – raiz da língua) – não queratinizada
• Amígdalas linguais (nódulos linfoides em tecido 
linfoide denso difuso – 'tonsilas' linguais; 
adenoide = tonsila faríngea)
• Ao conjunto de aglomerados de tecido linfoide, as 
tonsilas tubaríacas, faríngea, palatina e lingual, 
denomina-se anel faríngeo de Waldeyer , de 
importância imunológica
• Porção oral (2/3 anteriores) – queratinizada
• Mucosa especializada, com 4 tipos de papilas 
linguais (estruturas especializadas que contêm os 
botões gustativos, capazes de detectar o sabor) 
de acordo com a estrutura:
1. Papilas filiformes 
- mais numerosas e menores; estruturas delgadas cobertas por epitélio pavimentoso 
estratificado queratinizado; formato triangular ou cônico; pouco desenvolvidas; sem corpúsculos 
gustativos 
- tem contorno cônico e alongado e seu eixo é de TCF da lâmina própria. 
- função: promover uma superfície abrasiva durante a fragmentação dos alimentos durante a 
aposição da língua contra o palato duro; ajudam a retirar alimentos da superfície
2. Papilas foliáceas 
- grupo de papilas de formato quadrado na região lateral da língua; consistem em cristas baixas 
paralelas, separadas por fendas 
- em humanos, involuem e se tornam vestigiais; mais presentes em recém nascidos
3. Papilas fungiformes 
- menor quantidade, mas mais proeminentes; podem ser queratinizadas ou não; base fina e 
ápice largo; dispersas entre as filiformes
- no epitélio apical: botões gustativos (epitélio neurossensorial – poros gustativos: salgado, 
azedo, amargo, doce e umami)
4. Papilas caliciformes , valadas ou circunvaladas
- de 15 a 30; maiores papilas linguais (são grandes projeções da lâmina própria); anterior ao 
sulco terminal ou v lingual; não queratinizado (maioria das vezes)
- circundadas por sulcos; abundantes botões gustativos no epitélio lateral (epitélio voltado para 
o sulco)
- Na base do sulco se abrem ductos de glândulas salivares línguas (gl. de von Ebner) cuja 
secreção presumivelmente joga o material presente no sulco para fora, possibilitando aos botões 
gustativos responderem rapidamente a estímulos. 
5
Corpúsculos gustativos
• Unidades morfofuncionais do órgão da gustação (órgãos sensoriais intra-epiteliais). Estruturas de formato ovoide, 
pouco coradas, em meio ao epitélio de papilas línguas (com exceção das filiformes) e as outras áreas da mucosa 
oral (palato, bochecha..) - epitélio neurossensorial
• Composição do corpúsculo gustativo: 30 a 80 células de formato cilíndrico em arranjo concêntrico e células 
basais. As células cilíndricas tem sua porção apical terminando em uma depressão delimitada pelo epitélio 
estratificado circunjacente, caracterizada como poro gustativo. 
• Fibras nervosas sensitivas estabelecem contato sináptico com a base das células sensoriais 
• Célula receptora gustativa: possuem terminais apicais quimiossensíveis; possuem microvilosidades projetando-se 
para o poro gustativo; não são neurônios, são apenas células epiteliais que fazem sinapse com axônios aferentes; 
o potencial de ação desencadeado nestas células percorre os axônios aferentes sensitivos levando a informação 
ao tronco cerebral. 
• Fibras nervosas penetram no botão gustativo e fazem junções sinápticas com os tipos celulares. Cada uma das 
células apresenta microvilosidades que se projetam para fora do poro gustativo: são os pelos gustativos. 
• Tipo celulares :
• células clara (tipo I; células de suporte, mais abundantes)
• células escuras (tipo II; células sensoriais, com numerosas vesículas com neurotransmissores)
• células intermediárias (tipo III)
• células basais (células tronco)
• Conexões neurais da gustação: os receptores gustativos não são muito específicos, mais grosseiros. O cérebro 
identifica o sabor a partir do disparo de diversos neurônios inespecíficos: “interpretação de um código” ou 
“código de população” – para identificar um sabor as células percebem a temperatura, textura, sabor e olfato.
• Transdução gustativa
• Sabor salgado : mediado pelo sódio; ativa canais iônicos sensíveis a eletricidade e permanecem aberto o 
tempo todo. A aldosterona aumenta o número de receptores.
• Sabor azedo : mediado pela alta concentração de h+ (acidez). Há bloqueio dos canais de potássio, e a 
célula fica despolarizada, permitindo a entrada de Ca++.• Sabor doce : glicose e outras substâncias (álcool, aminoácidos..)liga-se ao receptor, ativando a 
adenilciclase. O AMP cíclico fosforila os canais de potássio, inibindo-os, criando assim uma despolarização 
com entrada de cálcio. A leptina inibe a abertura dos canais de potássio. Há, também, bloqueio dos 
canais de potássio. 
• Sabor amargo : são 'detectores de venenos', (substâncias orgânicas de cadeia longa que contém 
nitrogênio e alcaloides). 1) bloqueio dos canais de potássio e ativação de uma proteína g acoplada à 
fosfolipase c e 2) libera cálcio através da libertação do segundo mensageiro ip3.
• Sabor umami : é o gosto de certos aminoácidos como o glutamato e o aspartato. Deve-se à estimulação 
do receptor metabotrópico do glutamato, que ativando uma proteína g, eleva o cálcio intracelular. 
6
Glândulas salivares menores linguais
• glândulas serosas de von Ebner: glândulas acinosas compostas associadas a papilas caliciformes e associadas; 
secreção fluida para lavagem de resíduos no sulco dos corpúsculos gustativos. Outra função atribuída a essas 
glândulas é a ação de secreção de lípase, que ao chegar ao estômago, um ambiente altamente ácido, é capaz de 
hidrolisar os triglicerídeos. 
• glândula mucosa de Weber: glândula tubulosa composta. Têm como função lavar as criptas tonsilares. 
• glândula de Nuhn e Blandin: glândulas túbulo acinosa compostas (ácinos túbulos –mucosos e mistos). Estão 
localizadas próximas a superfície ventral de ambos os lados do frênulo lingual. 
Glândulas salivares principais
São glândulas pares: parótidas, submandibulares e sublinguais. São glândulas tubuloalveolares ramificadas, (segundo a 
Fani, a porção secretora é somente acinosa, sem porção tubular) com cápsula de tecido conjuntivo formando septos que 
subdividem as glândulas em lobos e lóbulos, e por isso são consideradas órgãos. Tem porção secretora e porção excretora, 
e elas são as responsáveis pela identificação da glândula.
Porções secretoras
Estão arrumadas em túbulos e ácinos. Constituídas de células serosas, mucosas e mioepiteliais. Fabricam a saliva e jogam 
nos ductos, que fazem a porção excretora. 
• Células serosas – na realidade, são células seromucosas, pois secretam proteínas e polissacarídeos. Núcleos basais 
únicos e redondos. Possuem muitos grânulos secretores ricos em ptialina.
• Células mucosas – Núcleos basais únicos e arredondados. 
• Células mioepiteliais (células em cesta)- possuem corpo celular que abriga o núcleo e muitos prolongamentos 
longos que envolvem o ácino secretor e os ductos intercalares. O prolongamentos são ricos em actina e miosina, e 
sua adesão ao ácino, ao pressioná-lo, auxilia a liberação do produto secretor no ducto da glândula, 
Porções excretoras
São muito ramificados e apresentam-se sobre 3 tipos:
• ducto intercalado , mais próximo ao ácino, com epitélio cúbico simples. 
• ducto estriado , intermediário, com epitélio cúbico a cilíndrico simples, é formado pela junção de vários ductos 
intercalados.
• ducto excretor , mais distal, com epitélio cilíndrico estratificado, que libera a saliva na boca
Glândulas principais
• Parótida: secreção muito líquida. É toda serosa (apenas ácinos serosos). É muito parecida com o pâncreas. O 
pâncreas é uma glândula mista, com a porção exócrina acinosa serosa e a porção endócrina com ilhotas de 
langerhans. Diferenças da parte exócrina do pâncreas para a parótida:
• O pâncreas tem menos ductos excretores pois não tem ductos estriados.
7
• O ducto intercalado no pâncreas tem células do centro mais claras, devido à projeção do epitélio que 
forma o ducto intercalado.
• Basofilia basal (mais escuras na borda) e acidofilia apical (mais claro no meio).
• Submandibular: acinosos mistos com predominância de ácinos serosos (se não tiver ácino misto – meia lua 
serosa; mucoso com meia lua - , é parótida). Secreção intermediária.
• Sublingual: ácinos mistos com predominância dos ácinos mucosos (o livro diz que são tubulares mucosas com 
semiluas serosas). Secreção mais espessa.
Classificação geral de glândulas 
Quanto a natureza de sua secreção. 
Pode dividir quanto a esse requisito em glândulas: 
• Mucosas : Secretam muco. O muco é uma secreção mais densa, 
de alta viscosidade. 
• Serosa : Secretam substâncias serosas, que é algo mais fluído, 
com grande quantidade de proteínas.
• Mucosserosa ou Mista: Quando secreta o muco e sera. 
Quanto a forma da glândula. 
Podem ser diferentes nomes de acordo com a sua disposição espacial. Por 
isso, possuem diferentes nomes:
• tubular simples
• acinal simples (como os ácinos pancreáticos) – redonda 
(qualquer conjunto de células que se assemelha a muitos lóbulos 
"bagos", como uma framboesa ou uva)
• túbulo-acinal 
Aula 2 - Marcelo
Dentes, periodonto e odontogênese
Dentes
O ser humano é difiodonta, ou seja, os dentes estão presentes em 2 etapas:
• Dentição decídua , primária ou temporária: 10 em cada arcada
• Dentição permanente ou secundária: 16 em cada arcada
As crianças tem o maxilar/mandíbula menor, e não comporta todos os dentes; após a queda destes, eles crescem maiores 
e mais fortes.
Formato dos dentes
• Incisiformes (incisivos): são chatos, com função de cortar os alimentos
• Caniniformes (caninos): pontiagudos, para apreender os alimentos
• Molariform es (pré molares e molares): cuboides, para macerar/triturar os alimentos
8
Divisões anatômicas do dente:
• Coroa (região aparente na cavidade oral), com 2 divisões em relação à 
gengiva:
• Coroa anatômica ou propriamente dita : parte da dentina exposta 
na cavidade oral, recoberta pelo esmalte dentário
• Coroa clínica : Região visível, pois a gengiva marginal recobre parte 
da coroa anatômica
• Raiz (região inserida): inserida no processo alveolar e está revestida por 
cemento
São 3 os tecidos dentários: esmalte, dentina e polpa dentária (complexo dentina-
pulpar), e 3 tecidos periodontais: cemento, ligamento periodontal e osso alveolar.
Tecidos dentários
Esmalte
• Origem ectodérmica
• Recobre a dentina coronal, sendo o tecido mais mineralizado e mais duro 
do corpo
• Unidades morfofuncionais: prismas ou bastões cilíndricos mineralizados muito finos com função estrutural
• Tem 2 camadas ou matrizes:
• Matriz mineral ou inorgânica : 98 a 99% de sua composição do esmalte sendo de sais minerais, na sua 
maioria cálcio e fosfato, organizados em minúsculos cristais – cristais de hidroxiapatita. A mineralização é 
promovida pelos ameloblastos.
• Matriz inorgânica : 1 a 2% de proteínas
• Matriz orgânica: produzida pelos ameloblastos
• Composta por ameloblastinas e enamelinas, que durante o amadurecimento do esmalte, vão sofrendo 
clivagens, restando somente os resíduos peptídicos
• o esmalte, portanto, encontram-se peptídeos dessas proteínas
• Ameloblastos: promovem a mineralização do esmalte ao sintetizar a matriz inorgânica e orgânica
• Ao terminar de produzir a matriz inorgânica, o esmalte está mineralizado só cerca de 30%; logo após os 
ameloblastos mudam seu fenótipo de síntese do esmalte para amadurecimento do esmalte
• O amadurecimento do esmalte ocorre com a injeção de íons de cálcio e fosfato, passando de 30% a 98 / 
99% de mineralização
• O primeiro esmalte depositado é aprismático, e quando os ameloblastos perdem a capacidade de 
síntese, param de formar esmalte, e nesse ponto, também não há formação de prisma (o esmalte com 
forma de prisma está situado entre duas faixas de esmalte não prismáticos, referentes ao início e fim do 
processo de deposição)
• No esmalte não há células (essas involuem – a perda do esmalte só pode ser reposto por componentes sintéticos; 
já na dentina há células que podem se regenerar, até certo ponto), fibras colágenas ou prolongamentos celulares
• O esmalte é poroso , ou seja, a pessoa pode apresentar cárie de dentinae não apresentar cárie de esmalte
• Método de visualização do esmalte – somente com preparações histológicas especiais (preparação por desgaste), 
pois a parte mineralizada é perdida durante o processo de desmineralização na preparação tradicional das peças - 
não possui matriz orgânica suficiente para se manter íntegro durante a preparação do material.
• Deixa-se o dente morrer (sem células), divide-o ao meio e as partes são lixadas até ficarem 
9
suficientemente finas para serem postas na lâminas, permitindo a visualização da parte mineral do tecido
• Preparação por desgaste: análise da disposição da estrutura mineral do tecido; perde-se todos os 
componentes orgânicos, resta apenas o componente mineral
• Corte histológico com presença esmalte: corte com esmalte não maduro. Se for possível ver o esmalte na 
lâmina orgânica, o esmalte ainda não é maduro. Ao término da produção de matriz pelos ameloblastos 
apenas 30% da matriz está mineralizada. Os ameloblastos passam então a modificar o esmalte 
( reabsorção de matriz orgânica e inserção de íons cálcio e fosfato)
• Limite ou junção amelo-dentinário : junção entre a dentina e o esmalte
• O esmalte é um tecido frágil, pois precisa da dentina como apoio 
funcional; sem a dentina, o esmalte quebra facilmente
• É um tecido geralmente translúcido, com relativa opacidade
• Vê-se o esmalte, mas a cor é determinada pela dentina – clareamento 
dentário ocorre na dentina
• Prismas: cilindros que percorrem desde quase o limite da junção amelodentinária 
até quase a superfície.
Dentina
• Origem ectomesenquimal (papila dentária)
• especializado que forma o corpo do dente, suportando e compensando a 
fragilidade do esmalte. A dentina é recoberta pelo esmalte na sua porção 
coronária e pelo cemento na porção radicular. 
• É o principal tecido constituinte do dente, sendo divida em 2 partes:
• Dentina coronal - dentina presente na coroa. Na coroa, a dentina coronal é recoberta pelo esmalte
• Dentina radicular - dentina presente na raiz 
• Formada por tecido conjuntivo mineralizado (70% de sais minerais – hidroxiapatita, sendo mais mineralizada que 
o tecido ósseo, e 30% de matriz orgânica), sendo avascularizado e inervado
• Matriz orgânica da dentina: sintetizada pelos odontoblastos localizados na periferia da polpa dentária.
• Colágeno tipo I : principal composto da matriz orgânica da dentina
• Proteínas específicas (cialoproteinas da dentina), proteoglicanos, colágeno tipo III
• Estrutura: melhor visualizado pelo método de preparação por desgaste
• Canalículos ou túbulos dentinários : finíssimos canais ou túbulos presentes ao longo de sua espessura, que alojam 
os prolongamentos odontoblásticos; o diâmetro e o volume desses canalículos variam dependendo da idade do 
dente e da localização do canalículo na dentina 
• Prolongamentos odontoblásticos ou prolongamentos de Tomes: os odontoblastos estão situados na periferia da 
polpa, e suas projeções citoplasmáticas (prolongamentos oriundos da parte apical) são os prolongamentos de 
Tomes; ocupam um espaço na matriz da dentina, que são os túbulos dentinários. A espessura do tubo é maior 
quanto mais próxima do corpo do odontoblasto
• A medida que os odontoblastos depositam a dentina deixam para trás os prolongamentos.
• Espaço periodontoblástico: espaço compreendido entre a parede do canalículo e o prolongamento do 
odontoblasto. É preenchido pelo líquido tissular – líquido dentário, onde ocorrem as trocas metabólicas com os 
prolongamentos odontoblásticos 
• Pré-dentina: camada de matriz não mineralizada que está situada nos canalículos, entre a camada de 
odontoblastos e a dentina mineralizada, adjacente à região de secreção dos odontoblastos 
• Dentina radicular: seus canalículos se apresentam menores, com ramificações e trajeto sinuoso discretos. Isto se 
deve ao fato de que os odontoblastos desta região, que são praticamente cuboides, apresentam menor atividade 
metabólica, elaborando dentina muito lentamente. 
• Dentina esclerótica: canalículos dentários obstruídos por secreções produzidas pelos odontoblastos: diminuem a 
sensibilidade
• Coloração HE → cor rosada (corada pela eosina) devido à presença do colágeno do tipo I (principal componente 
da matriz orgânica da dentina) além de proteínas específicas da dentina(cialoproteínas)
• Coloração Tricrômio → dentina verde devido ao colágeno tipo I
Polpa dentária
• Origem ectomesenquimal (papila dentária)
• formado de TCF vascularizado e inervado - apresenta células típicas de TCF (fibroblastos, mastócitos, plasmócitos)
• Ao longo da estrutura interna da dentina observa-se a Polpa Dentária (TCF), que ocupa a cavidade pulpar. É 
subdividia em duas porções:
10
• Câmara pulpar (maior parte) 
• Canal radicular – sua cavidade vai se estreitando formando o canal radicular, que desemboca no ápice da 
raiz.
• forame apical : entrada e saída de vasos 
sanguíneos. Geralmente cada dente recebe de 
uma a duas arteríolas que se ramificam em 
capilares; v ênulas saem do mesmo forame; a 
entrada de feixes nervosos chegam até a polpa 
dentária
• Fonte de células tronco
• É vascularizada e inervada
• Plexo subodontoblástico : fibras nervosas entrando nos 
canalículos 
• feixes nervosos dos quais partem terminações 
nervosas que penetram nos canalículos ou tubos 
dentinários, na região da dentina (sensibilidade na dentina, mas oriunda da polpa - aparente 
inervação da dentina) – osso alveolar > ligamento periodontal > polpa dentária > canalículos
• os feixes nervosos não vão até o ápice dos canalículo s
• o grau de mineralização do esmalte está relacionado com a maior ou menor sensibilidade dos dentes 
(outra forma de controle da sensibilidade: obstrução dos canalículos
• Líquido dentinário nos canalículos: a movimentação na superfície dos dentes causa a movimentação do 
líquido, sensibilizando as fibras nervosas, causando a sensação de dor (mecanismo hidrodinâmico da 
sensibilidade dentinária)
• Selamento dos canalículos favorecem a dessensibilização
• Flúor compacta os cristais de hidroxiapatita evitando a penetração de bactérias pelos canais da 
dentina.
Periodonto
Conjunto para sustentação e manutenção dos dentes em seu devido lugar, formado por 3 tecidos: cemento, ligamento 
periodontal e osso alveolar.
Cemento
• Tecido conjuntivo mineralizado que envolve a toda a dentina radicular = "continuação do esmalte"
• Função: proporcionar a inserção das fibras colágenas do Ligamento periodontal
• Avascular
• Junção amelo-cementária : união do cemento com o esmalte
• Constituição (mesma proporção que o tecido ósseo):
• Matriz mineral (50%) - hidroxiapatita
• Matriz orgânica (50%) 
• principal componente: colágeno tipo I
• produzida pelos cementoblastos, que promovem a mineralização e estão situadas na periferia do 
cemento
• Existem 2 tipos de cemento:
• cemento acelular 
• destituído de célula na sua estrutura
• localizado ao longo das raízes incisivas e caninas (essas duas não 
possuem cemento celular) e os 2/3 iniciais dos molariformes
• cemento celular 
• possui células enclausuradas, sem contato entre elas ou com 
sangue - cementoblastos enclausurados em lacunas (cementócitos) 
(como elas sobrevivem sem vascularização? Não se sabe.)
• presente somente no terço apical (parte mais baixa) dos dentes molariformes
• Cementoblastos : células responsáveis pela produção do cemento celular e acelular. São encontrados revestindo a 
superfícies da raiz entre os feixes do ligamento periodontal e a dentina. 
• Cementócitos : cementoblastos em lacunas (é camada mais espessa do cemento), semelhantes aos osteócitos
Ligamento Periodontal
• Tecido conjuntivo denso modelado , composto por inúmeros feixes de fibras colágenas e fibroblastos em 
11
orientação específica, unindo o cemento ao osso alveolar
• Tipos celulares presente: Célulastípicas do tecido conjuntivo denso modelado
• Entre os feixes existe TCF com vasos sanguíneos
• Principal componente: fibroblastos especiais, capazes de fazer a renovação da matriz extracelular mais rápida de 
todo o corpo
• alta remodelação: devido aos constantes impactos, deslocamentos que o dente sofre
• Erupção dentária : multifatorial. O remodelamento da raiz vai elevando a coroa, até aparecer na gengiva – devido 
ao remodelamento do ligamento periodontal
• Escorbuto: renovação do colágeno I precisa de vitamina C; como é o tecido com maior taxa de 
remodelamento, é o primeiro a sofrer as consequências da falta dessa vitamina, causando 
desestabilização dos dentes como principal característica - formação deficitária do ligamento periodontal
Osso alveolar
• o osso alveolar é uma placa óssea bem vascularizada (permitindo o suprimento de vasos p/ a raiz), delgada, com 
forames, que delimita o espaço onde a raiz está inserida (o osso alveolar delimita o alvéolo dentário, local de 
inserção da raiz). Osso alveolar é a porção interna de cada processo alveolar.
• processo alveolar: é a projeção cônica do maxilar (osso alveolar + tecido ósseo esponjoso + taba cortical – tecido 
ósseo compacto)
• forames : entrada de vasos sanguíneos e nervos até o ligamento periodontal
• possui diferentes composições durante a vida:
• tecido ósseo primário (não lamelar): tem pouco cálcio e muitas células e fibras colágenas alocadas 
caoticamente. Está se reorganizando sempre, devido aos constantes atritos
• tecido ósseo secundário (lamelar): formado de lamelas paralelas ou concêntricas, em torno dos vasos 
formando os sistemas de Havers. Possui muito cálcio e o arranjo lamelar ajuda a distribuir a força pelo 
osso 
• Aparelho ortodôntico: força a absorção do osso alveolar de um lado e sua formação em outro (isso devido a 
imaturidade do osso primário; caso fosse um osso lamelar, isso não seria possível)
Resumo da odontogênese
Fase do botão: em pontos da borda livre da lâmina dentária as células ectodérmicas se agregam formando os botões 
dentário.
Fase do capuz: crescimento do botão, assumindo formato de capuz, formando o órgão dentário, que vai formar o esmalte; 
papila dentária, que vai formar a dentina e a polpa dentária; folículo dentário, que vai formar o periodonto.
Fase de sino: células epiteliais do órgão dentário produzem matriz rica em proteoglicanos, que atrai água para dentro do 
órgão, fazendo que suas células adquiram formato estrelado, formando o retículo estrelado (que reserva espaço para a 
formação da coroa). A porção epitelial do germe é revestida pelo epitélio dentário interno (sobre o qual se forma o extrato 
intermediário) e um epitélio dentário externo. A área de união ente os epitélios é chamada alça cervical.
Fase de coroa: surgimento dos tecidos mineralizados (primeiro a dentina, e depois o esmalte). Células do epitélio dentário 
interno invertem sua polaridade produzindo fatores de crescimento, que provoca a diferenciação das células mais 
periféricas da papila em odontoblastos. Estes começam a depositar matriz dentária, que se mineraliza, surgindo a dentina; 
dos odontoblastos projetam-se os prolongamentos de Tomes, que servem de molde para formação do canalículos 
dentinários da dentina. Por sinalização reversa, as células do epitélio dentário interno se diferenciam em ameloblastos, 
ficam mais cilíndricas e produzem a matéria orgânica do esmalte (a extremidade arredondada dos ameloblastos é 
chamada processo de Tomes). Para ocorrer a maturação do esmalte, os ameloblastos perdem os processos de Tomes e 
amadurecem o esmalte por injeção de cristais de hidroxiapatita e pela absorção da matriz.
Risogênse: formação da bainha epitelial radicular de Hertwig, por uma dupla camada de EDI + EDE, que se encontram no 
nível da alça cervical. Forma-se a dentina radicular por estímulo dos fatores de transcrição secretados pela bainha epitelial 
radicular de Hertwig. Como não há estrato intermediário na região da alça cervical, o EDI não se diferencia em 
ameloblastos e não ocorre deposição de esmalte na raiz do dente. Células do folículo dentário diferenciam-se em 
cementoblastos, sobre a superfície da dentina radicular, em fibroblastos, que produzem o ligamento periodontal, e ocorre 
a origem do osso alveolar.
Erupção dentária: crescimento da dentina radicular e do ligamento periodontal. O epitélio dentário reduzido que recobre a 
coroa produz citocinas, que atraem macrófagos, que se diferenciam em osteoclastos, que absorvem o tecido ósseo, e 
funde-se ao epitélio oral, formando o epitélio tampão temporário, cujas células sofrem apoptose, por onde entram micro-
organismo. 
Odontogênese
12
4ª semana: invasão da região cefálica por células da crista neural, que vão formar tecido conjuntivo de natureza 
mesenquimal, formando o ectomesênquima – mesênquima derivado das cristas neurais, que vai constituir a maior parte 
do tecido conjuntivo da área da cabeça, dentina e periodonto, além de contribuir para o aumento dos arcos faríngeos, que 
formam os processos faciais por migração e proliferação das células ectomesenquimais. Ocorre a interação molecular 
recíproca entre as células epitélio ectodérmico do estomodeu (limitado pelos processos faciais e nasais) e o 
ectomesênquima (interações ectodérmicas / ectomesênquimas) - primeiramente as células ectodérmicas enviam sinais às 
células do ectomesênquima, e depois esse papel se inverte. 
Na 6ª semana - indícios do futuro desenvolvimento dentário; ocorre a 
proliferação do ectoderma (epitélio oral - espessamento na superfície 
ectodérmica do estomodeu), formando a banda epitelial primária - 
primeiro indício formativo dos germes dentários. Desta banda há projeção 
de duas lâminas: a lâmina vestibular (lâmina epitelial região anterior), e a 
lâmina dentária (lâmina epitelial posterior). As células da lâmina vestibular 
sofrem degeneração, formando o sulco vestibular, delimitando, na porção 
anterior, o vestíbulo oral entre a porção alveolar dos maxilares, os lábios e 
bochechas. Importante notar que o dente cresce de baixo para cima, pois a 
coroa é a primeira a ser feita, sendo posteriormente elevada de acordo 
com o crescimento da raiz. Na lâmina epitelial posterior (lâmina dentária) 
há a continuação de desenvolvimento dos germes dentários.
Modificações na lâmina dentária
Ocorrem em 5 fases: fase de botão, capuz, campânula ou sino, coroa e formação da raiz.
1º - fase do botão
• Em determinados pontos da borda livre da lâmina dentária vão surgindo aglomerados arredondados de células 
epiteliais.
• Dentes certos nas regiões certas: determinação genética do posicionamento crânio caudal e da morfologia dos 
dentes.
Ao longo do comprimento da lâmina dentária, a atividade proliferativa do 
ectoderma levará a formação de uma série de tumefações epiteliais 
("botões") localizadas - 10 pontos no arco superior e 10 pontos no arco 
inferior - que correspondem às posições dos futuros dentes decíduos. Os 
botões correspondentes aos vários dentes surgem em períodos diferentes 
na lâmina dentária. Os primeiros a aparecerem são da região anterior da 
mandíbula, que corresponderão aos futuros incisivos inferiores, logo, na 
maioria dos indivíduos, esses são os primeiros elementos dentários a 
surgirem. A maior parte dos dentes apresenta 2 botões, um para a dentição 
decídua e outro para a dentição permanente (os dentes molares 
apresentam somente 1 botão). Na ponta do botão ocorre uma condensação 
de células do ectomesênquima.
2º – fase do capuz
• A porção epitelial do germe dentário começa a se converter em 
um formato de capuz: aglomeração e proliferação de células 
ectomesenquimais para formar o órgão dentário (ou órgão do 
esmalte)
• Papila dentária: origina dentina e a polpa dentária
• Várias células ectomesenquimais formam um arranjo concêntrico 
- é folículo dentário, que origina o periodonto
• Nessa fase as célulasjá possuem destino na formação das 
estruturas específicas do dente.
Observa-se no germe dentário (soma de todas as estruturas que vão 
formar o dente) uma intensa atividade mitótica das células derivadas do 
epitélio oral e das células do ectomesênquima; essas se proliferam ao ponto de 'empurrar' o botão (células ectodérmicas) 
para cima, deixando-o com aspecto de capuz. A parte ectodérmica passa a se chamar órgão dentário (ou órgão do 
esmalte); às células do ectomesênquima abaixo do órgão dentário dá-se o nome de papila dentária; e 'envolvendo' as 
duas estruturas têm-se o folículo dentário, formado por células ectomesenquimais. 
13
A papila dentária dará origem à dentina e a polpa dentária (origem ectomesenquimal); o órgão do esmalte estabelecerá a 
forma da coroa, formação da dentina e estabelecimento da junção dento gengival; e o folículo dentário dará origem às 
estruturas do periodonto.
3ª – fase de campânula ou sino (fase de crescimento do germe dentário e 
aumento das camadas – diferenciação celular)
• Matriz rica em proteoglicanos (proteína central ligada a 
glicosaminoglicanos (hidrofílicos) depositados pelas células do órgão 
do esmalte.
• glicosaminoglicanos (hidrofílicos): ocorre o acúmulo de água, 
provocando afastamento das células que continuam ligadas 
por desmossomos - formação do retículo estrelado
• O retículo estrelado proporciona o espaço para a formação da 
futura coroa dentária.
• Epitélio dentário externo delimita externamente o órgão dentário.
• Nesse estágio já há delimitação da área que organizará a raiz (área de união entre epitélio dentário interno e 
epitélio dentário externo)
• A mesma lâmina que origina a dentição decídua origina a dentição permanente.
• Por volta dos 5 anos: germes dentários prontos
Nesse estágio, o órgão do esmalte se aprofunda e sua margem continua a 
crescer e dessa forma a estrutura toma a forma de um sino. Nas bordas do 
germe dentário, a união das células do epitélio interno e externo do órgão do 
esmalte – epitélio dentário interno e epitélio dentário externo - dará 
origem a uma estrutura denominada alça cervical, antecessor da bainha de 
Hertwig, importante estrutura dentária na formação da raiz dentária. 
Com a microscopia óptica é possível a identificação de quatro tipos celulares 
na região do órgão do esmalte: as células que formam o epitélio dentário 
externo (1), o retículo estrelado (2), o epitélio dentário interno (3) e o 
surgimento de uma nova faixa de células pavimentosas que se localizam 
entre o epitélio dentário interno e o retículo estrelado, denominada estrato 
intermediário (4). As células voltada para o interior do estrato 
intermediário darão origem aos ameloblastos, e as voltadas para a papila dentária darão origem aos odontoblastos. O 
retículo estrelado, na parte interna do órgão do esmalte, distribuídas num grande volume de matriz extracelular rica em 
proteoglicanos (com natureza hidrofílica), encontram-se células que apresentam formato de estrela devido a 
prolongamentos que estabelecem comunicação por desmossomos. O retículo estrelado delimita o espaço para o 
aparecimento da coroa dentária, a primeira parte do dente a ser feita.
4ª – fase de coroa
• Surgimento dos tecidos dentários mineralizados 
• Primeiras modificações ocorrendo no ápice da papila dentária 
• O aparecimento da dentina (dentinogênese) precede o surgimento do esmalte (amelogênese)
• Células do epitélio dentário interno (EDI) possuem núcleos voltado para a Papila Dentária (PD); ocorre a mudança 
da polaridade das células, ficando voltadas agora para o extrato intermediário. Fatores de crescimento 
produzidos pelas células do EDI induzem diferenciação das células da PD, e origina os odontoblastos (produção 
da matriz orgânica da dentina)
• Células do EDI passam a ser cilíndricas
• Odontoblastos com atividade secretora: produção de dentina, com deslocamento centrípeto (em direção ao 
centro da PD)
• Após a deposição de dentina a altura das células EDI aumenta muito
• O fim da diferenciação das células do EDI é determinado pelo processo de Tomes, com a origem dos 
ameloblastos.
• Após o surgimento da dentina pode-se denominar a Papila Dentária de Polpa Dentária.
• A aproximação das camadas gera uma camada protetora antes da erupção dos dentes, formando o epitélio 
dentário reduzido
O estrato intermediário dará início aos processos que marcam essa fase, que é a justamente a morfo e a histodiferenciação 
– 'surgimento dos tecidos dentários mineralizados da coroa'. Como principal evento, destaca-se a indução recíproca entre 
pré-ameloblastos (oriundos do epitélio dentário interno) e odontoblastos (oriundos de células diferenciadas da papila 
14
dentária).
Com o aparecimento do estrato intermédio, através de fatores de 
crescimento, as células do epitélio interno do órgão do esmalte, que 
são naturalmente cúbicas, passam a ser induzidas a se tornarem 
cilíndricas, aumentando de tamanho. Esse fato biológico é o que marca 
o início de um processo denominado inversão polar, onde o seu núcleo, 
anteriormente localizado próximo à membrana basal, migrará até atingir 
o polo contrário da célula, ficando mais próximo do estrato 
intermediário. A partir do momento que a inversão se completa, essas 
células se tornam pré-ameloblastos, uma fase antecessora das células 
secretoras da matriz orgânica do esmalte. Os Pré-ameoblastros liberam 
fatores de crescimento sobre células ectomesenquimais da papila 
dentária, onde uma inversão polar também pode ser observada, 
formando os pré-odontolastos.
Os pré-odontoblastos se dirigem à papila dentária e começam a secretar a 
primeira camada de dentina do elemento dentário, denominada pré-
dentina, um tecido pouco mineralizado e rico em vesículas da matriz. Os 
pré-odontoblastos maturam-se em odontoblastos e induzem os pré-
ameloblastos a se diferenciarem em ameloblastos que, finalmente, 
secretarão a primeira camada de esmalte do dente (os pré-ameoblastos 
vão ficando mais cilíndricos, para a produção da matriz que origina o 
esmalte; quando apresentam em sua porção apical projeções, 
denominadas projeções de tomes, chega ao fim o processo de 
diferenciação dos ameloblastos). No caminho, ao produzir a dentina 
coronal, os odontoblastos deixam os canalículos de Tomes, que são 
projeções citoplasmáticas.
Obs.: os odontoblastos possuem os prolongamentos 
(canalículos) de Tomes, e os ameloblastos possuem o 
processo (projeção) de Tomes; os ameloblastos depois 
perdem o processo de Tomes, reabsorvendo o excesso 
de matriz e injetando sais minerais no esmalte. Com o 
início da formação da dentina, a papila dentária passa a 
ser chamada polpa dentária, pois esta dentro de uma 
região de dentina; por cima do esmalte exite uma 
camada protetora, que é composta pelo resto do órgão 
dentário, que agora reveste a coroa.
5ª – formação da raiz (rizogênese)
• Alça cervical: área de junção dos segmentos dentários
• Bainha de Hertwig: proliferação formando uma dupla camada de células - formada pelo EDE e EDI.
• A medida que essa bainha cresce ela envolve células ectomesenquimais e forma-se a bainha epitelial 
radicular
• Há fragmentação dessa bainha; esses espaços são usados pelas células mesenquimais do folículo 
dentário, ocorrendo a diferenciação e formação cementoblastos, iniciando a formação de Cemento.
• Ao mesmo tempo há diferenciação de fibroblastos, produzindo 
o ligamento periodontal 
• Ocorre a ossificação intramembranosa: formação de osso 
alveolar 
• Conforme a raiz vai sendo formada, a coroa vai sendo elevada 
em direção ao epitélio da cavidade oral.
• Tampão epitelial temporário (no entanto, 
gradativamente, essas células começam a sofrer 
apoptose). 
• Espaço deixado pelo tampão: entrada de bactérias da 
flora bucal ou do ambiente, provocando produção de 
citocinas inflamatórias por células do sistema imune. 
15
• Teething:aparecimento da ponta do dente.
• Erupção vai até o dente ficar na posição correta, com a projeção da coroa a níveis mais altos: chega no plano de 
oclusão
• Formação da gengiva livre
A proliferação das células do epitélio dentário interno e externo, na região da alça cervical, formará uma dupla camada 
celular, conhecida como bainha epitelial radicular de Hertwig. A bainha epitelial radicular de Hertwig tem por função 
modelar e formar a dentina radicular.
Quando as células do epitélio dentário interno induzirem a diferenciação das células ectomesenquimais da papila dentária 
em odontoblastos, e a primeira camada de dentina for depositada – a dentina radicular, parte desta bainha epitelial 
radicular de Hertwig se fragmenta, perdendo a sua continuidade e a sua relação íntima com a superfície do dente. 
O folículo dentário (ectomesênquima), que surgiu na fase de capuz, aproveita os espaços na bainha epitelial radicular de 
Hertwig, invade os poros, e dispõem-se ao redor da dentina, diferenciado-se em cementoblastos (formando o cemento), 
fibroblastos (formando o ligamento periodontal) e o osso alveolar.
A erupção ocorre devido ao tampão oral, que é o epitélio oral se juntando ao epitélio dentário externo e sofrendo 
apoptose; isso proporciona a entrada de micro-organismo e posterior liberação de citocinas, causando febre, diarreia, 
incômodo, fase chamada de 'theeting' (aparecimento do dente), quando o dente está para nascer; a passagem do dente 
pela camada óssea que se encontra acima do dente ocorre devido à estimulação para a reabsorção óssea. - Teething is the 
process by which an infant's first teeth (the deciduous teeth, often called "baby teeth" or "milk teeth") sequentially appear 
by emerging through the gums. Teething may cause a slightly elevated temperature, but not rising into the febrile range. 
Higher temperatures during teething are due to some form of infection, such as a herpes virus, initial infection of which is 
extremely widespread among children of teething age. 
Vídeo ilustrativo: http://www.youtube.com/watch?v=pusmu_fg_jg
Aula 2 - Fani
Estrutura geral do tubo digestivo
A cavidade oral não tem uniformidade tecidual, mas do esôfago para baixo sim. Existe uma ordem geral dos tecidos do 
sistema digestório (esôfago, estômago e intestino, variando somente as características regionais de cada órgão), com 
exceção das glândulas anexas (pâncreas, vesícula e fígado, que tem organizações próprias). 
Ordem: mucosa, submucosa, muscular, adventícia ou serosa. O que mais caracteriza o órgão devido às mudanças 
regionais: mucosa e submucosa.
• Obs.: cuidado com a definição de mucosa, que pode ser 1) área úmida, 2) somatório de epitélio + tecido 
conjuntivo, 3) camada do sistema digestório ou 4) devido ao seu carácter químico, relacionado à secreção (no 
caso, ácinos mucosos)
1ª túnica: mucosa (túnica mucosa). É a camada mais próxima a luz do órgão. Epitélio + TCF (lâmina própria) + glândulas + 
nódulos linfáticos + muscular da mucosa.
• Epitélio: varia de acordo com órgão (simples, estratificado, pavimento, cilíndrico..)
• TCF (lâmina própria): TCF + vasos + tecido linfoide com células de defesa (macrófagos, linfócitos...), com poucas 
fibras colágenas. 
16
• Epitélio + conjuntivo: define as estruturas (criptas, fossetas ou fovéolas – invaginações da luz para dentro 
do órgão; vilosidades – projeções do tecido em direção à luz, ou o tecido reto, como no esôfago)
• Glândulas: derivadas do tecido de revestimento (origem endodérmica). São glândulas tubulosas na sua maioria 
(não tem acinosas).
• Nódulos linfáticos: isolados e subepiteliais. O tecido linfoide associado à mucosa (MALT) é um sistema difuso de 
pequenas concentrações de tecido linfoide encontrado em várias partes do corpo, como no trato gastrointestinal, 
tireoide, seios, pulmão, glândula salivar, olho, e pele. É composto principalmente por linfócitos T, que estão 
situados em regiões propícias ao contato com antígenos que entram na mucosa do epitélio intestinal. Os 
componentes do MALT muitas vezes são divididos nas seguintes categorias, e GALT é tecido linfoide associado ao 
trato gastrointestinal. Possui as placas de Peyer no duodeno. O MALT tem a função de regular a imunidade nas 
mucosas. Ele pode ser a região de formação de linfomas, geralmente dos não-Hodkinianos. Um tumor específico 
relacionado ao linfoma da MALT está relacionado à bactéria Helicobacter pylori no estômago. 
• Muscular da mucosa: músculo liso divido em 2 camadas: circular interna e longitudinal externa. Muito difícil de 
ver na MO. Camada muito importante e é a última camada da mucosa.
2ª túnica: submucosa. TCF + glândulas + nódulos 
linfáticos + plexo nervoso
• TCF: grande faixa de TCF com excesso de 
fibras colágenas esparsas (alguns autores 
chamam de TC moderadamente denso)
• Glândulas: maioria acinosas de origem 
mesodérmica, por exemplo – glândulas 
podem vir de qualquer tecido 
embrionário (só tem glândulas na 
submucosa do esôfago e no duodeno)
• Nódulos linfáticos (tecido linfoide denso 
difuso)
• Plexo nervoso: plexo de Meissner ou 
plexo mucoso submucoso. Controla a 
camada submucosa. É formado por uma 
cadeia de neurônios interconectados 
que controlam principalmente a 
secreção gastrintestinal e o fluxo 
sanguíneo local. Situa-se na camada 
submucosa em todo o trato 
gastrintestinal. Suas funções estão 
ligadas à região mais interna da parede do intestino, controlando a secreção local, absorção, e contração do 
músculo submucoso, que é capaz de formar pregas na parede. 
3ª túnica: muscular. Músculo liso + plexo nervoso mioentérico (Auerbach)
• Na maior parte do tubo é composto por 2 camadas músculo liso; origem do músculo: mesênquima da 
esplancnopleura
• camada circular interna
• camada longitudinal externa
• exceções: 1) no terço proximal do esôfago (músculo estriado esquelético, pois recebe 
informações do arco faríngeo), 2) no terço médio do esôfago (músculo esquelético e liso – já 
recebe informação da esplancnopleura) e 3) e no estômago, que tem 3 camadas musculares 
(oblíqua interna). 
• Plexo nervoso mioentérico ou Auerbach: entre a camada circular e longitudinal (neurônios multipolares 
estrelados). É considerado um sistema nervoso a parte. É formado por uma cadeia de neurônios interconectados 
que coordenam principalmente as contrações no trato gastrintestinal. Situa-se entre as camadas musculares 
longitudinal e circular. Está presente em todo o trato gastrintestinal. Atua de modo predominantemente 
excitatório, no controle do peristaltismo, aumentando a contração tônica da parede muscular, a frequência e 
intensidade da contração e aumentando a velocidade de transmissão das ondas excitatórias. Na ausência 
congênita do plexo mioentérico, o peristaltismo - quando ocorre - é extremamente fraco. 
17
4ª camada: encapa o órgão, sendo ou uma adventícia ou uma serosa (peritôneo visceral)
• Adventícia: TCF com vasos, terminações nervosas, sem tecido epitelial. Presente nos órgãos retroperitoniais, na 
maior parte do esôfago e no cólon ascendente e descendente do intestino
• Serosa: TCF + mesotélio (epitélio pavimentoso simples, com revestimento externo) – Peritônio visceral. Origem no 
mesoderma da esplancnopleura. Pode envolver o órgão totalmente ou só parcialmente.
Esôfago
Terço distal:
• Luz reta (sem criptas/vilosidades)
• Epitélio pavimentoso estratificado não 
queratinizado (em roedores é queratinizado)
• TCF (lâmina própria) sem glândulas (mais 
comum nos terços proximal que na distal; na 
cárdia – passagem do esôfago para o 
estômago, no terço distal – com as glândulas 
cárdicas esofágicas, com projeção de 
glândulas do estômago)
• Nódulos linfáticos
• Muscular da mucosa (do terço médio para 
baixo)
• (pode apresentar ductos das glândulas 
esofágicas)
• início da 2º túnica
• TCF
• Glândulas esofagianas (acinosas mucosas)(alcalinizam o esôfago; com ductos que atravessam a mucosa 
desembocando no epitélio, sendo as principais responsáveis pela lubrificação do esôfago) - 
• Nódulo linfático
• Plexo nervoso submucoso
• início da 3º túnica
• Músculo liso circular interno
• Plexo nervoso mioentérico entre as camadas musculares
• Músculo liso longitudinal externo
• início da 4ª túnica
• Adventícia (maior parte; serosa na parte distal)
Obs.: o esôfago só apresenta glândulas acinosas, e somente na submucosa (pode apresentar na túnica mucosa na região 
próximo à faringe e próximo à cárdia). 
Glândulas
Quanto a natureza de sua secreção. Mucosas: Secretam muco. O muco é uma secreção mais densa, de alta viscosidade. 
Serosa: Secretam substâncias serosas, que é algo mais fluído, com grande quantidade de proteínas. Mucosserosa ou 
Mista: Quando secreta o muco e sera. 
Quanto a forma da glândula. Podem ser diferentes nomes de acordo com a sua disposição espacial. Por isso, possuem 
diferentes nomes. São esses nomes como: tubular simples, ácinal simples (como os ácinos pancreáticos) e túbulo-ácinal.
18
Resumo de esôfago
Epitélio Estratificado pavimentoso não queratinizado
Lâmina própria Sem glândulas na sua maior parte, com glândulas cárdicas esofagianas (no terço distal) e 
algumas glândulas no terço proximal - pode apresentar os ductos das glândulas esofágicas; 
Nódulos linfáticos
Células das glândulas mucossecretoras
Muscular da mucosa longitudinal externa somente, presente do terço médio para baixo
Submucosa Glândulas esofagianas (acinosas mucosas); Nódulo linfático; Plexo nervoso submucoso
Muscular externa Plexo nervoso mioentérico entre as camadas musculares circular interna e longitudinal externa 
Serosa ou adventícia Adventícia, exceto na cavidade abdominal, onde apresenta serosa
Aula 3 – Fani
Estômago
O estômago é um órgão presente no tubo digestivo, situado logo abaixo do diafragma, mais precisamente entre o esôfago 
e o duodeno. Nele, os alimentos são pré-digeridos e esterilizados, a fim de seguirem para o intestino, onde são absorvidos. 
Estômago tem cerca de 1,5 litros. Produz uma grande quantidade de substâncias, e isso implica em vários tipos celulares 
na glândulas que secretam hormônios 'verdadeiros' e parácrinos (glândula é um conjunto de células que segregam algo; no 
19
estômago, só existem glândula tubulosas, e somente na camada mucosa – não existem glândulas na túnica submucosa – a 
camada submucosa é vazia, voltando a aparecer glândulas no duodeno). Dentre os órgãos do sistema digestório, ele é o 
mais organizado histologicamente.
O estômago é dividido anatomicamente em 4 regiões: cárdia, fundo do estômago, corpo do estômago e piloro; e é dividido 
histologicamente em 3 regiões, pois histologicamente o corpo e o fundo são iguais. O diferencial entre os cortes 
encontram-se geralmente na parte da mucosa / submucosa.
• Região cárdica – transição com final do esôfago, e por isso, a 
principal característica é mudança do epitélio (de estratificado 
pavimentoso não queratinizado para cilíndrico simples). Outra 
característica de transição com o esôfago é poder apresentar 
glândulas acinosas na túnica mucosa; porém, geralmente é artificio 
de técnica. Pode ser chamada de transição esôfago cárdia, 
transição esôfago gástrica, junção cardio esofágica.
• Presença de pouco muco, alcalino, produzido pelo epitélio 
de revestimento, para neutralizar o pH ácido, 
principalmente oriundo da região fúndica
• Epitélio cilíndrico simples mucossecretor (na região 
fúndica existem mais células mucossecretoras), com 
núcleos na base, altas e sem células caliciformes
• se mudar de ep pav estrat não queratinizado para ep 
cilíndrico simples bruscamente é a cárdia; essa mesma 
mudança ocorre do intestino para o epitélio anal, com 
a diferença que no intestino tem células caliciformes, e 
no estômago, não.
• presença de criptas ou favéolas gástricas curtas
• pregas ou rugas – invaginações da mucosa e 
submucosas, vista macroscopicamente; criptas: 
invaginações microscópicas na mucosa
• glândulas cárdicas - glândulas tubulosas ramificadas 
('enoveladas'), curtas, na mucosa, derivadas do epitélio de revestimento, desembocando nas criptas
• pode aparecer glândulas acinosas na mucosa, mas geralmente são esofágicas e estão presentes 
devido a técnica de corte
• muscular da mucosa
• submucosa sem glândulas
• Região fúndica – é o modelo histológico básico do estômago.
• Presença de muito muco na superfície
• Epitélio cilíndrico simples mucossecretor, com núcleos na base 
e sem células caliciformes
• presença de criptas curtas
• glândulas fúndicas – glândulas alongadas, retas e profundas, 
que vão até a muscular da mucosa. Desembocam no fundo 
das criptas, tendo várias glândulas desembocando suas 
secreções em cada cripta. Compostas pelo epitélio de 
revestimento e outros tipos celulares, gerando um muco do 
epitélio + muco das glândulas
• muscular da mucosa
• submucosa sem glândulas
Epitélio cilíndrico simples
 Glândulas enoveladas na mucosa
. Criptas curtas
• Região pilórica - 
• Presença de pouco muco
• Epitélio cilíndrico simples mucossecretor (na região fúndica existem mais células mucossecretoras), com 
núcleos na base e sem células caliciformes
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• presença de criptas profundas
• glândulas pilóricas - tubulosas ('enoveladas'), curtas, na mucosa, derivadas do epitélio de revestimento, 
desembocando nas criptas
• muscular da mucosa
• na transição do duodeno, o duodeno apresenta 
glândulas na submucosa, o que não existe no 
estômago
• as pregas ou rugas do estômago são projeções da 
mucosa e submucosa, sendo macroscópicas; as criptas 
são microscópicas.
• Submucosa sem glândulas
A glândula fúndica é dividida em 3 parte, com células predominantes em cada 
região:
• Istmo - ápice
• células da superfície (mucossecretoras)
• células tronco (o estômago se renova a cada 5 dias)
• ambas as células encontram-se por todo o estômago
• Colo – é a maior região, e é medial
• células mucosas do colo (produzem muco diferente do 
produzido pelas células da superfície)
• células parietais ou oxínticas
• são as células mais abundantes na região
• formato arredondado a trapezoide, núcleo grande, 
arredondado e central
• formam canalículos, onde é produzido o HCl – caso o HCl 
fosse produzido no interior na célula, essa morreria
• tem morfologia diferente quando está em baixa ou alta 
atividade; em alta atividade, apresenta um número maior de 
canalículos devido a maior síntese de ácido
• função: secreção de íons H+ e Cl+
• medicamentos contra gastrite: geralmente atuam 
na bomba de Cl, diminuindo o HCl
• Secreção ácida: não prejudica a mucosa pois ela é 
preparada para receber o HCl; o desequilíbrio das 
enzimas que regulam a acidez leva a problemas 
gástricos.
• acidófila – muitas mitocôndrias, pois necessitam de muita 
energia para produzir o HCl
• Produz o fator antianêmico (glicoproteína)
• o fator antianêmico se liga à vitamina B12 para que ela seja absorvida no íleo, sendo 
necessária para a formação das hemácias. Sem o fator antianêmico a vitamina B12 
passa direto, interferindo na produção de hemácias, causando a anemia perniciosa. 
Lesões no estômago diminuem a quantidade dessas células, podendo levar à anemia
• células principais (essas são mais presentes na base)
• Base ou fundo
• células principais ou zimogênicas
• produzem o pepsinogênio, que vira pepsina na presença de meio ácido (HCl), que cliva as 
proteínas
• produzem lipase para a quebra de proteínas
• são cilíndricas, basófilas, com núcleo elíptico e basal
• células endócrinas ou enteroendócrinas (mais abundantes da região, do sistema endócrino difuso) – mais 
ou menos 15 tipos, liberando substâncias parácrinas e endócrinas
• produz gastrina e serotonina – substâncias estimuladoras da produção deHCl (estresse causa 
úlcera)
• produz somatostatina – substância inibidora da produção de Hcl (pelas células D)
• células parietais (poucas)
21
Região cárdica: apresenta células endócrinas e células mucosas.
Região pilórica: apresenta células endócrinas, parietais e mucosas (não apresenta células principais). 
Apesar da mucosa de muito bem protegida pelo muco, algumas substâncias agridem a mucosa e / ou podem ser 
absorvidas por ela, como álcool e medicamentos (aspirina, bufenina, anti-inflamatórios, antibióticos).
Proteção da mucosa - 3 fatores principais
• muco
• proximidade das células
• produção de prostaglandinas
• as prostaglandinas melhoram a irrigação sanguíneas, fazendo com o fluxo vascular oriente a direção das 
secreções glandulares; dessa forma, não há acúmulo de substâncias nas criptas, evitando lesões
• alguns medicamentos, como anti-inflamatórios, alteram as prostaglandinas, modificando a 
circulação sanguínea, acumulando ácido nas criptas, causando úlceras
Bactéria Helicobacter pylori: quando está ativa, causa gastrite; 
sabe-se se está ativa pois produz urease.
Ocorre a presença de nódulos linfáticos por toda mucosa e 
submucosa.
A submucosa do estômago não apresenta glândulas (pode 
apresentar nas regiões de transição do esôfago e duodeno, mas 
geralmente devido a técnicas de corte)
Túnica muscular: apresenta 3 camadas
• obliqua interna
• circular média
• longitudinal externa 
• ocorre a presença de plexos nervosos em toda a 
camada muscular e submucosa
Serosa: Peritônio - mesotélio (ep pavimentoso simples) + TC
• mesotelioma: câncer de peritônio
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Resumo da região cárdica
Epitélio Simples cilíndrico
Tipo celular do epitélio Células superficiais de revestimento, que também secretam muco 
Lâmina própria Glândulas cárdicas; criptas gástricas rasas
Células das glândulas células da superfície (mucossecretoras); células mucosas do colo; células tronco; células 
endócrinas; células parietais; nódulos linfáticos
Muscular da mucosa Circular interna, longitudinal externa e em alguns lugares, uma circular mais externa 
Submucosa Nenhuma glândula; plexo nervoso; nódulos linfáticos
Muscular externa Oblíqua interna, circular média, longitudinal mais externa 
Serosa ou adventícia serosa
Resumo da região fúndica
Epitélio Simples cilíndrico
Tipo celular do epitélio Células superficiais de revestimento, que também secretam muco
Lâmina própria Glândulas fúndicas; criptas gástricas rasas; nódulos linfáticos
Células das glândulas células da superfície; células mucosas do colo; células tronco; células parietais; células 
principais; células endócrinas
Muscular da mucosa Circular interna, longitudinal externa e em alguns lugares, uma circular mais externa
Submucosa Nenhuma glândula; plexo nervoso; nódulos linfáticos
Muscular externa Oblíqua interna, circular média, longitudinal mais externa
Serosa ou adventícia serosa
Resumo da região pilórica
Epitélio Simples cilíndrico
Tipo celular do epitélio Células superficiais de revestimento, que também secretam muco
Lâmina própria Glândulas pilóricas; criptas gástricas profundas; nódulos linfáticos
Células das glândulas células da superfície (mucossecretoras); células mucosas do colo; células tronco; células 
endócrinas; células parietais
Muscular da mucosa Circular interna, longitudinal externa e em alguns lugares, uma circular mais externa
Submucosa Nenhuma glândula; plexo nervoso; nódulos linfáticos
Muscular externa Oblíqua interna, circular média (bem desenvolvida, formando o esfíncter pilórico), longitudinal 
mais externa
Serosa ou adventícia serosa
23
Aula 4 – Marcelo
Fígado e vesícula biliar
Fígado
• maior glândula do corpo – glândula cordonal, sendo um órgão epitelial e de segundo maior volume no corpo, 
perdendo apenas para a pele
• mais de 100 funções específicas descritas
• Funciona tanto como glândula exócrina (relacionada ao tubo digestório), liberando secreções num sistema de 
canais que se abrem numa superfície externa, como glândula endócrina, uma vez que também libera substâncias 
no sangue ou nos vasos linfáticos. 
• subdividido anatomicamente em 4 lobos: esquerdo, direito, quadrado e caudado. Os lobos direito e esquerdo são 
separados pelo ligamento falciforme. 
• revestido por uma capsula conjuntiva (cápsula de Glisson), recoberta pelo peritônio (com exceção da área nua do 
fígado – nicho hepático, aderência ao diafragma)
• Cápsula de Glisson – TC denso modelado e recoberta por mesotélio peritonial – que envia septos para o 
interior do parênquima hepático
• a divisão do parênquima hepático é feita com base em unidades morfofuncionais histológicas denominadas 
lóbulos hepáticos clássicos, delimitados lateralmente 
por septos conjuntivos, com os espaços porta (espaços 
no plural e porta no singular) em seus vértices – 
contendo elementos da tríade portal: artéria, veia e 
ducto biliar –, com a veia centrolobular como eixo 
morfológico, e com as placas limitantes entres os 
lóbulos (placas mais periféricas, que limitam os lóbulos)
• a pequena quantidade de septos de tecido 
conjuntivo causa uma delimitação ruim dos 
lóbulos hepáticos clássicos no fígado humano
• epitélio do ducto biliar: simples cúbico ou 
simples cilíndrico
• o espaço porta pode apresentar vaso linfático, 
mas esse não faz parte da tríade portal
• hepatócitos em formato cuboide formando cordões, e 
entre eles os sinusoides desembocando na veia 
centrolobular
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• o estroma intralobular apresenta fibras reticulares de colágeno tipo III, com forma irregular
• estroma: tecido de sustentação; geralmente TC
• parênquima: tecido funcional do órgão ('tecido nobre')
• fibras reticulares: entre as fileiras de hepatócitos e endotélio sinusoidal, e ao redor da veia centrolobular
• para ver o colágeno, geralmente se usa nitrato de prata, que as vezes cora o núcleo da célula também 
devido a afinidade do DNA aos sais de prata
Vascularização do fígado
É feita pela veia porta do fígado (75% do sangue) e a artéria hepática própria (25% do sangue); a partir dos sinusoides, há a 
mistura dos sangues, formando um sangue misto. A circulação ocorre da periferia para o centro do lóbulo hepático clássico
• Veia porta > ramos venosos interlobares 
(entre os lobos) > ramos venosos 
interlobulares (no espaço porta) > vênulas 
portais terminais (nas placas limitantes) > 
vênulas de entrada (após as placas 
limitantes) > sinusoides
• ramos da veia porta do fígado 
são veias de 
pequeno/médio/grande calibre 
encontradas em meio ao tecido 
conjuntivo dos espaços porta, 
juntamente com ramos da artéria 
hepática própria e ductos biliares
• veias sublobulares são veias de 
pequeno/médio calibre, 
encontradas isoladas em meio ao 
parênquima hepático, cercadas 
por pequenas 
quantidades de TCF de 
sua adventícia
• artéria hepática própria > vasos 
arteriais interlobares > vasos 
arteriais interlobulares > 
arteríolas hepáticas terminais > 
sinusoides
• os vasos arteriais 
interlobares e 
interlobulares enviam 
capilares ao tecido 
conjuntivo e ductos 
biliares, que são drenados para os vasos 
venosos interlobares e interlobulares
• sinusoides > veia centrolobular (veia hepática 
terminal) > veia sublobular > veia coletora > veias 
hepáticas > veia cava inferior
• nos sinusoides inicia-se a circulação venosa
• Hilo é uma região onde entram e saem 
estruturas importantes. O hilo hepático ou 
hilo porta-hepático é a região onde entra a 
veia porta e a artéria hepática, e sai os 
ductos biliares. 
25
Vias biliares intra-hepáticas
ocorre do centro do lóbulo hepático clássico para a periferia
• canalículos biliares (formados pela membrana plasmática dos hepatócitos > dúctulos biliares (canais de Hering ou 
colangíolos – conexão entre os canalículos e os ductos biliares, formados de epitélio simples pavimentosoou 
simples cúbico) > ductos biliares do espaço porta (epitélio simples cúbico a simples cilíndrico)
• existem capilares em torno do ducto biliar, formando o plexo capilar peribiliar
Capilares Sinusoides hepáticos
Os sinusoides são capilares que ocupam o espaço entre as placas de hepatócitos, onde ocorre mistura do sangue venoso 
com o arterial, com as paredes bem perfuradas, por onde há extravasamento de plasma para os espaços de Disse, depois 
para o espaço de Mall, de onde a linfa é enviada para o espaço porta (os espaço porta estão isolados do parênquima 
hepático pela placa limitante, uma conexão de hepatóciots modificados; um espaço estreito, o espaço de Mall, separa a 
placa limitante do tecido conjuntivo do espaço porta)
• endotélio muito delgado, sem lâmina basal
• calibre amplo em comparação a outros tipos de capilares
• Placa de Mall: Localizada entre a Placa Limitante e o 
Espaço Porta 
• células endoteliais dotadas de conjuntos de fenestrações, 
orifícios (placas em “peneira”), para facilitar trocas
• células de Kupffer - células fagocitária em seu 
revestimento (células macrófagas do fígado, entre as 
células endoteliais, e não sobre elas)
• Possui muitos lisossomos para cumprir sua 
função como célula fagocitária (muitos 
pseudópodos) e um núcleo grande e oval. É 
envolta por fibras reticulares. São células 
descontínuas, e auxiliam a passagem do plasma 
aos hepatócitos 
• principais funções são: metabolizar eritrócitos 
velhos, digerir hemoglobina, secretar proteínas 
relacionadas com os processos imunológicos e destruir bactérias que eventualmente penetre no sangue 
portal a partir do intestino grosso 
• hemocromatose hereditária - o acumulo no do íon ferro nos hepatócitos e nas células de Kupffer, causam 
morte do parênquima hepático, provocando cirrose hepática e hepatocarcinoma. 
• Como o sangue percorre os sinusoides da periferia 
para o centro dos lóbulos, os hepatócitos estão sob 
gradiente de composição sanguínea. Os mais 
periféricos recebem em primeiro lugar tanto 
nutrientes quanto oxigênio, com eventuais toxinas 
trazidas pela veia porta e artéria hepática. Isto 
explica as diferenças entre as células 
centrolobulares e as perilobulares. 
• Só existem capilares sinusoides no fígado, 
baço e medula. Capilares fenestrados tem 
fenestras (orifícios) com diafragma, e 
capilares sinusoides contém orifícios sem 
diafragma.
Espaço perissinusoidal de Disse 
Espaço extremamente estreito entre os hepatócitos e o 
endotélio sinusoidal dos capilares sinusoides, onde estão 
localizadas as fibras reticulares (colágeno tipo III) do estroma intralobular, onde ocorre o recolhimento do plasma 
extravasado.
Células de Ito 
Fibroblastos especializados localizados no espaços perissinusoidal de Disse, também conhecidos como células 
armazenadoras de lipídios, células armazenadoras de vitamina A, células estreladas do fígado ou lipócitos. São 
26
responsáveis pela síntese da matriz extracelular que compõe o estroma intralobular (fibras reticulares – colágeno tipo III).
Infecções
Infecções virais ou bacterianas e o consumo abusivo de álcool causam lesões nos hepatócitos, o que estimula a ativação 
das células de Kupffer para a produção de citocinas pró inflamatórias (fator de necrose tumoral alfa, fator de crescimento 
transformante beta e interleucina 6). As citocinas pró inflamatórias produzidas pelas células de Kupffer estimulam as 
células de Ito a produzirem colágeno do tipo I, levando à fibrose do fígado – desenvolvimento da cirrose hepática, entre 
outras coisas:
• 1) O fator de crescimento transformante beta secretado pelas células de Kupffer e pelos hepatócitos estimula a 
síntese de colágeno do tipo I pelas células de Ito. A fibrose compromete o fluxo sanguíneo portal do fígado
• sob condições normais, as células de Ito armazenam vitamina A no citoplasma e depositam matriz 
extracelular do estroma intralobular (colágeno tipo ) no espaço de Disse e ao redor das veias 
centrolobulares. Durante a cirrose, uma doença difusa do fígado associada a uma fibrose progressiva, as 
células de Ito se transformam em miofibroblastos, e se tornam secretoras de colágeno tipo I.
• diferentes citocinas, produzidas por hepatócitos, células de Kupffer e linfócitos infiltrados no espaço de 
Disse estimulam a produção de colágeno do tipo I pelas células de Ito. O depósito de colágeno tipo I 
substitui áreas de degeneração de hepatócitos dos lóbulos hepáticos, ocasionando uma progressiva 
compressão dos vasos sanguíneos e comprometendo o fluxo sanguíneo do órgão.
• Pode causar 'cabeça de medusa' (devido à hipertensão porta, o sangue procura circulação colateral, 
causando também varizes esofagianas), e por consequência, ascite
• 2) a interleucina-6 liberada pelas células de Kupffer estimula a síntese de proteínas da fase aguda (indicando início 
de processos inflamatórios) pelos hepatócitos - Proteína C reativa
• 3) ocorre o acúmulo de gorduras nos hepatócitos (esteatose ou fígado gorduroso). A esteatose é reversível se o 
consumo de álcool parar, e nela quase todos hepatócitos são preenchidos com gotículas lipídicas.
Conceitos de lobulação hepática
• Lóbulo hepático clássico: ênfase na função endócrina do fígado
• GH liberado na hipófise > hepatócitos > IGF-1 ou fator semelhante à insulina
• IGF-1 ou somatomedina C: atua nos discos epifisários de cartilagem hialina para o início do 
processo de ossificação endocondral
• Lóbulo portal: ênfase na função exócrina do fígado (conceito em desuso)
• Ácino hepático de Rappaport: é a unidade funcional do fígado. Associação de um gradiente de atividade 
metabólica dos hepatócitos com a distribuição de suprimentos sanguíneos para os hepatócitos. Tem a forma de 
um losango, tendo como eixe longitudinal o espaço entre duas veias centrolobulares e como eixo transversal a 
placa limitante situada entre dois espaços porta. É dividido em 3 zonas:
• zona 1 (periportal) – hepatócitos com maior capacidade de armazenamento de nutrientes 
(principalmente glicogênio)
• zona 3 (centrilobular) – hepatócitos com maior suscetibilidade a necrose em patologias
• zona 2 (mediolobular) – comportamento intermediário entre as zonas 1 e 3
Ultraestrutura do hepatócito
Os hepatócitos encontram-se em cordões entre os sinusoides, tendo núcleos eucromáticos centrais (alta capacidade de 
síntese) e sendo repleto de mitocôndrias. Alguns podem ser binucleados.
Membrana plasmática do hepatócito
É divida em 3 domínios, não obedecendo os padrões básicos da divisão dos domínios (apical, lateral e basal), pois o 
hepatócito tem várias faces.
• Domínio dos canalículos biliares – domínio apical dos hepatócitos, é onde são lançadas as secreções biliares 
(contato com meio externo), com presença de microvilos projetados para o lúmen dos canal a fim de aumentar a 
área de secreção
• Domínio lateral – a partir do domínio dos canalículos biliares, com a presença de junções de oclusão logo após o 
domínio anterior, a fim de evitar extravasamento de bile pelos canalículos – barreira fisiológica, e com relativa 
permeabilidade à água, a fim de diluir a bile secretada; desmossomas e junções comunicantes também estão 
presentes
• Domínios voltados para os espaços de Disse – domínio basal do hepatócito, sendo onde ele obtém seus 
nutrientes, com numerosos microvilos do hepatócito em direção ao endotélio sinusoidal. Nesses domínios o 
hepatócito lança e absorve produtos na corrente sanguínea
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Domínio Apical dos Hepatócitos (canalículo biliar)
Existem diferentes ATPases (transportadores) presentes no domínio de membrana plasmática dos hepatócitos que 
permitem a exportação de componentes da bile para os canalículos biliares
• Transportador de colesterol – MDR1 (transportador 1 de resistência a múltiplas drogas)
• Transportador de fosfolipídios – MDR2 (transportador 2 de resistência a múltiplas drogas)
• transportador de bilirrubina

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